Cuidando do meu Jardim

O que encanta meus olhos meu coração eterniza.

O meu amor é distraído, por isso vive desaprendendo a amar. E ao sabor de sentimentos sempre novos te reinventa em meu peito, cada vez que teus olhos castanhos, por displicência ou malícia esbarra no meu olhar.

Aceitação: essa é minha palavra de ordem, até que uma nova ordem seja estabelecida em meu ser.

Posso até ter delicadeza de flor, mas meu coração é de guerreira.

Como negar a existência do amor se eu o sinto vibrando em cada átomo do meu corpo?

Meu silêncio é mais barulhento que minha voz. No entanto, é raro os que ouvem meu silêncio.

Hoje o dia amanheceu cinzento, com preguiça de acordar. Acordei bem antes dele, vesti meu casaco de flores e colori os lábios pálidos com pó de riso carmim.

Que meu coração seja ninho... jamais gaiola.

Se a vida é um filme, além de protagonista, eu faço questão de ser diretora e roteirista do meu.

Há dias em que meu olhar curioso entra como luz pelas frinchas da inspiração e alcança as palavras que dormem no berço semântico das paixões. Onde os versos ardem, queimam, os sons ganham ressignificações na chama cadenciada da linguística, na aurora dos poemas, na ponta da minha pena.

Tua boca veste palavras que desnudam meu coração.

Passarinhal em seu encanto construiu ninho no meu peito.

Não subestime meu silêncio. Às vezes é necessário mais coragem pra calar que pra falar.

Que eu nunca perca a oportunidade de roubar um sorriso, de ser amável com alguém, só porque meu dia está sombrio, pesado, triste ou até mesmo apavorante.

Se um dia o meu gostar te inquietares e, me perguntares se te amo, responderei. Não com a certeza dos tolos, mas com a certeza de quem sente: eu não te amo! Não te amo por que somos o próprio amor habitando um no corpo do outro.

Tenho lágrimas ancoradas no solitário cais do meu olhar. Em dias sombrios de procela, são empurradas bruscamente para o alto mar dos meus tormentos, formando ondas gigantescas de aflição. Num embate violento chocam-se contra os rochedos intransponíveis que há em mim. Só depois de os fustigarem cruelmente se espraiam mansas na solitude de um suspiro demorado.

No fogo cruzado das palavras, o silêncio é meu reduto de paz.

Quando ouço a batida do tambor sou tomada por uma sensação única de prazer que coloca meu corpo todo em movimento, vibrando no mesmo ritmo da música.

As exigências fúteis que a sociedade impõe me cansam, pesam sobre meus ombros. Meu sonho de consumo é a leveza de uma vida simples.

Desde que eliminei o "pra sempre" do meu cardápio de desejos, passei a sentir com mais prazer o sabor intenso do momento.