Desdém
PEDI UM SONHO (soneto)
Fui pedir um sonho para a doce poesia
Quis pedi-lo, ao desdém, me disse não
Os desamores não sabem, lá onde estão
A inspiração que criam o carinho no dia
A poesia suspira... é cheia de ousadia
Quando o amor é rima com a emoção
E se tem a paixão, ah! é de total razão
Então, quis arrancar-lhe tudo que podia
Aí os afagos raros, vieram ao meu lado
Nos dedos escorreram o afeto intacto
Aonde pude me ver, assim, denodado
E o trovar apaixonado, surgiu em flor
Perfume dos cravos, rosas, num pacto
Que o sonho seria a firmeza do amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/03/2020, 10’36” – Cerrado goiano
A inabilidade do emissor ao se expressar somada ao desdém do receptor em ouvir mostram o quanto ainda estamos distantes da era da comunicação.
Aonde estão os seus amigos agora nesse momento tão difícil? Onde está o riso e o desdém? Aquela gargalhada rasgada, cedeu lugar ao choro... As escolhas nós fazemos, mas as consequências, estas temos que suportar depois. Lei da semeadura.
Gente quase como louca...olha o outro com desdem
coitado daquele que pensa... que não precisa de ninguém
Quando perguntarem, com desdém, se você entende de arte. Responda: "Não entendo, mas sei exatamente quando gosto e quando gosto, seja lá o que for e de quem for".
Por que cobram aos poetas o desdém da musa? Musa é isto, nosso olhar sobre a pessoa errada que nos arranca a rima perfeita! Musa é a luz que inspira o sofrimento latente à procura das palavras mais belas. Musa é apenas os olhos acesos que nos deixa cegos ao mundo, passa, porque é inspiração, não amor, permanece porque vira a palavra registrada do poeta. E há quem ache Pigmalião piegas!
Logo você que disse querer tanto o meu bem,
Hoje em dia só me trata como desdém.
Mesmo sabendo que o meu bem é você.
As vezes sinto saudades da noite. Ela sempre vem ,mas por uma escolha desdém a deixei se ver ... Meu grande amor , tem em meu adeus a maior dor .
ESTAÇÃO
Em algum vagão
Enrijeço a minha nuca de desdém
Não vago em vão e não alugo peito
Não penso em mais ninguém
Só num pronto-abraço que me espera
Na estação mais farta que a primavera
Aonde o meu desembarcar
Pisa efêmero nos trilhos
Em que vou descarrilar
O meu breve juízo
Outra vez
Há o que se acha inteligente, que faz desdém de seu cônjuge; não percebendo que desdenha de suas próprias escolhas e menospreza sua história. Que ironia!
Norteias em desdém precisando a imaginação daquilo que pensa que penso algo que não sou, rude imaginação não carrega a força do querer bem, seja para quem for, triste é a torpeza e o rigor.
Quem ri de desdém do que está escrito nas linhas, muitas vezes não percebe que a ironia dele sorri nas entrelinhas.
Reflito sobre os anos da minha vida com grande desdém. Ela é tão limitada, tão escassa, tão bela, mas às vezes, tão distorcida. Não existem palavras para definir o bem mais valioso que possuo. A vida é uma paixão e eu preciso seguir ela. Pergunto-me sobre o que eu gostaria de fazer hoje ou com quem eu gostaria de estar, pergunto-me sobre o tempo e meus sonhos, sobre o sentido dúbio das coisas: sonhar em ser escritor ou escrever de verdade, tocar uma vida ou trocar de vida, fazer valer a pena ou fingir congelar as horas. Meu tempo é algo muito precioso e por sinal, astuto. Ele rege a minha existência, embora no fim das contas eu mesmo dou as ordens. Sou o dono do meu destino, sou o tempo que escorre pela ampulheta, sou o prisioneiro da minha alma. O desdém é pasmo, mas para ele mesmo.
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