Doido
"Não há lei que derrube a dor de um coração doído pela saudade de quem decidiu atravessar a porta, sem olhar para trás, sem deixar vestígio, sem rastro pelo caminho seguido...
Ah, coração insano!
Como podes fazer doer essa alma que te carrega sem reclames?
Como podes fazer tanto por quem nada mais faz por você?
Como podes não ver que somente a ti pertence a fórmula da alegria de viver?".
Louca
E
ERA
UM NEGÓCIO TODO DOIDO
ESTAR AO LADO
DAQUELA MOÇA...
ela ria com os olhos
e olhava com a boca...
o que tinha de realista,
tinha de barroca...
às vezes, barro... às vezes, oca...
um tanto fria,
quando queria,
mas um vulcão,
quando sem roupa...
uma desmesura
sua desnatureza
me beijou a boca
sobre sua mesa...
fico aos teus pés,
porque és doida...
+1 bju, por favor!
MALUCO SENSATO (Crônica)
Diz o provérbio popular, cada doido com sua mania, sobre ele, grande parte dos atores sociais constroem uma prenoção sobre a configuração daqueles sujeitos que por uma construção social expõe lampejos de uma suposta "loucura".
Me aproprio dessa representação no intuito de refuta-la. Pois bem, vamos aos fatos. Na rua onde resido todas as manhãs tenho registrado a presença de um sujeito conhecido por "Ciço doido ou cabo Ciço", que passa logo cedinho para o centro da cidade, em ato continuo, retorna ao meio dia.
Na minha dedução aquele comportamento é peculiar de qualquer indivíduo em ritmo de trabalho.
Porém nos últimos dias tenho observado que ao voltar de seu passeio matinal aquele sujeito apresenta um comportamento alheio ao que se denota pela manhã quando volta visivelmente embriagado e, proferindo palavras não condizentes à sua aparente realidade tais como: "É pra matar ou pra morrer". Em voz alta e bom tom entre outros... Assustando transeuntes, moradores e crianças que subjetivam aquela suposta "loucura" como sendo um perigo iminente.
Não obstante, em outro momento encontrei-o a chorar e, contrito em seu íntimo - Percebia-se.
Aquilo me desperta curiosidade em desvelar sua aflição, ou quiçá, sua "loucura". No entanto me deparava a um grande obstáculo que seria como aborda-lo de maneira a não ferir seus sentimentos, sejam eles quais forem.
E para minha sorte ou felicidade, nesta manhã ele ao me ver de fronte à minha casa parou e fitou-me o olhar com profundidade e um aterrorizante silêncio. Aquilo me assustou é fato!
Todavia me facultou o poder indaga-lo. E assim o fiz. Olá Ciço tudo bem? Sobre o mesmo silêncio ele caminha até minha pessoa cabisbaixo, e ao erguer a cabeça me pede algo para comer, de pronto, peguei alguns pães, bananas e uma xícara de café, convidei-lhe para entrar, e ainda emudecido sentou-se à calçada rapidamente comeu e saiu.
Concomitantemente, diante de peculiar comportamento, confesso, só me fez substanciar minha curiosidade em saber porque aquele indivíduo apresentava comportamento arredio, de tamanho sofrimento e, porque era entendido como doido.
Dias depois resolvi segui-lo até sua residência que não ficava tão distante, ao vê-lo entrar logo percebi que não havia trancas na sua porta e logo se ouvia seus gritos de revolta e alguns palavrões, em seguida clamava pelo filho enquanto chorava copiosamente.
Fiquei estarrecido com aquela cena e resolvi procurar a vizinhança que logo disseram: Ah. Isso é assim todos os dias! Já estamos acostumados, é porque depois que a mulher deixou ele, ele saiu do emprego, o filho se envolveu com drogas e está preso.
Por conseguinte, descobri que ele gostava de frequentar a barraca do Elói que fica de fronte ao estádio de futebol aqui em Esperança-PB onde ele ia todos os dias quando passava pela minha casa.
Diz-se de um lugar pitoresco ou um pequeno comercio onde os viciados em drogas licitas ou não (excluídos), se encontram para se socializarem e só ali ele se encontra enquanto ser. Segundo o próprio.
Moral da história - A loucura e seus loucos, nada mais é que uma construção social objetivada por aqueles indivíduos cujo sentimento é segregar àqueles que não apresentam à sociedade um padrão de comportamento condizente com suas aspirações, e que se apresentam como exóticos, estranhos, esquisitos.
Seja do ponto de vista da moradia, indumentária, físico ou intelectual. A fim de demarcar sobre essas minorias uma relação de poder subjetivamente repressora e dominante.
Sei que o papo está um tanto quanto depressivo. Vou colocar um ponto por aqui. Aproveitando para me encontrar com meu também louco sensato e degustarmos um cafezinho sociológico diga-se de passagem sem açucares.
É um querer doído, sem espera, sem entrega
É um querer de alma que dilacera
É um vagar sem nada a procurar
É se achar num vazio
É se perder pra se achar
É achar amor
É amor amar
Amar a alma
É sufocar o medo
Abster de ter, e, ser.
O doido da cabeça
Fugiu do m@nicômio0
Péga ele! Péga ele!
O preso delinquente
Fugiu da cadeia
Péga ele! Péga ele!
O preso de menor
Fugiu da febem
Péga ele! Péga ele!
O aluno b#rr0
Matou aula
Péga ele! Péga ele!
O et de Marte
Fugiu do planeta
Péga ele! Péga ele!
A criança pequenininha
Fugiu da creche
Péga ele! Péga ele!
O velho c@duc0
Fugiu do asilo
Péga ele! Péga ele
O policial corrupto
M@tou um inocente
Péga ele! Péga ele!
O politico ladrão
Roubou o meu país
Péga ele! Péga ele
Essa Tal de Vez....
E
nesse troço doido de talvez...
o 'não sei se' vai se firmando...
O problema do Talvez
é essa Tal de Vez
que de tal em tal
vez em vez
nunca chega de uma vez...
o talvez é uma certeza dita incerta...
enquanto um diz,
o outro espera...
talvez seja poema,
talvez seja uma pena,
talvez a gente inventa
talvez a gente goste...
talvez é uma prisão...
talvez essa tal vez se solte....
e a gente passe a dizer sim ou não...
“Estou com os olhos fitos na sua boca... Doido, diga-se, a não mais poder, de vontade de beijá-la, ávida e longamente. aliás, tudo o mais constante, tenho por fito precípuo, como já dito, trazê-la para perto de mim, ainda que em pensamento, até que o tempo nos una de vez."
UM AMOR NATURAL DE SÃO PAULO
Ah, amor doído, me maltrata
Saber que fui apenas recreio
Que inda arde no peito, creio
Que a dor me teimará ingrata
Com o engano, verídica errata
Ardo na agrura e no devaneio
Mas com o tempo, tu, receio
Irá se calar na súplice serenata
Os teus olhos deixarão de ser:
A força e planos no meu olhar
Tudo gira, no eterno aprender
Nego-te o meu sofrer e pesar
Se lamento é para te esquecer
Nesses versos de amor e amar!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Agosto de 2020, 31 – Triângulo Mineiro
Vivemos do nosso jeito mesmo: louco, bobo, doido e idiota, criando nossa própria história que não se sabe de onde brota, mas esse amor é grande. Gigante como um abraço e lindo como o pôr do sol. Engraçado como um palhaço e quente embaixo do lençol. O importante é ser feliz, com a pessoa que escolheu, amando um ao outro eternamente, seria seu apogeu
"Queria ser um louco doído para sempre, viver do meu modo, fazer tudo aquilo que me convém.
Mais certamente "Eu estava errado, porque faço parte do mundo em que as pessoas estão sujeita a viver várias descriminação racial.
Eu sou um negro e viverei sempre como um negro".
!!!Atitude!!!
Se você costuma falar muito sozinho, das duas, uma: ou você não tem outra opção, ou você é doido mesmo. 😏
