Depoimentos para meu Amigo Chato

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Meu tipo preferido de gente é aquela que espirra engraçado, que ri com a mão na barriga, que canta e dança qualquer música. Aquele tipo de gente que tropeça e finge que está correndo, que sai de pijama na rua, que acorda rindo.
Gente que não planeja tudo. Gente que pede licença, que diz "obrigado", que pede desculpas, que chora assistindo filme. Aquele tipo de gente que é muito sincera, mas sabe, quando e como falar, aquele que conversa olhando nos olhos. Aquela gente que diz que te ama, que mexe no cabelo, que lê as coisas no elevador, que conta piada, que joga conversa fora, que te organiza uma festa surpresa, um almoço ou um jantar surpresa…
Aquele tipo de gente que te faz sorrir, que te faz sentir importante, que se importa. Aquele tipo de gente que não tem vergonha de ser feliz. Gente que gosta de GENTE.

Aqui, fixar quero meu eterno repouso,
e desta carne lassa do mundo sacudir o jugo das estrelas funestas.
Olhos, vê-de mais uma vez.
Braços, permiti-vos o último abraço.
E lábios,vós que sois a porta do hálito com um beijo legítimo selai este contrato com a morte exorbitante.
(Romeu Julieta)

Meu Ideal Seria Escrever...

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse -- "ai meu Deus, que história mais engraçada!". E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria -- "mas essa história é mesmo muito engraçada!".

Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.

Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse -- e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aqueles pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse -- "por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.

E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago -- mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: "Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina".

E quando todos me perguntassem -- "mas de onde é que você tirou essa história?" -- eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: "Ontem ouvi um sujeito contar uma história...".

E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.

Rubem Braga
BRAGA, R., A Traição das Elegantes, Editora Sabiá, Rio de Janeiro, 1967

Todos têm um limite, e eu me sinto tão cansada e exausta mentalmente que me preocupo se o meu já não acabou.

Que segredos tem teus beijos
Que te mantém a meu lado
Junto, bem junto, colado....
Mesmo distante de mim?

Cresci, amadureci, aprendi, me cansei, parei de definir meu humor pelas atitudes “dele”, seja lá quem for o “ele”. Se ele ligou, apareceu, me amou, voltou, ótimo! Se não, o sol brilha tanto lá fora, o céu tá tão azul e a vida tão divertida que não vale a pena lamentar. Troquei o “foi assim” pelo “eu quis assim”, deixei tudo que me causava dor, fiz meu próprio caminho e só trouxe comigo o que me faz bem. Descobri que amor é diferente dessas vontades efêmeras que eu andei tendo, que ser feliz é mais facil do que pensamos, que um sorriso vale muito e que tudo que nós precisamos é de amor. E se eu já era livre agora pretendo ir ainda mais longe, mais alto, mais além. E eu não vou parar de subir ou pra ver o que ficou embaixo, não vou descer tão cedo... Eu joguei fora essa idéia de ter que ser sozinha. Eu passei muito tempo da minha vida depositando minha felicidade em mãos erradas, eu finalmente entendi que ela só pertence a mim. Infelizmente eu não posso colocar aqui o sorriso que eu ando desfilando ultimamente, mas podem ter certeza de que é o meu melhor. Por que vida é pilantra, o mundo cruel, o amor é complicado, mas eu tô bem demais.

8 segundos...o meu mundo parou, mas lutei e saí com meus próprios pés. Deus me deu uma segunda oportunidade e neste momento soube que era por algum motivo, era para fazer feliz muitas pessoas, que como eu necessitavam de um abraço. Só queria ser uma princesa como as dos contos de fadas.

Meu eterno anjo...
Anjo eterno anjo..
Me pegue no colo, me acolhe em suas asas..
Me leve para o céu..
Me apresente as estrelas...
Leve-me para sua nuvem, deixe-me descansar em seus braços...
E que por apenas um momento eu esqueça...
Que és um anjo e que um dia foi o senhor de meus sonhos...
Te amo ...

Nada sou, nada posso, nada sigo.
Trago, por ilusão, meu ser comigo
Não compreendo, compreender nem sei
Se hei de ser, sendo nada, o que serei?

Uma das mais saborosas sensações de liberdade que eu conheço é flagrar meu coração feliz sem precisar de nenhum motivo aparente.

Se nada dura pra sempre, seja o meu nada, por favor.

Sou solteiro porque a anta do meu cupido usa uma metralhadora ao invés de arco e flecha e acaba matando os meus pretendentes.

Sou um escritor de poucos livros e poucos leitores. Vivo extraviado em meu tempo por acreditar em valores que a maioria julga ultrapassados. Entre esses, o amor, a honra e a beleza que ilumina caminhos da retidão, da superioridade moral, da elevação, da delicadeza, e não da vulgaridade dos sentimentos.

Ariano Suassuna
SUASSUNA, A. A História do Amor de Fernando e Isaura. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2007
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Fragmentos de um amor

Na minha mente, tua lembrança
No meu coração, teu amor
No meu corpo, tuas mãos
No meu desejo, teu calor.

Na minha vida, teu rastro
Nos meus sonhos, tua imagem
Nos meus olhos, teu olhar
No meu peito, tua saudade.

Na minha dança, teu molejo
Na minha pele, teu cheiro
Na minha boca, teu gosto
No meu paladar, teu tempero.

Nos meus ouvidos, tua música
Nas madrugadas, tua presença
Na minha fantasia, tua espera
No meu lado, tua ausência!

Gosto da rosa branca por ser uma linda flor,
Gosto da minha sogra por ser mãe do meu amor.

Monólogo de Orfeu

Mulher mais adorada!
Agora que não estás, deixa que rompa

O meu peito em soluços!
Te enrustiste em minha vida,
e cada hora que passa
É mais por que te amar
a hora derrama o seu óleo de amor em mim, amada.

E sabes de uma coisa?
Cada vez que o sofrimento vem,
essa vontade de estar perto, se longe
ou estar mais perto se perto
Que é que eu sei?
Este sentir-se fraco,
o peito extravasado
o mel correndo,
essa incapacidade de me sentir mais eu, Orfeu;
Tudo isso que é bem capaz
de confundir o espírito de um homem.

Nada disso tem importância
Quando tu chegas com essa charla antiga,
esse contentamento, esse corpo
E me dizes essas coisas
que me dão essa força, esse orgulho de rei.

Ah, minha Eurídice
Meu verso, meu silêncio, minha música.
Nunca fujas de mim.
Sem ti, sou nada.
Sou coisa sem razão, jogada, sou pedra rolada.
Orfeu menos Eurídice: coisa incompreensível!
A existência sem ti é como olhar para um relógio
Só com o ponteiro dos minutos.
Tu és a hora, és o que dá sentido
E direção ao tempo,
minha amiga mais querida!

Qual mãe, qual pai, qual nada!
A beleza da vida és tu, amada
Milhões amada! Ah! Criatura!
Quem poderia pensar que Orfeu,
Orfeu cujo violão é a vida da cidade
E cuja fala, como o vento à flor
Despetala as mulheres -
que ele, Orfeu,
Ficasse assim rendido aos teus encantos?

Mulata, pele escura, dente branco
Vai teu caminho
que eu vou te seguindo no pensamento
e aqui me deixo rente quando voltares,
pela lua cheia
Para os braços sem fim do teu amigo

Vai tua vida, pássaro contente
Vai tua vida que estarei contigo!

Vinicius de Moraes
Álbum "Vinicius: Poesia e Canção"

Nota: Música composta por Vinicius de Moraes e Tom Jobim

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Sou zika mesmo tipo vírus,
Meu rap infecção
A rima é tão pesada que é difícil a digestão

Meu coração está doendo, não dormi direito a noite toda, e as poucas vezes que dormi sonhei com você!

Esperança do povo

Lá se vai meu povo,
triste.
Lá se vai esperando,
de novo
pensando
que existe
esperança.

Que o dinheiro
vai dar
o mês inteiro
p’ra gastar
e sobrar
p’ra poupança.
Coitados!
Minha gente
é criança
que de repente,
p’ra se conformar,
acredita nos sonhos.

Mas, a verdade aparece
contida
na triste ilusão.

O real depois permanece
p’ra gente pensar.
Pois,
então?

Só o pobre
socorre
outro pobre.
E o rico
só morre
mais rico.

Você chegou
No meu mundo ao contrário.
Me olhou bonito
E entendeu o meu não-entender.