E no meio de Tanta Gente Chata

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Amanhecimento


De tanta noite que dormi contigo
no sono acordado dos amores
de tudo que desembocamos em amanhecimento
a aurora acabou por virar processo.
Mesmo agora
quando nossos poentes se acumulam
quando nossos destinos se torturam
no acaso ocaso das escolhas
as ternas folhas roçam
a dura parede.
nossa sede se esconde
atrás do tronco da árvore
e geme muda de modo a
só nós ouvirmos.
Vai assim seguindo o desfile das tentativas de nãos
o pio de todas as asneiras
todas as besteiras se acumulam em vão ao pé da montanha
para um dia partirem em revoada.
Ainda que nos anoiteça
tem manhã nessa invernada
Violões, canções, invenções de alvorada...
Ninguém repara,
nossa noite está acostumada.

Tanta coisa melhor pra dar vou dar uma de difícil?

Ah! O mundo é grande demais, atraente demais! Ah tantas promessas que precisamos manter, e tanta estrada ainda pra percorrer!

Já fui alfinetado, lancetado, é, inclusive bombardeado… com tanta frequência que simplesmente não agüento mais; não conseguiria enfrentar outro fogo cerrado."

‎No fundo, bem no fundo, eu tenho é tanta saudade de tudo.

Tanta vontade de viajar para bem longe, conhecer outras pessoas, ver outras paisagens, romper todos os laços, sem deixar endereço.

E doidamente me apodero dos desvãos de mim, meus desvarios me sufocam de tanta beleza. Eu sou antes, eu sou quase, eu sou nunca.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

altam palavras, descrições, canções. Falta tanta coisa para sentir o que um dia sentimos. Falta coragem de assumir, coragem de esquecer, coragem de fazer diferente mesmo quando o que se sente continua igual. E hoje, ao pensar no que escrever eu só consigo me lembrar de uma frase: “Te amo tanto, tanto, tanto que te deixo em paz.” E sei que você vai ler, e vai me dizer que leu e vai me perguntar se era pra você. E mais uma vez vai me dizer que não quer me machucar. E eu vou entender. Não vou cobrar nada porque já fomos longe demais. E no fundo eu só quero que você guarde um pouco mais. E que daqui a muitos e muitos anos nossa memória consiga se lembrar dos nossos jeitos, sorrisos e momentos. Que o tempo nos permita alguns reencontros sem culpas porque é bom sentir sempre mais uma vez. Porque mesmo a gente voltando para outros abraços só o nosso valerá a pena. —

Obrigado por ter se mandado.
Ter me condenado a tanta liberdade.
Pelas tardes, nunca foi tão tarde.
Teus abraços, tuas ameaças.
Obrigado
Por eu ter te amado com a fidelidade de um bicho amestrado.
Obrigado pela frase feita.
Por esculhambar meu coração
Antiquado e careta.
Muito obrigado por ter me acordado pra realidade,
Por não ter voltado
Pra buscar as coisas que se acabaram.
E também por não ter dito obrigado.
Ter levado a ingratidão bem guardada.

Cazuza

Nota: Obrigado (por ter se mandado)

E o amor, o amor, cara. O que eu faço com isso? — Você esquece, sei lá. Não tem tanta importância assim.

Os sonhos, estas manifestações noturnas, possuem, sem dúvida, tanta realidade quanto as têm aquelas imagens mais grosseiras do dia, nas quais podemos tocar com as mãos e as quais, não é raro, nós sujamos

Mas penso ser tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que eu penso que sou que não pode haver tantos.

E nada tem tanta força quanto uma promessa.

Carlos Ruiz Zafón
O Príncipe da Névoa - página 105

Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você.

Você sabe, a vida sem uma pitada de drama e outra de complicações não teria tanta graça. Mas convenhamos, é só uma pitada, não a panela cheia.

Desta vez, eu tinha tanta certeza.

Odeio quando tenho tanta coisa pra falar, e não tenho palavras.

Tantos medos, tanta coisa travada, tanto medo de rejeição, tanta dor. Difícil explicar. Muitas coisas duras por dentro.

Estes sonhos, de tanta interioridade, eram vazios porque lhes faltava o núcleo essencial de uma prévia experiência de – de êxtase, digamos.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Para aquele que aspira ao poder não há meio caminho.