Dever de Sonhar
O Trabalho: Castigo, Dever ou Libertação?
Desde os primórdios, o trabalho carrega uma dualidade: ao mesmo tempo que é visto como necessidade e fonte de dignidade, também aparece como fardo e punição. Essa contradição atravessa séculos, moldando nossa relação com o labor até os dias atuais.
O Trabalho como Maldição: A Herança Religiosa
Na tradição judaico-cristã, o trabalho surge como castigo divino. Após a expulsão do Éden, Deus diz a Adão:
> *"Com o suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste tomado."* (Gênesis 3:19)
Nessa visão, o trabalho é uma penitência pelo pecado original, algo a ser suportado, não celebrado. Essa ideia ecoou por séculos, associando o labor ao sofrimento e à submissão.
Da Servidão à Virtude: O Trabalho na Modernidade
Com o capitalismo emergente e a Reforma Protestante, o trabalho ganhou novo significado. Para pensadores como Martinho Lutero e João Calvino, o labor tornou-se um dever moral, uma forma de servir a Deus. Já no século XVIII, o filósofo Adam Smith via o trabalho como fonte de riqueza das nações, enquanto Karl Marx o entendia como alienação sob o sistema capitalista, onde o trabalhador vende sua força de produção em troca de sobrevivência.
O Trabalho Hoje: Entre a Exploração e a Realização
Hoje, o trabalho é glorificado como sinônimo de identidade (o que você faz da vida?*"), mas também é precarizado como nunca. Vivemos em um mundo onde:
- O "sonho" do emprego estável se esvai com contratos temporários e gig economy (Uber, iFood, etc.);
- A produtividade tóxica nos faz acreditar que quem não se mata de trabalhar é "fracassado";
- A espiritualidade capitalista transformou o trabalho em missão (ame o que você faz) enquanto salários não acompanham o custo de vida.
Será que romantizamos o trabalho a ponto de justificar exploração? Por que, mesmo com avanços tecnológicos, trabalhamos mais do que nunca?
É Possível Resignificar o Trabalho?
Se antes ele era visto como maldição, depois como virtude**, e hoje como obrigação neoliberal, talvez seja hora de repensar:
- E se o trabalho não fosse apenas um meio de subsistência, mas parte de uma vida com sentido?
- E se a automação e a redução da jornada nos libertassem para viver, e não só para produzir?
- Por que ainda aceitamos que milhões labutem em condições análogas à escravidão, enquanto poucos acumulam riquezas absurdas?
O trabalho não precisa ser um fardo eterno – mas, para isso, precisamos questionar quem se beneficia do modo como ele está organizado.
No fim, a pergunta que fica é:
Trabalhamos para viver ou vivemos para trabalhar?*
Roberval Pedro Culpi
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Uma das coisas que mais enobrece a alma e tranquiliza o coração, é a certeza do dever cumprido. Isto restaura a fé em si.
Tenho direito de cansar..
Mas tenho dever em vencer...
Tenho direito de desistir...
Mas tenho a obrigação de prosseguir.
Tenho o direito de abandonar tudo!...
Mas nada vai impedir de recomeçar.
O direito incontestável de criticar exige de quem o exerce o dever de não mentir.
A ambição dever ser pelo "SER" e não pelo "TER".
O "TER" é consequência do "SER" disciplinado, compromissado, focado, dedicado e determinado.
A história não é justa, é verdade. Não fomos nós que começamos esta guerra. Mas é nosso dever terminá-la.
As jovens mulheres saberão, então, que delas se espera o cumprimento do grave dever de ser feliz.
Somos apenas passageiros neste vasto planeta Terra, e é nosso dever cuidar dele com amor e respeito, preservando sua beleza e harmonia para as gerações futuras.
Garantir cada qual a sua própria felicidade é um dever (pelo menos indireto), pois na ausência de contentamento com sua própria situação, aquele que é molestado por muitos cuidados sem ter satisfeitas as suas necessidades poderia facilmente ser uma vítima da tentação de infringir seus deveres.
Mais um dia se inicia! Maravilhoso senhor, mais um dia com oportunidade de cumprimento de dever perante a vida, perante vós pai eterno. Obrigada pela vida, pela família, pelas amizades e por suas infinitas bênçãos. Senhor auxilie-nos sermos dignos de suas graças amém!
Ser feliz é dormir satisfeito com o dever cumprido de ser, de fato, humano e acorda de bem com a vida, consigo e com os outros.
Você me disse que era nosso dever manter o Reino unido contra os inimigos comuns. Ao me nomear sua herdeira, você dividiu o reino. Eu achei que queria. Mas o fardo é pesado. Pesado demais.
(Rhaenyra Targaryen)
