Cuidar da Infancia
Vem, meu bem, e agarra com garra agora este dia presente,
como um presente que está aí bem na tua frente, antes que
as horas o levem embora porta afora, antes que vire passado
E que fique ultrapassado, covardemente, para sempre na gente!
Guria da Poesia Gaúcha
O MONSTRO E A FLOR
Aconteceu uma história
Que passo a lhe contar
E guarde em sua memória
Pois creio pode ajudar.
Era uma vez um poeta
Falava coisas de amor
Mas numa hora incerta
Causou um grande horror.
Ele cuidava bastante
De uma rosa sincera
Mas deixou que um rompante
O transformasse em uma fera.
E a rosa então, machucada
Ferida por um vil monstro.
Ficou bem estraçalhada
Como um navio sem mastro.
A rosa perdeu o seu brilho
Perdeu sua direção
E o vento lhe trouxe o martírio
Água no fogo da paixão.
E quando o monstro foi embora
O poeta continuou
Mas a tragédia que aflora
O coração despedaçou.
Eu sei, você tem um monstro
Guardado no fundo da alma
Resista e lute eu lhe mostro
Que é bem melhor a calma.
Pois muitas vezes a fera
Da ira, ciúme e suspeitas
Acaba romances e opera:
Intrigas, histórias desfeitas.
Pois podes levar muitos dias
A cultivar linda flor
Mas se o monstro for libertado
Talvez perderá um amor.
Por isso eu dou-te um conselho
Em forma de um poema
Reflita e fale ao espelho
Resista, não seja um problema.
Palavras bonitas são boas
Mas nem sempre suficientes
Apenas um furo e as canoas
Afundam com seus delinquentes.
Eu sei que as flores existem
E como é difícil cuidá-las
Mas somente os que insistem
Não deixam o monstro matá-las.
Você que lê esses versos
Talvez é o monstro ou a flor
Cuidado, valores inversos
Machucam, causam muita dor.
A rosa também tem espinhos
Que ferem machucam os monstros
Tocar com cuidado e carinhos
Realçam o brilho dos astros.
Poetas e monstros, não sei
Qual vais deixar vir pra fora.
A rosa, cuidado, avisei
Também tem espinho que aflora.
E pode haver algo bom
Em toda essa história.
Não sei se pegou o tom
E fixou na memória.
Que os monstros fiquem dormindo
Ou morram dentro dos poetas.
E as flores sejam bem cuidadas
E fiquem lindas e abertas.
11/01/2015 (07h30)
O amor é um sentimento tão louco, já que
Em uma hora é mais que tudo no mundo e
Na outra vira sufoco que mata aos poucos!
Guria da Poesia Gaúcha
PALAVRAS QUE FEREM PALAVRAS QUE CURAM
Do alto de uma colina
Eu fui tecer um poema.
A vida em dor me ensina
O quanto temos problema.
Saí, busquei um refúgio.
Um outro ar quietude.
Queria ser bem mais ágil,
Seguir em melhor atitude.
Me faltam palavras corretas
Em momentos decisivos.
E ditas se tornam setas,
Ferindo os melhores motivos.
Será que um dia aprendo
Tratar melhor as pessoas.
Caindo, subindo, vivendo.
Agir e falar coisas boas.
Na dor nasce mais um poema:
Pavor, vazio e culpa.
Sem cor, a mais triste cena!
Não tenho e não dou desculpa.
Pois o que fiz foi errado
E muito mau, eu assumo.
Talvez, espero que um dia
Eu mudo, melhoro, me aprumo.
Mas sei que todo humano
Com seus defeitos, virtudes,
Pode vencer seu engano,
Falar mais solicitudes.
E enquanto ali escrevia,
Aqui o meu desalento,
Anúncio de morte eu ouvia.
Pensei, fiquei bem atento.
Sonhei com a própria morte
Daquilo que é mau em mim,
Tentando, em dor, ser mais forte.
Ter limpa a nódoa carmesim.
As manchas ficam bem grudadas
Em nós e em quem maculamos.
Remédio em porções acertadas
A cura, sarar, que as tomamos!
É muito bom se ter amigos
Que ajudam curar suas feridas.
Nos ouça os gritos e os rogos
E as dores, enfim, repelidas.
Mas sei tem alguém lá em cima
Que pode e sempre olha por nós.
A minha fé nele se atina
Com ele não estamos sós.
E antes que à colina fosse
Pensei e ensaiei alguns versos
Pra quando de lá então saísse
Pudesse alinhar-me aos processos.
As coisas que devo falar
Pra não ferir nobres pessoas.
Entenda, pois até um poeta
Não fala só as coisas boas.
Derrama em letras seus erros
Da dor, tristezas e alegrias.
Têm altos e baixos, uns morros
Sim leia, veja a serventia.
Poema que escrevo à grafite
Borracha precisei usar.
Na vida a coisa é mais triste.
Palavras não podem voltar.
11/01/2015 editado às 13h03
Os mudos não agridem com palavras
Os surdos não são por elas feridos.
Por isso ambos estão protegidos,
Contra o escorregão de dizeres irrefletidos.
Temos o poder de refletir nos outros nossas piores mazelas e querer sugar deles nossas maiores ambições.
A TRISTEZA ROUBOU MINHA RIMA
Ao chegar em casa
E ir para o banho
Olhei para o espelho
Com muita decepção.
Lancei um olhar de condenação
Para a pessoa que ali estava.
Frustração, arrependimento,
Com um profundo desgosto.
Ao entrar debaixo do chuveiro
Deixei a água cair em meu corpo
Para que talvez lavasse
Toda a tristeza, toda decepção.
Mas a água gostosa e fria
De um fim de tarde quente,
Mesmo que refrescante,
Não lava por dentro.
Mas essa mesma água,
Que não lava por dentro,
Começou a se misturar
Com as lágrimas.
Por algum tempo o pranto
Me dominou, lavou a alma,
Saiu em forma de lágrimas
Mais um pouco da dor.
E que dor! A dor da alma
Não pela ofensa de outro
Mas pela que eu causei
A tantas pessoas amadas.
Me senti um lixo, fraco
Impotente, me faltam
Palavras para dizer
O que pensei de mim.
O vazio me dominou
De tal forma, intensa,
Que as lágrimas foram
Apenas detalhes do pranto.
Detalhes imperceptíveis
Ao se misturarem com
A água do chuveiro
A molhar meu corpo fraco.
Detalhes pequenos diante
Do soluço e pranto incontrolável
Inconsolável, solitário, doloroso.
De uma alma incapaz de amar.
E enquanto escrevo
As lágrimas insistem
Em querer sair,
Mais contidas.
Mas não menos tristes
Pela impotência de um
Ser que quer ser melhor
Não pra si, mas pro outro.
12/01/2015 (18h36)
Um poço escondido é o coração de uma mulher. E quando esse poço é encontrado, quanto mais profundamente nele se desce, mais água cristalina nele se encontra.
DE PONTA CABEÇA
Deitei cabeça combinando
Com a cabeceira da cama
Na madrugada acordando
Pensando em quem me ama.
Vi tudo diferente
Um pensamento encaixo
Algo muito atraente
E eu de cabeça pra baixo.
Era ainda uma hora
E quarenta e quatro minutos.
O sono me foi embora
E aqui relato os assuntos.
Fico a pensar, reprimido
No sentimento, o afeto
Deixo o amor escondido
E os olhos bem abertos.
Pois eu perdi o meu sono
Também perdi uma chance
Fui inconsequente, insano.
Não dominei um romance.
Na vida eu tive perdas
A madrugada é prova
Dores e amores de cedas
O peito transformo em cova.
Enterro coisas bem lindas
Para nascer coisa nova
Pessoas amadas, infindas
Que em nosso ser se renova.
Autoria própria
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