Cronicas de Pedro Bial para Despidida
Há pessoas que nos edifica, há outras que literalmente nos consome. Ontem eu pude vivenciar as duas situações, e confesso que tive medo de ambas. Uma eu não conhecia, mas de cara os nossos “santos se bateram” e logo entendi que o mundo precisa de mais pessoas assim. Quanto à outra, digo que é um misto das duas, e confesso: Eu amo ambas das partes e, aquela a qual me consome me inspira bem mais. Às vezes tento destruí-la dentro de mim, mas ela sempre encontra uma maneira sutil de ressurgir.
A outra, a qual eu não conhecia, traz uma paz enorme no sorriso, e isso cativa uma experiência nunca antes por mim vivida. Se acaso eu necessitasse de alguma prova que anjos existem, certamente o seu semblante seria tal prova. Há nela uma maneira majestosa de exemplificar as coisas, e com certeza não é apenas um rostinho meigo e belo, é muito mais daquilo que eu possa ou tente explicar.
Eu pensei que seria simples explicar tais situações tão distintas, mas nada é tão igual a esses dois sentimentos que constrói e consome. As flores realmente são para a primavera, e não há o que discutir. Sei que posso ser infeliz em tal comparação. Mas assim, da maneira que eu assisto, posso afirmar que sentirei saudades das duas situações.
Crônicas do dia a dia
Crônica moderna.
Fazendo atendimento, olho para colega que estava se retirando e brinquei : uai está na hora não. Olhos arregalados responde: é que entrei mais cedo, o engraçadinho ao lado veio com a seguinte pecha "xará você é que chega cedo, saindo de casa as pressas parece que não tem mulher lá". Cliente que estava comigo olha de soslaio para ele como se tomando as dores solta o seguinte: amigo de que adianta você se retardar em casa mesmo tendo algo bonito mais que não usa. O engraçadinho baixou a cabeça e se recolheu
Fiapos de Memórias
Se fui pobre não me lembro! Mas lembro de que já cai de caminhão de mudanças.
E isso é coisa de pobre. Ricos contratam empresas, delegam tarefas, colocam
os filhos confortavelmente em seus carros, enquanto funcionários embalam taças
de cristais, xícaras de porcelanas e telas de pintores renomados.
E nós? Como era engraçado. Na véspera arrumávamos caixas de papelão e muitos jornais, embalávamos os copos de vidros as xícaras de louças e portas retratos
com fotos da família. Enquanto todos estavam ocupados, furtivamente fui ao portão do vizinho, despedir-me do menino da lambreta, prometendo-lhe escrever.
Eufóricos com o prenúncio da aventura íamos dormir.
Com a claridade que precede o nascer do sol, meu pai nos acordava, tomávamos café preto com bolinhos de fubá. Lá íamos nós! Minha mãe se ajeitava na cabine
com os três filhos menores, junto ao motorista, e meu pai na carroceria com outros seis filhos incluindo eu. Partíamos rumo ao destino desconhecido.
A mesa da cozinha mais parecia uma espécie de barraca, o colchão em baixo amortecia os solavancos, com a lona por cima e o resto das tralhas espalhadas por todos os lados, uma pequena abertura na lona, nos servia de janela, que era disputada por todos.
Exceto por uma irmã, que com mania de grandeza, não fazia questão de ficar na janela improvisada, morria de vergonha que alguém a visse.
Mas eu me divertia! Acenava a todos, e foi assim que eu cai do caminhão. Foi um susto danado, achei que ia ficar para trás. A gritaria foi geral dentro do caminhão, mas foi alguém da calçada, quem conseguiu alertar o motorista. Reboliço total,joelhos e cotovelos ralados, broncas, risos e beijos. Para compensar tudo isso, uma
parada na beira da estrada, para um sortido, “prato feito”.
A irmã com mania de grandeza fingia que a aquela família não era a dela...
Seguíamos a nossa viagem, que hoje sei que era para um lugar no litoral do Paraná,onde meu pai dizia: O mar de lá tem muitos peixes e nada vai nos faltar.
O Diálogo das Flores
Amanhece, o clarão da luz do dia entra pela
fresta da janela. Lá fora as flores do jardim,
começam a se abrir para o dia que se inicia...
Tímidas e silenciosas, cochicham entre si sobre
como a lua estava bela na noite que passou
e como o orvalho as acariciou durante o sono...
Estavam felizes, mas se perguntavam; porque
está tão triste a moça por trás daquela janela?
sabia-se que ela tinha perdido um amor...
Mas diziam: Como ela perdeu o que nunca teve?
A Rosa olha o Cravo ao seu lado e pensa; mesmo
que eu não o tenho, ele sempre estará por aqui...
O Jasmim, como se lesse o que ela pensou, lhe
diz: Não se iluda Rosa, alguém pode arrancá-lo,
e ela respondeu: A moça triste não deixaria,
afinal somos suas flores favoritas...
Ela até nos presenteou com um poema:
“A Rosa e o Cravo”.
O Girassol ao longe gritou:
Rosa atrevida, ela nos ama igualmente
temos que nos unirmos para alegrar o seu dia...
O Cravo, até então calado em seu canto, decidiu
intervir. Quando ela vir até nós, exalaremos
perfumes ao seu redor.
A Dama da Noite, por motivos óbvios preferiu
não se envolver...
E o Cravo continuou: Que venham os pássaros
cantando uma canção, borboletas decorando
o clarão da natureza, com delicados tons, como
fadas brilhantes pintadas em telas...
A moça triste, se aproxima, ao ver o jardim
tão lindo, um leve sorriso se abre em seu rosto...
Ela senta na relva úmida pelo orvalho da manhã
Fica absorta em seus pensamentos admirando
tudo em silêncio...
Naquela paz interior pensa: Amanhã é outro dia
vou deixar essa tristeza no ontem e viver o hoje
e quem sabe serei feliz no amanhã.
"Mar Privado, Escola VIP: O Show de Horrores da Privatização Brasileira"
Em um país tropical, onde o sol brilha mais forte do que a esperança de um político honesto, surge uma ideia brilhante: privatizar tudo! Porque, afinal, se tem uma coisa que o brasileiro sabe fazer bem, é transformar qualquer situação em motivo para piada.
Imagine só: escolas privadas, com direito a camarote VIP e open bar de conhecimento. Os alunos desfilando pelos corredores com uniformes de grife, óculos escuros e mochilas Louis Vuitton. Afinal, quem precisa de merenda quando se tem um caviarzinho de entrada antes da aula de matemática? E, claro, os professores seriam substituídos por influenciadores digitais, porque nada ensina melhor do que um tutorial de maquiagem no YouTube. Quem precisa de física quântica quando se pode aprender a fazer contorno com um pincel kabuki?
Mas não para por aí! A praia também entra na dança. Agora, para pisar na areia, você precisa comprar um ingresso. Sim, meus amigos, adeus ao nudismo espontâneo! Afinal, quem quer ver celulite quando se pode admirar um belo contrato de concessão? As praias privatizadas teriam até dress code: biquínis de grife e sungas com etiqueta. E, claro, os salva-vidas seriam substituídos por personal trainers, porque afinal de contas, ninguém quer se afogar com o corpo fora de forma. "Atenção, senhoras e senhores, o bronzeamento está liberado, mas só se você estiver usando um protetor solar com fator de proteção igual ao seu saldo bancário."
E o povo? Ah, o povo! Ele se adaptaria, como sempre. Nas ruas, surgiriam os camelôs vendendo “passaportes para o mar”, e os mais espertos criariam um aplicativo chamado “Uber Praia”, com motoristas que te levam até a beira-mar por uma bagatela. "Seu destino é a Praia do Capitalismo Selvagem? Claro, só R$ 99,99 e você ainda ganha um voucher para um drinque de água de coco!" E, claro, não faltariam memes nas redes sociais: “Quando você percebe que a privatização chegou até o seu bronzeado.”
E assim, entre uma selfie na sala de aula e um filtro de Instagram na praia, o Brasil seguiria seu curso. Porque, afinal, somos um país que transforma problemas em piadas e piadas em soluções. Mas, antes de rir, vamos refletir: privatizar praias e escolas pode parecer engraçado, mas é como vender o ar que respiramos. Afinal, já é um direito adquirido em constituição que esses espaços sejam públicos. Talvez, em vez de privatizar, possamos investir em educação e preservação ambiental. Quem sabe assim, um dia, chegaremos a um lugar melhor. Ou pelo menos a um lugar onde a lipoaspiração seja mais acessível do que o ingresso para a praia.👎🏻😉🥳🫶🤣🧐
Todos nós já sonhamos alguma vez na vida, né? Agora vou contar a história de uma espécie diferente de seres que habitam nas mais sóbrias vielas da cidade, onde a luz do sol penetra de uma forma diferente. Sonhadores — eles se intitulam sonhadores.
Esse nosso herói vive muito no mundo dos sonhos, sabe? Como se a realidade fosse cruel demais com tudo que ele já foi ou tentou ser. Não direi que esse nosso herói viveu muito, pois não há nada em sua vivência que nos prenda. Ele é comum: bate seu cartão às 08:00, sai para o almoço e volta pra casa às 18:00. Nada além disso. Mas ele tem uma imaginação fértil, que trabalha incansavelmente criando fantasias para não se chocar com a realidade cruel e solitária.
Em seus devaneios mais duros, passando por ruas ou até mesmo no ônibus, há sempre aquela mulher — a mulher de sua vida — com quem ele nunca trocou uma só palavra, nem ao menos um “bom dia”. Mas em sua mente, eles vivem um conto lindo e fantasioso, onde tudo é perfeito e nada pode tirar essa perfeição. Ele criou isso da forma mais literal possível: com um castelo todo iluminado e um jardim florido, onde ele a segura nos braços e os dois sorriem um para o outro como se tudo fosse perfeito. Sem problemas, sem separações.
Mas, por ventura, esses devaneios de alegria sempre acabam. E a solidão volta.
Pense: estar sozinho não é estar só. Mas não conseguir estar junto — a realidade não se encontrar diante da vida — isso é estar sozinho.
Nosso herói é dessa forma: frio, solitário, pálido e apagado.
Mas quando sonha… ah, sim, aí há vida. Mesmo que seja irreal, ainda é vida.
Aos olhos dele, isso parece ser mágico.
Imagine Platão e seu mundo das sombras, onde sempre tentamos sair em direção à luz e descobrir o que é real.
Com o nosso herói é o contrário: ele prefere o mundo ideal que criou em sua mente — mesmo que tudo acabe com uma voz mais alta o chamando, ou um neném chorando.
Camus já diria que essa forma de viver é um absurdo. E nada é mais contemplador do que entender que a vida é somente a vida — e nada mais. Nada especial. Nada de nada. Só a vida mesmo.
E isso é duro de aceitar.
Mas, para o nosso herói, ele sonha — e deseja continuar sonhando.
Pois ali é onde tudo faz sentido. Onde tudo é calor. Onde há felicidade, mesmo que por algumas horas, até voltar à realidade.
Se o fim chegar
Se o fim chegar antes do que devia, que isso aqui fique como despedida.
Não sei se fui alguém bom. Talvez um pouco. Também errei — bastante, talvez. Algumas pessoas me conheceram bem, outras só de passagem. Mas todos viram uma parte de mim, nem que fosse uma frase, uma piada ruim, ou um silêncio desconfortável. O que ninguém viu, talvez, foi o que veio antes de tudo isso.
Antes de ser quem sou agora — essa mistura de dúvidas, sarcasmo e cansaço — eu já era eu. Simples assim. Gustavo. E isso, por mais bobo que pareça, carrega um peso enorme.
Desde que meu pai morreu, nada mais pareceu fazer muito sentido. A vida passou a ser um lugar meio sem cor, como se todas as coisas boas tivessem parado de falar comigo. Fiquei com a culpa, que nunca mais saiu do quarto. Me calei em vários momentos, mesmo quando queria gritar. E ainda assim continuei — como dava.
Sempre tive medo do escuro. E, mais ainda, de ficar sozinho. Ironia, né? Vivia afastando as pessoas. Me fazia de forte, mas no fundo sempre estive rachado. Só que não mostrei isso pra quase ninguém. Porque a prioridade, quase sempre, eram os outros. Eu era a sombra que acompanhava, não a luz que aparecia. E mesmo sendo piada, ou sendo invisível, eu gostava de estar lá — ajudando sem chamar atenção. Meio herói, meio ninguém.
Mas se eu me for — de verdade — não quero que ninguém carregue peso. A culpa, deixem ela ir embora comigo. Se quiserem falar comigo depois disso, falem. Pode ser sozinho, pode ser em grupo, pode ser rindo ou chorando. Eu escuto — de algum jeito.
E se quiserem me manter por perto, repitam minhas frases, minhas zoeiras, minhas histórias. Me deixem existir nos detalhes, porque é aí que eu sempre vivi mesmo.
Lembro de como conheci cada um que fez parte da minha história. Cada primeira vez. Cada encontro desajeitado. Cada gesto que parecia pequeno, mas virou memória. Eu carrego isso tudo comigo.
E se o fim vier mesmo — que leve só o corpo. Porque todo o resto vai continuar por aí. Espalhado. Em quem me sentiu, me ouviu, ou simplesmente me viu passar.
É isso.
Quando mais jovem era pouco apegado as coisas, pessoas, memórias. O torpor da juventude às vezes nos permite certas ignorâncias. Nada era digno de ser lembrado, nem todo mundo era tão especial assim. As coisas mudavam rápido demais e não havia tempo para me conectar a elas, e acho que nem mesmo queria me conectar a algo. Pelo menos não me lembro de questões como essas brincarem com meus pensamentos. Quando se é jovem o tempo parece quase infinito. Não lhe faltarão coisas ou pessoas. Quem tinha tempo para o apego na época em que nada era estático. A voz outrora fina, mal equalizada.
E cresci completamente alheio, mas se engana quem acha que assim fiquei. O sentimento que tenho ao notar que cresci é o medo, o medo do fim, por que o fracasso é o destino final de todas as coisas.
Percebi esse novo apego em casa, sozinho. Na bagunça do meu quarto encontrei tantas coisas, eu em todas elas. No simples ato de dobrar minhas roupas desenterrava memórias. Como no dia em que encontrei minha melhor amiga na praça, usava essa mesma camisa listrada. Por um breve momento senti seu cheiro, escutei o barulho da sua risada e por mais que houvesse tantas outras roupas como aquela, a minha seria única no mundo.
Com o tempo, sobretudo nos últimos meses, venho descobrindo que não há problema algum no apego, muito pelo contrário, encontrei grandes preciosidades depois que me aceitei apegado. Quando se envelhece e o tempo já não soa infinito, percebe-se que a história das coisas é o que as torna especial. Então, se não há a que se apegar, é porque não houve o quê viver!
Contemporâneo
Na escuridão do dia a dia ficam somente os dias cinzentos para lembrar-se da moça de verão. Os dias são quentes e úmidos e com chuvas vespertinas, meu quarto é escuro, úmido e mofado e sua atmosfera está carregada de fracassos e desilusões...
E em meu mundo estou ilhado, preso ao fracasso velado do dia a dia. Atrás de minhas muralhas não estou protegido e tenho buscado a Deus inúmeras vezes do meu jeito, meu jeito mundano de ser.
Sou um monstro preso a uma caverna escura e úmida e vivo a solidão mais profunda que existe.
Aquele objetivo de sempre ficou inalcançável, minhas forças exauriram, meu recuo é inevitável, no final ficou só à vontade, a vontade de viver o que não posso viver... Amar o que não posso amar... Ter o que não posso ter. É como uivar para a lua sabendo que ela não ouve.
Os dias cinzentos vão me trazer só mais uma lembrança negativa, a diferença é que a vejo sempre todos os dias a poucos metros em momentos matutinos e vespertinos, a vejo em sua essência primaveril tão alva e delicada que nem parece desse mundo. Eu sinto e sei que ela tem bem mais que beleza, mas ela não é para mim, seu coração escolhe uma pessoa para passar o resto da vida com você, mas o coração dela não o escolhe ou já escolheu outro é sempre assim, comigo é assim sempre desde que me entendo por gente, porém Deus já me avisou mais de duas vezes que ela não é para mim e devo para agora com tais sonhos.
Existe um limite intransponível difícil de atravessar... Eu desperdicei meu tempo tentando viver coisas que não são para mim em vez de seguir adiante.
Devo voltar ao meu silencio acomodado em minha caverna úmida e sair de lá só em dias cinzentos e chuvosos...
E aguardar um sinal de Deus, para que eu possa seguir meu rumo. Deixar e existir não faz mais parte do meu repertorio Deus tirou isso de mim, mas o amor fracassado ainda faz parte.
Entrego meu destino nas mãos de Deus.
Cristiano Silva
"As Epifanias do Sr. Probo"
Em um dia qualquer, o Sr. Probo, o regente alheio de BanaLrópoliS, teve uma epifania ao assistir a um programa dominical na TV: descobriu, com surpresa, que existiam "pinks" em uma das cidades de seu reino, onde ele só imaginava haver gente "lilás"! Sua esposa, a Sr.ª Sofia, por pouco não perdeu o controle de seu livro de literatura fantástica. "Como assim, Sr. Probo? Você não sabia?" ela questionou, com um sorriso repleto de ironia.
Sr. Probo, tentando justificar-se, disse que estava muito ocupado... tricotando meias. Porque, é claro, meias são mais importantes do que escolas caindo aos pedaços. A Sr.ª Sofia, com um olhar que combinava ironia e uma paciência quase esgotada, lembrou-o de que a união faz a força e que belas fotos são importantes, mas ignorar a realidade social é a verdadeira catástrofe.
Assim, entre um tricô e as notícias da "TV Cenário", Sr. Probo aprendeu que BanaLrópoliS é um mosaico de almas e sonhos, e que fazer o bem é o que realmente importa, independentemente das cores. E quem sabe, enquanto ele tricota a próxima meia, ele se lembre de que as reformas verdadeiras vão além de linhas e agulhas.
"Moral da história": Às vezes, os governantes precisam de um entrelaçar de ideias para enxergar o arco-íris de seu povo, onde lilases, pinks e outras tantas cores coexistem em harmonia, mesmo nas cidades onde se acreditava existir apenas uma tonalidade. 🌈✨
"Reflexões Cotidianas" - atenção, tudo é coincidência; nada é real. 😂
Seria verdade
O homem sofre da verdade.
Do desejo sádico,
que não consegue conter.
Da raiva que causa que causa culpa.
Do medo de sentir a raiva.
Porque sentira raiva, não é cômodo.
E assim, esconde-se a raiva.
Passando a sentir medo.
Medo da raiva.
E não saber administrar esses sentimentos.
Por medo de Criador, do homem, das etiquetas.
Dos erros que são inevitáveis. Quem nunca.
Dessa forma , cria-se um mundo de projeções.
E divide, polariza.
E atira a culpa em algo, alguém, em situação.
Sendo que a única coisa que se pode doar ,
E a si mesmo.
Todo o resto é transportar coisas de um lado para outro.
E ai , o desafio. A única ação de doação do ser.
E o chamado amor desapegado.
Projetado na vida..
Mas não e culpa de ninguém.
Antes. De todos. Original.
E base da existência nessa terra.
O medo como cautela para se preservar.
E a raiva, para suportar a culpa.
Enquanto se constroem para fora.
Para dominar o planeta.
Dorme , sabendo que a verdade,
Poderia ser outra.
Pela impermanência de tudo.
E que, se alguma coisa, se
Destaca pela sua exuberância.
Foi apenas por capricho daquele,
Que a realizou. E; que irá passar. Também.
Carregando raiva, medo, culpa. Projetando
Nos objetos do mundo. Daquilo que o coração
Está cheio. O ser vive buscando. Um momento.
Que poderá realizar um pouco mais.
Da onde se encontra.
E; enquanto isso, Sonha.
Nesse imenso carnaval.
Marcos FereS
Muitas vezes pego-me a observar-me, como se fora um outro, um terceiro, até mesmo um fantasma assombrando a si próprio. É um sentimento estranho, outro dia, enquanto conversava com uma amiga sobre nossas experiências sexuais, eu não parava de me perguntar internamente o porquê de estar fazendo aquelas escolhas de palavras, não seria as palavras que eu falaria se eu fosse realmente eu. Não é estranho esses momentos em que percebemos que deixamos de ser.
Ali, de repente, fui tomado por um outro, a quem fui observando de longe, um outro que eu não conhecia, mas que ainda acho ser eu em algum espectro, alguma nuance. Um eu reprimido.
Outras vezes que percebo esse fenômeno é quando me apaixono por alguém, abandono-me fácil de mais. Meu espirito sóbrio foge do meu corpo, como em uma espécie de projeção astral. Mas meu corpo não fica oco, logo trata de si preencher e penso, falo e ajo de um jeito absurdo, clamando pela atenção de estranhos. Por isso não gosto muito de mim quando me apaixono e isso tem acontecido com certa frequência, digo que conheci um menino na segunda e na sexta não paro de pensar na nuca de um outro. É repugnante me assistir agindo dessa maneira, se apaixonando por puro tédio e se convencendo de que esses sentimentos são reais. E chega a ser patético me ver me humilhando assim.
Quem sabe esse não seja um problema a ser resolvido, tenho que aprender a conviver com essas versões espaçosas de mim.
Naufrágio da vida.
Pedro sofreu um naufrágio.
Maria sofreu desilusão.
Pedro se pegou a uma bóia.
Maria se fez vítima se apegar a pessoas.
Pedro nada fez ,senão espera.
Maria nada fez se . E ficou a lamentar.
Pedro ao passar tempo foi ficando fraco.
Maria passar tempo foi se isolante .
Pedro podia ter tentado remar .
Maria podia ter vivido novas histórias.
Pedro podia ter mudado seu fim.
Maria podia ter dado fim sua lamentação.
Pedro apegado sua bóia , não quis remar , ele estava tão próximo a praia,queria esperar ajuda , não quis se ajudar,morreu boiando, e morreu sem tentar.
Maria também morreu triste , sozinha se apegou em suas lamento,seus amigos,que não era tão amigo.
Pedro morreu sem tentar sem lutar.
Maria morreu sem tentar mudar de amizade,novos amores.
Maria e Pedro se tivessem lutado,
Teriam mudado suas histórias,ter se conhecido e vivido felizes .
08/08/18 A.:T.:D.: Mesquini A13X
CALÚNIA...
Freud disse “Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”, entendeu?! Essa frase diz não somente o sentido próprio dela. Portanto, quando alguém tentar te envenenar contra outra pessoa; analisa primeiro o perfil do caluniador! Pois o caluniador sempre se acho no direito de ser o perfeito! Cuidado, cuidado, cuidado! Hoje em dia, as pessoas são mais influenciadas por falsos conteúdos; respira! E foca ao teu redor para ficar atento, e ter visão, de quem é bom, ou ruim! Se tu tens um colega, vizinho, ou, no âmbito do teu meio pessoas com esse perfil! Tome atento! A inveja entra nesse meio, tentando afastar as pessoas umas das outras; Pois bem, jamais alguém; quer o bem, muitos usam estratégia de fala que se tornam demônio, e se não prestares atenção serás envenenado. Seja o que diz, Paulo Coelho nesse pensamento, "A língua que calunia mata três pessoas ao mesmo tempo: a que profere, a que escuta, e a pessoa sobre a qual se fala". Prestou atenção! Te digo: quando alguém tentar te envenenar dizendo alguma coisa sobre outra pessoa; não se irrite, seja inteligente, analise a onde ela quer chegar, com suas palavras infames! Diz também que quando falamos do outro, existe algo de muito pior nosso naquilo. Por isso, tira um tempo para plantar flores, e não semeia picuinhas! E se tiver um tempinho pega a Bíblia e leia o livro de Tiago, ele fala como a nossa língua é péssima, veneno mortífero! Tanto semeia como devasta! Tome atento aos ti,ti,ti! Em partes isto é óbvio, mas nem sempre nos damos conta disso! Veja! "A calúnia destrói a obra de Deus nas pessoas; a calúnia nasce de uma coisa muito ruim: nasce da inveja. E quem traz picuinhas aperta a mão de satanás". E o inimigo está na estreita cutucando desavenças; e tentando afastar as pessoas umas das outras. E quem vive de mexericos aperta a mão de satanás. O diabo! Por fim, deixo-lhe esse pensamento de Mikhail Baryshnikov que diz, "Não tento dançar melhor do que ninguém.Tento apenas dançar melhor do que eu mesmo".
A diferença e solidariedade
A história narra a amizade de Artur, Pedro e Raul. Artur e Pedro são garotos pobres, no entanto, Pedro é ambicioso odeia ser pobre e tem inveja de Raul um garoto rico, bondoso com seus amigos.
O seu melhor amigo Artur é muito inteligente e para agradecer as suas ajudas, costuma auxiliar ele nos deveres de casa. Porém, Pedro é ambicioso aproveita a amizade dele, mas mesmo assim Raul o ajuda sem problemas.
Os pais de Raulempre o ensinou a ser caridoso e bondoso, pois a vida é uma caixa de surpresa, nunca iremos saber como será o dia de amanhã.
Raul é sempre nobre sempre ajuda seus amigos nas horas mais defícies, ele é muito atencioso e percebe o comportamento de Pedro, mas, finge não perceber para que possa ajudar ele no seu jeito de ser, mais humilde com o próximo. Raul admira Artur, pois mesmo sendo pobre leva uma vida alegre e humilde.
Um pensamento que Raul carrega consigo é que apesar das diferenças devemos ser solidários um com os outros, Artur é humilde e Pedro é ambicioso, apesar disso, devemos ser bondosos e caridosos, pois o amanhã não nos pertence só pertence a Deus.
Quando crescer, quero ser pipa
Cores dançantes em um mar de azul. Assim Pedro vê o céu repleto de pipas da laje de sua casa. Ansioso, inicia o desenrolar de sua linha, o vento amigo está a seu favor, sua pipa vermelha levanta voo. Pedro “dá linha”, gosta da sensação de controle, sabe que pipa feliz é pipa amarrada, se ela se perde, acaba em tragédia. Aconteceu outro dia quando Pedro teve sua pipa cortada, sabe como é, nem toda pipa do céu é pipa parceira, tem pipa que tem fio de navalha e, do mesmo jeito que andar no morro pode ser perigoso, sua linda pipa amarela foi assassinada, após o corte fatal, rodou, perdeu o cúmplice controle e caiu em seu voo final. Nunca mais foi vista, embora ainda seja lembrada.
Pedro gosta de pensar na vida das pipas como pensa na vida das pessoas, a noite, deitado na cama, planeja suas aventuras. Hoje, com sua pipa vermelha, pretende sair dos limites da favela e conhecer o mundo que existe do lado de lá, do lado que ele nunca foi. Será que a linha vai dar?- pensa consigo.
Dá um puxão na pipa para ver se ela responde, ela puxa de volta. Tá tudo bem, ele pensa. Pedro gosta de imaginar que quando o sol reflete no papel de seda e ele consegue ver um pequeno brilho é sua pipa sorrindo, que ela sorri porque está voando. Aí Pedro fica feliz e sorri também. Mas interrompe o sorriso e para por um minuto, concentra-se, lembra da palavra da mãe, tem medo de cair da laje como caiu o Teco, seu vizinho. Foi outro dia mesmo, Teco estava tão feliz com sua pipa voadora que esqueceu que o chão tinha fim. Pedro sente falta dele, mas no fundo, tem esperança que ele more no mundo das pipas perdidas, talvez até conheça sua pipa amarela. Lá deve ser mais bonito que aqui, ele pensa.
Quando crescer Pedro quer ser piloto de avião, quer subir lá onde as pipas vão. Mas ainda não tem certeza. Ele queria mesmo era ser pipa.
É para os casal que cliquei, mas serve para todos os casais.
Pedro,
Somos teu pai e tua mãe, vamos guiar seus passos por esse lugar maluco que é o mundo,
nos desculpe filho , infelizmente não teremos todas as respostas para te dar , não teremos todas as saidas para voce, muitas vezes nos sentiremos tão ou mais perdidos que voce no caminho. Mas saiba filho , que estamos aqui não apenas para guiar seus passos, mas para ser guiado por voce também, para que na vontade de te ensinar a seu uma boa pessoa, nós também consigamos nos tornar melhores.
Não somos perfeitos filhos, vamos errar muito,mas também vamos acertar, porque o acerto inicial de nossa história com voce começa por ter tido a chance de te conceber.
Vamos te guiar filho e que voce nos guie também.
outra cama
(Tradução: Pedro Gonzaga)
outra cama
outra mulher
mais cortinas
outro banheiro
outra cozinha
outros olhos
outro cabelo
outros
pés e dedos.
todos à procura.
a busca eterna.
você fica na cama
ela se veste para o trabalho
e você se pergunta o que aconteceu
à última
e à outra antes dela…
é tudo tão confortável —
esse fazer amor
esse dormir juntos
a suave delicadeza…
após ela sair você se levanta e usa
o banheiro dela,
é tudo tão intimidante e estranho.
você retorna para a cama e
dorme mais uma hora.
quando você vai embora é com tristeza
mas você a verá novamente
quer funcione, quer não.
você dirige até a praia e fica sentado
em seu carro. é meio-dia.
— outra cama, outras orelhas, outros
brincos, outras bocas, outros chinelos, outros
vestidos
cores, portas, números de telefone.
você foi, certa vez, suficientemente forte para viver sozinho.
para um homem beirando os sessenta você deveria ser mais
sensato.
você dá a partida no carro e engata a primeira,
pensando, vou telefonar para janie logo que chegar,
não a vejo desde sexta-feira.
Pedro: E final feliz com beijo só foi inventado nos romances do século 17. Beijo no final só serve pra tranquilizar todo mundo dando ideia de que os amantes não vão mais enfrentar obstáculos. Mas sem obstáculos o amor acaba, não há mais o que contar, acabou o romance.
Ana: Nem beijo, nem morte... Não tem saída?
Pedro: Eu acho que a saída é não desistir de procurar saída. Mesmo que ela não exista.
Ana: Talvez as histórias de amor sirvam pra isso.
Pedro: Isso o que?
Ana: Encorajar os casais a não desistirem de procurar uma saída
Pedro: Pode ser.
"Então, Jesus disse aos doze: 'Vós também vos quereis ir embora?' Simão Pedro respondeu: 'A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus'. "
(João 6, 67-69)
>> Esta é a pergunta que Jesus nos faz hoje: "Vós também vos quereis ir embora?" ... E qual será a sua resposta para Ele, você irá embora ou responderá como Pedro!?
