Cora Coralina Poema do Futuro
Canção da Saudade
Saudade, palavra doce,
Que traduz tanto amargor!
Saudade é como se fosse
Espinho cheirando a flor.
Saudade, ventura ausente,
Um bem que longe se vê,
Uma dor que o peito sente
Sem saber como e porquê.
Um desejo de estar perto,
De quem está longe de nós;
Um ai que não sei ao certo
Se é um suspiro ou uma voz.
Um sorriso de tristeza,
Um soluço de alegria,
O suplício da incerteza
Que uma esperança alivia.
Nessas três sílabas há de
Caber toda uma canção:
Bendita a dor da saudade
Que faz bem ao coração.
Um longe olhar que se lança
Numa carta ou numa flor,
Saudade – irmã da esperança,
Saudade – filha do amor.
Uma palavra tão breve,
Mas tão longa de sentir
E há tanta gente que a escreve
Sem, a saber, traduzir.
“Gosto amargo de infelizes”
Foi como a chamou Garrett;
Coração, calado, dizes
Num suspiro o que ela é.
A palavra é bem pequena,
Mas diz tanto de uma vez;
Por ela valeu a pena
Inventar-se o português.
Saudade – um suspiro, uma ânsia,
Uma vontade de ver
A quem nos vê à distância
Com os olhos do bem querer.
A saudade é calculada,
Por algarismos também:
“Distância” multiplicada
Pelo fator “Querer bem”.
A alma gela-se de tédio
Enchem-se os olhos de ardor...
Saudade – dor que é remédio,
Remédio que aumenta a dor.
estranhos
meu maior medo é continuar nessa relação por não
saber como ir embora.
e a gente se perder de uma maneira tão brutal
que nossas novas versões já não façam sentido
um pro outro.
Caverna sombria
Inusitado os seus olhos
Sujos; coerentes; imundos
Irônico os seus sorrisos
Fingidos; disfarçados; bem desenhados
Deslumbrantes os seus olhos,
Atravessam os meus
Quando procuro o interior do seu ser
Dentre o romper das cachoeiras,
Me sufocarei nos seus braços,
No cantar dos sábias,
Procurei inspiração
Para desenhá-la, para traçá-la,
Descrevê-la
No branco das nuvens
Na brisa que procura
Serei a sua luz
Que a guiará até o fim
De uma caverna
Sombria.
Descobri o meu país
Subi a montanha
e no seu topo os anjos me cercaram
e me engrinaldaram a fronte
com as flores do céu.
Asas zumbiam
em harmonias fragílimas
e vozes de arcanjos louvavam a paz.
Derramaram sobre meu corpo
sete bálsamos purificadores
e fizeram-me beber
ambrosia e mel.
Banharam-me no rio da música
e eu saí ingênua
como o canto de uma criança.
E depois surgiram novos anjos
e não havia noite
e não havia dia.
E a ambrosia e o néctar
deslizavam com fartura celestial.
E novas canções se entoaram
sempre em louvor a Deus.
E não havia noite
e não havia dia.
E aos poucos cresceu dentro de mim
o desespero
e eu busquei em vão os olhos celestiais.
Eles nada diziam
e cantavam a paz.
E aos poucos uma nostalgia
me enlanguesceu
e eu era o arco distendido
sem a flecha
e eu buscava o ar
sem respirar.
Um anjo me interrogou: mais néctar?
Eu gritei: quero cheiro da terra!
E o anjo me perdoou
E eu cansei de ser perdoada,
eu queria sofrer.
E não havia noite e não havia...
Quebrei minhas asas,
desci a montanha
e vivi na Terra!
Homens amavam
e cansavam do amor.
Homens bebiam sangue
e descobriam
que não desejavam brigar
Entoavam-se cânticos místicos
onde só havia a insatisfação.
E depois homens morriam
e todos sabiam que era o fim.
Nem a terra,
nem o céu!
Fechei-me num quarto,
inventei outro Deus,
outro céu, outra terra
e outros homens.
Nota: Esse é um dos dois únicos poemas que foram publicados em vida por Clarice Lispector. O outro poema publicado em vida pela autora é A mágoa.
...MaisSem desejo sem saída, apenas a fuga
A partida
Partir o coração
Sem desejo, sem um vão
Apenas a dor da solidão
Por que tanta amargura em meu coração?
Por que mereço tal prisão?
Onde estas a liberdade que mereço?
Nasci neste mundo sem ter o direito de escolher
A permissão de viver, neste mundo....
eu disse eu te amo pra tantas pessoas
uma delas foi embora
outra morreu
outra está à beira da morte
dentre todas essas a que mais me amou
fui eu.
Agressão
Um sofrimento
Que surge nos olhos
E não quer sumir,
Tantas opressões,
E em cada opressão
Uma morte na alma,
Um mundo em gelo.
É outono.
Venta.
Das árvores folhas caem,
Folhas mortas,
Folhas secas,
Folhas enrugadas,
Sofridas e vividas.
É outono.
O céu nublado,
O sol calorento,
O mar calmo.
Marulhos penetravam
Na areia tenra
e acomodada.
É outono.
O sol já se foi.
A noite chega
Trazendo com ela
A lua e as estrelas
E, as árvores despidas
Sentem frio.
É outono.
Árvores morrem.
As folhas permanecem
Sobre a terra.
O vento chega e
leva consigo a
amargura do sofrimento
E semeia na terra
uma nova semente.
É outono.
À flor da pele
Onde foram os espelhos
Da comparação
Pra me fazerem
Lembrar o passado lasso,
Ver todas as diferenças
Retratadas
A beleza é uma quimera estética
O que vale é o que reflete
Por dentro.
Manchas rubras se derramaram
Nesta terra
Nossa raça é cerúlea
Por ironia.
Somos de garbo,
Vencemos muitas prendas!
À procura
Procuro algo em mim
Entre duas pedras
Dentro de um vulcão voraz.
Procuro meu ser poeta,
Que só o meu destino
Pode encontrar!
Onde não sei…
Vejo tudo em neblinas.
Espírito natalino
Se todas as crianças
Tivessem ao menos um lar,
Elas seriam felizes?
Se todas as crianças
Tivessem brinquedos,
Elas seriam felizes?
Se todas as crianças
Tivessem escolas?
Se todas as crianças
Pudessem se sujar,
Jogar bola, pular,
Dançar, rir, e sonhar…
Se todas as crianças fossem
Apenas crianças,
E são!
Se o Natal, fosse
Todos os dias,
E todas as crianças
Vivessem felizes?
Sem guerra, sem briga,
Sem tristeza…
Não sei falar de amor
como aqueles que o possuía
Sou um romântico, na teoria
que não ama como queria
Mas, acredita que um sentimento assim
existe para quem sabe apreciar
A pureza do amor
que todos querem
E tão poucos aprendem a amar
Ragnarok
Tenho a fúria de Thor investida no meu coração,
A cada verso, a cada palavra,
Sinto a força a força do martelo,
A vibração na bigorna,
O choque do trovão.
O olhar de Odin reside em mim,
Sinto o passado, futuro e presente,
Sinto a sua curiosidade sem fim.
Sinto a sua sabedoria, estranhamente,
Como se conhece-se o mundo, inteiramente.
Sou Loki,
Com a sua mentira,
Invejoso,
Com a sua raiva,
Ganancioso,
Sinto a sua vontade
De enganar,
Mostrar a minha esperteza,
Quero roubar
O que deveria estar na minha mesa!
Na noite,
Bebo o hidromel,
Viro Egill,Jórunn, Gunnar:
Poeta e guerreiro,
Não haverá cordel
Que me vá segurar.
Sou Vidar!
Quero vingança!
Quero hornar
Os que perderam a esperança.
Quero vingar
Quem se perdeu na matança!
Com palavras e noção:
Esmago,
Corto,
Perfuro,
Qualquer coração.
Versos são sapato e espada,
É meu destino matar o cão!
Só por amor
Só por amor
Só por paixão
Só por você
Você que nunca disse não
Só por saber
Que o coração
Sabe demais
Que a razão não tem razão
Por você que foi só minha
Sem jamais pensar por quê
Por você que apenas tinha
Razões e mais razões para não ser
Só por amor
Só por amado
Só por amar
Meu amor, muito obrigado
Meu amor, muito obrigado
Eu Lírico
Ó Grande Pensador
O Que me deste
Além de dor
O que eu deveria relevaste?
O que posso considerar Impostor?
Além da vida que me Traste
O que eu posso falar sobre tal lírico
Se nem de verdade sei quem sou
O mundo tão hipnótico
Pois a realidade não lhe aconchegou
Talvez se eu fosse lírico, seria mais real?
Pois o mundo está cheio de pessoas
Que são tão líricas quanto Superficial
O grande pensador
E além de tanta dor
O tanto que pensou
A realidade virou lírica como o Impostor.
E todas as vezes que
Eu chorar, saiba que é por ti.
E todas as vezes que
Me declarar, saiba que é assim.
Todas as vezes que
Eu disser que te amo.
Acredite!
Meu mundo sem você,
Não existe.
Porque você me liga só quando te supero?
quando gosto de ti, por dias uma mensagem sua espero,
não recebo nada,
penso que sou trouxa e apaixonada...
Passo dias tentando te esquecer,
aí você vem e resolve aparecer!
A chuva cai torta
Como as minhas lágrimas
Na direção do vento
Escorrendo pelas calçadas
As pétalas voando
De um buquê de flores
Que eu nunca ganhei
E não fico esperando
Passaram lindas
Girando como em uma dança
E leves como o coração
De uma criança
O meu choro era pesado
Pesava mais que uma nuvem carregada
Porque levava a tristeza
Que também escorria pela calçada
Um dia daqueles
Que o sol já não brilhava
Que meus olhos não sorriam
E o silêncio dominava
Dominava até mesmo
O barulho dos trovões
Que caiam do céu com raiva
Mas eu só via os clarões
Iluminavam os meus olhos
Me faziam pensar mais
Será que existe outro caminho?
Ou só cair como a chuva faz?
Não sei como expressar o meu sentimento escrevendo pois amor é inexplicável,não basta só palavras pra descrever esse sentimento invisível que sinto por você. ...
abençoado sou por te conhecer,
em meus profundos sentimentos
nunca vou esquecer,o bem que você me faz, somente você, a unica pessoa que me faz delirar, ao seu lado sempre quero estar todos os meus dias até se acabar,acordo pensando em você,imagine uma vida somente eu e você, como foi sua noite?ruim espera que eu vou até você,te dararei um grande abraço com um beijo até amanhecer, minhas profundas emoções por você,só pra te ver melhorar até o céu eu levaria pra te animar,não importo com meu tempo quando estou perto de você, pois o meu tempo para só pra ficar com você, porque isso é amor...
Meu profundo amor...
Se você contar todas as estrelas no céu ...
Quantos luares... e por de sol...
E outros tantos amanhecer...
Todas as chuvas que caem nos oceanos...
Os grãos de areia que viajam com os ventos nos desertos...
O perfume de todas as rosas do mundo...
todos os sorrisos de crianças que brincam nos jardins...
então saberás o quanto eu AMO-TE!
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