Crônicas sobre a Morte

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⁠DESABAFO


Melhor seria, que o dano fosse meu
em vez de ser teu o desencanto.
Não gosto de ver sonhos se apagando.
Não quero ver triste o rosto teu.
Ás vezes sem saída,
e por motivos alheios a nossa vontade,
deixamos que o amor meu e teu
sofra, com a saudade.
Mais uma ausência a se enfrentar,
o nosso eu saberá não se afetar.
O amor, o querer nosso, é muito forte
para ser derrotado, nem mesmo a morte
o conseguirá.


Roldão Aires


Membro Honorário da Academia Cabista. ACLAC
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Acadêmico Acilbras - Roldão Aires
Cadeira 681 -
Patrono- Armando Caaraüra- Presidente

Inserida por RoldaoAires

⁠#MALANDRAMENTE

Não vacila...
Nem tenta a sorte...
Quem é do meio sabe como é...
Coração de malandro...
Bate na sola do pé...

Toda minha caminhada...
Nesse imenso mundo cão...
Com malandragem de sobra...
E liberdade para conquistar...

Caio fácil não...
E quando caio...
Logo me ponho a levantar...

Malandro que é malandro...
Sabe bem como viver...
Vou continuar assim em meu caminho...
Pelas noites de luar...

Malandro sabe onde ir...
Quando deve sair e a hora de entrar...
Sabe quando deve ficar mudo...
Sabe quando deve falar...

Já dizia o poeta...
"O mundo é dos espertos"
Malandro bom envelhece...
Pedindo força ao universo...
Não vê a morte tão cedo chegar...

Sandro Paschoal Nogueira

facebook.com/conservatoria.poemas

“Amanhã, dia de Corpus Christi. Não vou comungar, não tenho vontade, apesar da paz que sinto. A despeito das minhas dúvidas, dos meus erros, acredito, acredito. A verdadeira fé deve ser mesmo a vontade de crer, de aceitar com humildade como faço agora. É pensar: quero crer, portanto creio. Esta a força que nos leva à frente. Não se deter no pensamento do que é certo ou errado, verdadeiro ou não, mas querer com toda força, aceitar, aceitar. Mas mesmo assim, aceitando, não sei por que, não tenho vontade de comungar. Adio, adio sempre, para uma época que não sei quando, talvez quando não tiver mais tempo. Penso comigo: quando me aposentar irei diariamente à missa como mamãe, Tidoce e Dazinha faziam. Será que me aposentarei um dia? Para mim a aposentadoria é um prêmio tão esperado que chego a temê-lo. Serão dias de sol, de música, de alegria. A liberdade em parte, pois com Nonô na situação em que se acha não me é possível tê-la integralmente. Mas a liberdade exatamente como é mais bela, a liberdade que o amor dá. Não desejo nem nunca desejei a liberdade integral, desde a morte da minha mãe. Liberdade sim, mas presa pelo amor a alguém, a alguma coisa. Liberdade total para mim significa abandono, falta de amor. Preciso querer alguém, prender-me, sentir que necessitam de mim, mesmo apesar do meu receio, das minhas queixas. O que poderei fazer da liberdade total? Arrastá-la como um fardo, invejando as cadeias do amor dos outros e suspirando por elas. Sentarei num banco de praça numa manhã fria e de sol, vendo as árvores, sentindo o vento, ouvindo o vozerio das crianças que brincam, os rumores da vida meio distante através da névoa dos anos vividos. Andarei devagar pelas ruas, pisando as folhas caídas no outono, tentando adivinhas o mistério de cada casa adormecida na manhã fria. E à noite, sentada no quarto de música, ouvirei tudo que amo, olhando os quadros, os retratos na parede, pensando com doçura nos que já se foram, rebuscando na memória um som, um gesto, um sorriso esquecido no tempo.
A vitrola para e me levanto para tirar o disco. Nonô vem saindo do quarto, cheio de tinta. Vou ajuda-lo a lavar as mãos. Irrita-se porque tento enxaguar mais uma vez os dedos que ele julga limpos, me empurra, zanga-se. É sempre assim. Insisto e enxugo vagarosamente os seus dedos, tirando qualquer resto de tinta que por acaso tenha ficado, com um pano velho. Do banheiro encaminha-se para a sala de música, onde liga a televisão e senta-se na poltrona favorita. Acompanho-o me sentando também a seu lado e começamos a ver um filme onde um dos personagens num dado momento faça de inferno. Sacode a cabeça e escreve no caderno, me mostrando: “Não tem inferno, juro a você.”
Olho-o em silêncio e ele mantém o meu olhar, reafirmando com a cabeça:
- Não, não.
Estou com ele, mas quantas vezes não tenho discutido no confessionário a esse propósito! Foi mesmo origem de um desentendimento meu com um padre a quem detestei no momento. Passei muito tempo sem voltar ao confessionário, para quê? Se não admitiam que eu fosse sincera? Que me adiantava dizer que acredito na existência do inferno, se dentro de mim penso o contrário? Nonô, por exemplo, já tem o seu inferno aqui mesmo. Quase cinco anos emparedado vivo, haverá maior inferno? Nem mesmo a morte, libertação, apesar do medo que a precede.”
Vida Vida – pp. 201 e 202

Inserida por dacl

Um dia me perguntarem
"Mano diz uma coisa proibida que você tem ou teve vontade em fazer?"
eu logo respondi
"Tenho vontade de torturar alguém até a morte."
A pessoa me olhou estranho e surpresa com a minha resposta, e disse...
"Cara, deixa disso! Você só pode ser louco por querer isso."
Sorri de leve e disse
"Louco seria se eu tivesse fazendo isso sem motivo, mas dependendo do momento, tem vários motivos."
Logo ela saiu andando e dizendo
"Você é idiota! Você não pensa, na verdade, não deveria nem ter existido."
Olhei e novamente sorrindo, e disse
"Você acabou de me dá um motivo, mas não seria gratificante fazer isso com uma pessoa insignificante como você. Ah! Se repetir, será uma das suas ultimas frases de sua vida."
Ela olhou, calou a boca e saiu bem rápido
Novamente sorri, comprei um copo de café, bebi um pouco, e fiquei reparando o quanto as pessoas são frágeis e pode se machucar numa situação tão simples, imagina essa situação sendo com você? :)

Inserida por MarcosLondon

⁠Dói demais toda partida
Toda ausência causa dor
Mas o curso dessa vida
É vontade do Criador
Somos todos passageiros
Ninguém sabe quando vai
Se demorado ou é ligeiro
O destino diz quem entra e sai
Cada um tem o seu tempo
Findo, não há prorrogação
E a despedida como o vento
Nos leva à outra estação
Os que ficam, com tristeza
Sofrem ao nos ver seguir
E aguardam com a certeza
De que também irão partir
Os pais se vão na frente
Essa é a ordem natural
Se o filho vai antes da gente
Deixa uma dor sem igual
Perder um filho parece
Ferida aberta no peito
Não há remédio ou prece
Que possa dar um jeito

Inserida por Rogerioreisbenedito

melancólico
o melancólico mais ⁠uma vez está a chorar,
quieto em seu lugar,
desidratado de tanto chorar,
nunca se cansa de se lamentar,
dá vontade de chorar,
negatividade só de olhar.

pobre melancólico...
não percebe o que é logico,
iludido mais uma vez,
uma lagrima de cada vez,
queria ser feliz mais uma vez,
mas seu pobre coração infelizmente se desfez.

porque choras agora?
-a moça bonita me rejeitou e foi embora.
por causa da sua insegurança,
vive sem esperança,
depressão e ansiedade,
não tem piedade,
por causa da ansiedade,
desistiu da liberdade,
pra ele não existe possibilidade
daquilo ser verdade.

desistiu da sua vida,
e sem despedida,
la se vai mais uma vida...

Inserida por Kayra_Belle

⁠Em meio ao terror a sociedade se une
Unidos pelo medo ou unidos pela ambição?
Agarrados à midia a sociedade se confunde
Tentam disfarçar o preconceito vestindo-o de precaução
Embreagados com visualização os vilões se reúnem
E banhados com ouro eles recebem diversão
Junto com o desespero nossos heróis se fundem
inconsoláveis e sofrendo por aqueles que se vão

Inserida por richard_mendes_1

⁠Mais uma vez estou de partida, não é a primeira e nem será a ultima. Mas em breve estarei de volta para mais uma missão. Guarde algo que eu fiz para contar á minha criança, dando lhe inventivo e esperança.
Assim eu não vou desviar da minha missão e subirei mais um degrau na evolução.
Mais uma vez na luta, continuação da ultima batalha. Mas que sozinho não mais lembrarei.

Inserida por jbuscape

⁠Uns vivem com medo de morrer
Uns vivem querendo saber à respeito de vidas passadas
Uns vivem querendo saber se existe vida após a morte
Todos acima não estão vivendo a única vida que temos para viver no momento.
Viva com intensidade e responsabilidade a sua vida, pois essa vida é um caminho só de IDA sem volta.

Inserida por Carloseduardobalcars

⁠O combate interior

Luto todos os dias
Em uma batalha sem fim,
Combatendo contra ele:
O monstro que habita em mim!

Escuto o gritar sombrio
Por que do chão tremer assim?
Mas é só o caminhar dele:
O monstro que habita em mim!

Coração já disparou
A alma declarou falência,
Da mente está sendo sucumbido
O que um dia foi a consciência.

O céu se tornou negro
Sem estrelas pra brilhar,
Há um cheiro de morte
Que no ar está a planar.

O monstro de repente para!
Vem o silêncio atormentador,
O som era a única forma
De fugir deste opressor.

E como em um jogo de apostas
Decide-se onde pisar,
Com cuidado e com cautela
Para o monstro não escutar!

Por um tempo nada acontece
Parece tudo normal,
A fera então adormece
Cessando assim o mal.

Então tudo fica bem
Parecendo que vai terminar assim,
Mas tudo recomeça...
E ele acorda de novo:
O monstro que habita em mim!

Inserida por goulart_esdras

⁠Estou onde estou mas
não onde quero estar
falo o que digo sem falar
Sou a indecisa que dissidio ficar
no silencio a observar

Cada dia que passa
passa mais um dia
A noite fica mais fria
e o dia mais quente
mas aquela do canto
nunca será consciente

Os minutos passam a correr
os segundos a voar
mas a menina do canto
apenas os vê a passar
Será isto justo?
ou a injustiça disfarça´
Que a menina do canto
faz parte da minha farsa

Inserida por pl81

SOU UM LOBO

Sou como um lobo solitário
Que precisa de amor
Nas noites de lua cheia
Que grita de saudade
Como se não houvesse
Noite nem dia
Ouve-se o vento,a gemer de paixão
O orvalho da noite
Que refresca o teu corpo quente
Nesta noite de luar e só tu para amar
Do outro lado da montanha
Os uivos são o choro do Lobo solitário

Inserida por Sentimentos-Poeticos

NÃO

Não morri ontem, hoje
Mas posso morrer amanhã
Morri com as palavras
De trapos velhos, rotos
Dos que se desfizeram de mim
Sem respirar, sendo sufocada
Morri vestida de negro
Como leitor ou escritor
Que já viveu, morreu muitas vezes
Naquele dia em que eu morri
O meu corpo queria estar
Envolto no teu corpo
Suado, quente, amarrotado
Morri de amor, de desejo
Mas também pequei, rezei
Só morri quando te perdi.

Inserida por Sentimentos-Poeticos

Conheci um homem muito rico
Que no dia do seu enterro
Vestia um terno fino
Seu esquife de madeira trabalhada
E de flores pela beirada

Conheci um homem muito pobre
Que no dia do seu enterro
Uns trapos lhe cobriam
Seu caixão estava mais para um caixote
E nas beiradas muita gente
Chorando sua morte

Depois de alguns dias
Não se via diferença
Da terra que os cobria
Diferença talvez
Só além do que meus olhos viam
Caixão ou caixote
Pro verme não se conta
Nem a sorte

Inserida por clisomarlima

Viver ou não viver
Querer ou não querer
Já não sei o que fazer
Eu quero morrer!

Ai vida esta
Que me detesta,
vou te dar o prazer
De me veres morrer.

Vida a minha
Que me encaminha
Mal encaminhada,
Aii se eu pudesse cair envenenada...

Nunca mais ninguém me via
Só minha alma pedecia
Ia para a cova
Punha-me à prova.

Apenas te pergunto,
Eu mereço isto?
Agora vou virar defunto
Eu já não resisto!

Inserida por mariana_fernandes_1

SIGO

Sigo a areia que corre
Com pressa na ampulheta
Dos passos dados ao vento
Entre a brisa que bate na face
De suspirados silêncios
No tempo em que vive esquecido
E que me olha com a verocidade
É na espuma da areia que a alma
Chora em silêncio na água
Do calor sentido no teu corpo
Sigo as rochas entre a praia
Deste meu desejado silêncio
Feito pela espuma do meu mar
Memórias de ti, simplesmente em mim.

Inserida por Sentimentos-Poeticos

DE QUE ME SERVEM

De que me servem as camélias
Se me faltas como o ar
Que tento respirar
E não me deixa sonhar
A vida é uma cruz de espinhos
Feridas abertas que sangram
Espinhos que se cravam na alma
Nesta dura vida sofro só, a sós
Sinto-me um fantasma
Nestas lágrimas soltas de sal
Temperadas de saudade
Na cruz que carrego todas
As noites neste meu desfadado
De triste quimera miragem solta
De espinhos cravados em mim
De que me servem as camélias sem amor.

Inserida por Sentimentos-Poeticos

SOU

Sou uma negra cruz na serra
Onde o luar reflete escuridão
Um triste espirito que murmura
Sou um dubia luz na fraga escondida
Uma triste noite que bate no monte
Sou um espectro fugindo do carcel
Uma sombra escura perdida na serra
Do silencio lúgubre que esta minha alma
No luto de falecias que vive em mim
Sou as lágrimas que choro ser querer
No incenso branco na névoa escura
Passo as noites em claro sem conseguir dormir
Penumbra que desvanece no frio do corpo
São os vultos que desmaiam no crepusculo
Sou um rochedo esquecido no mar
Uma mortalha ferida dos cânticos das sereias
Sou um fantasma num corpo morto
Desfeito na encosta pelos verdes lameiros
Sou talvez a velha esperança de alguém
No seu leito de morte em sofrimento
Sou uma tremula lágrima vertida na cruz
De uma fé que me faz subir a serra na escuridão.

Inserida por Sentimentos-Poeticos

Olá Você

Olá, meu amor
Por que você voltou?
Não que eu não te queira por perto
Mas é que depois que se foi fiquei mais esperto

Ainda não deixei de te amar
Mas será que você já me esqueceu?
Acho que não
Já que voltou pra perto d'eu

Outra pessoa que nos reaproximou
Tenho de me lembrar de agradecer
Ela trouxe de volta a luz da minha vida;
Fiquei novamente perto de você.

Eu estava com saudades
Desse teu sorriso que me faz sorrir
Não acho que conseguirei parar de te amar
Mas talvez quando eu partir

Inserida por lara_bicalho

►Mamãe Me Disse

Mamãe me disse que eu jamais deveria ter nascido
Mamãe também me disse que eu deveria ter morrido
Ela disse algo sobre métodos contraceptivos,
Que resultaram em um erro desenvolvido,
Que eu não sou seu filho
Acho que mamãe está brava comigo
Ela me mandou ir brincar lá fora,
Mas quando voltei, já havia escurecido
Mamãe havia me deixado sem blusa,
Eu estava morrendo de frio.

Gosto muito da minha mamãe
Ela sempre me deixa comer aquele pão macio
Deve ser por que ainda sou um bebê, deve ser isso
Mamãe já me deixou brincando por horas no celeiro,
Mas quando eu choro, ela não vem correndo
Penso que ela talvez esteja ocupada, ou atrasada
Mas, eu continuo gostando muito dela
Quando me bate, eu peço desculpas a ela,
Pois não quero vê-la zangada, por isso eu fico fora de casa.

Papai não mora mais com a gente
Ela me culpa, mas sei que não é de coração
Ela me disse uma vez que, quando eu nasci,
Destruí a união
Não sei se mamãe está brava, ou assustada
Agora ela está insistindo para que eu coma o pão
Perguntei o que é o pó branco sobre ele,
Ela só disse que é açúcar e segurou minha mão
Mamãe me ama, eu sabia, quando e crescer,
Vou dar a ela uma mansão.

Inserida por AteopPensador