Cronica de Graciliano Ramos
Em tempos de "Baleias Azuis" e desde sempre,
os jovens precisam sentir-se acolhidos nos corações
dos pais, avós e familiares em geral.
PAIS... sucesso profissional, casa bonita, roupas caras
são menos importantes que os sentimentos dos seus filhos.
Aproximem-se deles ( se eles recuarem...
aproximem-se novamente), abracem, ouçam seus filhos.
AVÓS... mantenham suas portas abertas para os netos e seus amigos., a qualquer hora.
Tenham sempre um "bolo de vó" e chocolate quente
à espera deles... Mostrem-se menos preocupados com os farelos derrubados no chão e mais felizes por tê-los por perto;
Riam com eles, mostrem-se acolhedores mesmo quando erram, indiquem-lhes o caminho , sem reprimendas...
Lembremo-nos: famílias amorosas têm menos possibilidade
de perder para qualquer maldita baleia.
Cika Parolin
"Era uma vez uma menina"...
Pés no chão, cabelo mal cortado com a tesoura sem fio;
roupas velhas e apertadas (a menina crescia).
Ela gostava de se esconder nos fundos da velha casa
onde podia dar asas à imaginação,
sonhar que era uma princesa
e imaginar que em breve seria resgatada
para morar no castelo...(então a menina chorava).
O tempo passou...
A menina ganhou corpo
e o pequeno espelho lhe dizia que era bela
(então a menina sorria)
Ah o tempo, sempre o tempo...
Com o tempo construiu os próprios caminhos,
sobreviveu, venceu...
Mas ainda hoje, vive dentro dela
a menina das unhas sujas de terra,
que nadava no rio e corria livre pelos campos
com o sol a lhe aquecer o rosto e o coração.
Cika Parolin
Sou humana...
Algumas vezes também quero chutar baldes, mandar "catar coquinhos", mandar ver se estou lá na esquina...
Mas alguma coisa me segura e penso: deve estar triste, deve estar com problemas, deve estar com isso ou aquilo...
E lá se vai a minha zanga... afinal eu sou humana...
Cika Parolin
Quisera transformar o meu sentir
no mais lindo poema,
nas palavras mais perfeitas
e nunca antes ditas!
Mas qual o que, não basta querer!
É preciso que a poesia queira ser escrita,
que se deixe "incorporar" e que flua com leveza,
que execute, no papel, a sua dança...
Simples, bela, diáfana
qual asa da libélula.
Cika Parolin
"Estou contigo" são só duas palavrinhas,
mas soam como música aos nossos ouvidos
e têm o poder mágico de nos fazer acreditar
que a amizade, a solidariedade e os sentimentos fraternais
são mais do que meras palavras.
Sou grata a Deus por me apresentar, com tanta frequência,
a verdadeiros amigos.
Cika Parolin
No breu da noite
os olhos procuram em vão perceber
a luz que servirá de guia;
os ouvidos buscam os sons
que mal se distinguem do silêncio e da monotonia.
Todos os sentidos se apuram
e a impenetrável escuridão angustia...
Resta apenas a espera pela madrugada,
que trará consigo a luz de mais um novo dia!
Óbvio que, como todos, cometo inúmeros erros.... mas dentro do que é possível, procuro agir com um mínimo de discernimento e serenidade. Se eu transformar qualquer acontecimento desagradável num "cavalo de batalha" a minha vida terá um sabor demasiadamente amargo e não conseguirei construir ao meu redor um mundo mais tolerante e feliz. Por essa razão esforço-me para evitar julgamentos precipitados e bem avaliar os motivos e razões de todas as partes envolvidas nos conflitos de personalidades e divergências de opiniões que podem ocorrer...
Agir desse modo não me torna nem pior nem melhor que ninguém,
mas me parece que repensar, reconsiderar, desculpar-me sempre que reconheço uma falha, não dói tanto quanto ter que dormir com
o coração pesado de mágoa.
Cika Parolin
Simplesmente escrevo...
Sem buscar rima ou métrica!
Apenas escrevo o meu sentir...
Algumas vezes sobre alegrias,
outras sobre lembranças e memórias de outros tempos,
noutras ainda, sobre os machucados que a vida impõe...
Na escrita deixo transparecer a ausência de amargor
e a positividade que me caracterizam,
apesar de alguma inevitável dor.
Cika Parolin
É preciso um olhar atento...
Um olhar atento à dor do outro
para sabermos que nossas dores não são tão grandes;
Um olhar atento para as belezas que nos cercam
para entendermos o que o Universo
nos apresenta coisas belas a fim de confortar nossa alma.
Um olhar atento ao nosso interior
para bem burilarmos o que fere
e valorizarmos nossa essência simplesmente humana.
É preciso um olhar atento...
Cika Parolin
Acreditem...
Sou do tempo em que os namorados se escreviam cartas!
O tempo entre uma carta e outra era enorme e quando finalmente chegavam eram como brasas queimando as mãos,
visto que nunca se sabia o que nelas continha: frases de amor reiteradas ou um belo pé no traseiro, escrito com muita elegância e cuidado... Hoje isso deve ser motivo de riso, pois em tempos de comunicações instantâneas é impensável "falar" de 20 em 20 dias.
Tudo isso para dizer que os recursos que os jovens dispõem, e acham naturais, eram impensáveis na minha juventude...Juventude em que ter um radinho de pilha, para ouvir Elvis Presley, era o máximo da tecnologia. (risos)
Acho maravilhoso ver avanços tão significativos e que nem sonhávamos pudessem existir algumas décadas depois.
Cika Parolin
Quero afetos verdadeiros...
Cansei das amizades efêmeras
que sobrevivem apenas ao calor da estação.
Quero dar e receber ombros calorosos
nos momentos de dor...
Prefiro a palavra sincera (mesmo que doa)
ao elogio bajulador...
Quero a estrada de "duas mãos"
ou então, o caminho onde se pode dá-las
e caminhar na mesma direção.
Cika Parolin
Quero afetos verdadeiros...
Cansei das amizades efêmeras
que sobrevivem apenas ao calor da estação.
Quero dar e receber ombros calorosos
nos momentos de dor...
Prefiro a palavra sincera (mesmo que doa)
ao elogio bajulador...
Quero a estrada de "duas mãos"
ou então, o caminho onde se pode dá-las
e caminhar na mesma direção.
Cika Parolin
Intrigam-me atitudes belicosas...
Pergunto-me que vantagem há em gritar "aos quatro ventos"
que fulano é isso ou fulano faz aquilo? Tão bom seria se cada um
vivesse a própria existência e simplesmente ignorasse o que
os outros fazem com a sua... Cada pessoa é responsável por
seus atos e todos eles ficam patentes sem que se precise
fazer o menor esforço para evidenciar as falhas alheias.
Entendo que esse esforço para denegrir o próximo
só demonstra uma fragilidade de caráter
de quem usa desses métodos.
Cika Parolin
Agora que tudo é silêncio,
a noite vagarosa me permite ouvir
os ruídos mais distantes de dentro da alma.
A hora em que o que vai dentro
toma forma e vem à tona...
Os afetos perdidos, a infância sofrida,
as lutas vencidas...
Tudo o que o burburinho do dia abafou
toma vulto e ganha contornos de nostalgia,
não necessariamente triste
mas como um livro que se folheia
para encontrar uma passagem interessante
ou a história mais bonita.
Cika Parolin
Quanto sofrimento o "obstinado em ferir" deixa transparecer...
No fundo ele fere para chamar atenção sobre si, uma vez que
dispõe apenas desse recurso para gritar ao mundo que existe...
Mal sabe ele que se fizesse o bem, "pra variar", todos o notariam
e o quereriam por perto.
Cika Parolin
Lá fora o mundo não para...
Roncos, buzinas, latidos, o gorjeio dos pássaros,
a serra elétrica nalguma construção,
gritinhos de euforia de crianças na praça,
o liquidificador da vizinha... Ouço-os...
Sim ...é a vida que fervilha
e me chama para fazer parte dessa "algazarra" de sons
que no afã das obrigações mal percebemos...
O riso, o choro, a festa, o luto...
tudo está lá fora todos os dias
e em alguns aqui dentro.
Cika Parolin
A arte de navegar em mares bravios,
de lutar para não ser levado (a) pelas correntezas,
de nadar em meio a noite escura...demanda recursos
que muitas vezes não supúnhamos que existissem...
Acredite! Eles estão lá guardados dentro de nós
para quando os tempos não forem de calmaria.
Cika Parolin
A arte de navegar em mares bravios,
de lutar para não ser levado (a) pelas correntezas,
de nadar em meio a noite escura...demanda recursos
que muitas vezes não supúnhamos que existissem...
Acredite! Eles estão lá guardados dentro de nós
para quando os tempos não forem de calmaria.
Cika Parolin
O entusiasmo também cala...emudece...
É preciso estar atento para não ser, antes da hora,
como o ancião para o qual quase nada interessa...
Como se não valesse mais a pena realizar sonhos,
mudar de casa, viajar, ir a festas...
Apenas espera a inexorável viagem,
congelado nas lembranças de outrora...
Cika Parolin
Como é democrática a escrita...
Cada um escreve sobre o que sente e gosta...
Alguns se realizam escrevendo sobre tórridas paixões,
descrevendo corpos em sua riqueza de detalhes...
Outros, românticos, falam dos encantos da flor e do amor...
Quanto a mim escrevo sobre as observâncias do cotidiano...
não busco a rima e a metáfora perfeitas... busco retratar
a vida como ela é, com suas alegrias e dores.
Cika Parolin