Criancas como o Futuro do Amanha

Trocar um sofrimento por outro é, muitas vezes, tão grande alívio como sentir o fim do sofrimento.

Quem dos outros ri, deve recear que, como vingança, também se riam de si.

Amar é ver-se como um outro ser nos vê, é estar apaixonado pela nossa imagem deformada e sublimada.

Nossa liberdade fundamental é o direito e o poder de decidir como qualquer pessoa ou qualquer coisa fora de nós nos afetará.

Um beijo legítimo nunca vale tanto como um beijo furtado.

O orgulho é como um íman apontado constantemente para um objecto; a personalidade; porém, ao contrário do íman - ela não possui polo atractivo - repele em todas as direcções.

As Palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Nada há que tão notavelmente determine o auge de uma civilização, como o conhecimento, nos que a vivem, da esterilidade de todo o esforço, porque nos regem leis implacáveis, que nada revoga nem obstrui. Somos, porventura, servos algemados ao capricho de deuses, mais fortes porém não melhores que nós, subordinados, nós como eles, à regência férrea de um Destino abstracto, superior à justiça e à bondade, alheio ao bem e ao mal.

Não importa como uma pessoa morre, mas sim como ela vive.

Inconstante, como aura, é por natureza / o pensamento dos jovens.

As nações não têm grandes homens senão contra a vontade delas - assim como as famílias.

Algo como o mau tempo, na verdade, não existe. Existem, sim, vários tipos de bom tempo.

Como é terrível conhecer, quando o conhecimento / não favorece quem o possui!

Ideias são como barbas: o homem só tem uma quando ela cresce.

Para os problemas de estilo, nada com a corrente; para os problemas de princípios, sê firme como um rochedo.

Que há de mais absurdo que o progresso, já que o homem, como está provado pelos fatos de todos os dias, é sempre igual e semelhante ao homem, isto é, sempre em estado selvagem.

O erudito é como o corvo que alimenta os seus filhotes vomitando o que comeu. O pensador é como o bicho da seda, que não nos dá folhas de amoreira, mas seda.

A felicidade não é um luxo: está em nós como nós próprios.

Se é verdade que nos habituamos à dor, como é que, com o andar dos anos, sofremos cada vez mais?

Vivemos com os nossos defeitos como com os cheiros que temos: não os sentimos, eles só incomodam os outros.