Despedidas de Morte
É certo que essa vida é passageira. Principalmente para aqueles que como eu, já vêm o prazo de vida útil reduzida, pré-estipulada pelo fabricante.Rs rs rs...
Há quem tome tanto café, que depois de morrer, nem ao menos será cremado. Mas devidamente torrado, moído e empacotado a vácuo.
É estranho pensar em como a vida é frágil e como nós, mesmo sabendo disso, não aproveitamos as oportunidades que ela nós da de criar mais e mais lembranças...e então, em um instante tudo muda e simplesmente não há mais nada que possamos fazer...apenas lamentar...
Deixar partir...
Ante o sofrimento daqueles que amo, quando todo o possível já tiver sido feito, por amor eu clamarei, não sofras mais, de nada adianta ver definhar alguém que amo, rogarei a Deus a libertação das amarras que a matéria simboliza.
A morte física é prenúncio de uma nova vida, verdadeira e plena, afinal, o que nos impede de continuarmos nos amando?
A ausência não deve nos remeter à dor sem fim, ao vazio ou ao desespero do não desapego.
Sentiremos a falta um do outro em todos os cantos por onde tenhamos andado, revivendo nossos cheiros, afagos e nossas lágrimas compartilhadas.
Permanecerá vivo o sabor de nossos lábios.
Ao lembrarmo-nos do mar, do por do sol, e daquela vez em que a chuva repentina nos fez correr às gargalhadas teremos a certeza, será egoísmo não deixar partir.
Para que prolongar um sofrimento sem razão?
A escolha não pertence a quem quer sair de cena na frente, ao chegar à nossa finitude que saibamos estar com aqueles que mais amamos, os que nos antecederam e os que ainda precisam continuar.
Compartilharemos nossas lágrimas mais uma vez, sem desespero...
Ana Julia...
Ana Júlia já percebera em seu corpo alguns sinais do tempo, as mulheres são mais atentas, normalmente cuidam-se mais, mas suas mãos evidenciavam o que os afazeres de todos os dias vinham adiando, ter a consciência de que anos se passaram.
Sem saber ainda porque, em plena manhã de domingo, esse olhar mais atento para essa parte de seu corpo fez com que pensasse em como estava sua vida frente aos planos de sua juventude, quando imaginava para si um mundo sem limites e uma certeza de que poderia ser e fazer o que quisesse de sua vida.
Estava só, o esposo e as três filhas, jovens adultas, haviam saído para fazer algumas compras necessárias para uma pequena viagem de fim de semana numa casa de campo cedida por amigos.
Um pouco confusa com essa inquietação aparentemente sem motivo buscou em uma gaveta da cômoda uma delicada caixa de música, cuidadosamente guardada, ainda envolvida em tecido aveludado.
Mesmo sem acionar o mecanismo daquele relicário ouvia a suave música a tocar, lágrimas e uma intensa tristeza a envolveram no mesmo ambiente onde crescera e presenciara a lenta agonia de seu pai, época em que a tuberculose assombrava as famílias.
Nunca o perdoara pela vida boêmia e descuidada que o afetara e também à toda família, só não ficaram sem um teto porque a casa era fruto de herança de sua mãe, que mantinha o básico lavando, passando e costurando roupas para famílias de posse das redondezas, logo que aprendera Ana Julia também participava desse ofício.
O que mais a incomodava naquela época era a postura de sua mãe que, em muitas das noites que passara acordada preocupada com o marido, ficava em oração sem reclamar e de onde se abastecia de toda a energia de que precisava para continuar.
Ana Julia ainda mantinha vivas as lembranças das várias madrugadas quando, acordada e envergonhada, ouvia o pai entoar músicas ininteligíveis, enquanto era uma vez mais carregado pelos amigos da noite casa adentro, com as vestes sujas e cheiro forte de bebida, Ana Julia, observara incontáveis vezes daquele quarto sua mãe, gentil e resignada, o acolher e o acomodar como podia no surrado sofá da sala.
Durante anos e inúmeras noites em que a mesma cena se repetia sua mãe com o passar dos anos adoecera, e, enquanto seu pai estivera vivo, ela, com o que lhe restava de forças, dele cuidava sem reclamar.
Logo após o falecimento de seu pai sua mãe também se despediu de sua vida de entrega e amor, em seu leito Ana Julia a questionara uma única vez, porque permitira tanto sofrimento e humilhação sem reagir ou reclamar, em resposta ouvira, “sempre soube que você esperava uma reação minha, me perdoe, chegará o dia em que você entenderá”.
Ana Julia buscava ainda a compreensão de tanta abnegação, doação e amor em meio à doença, restrições e vergonha ao longo de tantos anos com o consequente afastamento da maioria dos familiares e amigos.
Finda em sua mente a música suave e delicada, com mais atenção olhava para a caixa de música e relia uma frase por seu pai gravada, “Meu amor me perdoe por todo o sofrimento que te causarei”.
Sua mãe fizera uma escolha consciente, sabendo o que enfrentaria na vida ao lado do companheiro que amava.
Iguais à ela quantas pessoas mais possuem essa força que, para quem está de fora observando sem compreender, beira à loucura, à baixa autoestima e ausência de amor-próprio?
Ana Julia, logo após a morte de sua mãe, decidira que não repetiria aquela história e hoje ainda busca a sua resposta, “...chegará o dia em que você entenderá”.
Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, devo admitir: Alguma coisa valeu a pena...
E agora que o sono bateu e o corpinho espreguiçou, eu me pergunto: por onde anda o amor? Agora que a mamãe deixou o leito, fechou a porta devagarzinho para não fazer barulho, eu me pergunto: o que o mundo se tornou? E se o fim for o melhor começo longe daqui, será que devo acordar? Vale mesmo a pena ficar? Talvez exista um lugar melhor...
Deito todas as noites com vontade de não acordar mais
Se Deus me ouvisse e arrancasse de mim essa raiva, essa dor, essa dúvida...
Talvez eu ainda não saiba o valor de ser eu mesma...
E part'ir seria a melhor solução
Ir embora...dormir...dormir...dormir deixar pra trás tudo q doi..
A ÚLTIMA VEZ QUE MORRI POR AMOR!
O coração palpitava forte! Mesmo assim sentia no ar o cheiro da morte! O músculo cardíaco já estava cansado, suas sístoles e diástoles se cessaram! Por que você foi embora? O coração parou e foi essa a última vez que morri por amor!
Diante do entretanto,
Espreito as formas.
Estampada sob sentido,
Percebida da não salvação.
Mais aflige que esmorece,
Afugenta e tudo é vivo.
Na rotineira selvageria,
Isento de predicado.
Onde sempre comparado,
Doravante, derribado.
Insuperável condição a existência,
Nessa escassez de pormenores.
De ignorante espírito espontâneo
Infindável iniquidades sem nomes.
Movendo, sedento,
Desentendido de quê?
De fato, guarnecem,
Lacunas do existir.
Diante do entretanto,
As pupilas são porta d´alma.
Não há luz noutro recanto,
Cotidiano, espanto.
A mover-se pelo pranto,
Descompasso o coração.
Desventura no caminho,
De um filho sem irmão.
Diante do entretanto,
Diante...,
A vida passa sem mágoas,
Diante dos próprios olhos.
Morrer,
Não é só ausentar da vida
Tornar-se lembrança parida
Morrer,
É ir além (literalmente)
Ser e não ser um alguém
É também, nascer recorrente
para um espírito refém
dos Céus, se foi benevolente.
Amém!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Parece que não importa o quanto o tempo passe, nem quanto a gente cresça, sempre deixamos um pouco de nós e levamos um pouco do que tínhamos.
Deixamos nossa marca e seremos marcado por momentos que não volta, pois a vida não tem replay, levamos aquilo de mais agradável e que valeu a pana para vida.
ELA...
Amava a noite, pois era o símbolo da solidão;
Amava o pôr do sol, pois apesar de parecer triste, no outro dia se mostrava poderoso;
Amava fotografia, pois se encantava com a forma que ela eternizava cada momento;
Amava a clima, pois mesmo quando fria era linda;
Amava a água que caía das cachoeiras, pois mesmo com quedas tão altas nunca deixou de percorrer seu caminho. Ela amava muitas coisas.
Tinha medo das pessoas, pois como ela estas sorriam sem vontade;
Tinha medo do vento, pois este vinha e sumia num instante;
Tinha medo de palhaços, pois esses se diminuíam para ver o riso de sua plateia;
Tinha medo dos pássaros pois esses sempre partiam para longe todos os verões.
Tinha medo do mar, pois seu mistério lembrava a ela mesma. Ela tinha muitos medos, ela...morreu.
Mas ela não tinha medo da morte? Tinha.
Meu maior sonho é ser nome de rua. Isso significa que devo fazer algo decente em meu curto tempo de vida.
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