Cronicas de Luiz Fernando Verissimo Pneu Furado
Me desculpe, mas eu não acredito no amor. Eu até queria acreditar, mas a vida vem me obrigando a fazer o contrário. Quando eu acreditei que seria sincero, acabei me deparando com o que costumo chamar de “decepção” ou “tapa na cara”. Sabe aquela escorregada que você precisa dar pra aprender a levantar? Então, é disso que estou falando. E tem sido assim. Não acredito no amor, não acredito nas pessoas, não acredito em mim. As pessoas não gostam de você pelo o que você é, elas gostam pelo o que você pode oferecer a elas. Costumam chamar de “desilusão” quando descobrem que o que queriam, você não pode dar e te descartam como objetos. Então, pergunto a mim mesma: o que move o mundo, o desejo de parecer ou o desejo de ter? Indago-me algumas vezes, percebo que sou incapaz de compreender. Ao menos sei que o que move o meu mundo é o desejo de ser, ser alguém que ama e acredita, confiante, que é amado. Mas, por enquanto, continua sendo apenas um desejo.
O que quero dizer é justamente o que estou dizendo. Não estou com pena de mim. Está tudo bem. Tenho tomado banho, cortado as unhas, escovado os dentes, bebido leite. Meu coração continua batendo - taquicárdico, como sempre. Dá licença, Bob Dylan: it’s all right man, I’m just bleeding. Tá limpo. Sem ironias. Sem engano. Amanhã, depois, acontece de novo, não fecho nada, não fechamos nada, continuamos vivos e atrás da felicidade, a próxima vez vai ser ainda quem sabe mais celestial que desta, mais infernal também, pode ser, deixa pintar.
Só que desta vez por mais nojeiras que imaginasse sobre meu corpo caído lá embaixo, não sei por que, a vontade de saltar continua. Mas eu resisto. Não que alguém fosse sentir muita falta minha ou se achar, sei lá, sacaneando com a minha morte. (…) Ninguém. Eu comecei a enumerar nos dedos quem poderia sentir a minha falta: sobraram dedos. Todos estes que estou olhando agora.
Uma vez eu disse que a nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo, você riu porque eu dizia que não era cantando desvairadamente até ficar rouca que você ia conseguir saber alguma coisa a respeito de si própria, mas sabe, você tinha razão em rir daquele jeito porque eu também não tinha me dado conta de que enquanto ia dizendo aquelas coisas eu também cantava desvairadamente.
Não espero nenhum olhar, não espero nenhum gesto, não espero nenhuma cantiga de ninar. Por isso estou vivo. Pela minha absoluta desesperança, meu coração bate ainda mais forte. Quando não se tem mais nada a perder, só se tem a ganhar. Quando se pára de pedir, a gente está pronto para começar a receber.
Só mudei de opinião, mas meus sentimentos continuam os mesmo, com exceção da dor, que ficou mais intensa longe de você, sinto falta, mas já doeu uma vez, talvez eu não seja capaz de suporta-la novamente. E de tudo isso eu aprendi que se entregar de corpo e alma à uma pessoa não é o suficiente pra faze-la feliz. Queria acreditar que como em filmes no final tudo daria certo, mas preciso de motivos... faz acreditar que o mundo não é só aflição?
Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome.
Ele não queria entrar noutra história, porque doía. Ele não queria entrar noutra história, porque doía. Ela tinha assumido seu destino de Mulher Totalmente Liberada Porém Profundamente Incompreendida E Aceitava A Solidão Inevitável. Ele estava absolutamente seguro de sua escolha de Homem Independente Que Não Necessita Mais Dessas Bobagens De Amor.
Andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro (a) mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo(a), há então uma morte anormal. O nunca mais de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter nunca mais quem morreu. E dói mais fundo - porque se poderia ter, já que está vivo(a). Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: never.
Ah, no fim destes dias crispados de início de primavera, entre os engarrafamentos de trânsito, as pessoas enlouquecidas e a paranóia à solta pela cidade, no fim destes dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa e passa a mão na minha cara marcada, no que resta de cabelos na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fundo quente da curva do teu ombro. Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta e você me leva para Creta, Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem. O telefone toca três vezes. Isto é uma gravação deixe seu nome e telefone depois do bip que eu ligo assim que puder, 0K?
(...) Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta (...).
Calhambeque...
Lata furada. E pneu vazio.
Este é o meu carro cozido,
Enlutado por um vazio brio,
Com o qual o sorriso é lido.
Sou o teu velho calhambeque,
Apenas tenho um centavo,
Nem gasolina, nem leque-leque,
Apenas conheço esta cruz. Este cravo.
Ouço a voz de um carona,
Será que acertei na mega?
Será que esta pessoa é cega?
Quase me atropelou na quinta com a nona,
A mulher que passou é bonita,
Nenhuma carona ofereceu. Calhambeque, me evita!?
Se tivéssemos em nossas vidas
Gente que tem prazer em ajudar trocar o pneu
como tem de passear no carro
Gente que ajuda a arrumar a casa
Com a mesma alegria que participa da festa
Certamente tudo seria mais fácil.
O grande problema e que parte das pessoas
Que conhecemos são oportunistas
Gostam de falar mas não gostam de fazer
Adoram um fotografia mas pouco ajudam a melhorar o cenário
Tem sempre tempo para palpite
Mas nunca aparecem para um bom paporesponsável.
Gosto de gente que gosta da gente
Que vai até perto do chão para nos dar a mão
Que coloca o dedo na cara quando estamos errados
Que abre mão da mediocridade simpática para de fato ser amigo.
Não gosto de quem gosta dos meus erros
De quem muda o mundo para que eu caiba
Gente que tem lado – mesmo que seja o lado errado
Gente que não me cobra o direito de ser melhor.
Prefiro os que colocam pimenta em minha boca
Do que aqueles que dão água para os meus fantasmas
Dê valor a quem quis ficar e esperar pelo seu tempo de despertar...
Paciência, tolerância, cumplicidade, compreensão e braço forte são coisas raras de se ter...
Devolva em reciprocidade esta devoção no melhor que puder, mesmo que por gratidão, admiração ou respeito.
Porque isso é amor demais... e amor sempre merece resposta.
Minha companheira,
Torço e oro por você,
nunca te quis infeliz e nunca assim será.
Desejo que seja inteira, que se apodere de sua vida,
que seja capaz de se bastar,
compreenda que felicidade não tem como base a dependência do outro.
Serei vigilante, mesmo distante, por ti bem querer, mesmo não podendo mais ser seu companheiro.
Por ti, meu respeito, minha admiração.
Somos cartas sobre a mesa
verdades estampadas,
me permita ir,
mas deixe a chama acesa...
Simplifiquem.
Não potencializem problemas.
Não valorizem ressentimentos ou mal entendidos, tornem as coisas mais fáceis para vocês e para todos.
Façam por menos, tenham mais tolerância, perdoem-se e perdoem o outro, ninguém nunca será perfeito, todos erram.
Semeiem a paz, a maioria já complica demais...
Não se percam.
Pessoas certas, momentos errados...
Mas quem disse que não haverá um momento certo?
Quem de nós tem uma bola de cristal para saber a hora e o momento em que duas pessoas estarão inteiras e disponíveis para se encontrar e fazer dar certo?
A magia está em quando acontece, seja coincidência, destino, fé, mas como saber?
Tentando amigos, se a gente não tentar, nunca saberá!
Quando acontecer, eternize.
.. são apenas flores... mas servirão para enfeitar os dias de seu caminho...
São apenas flores... mas sem iniciais nas pétalas... para que marquem apenas... um momento de felicidade...
São apenas flores... cuja beleza se vergam frente a uma grande amizade... à uma grande alegria... e, à felicidade...
São apenas flores... que simbolizam... um momento perene... de entrega e de esperança...
Aceite-as... são apenas flores!
ORAÇÃO DOURADA
SENHOR,
Não Vos peço que me mandes Luz, Senhor...
Quero apenas enxergar a que possuo.
Não Vos peço que elimine as minhas feridas,
quero apenas saber em que parte de mim
guardaste o lenitivo para elas, meu Pai.
Não Vos peço que me dês forças,
quero apenas conhecer o modo
de utilizar o que já me destes.
Não Vos peço poderes, meu Deus,
quero apenas empregar os que possuo.
Não Vos peço coragem, Senhor,
quero apenas dominar os meus temores.
Não Vos peço amor, Santíssimo,
quero apenas a destreza para
lidar com os meus ressentimentos.
Não Vos peço a verdade, Amado,
quero apenas a consciência de que
ela existe e está em mim e que eu possa
no final erguer a mim em altura e ao teu lado
me sentir bom, pois muitos julgam-se bons,
mas só se é, quando não se julga...
Esta noite.
Aquela lua na janela reflete turva minha solidão;
Meus passos se tornam uma melodia na noite silenciosa;
Minha anarquia pré definida não demonstra nenhuma lógica;
Minha bebida apaga o fogo do meu coração;
Meu cigarro faz do ar algo respirável;
Minha musica me deixa surdo para as besteiras ditas pelos alheios;
Minha forma de pensar é algo complexo de mais pra sua sabedoria;
Meus desejos me confundem na brisa dos teus olhos;
Hoje o dia não é claro, minha rota não esta traçada;
E minha juventude esta perdida.
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