Conto Amor de Clarice Lispector
Caminhando por um vale soturno e cheio de infortúnios e vicissitudes, sinto o peso das adversidades e o cansaço do percurso que me atravessa, em um breve instante, paro no intuito de retomar o fôlego, nesse momento ouço uma voz, a qual me causou tamanha estranheza, visto a amenidade e afabilidade que soava, ao me aproximar, vejo um imenso lago com águas turvas, muitos galhos e folhas em sua superfície, entretanto você estava lá, sentada em uma árvore, linda, bela e irradiante. Não conseguia deixar de adimira-la, muito menos sentir sua voz, a qual transmitia calma e tranquilidade. Nesse momento você olha intensamente nos meus olhos e me convida para mergulhar, sinto meu corpo sendo consumindo por um medo assustador, paralisando totalmente, visto a impossibilidade de enxergar o que estava por vir. Portando, aconteceu o que mais temia, você mergulhou e desapareceu em meio as folhas e galhos ali existente, fiquei espantado com tamanho desvelo e coragem. Por um instante exitei, contudo, fui tomado mais uma vez pela curiosidade e pela possibilidade de vivenciar algo que nunca tinha experiênciado. Assim sendo, pulei e fui o mais fundo possível, até o último ar que restava em meus pulmões, tudo ficou escuro e não conseguia enxergar mais nada, fui me perdendo em meio falta de viabilidade, foi quando você apareceu novamente, pegando minhas mãos e me convidou para acompanhá-la, foi nesse momento que me apropriei da possibilidade de compartilhar uma jornada, a qual você foi me ensinando que o caminho por mais difícil que seja, não precisa ser laborioso ou agitado, mas pode ser tranquilo, pacífico e principalmente impassível.
Passeando pelo jardim da minha casa
Rego minhas flores
Que representam minhas convicções
Que cresceram nas terras das dores e valores
Até a mais fortes das certezas são oscilantes
O infinito mora em todos os instantes
O dia morre e o escuro aparece no horizonte
E o que é perfeito era o sorriso que seus lábios escondem
Saio do jardim, entro na sala
Sento no sofá e o ócio me consome
A TV reflete meu rosto
Ao ligar, os meus traços somem
Gosto de descansar os olhos
Os males da sociedade se dissolvem
Minha pálpebra filtra a luz
Sonho que os problemas se resolvem
Acordo e as horas voaram
Pela porta da sacada entre aberta
Voltando o olhar para o jardim da infância
Que visitei mais cedo, é o único lugar que visito o dia inteiro
"Foste Flor"
Foste flor. Mostraste as pétalas antes não desabrochadas. Transformaste as manhãs sem cheiro em perfumados amanheceres ajaezados. Amanheceres adornados pelo cheiro que tu exalavas, e embelezados pelo encanto que tu tinhas. Cada movimento teu era como o balançar sutil de uma pétala ao vento, e cada palavra que dizias florescia no ar, como se brotasse de um campo imenso de vida. Não havia jardim mais bonito do que aquele que os teus gestos criavam, porque em ti havia o poder de dar cor ao que antes era apenas paisagem apagada, de trazer à vida o que estava em estado de decesso.
Houve um tempo em que tu ainda te escondias, retraída, talvez com medo de revelar tua plenitude, mas aos poucos foste se permitindo abrir. Primeiro, o caule cresceu firme, e logo as folhas começaram a mostrar o verde que nunca se imaginava tão intenso. Mas as pétalas, ah, essas guardaste por mais tempo. Eram tuas, preciosas, e não se mostrariam para qualquer um. Até que chegou o momento, e no teu próprio tempo, uma a uma, elas foram surgindo. Delicadas, vibrantes, frágeis e ao mesmo tempo resistentes.
Recordo-me do instante em que percebi que já não havia volta. Não mais eras botão, mas uma flor em pleno vigor. E o mundo parecia mais bonito com tua presença, como se todo o resto ganhasse um significado mais profundo, mais verdadeiro. Caminhar ao teu lado, nesses dias, era como passear por um campo repleto de perfumes suaves e tons infinitos. Havia uma alegria que transcendia, que nos tocava de um modo único, mesmo nas coisas simples. O brilho do sol tinha outro tom, o vento soprava com uma leveza nova. O próprio tempo parecia moldar-se ao ritmo dos teus passos.
Quantas vezes desejei que aquele instante nunca acabasse, que aquele florescer fosse eterno. Como se o próprio universo, em sua imensidão, se dobrasse ao teu redor, reconhecendo em ti uma força que não era visível aos olhos desatentos. Não, tu não foste uma flor qualquer. Teu florescer foi um marco, um ponto de virada para todos os que tiveram a honra de te contemplar.
Havia algo em ti que não se podia descrever facilmente, como se cada gesto teu fosse impregnado de um significado que ultrapassava as palavras. Foste flor, mas não qualquer flor. Foste aquela que, em meio à secura, encontrou força para desabrochar. E não o fizeste apenas para ti mesma. Cada pétala tua era uma dádiva para os que te cercavam. Era como se, ao abrir-se, também revelasses o caminho para outros seguirem.
Eu, que te observava de perto, sabia que havia muito mais em ti do que a simples beleza. O perfume que exalavas era apenas um reflexo daquilo que carregavas dentro de ti: uma essência rara, quase intangível, mas que se manifestava em cada olhar, em cada gesto. E o mundo, por mais que tentasse, nunca poderia capturar completamente o que significava teu florescer.
Agora, ao rememorar esses dias, percebo que foste mais do que uma simples flor. Foste a estação inteira. A primavera em sua plenitude, e não apenas por causa das cores que trazias. Não, era a renovação que tu simbolizavas. A certeza de que, mesmo depois dos invernos mais rigorosos, há sempre algo novo pronto para surgir. E, de fato, surgiste. Com uma delicadeza que só quem conhece as durezas da vida pode ter. Foste forte na fragilidade, e tua beleza residia justamente nesse equilíbrio.
Sinto que, ao te recordar, revivo cada detalhe daquele tempo. Os dias corriam de um jeito diferente, como se, ao teu lado, o ponteiro do relógio tivesse outra função. E as horas, tão fugazes para tantos, pareciam se expandir, como se quisessem prolongar a experiência de estar contigo. Cada segundo era vivido com intensidade, mas pacientemente. Porque, no fundo, sabíamos que o tempo, contigo, não se media em minutos ou horas, mas em momentos. Momentos que, mesmo breves, carregavam uma eternidade dentro de si.
Hoje, quando penso em ti, é impossível não pensar no que teu florescer significou para mim. Não foste apenas uma presença que passou; foste a transformação. E agora, embora o tempo tenha avançado, o que deixaste continua aqui, como uma marca inextinguível. Teu perfume, embora sutil, ainda está no ar, lembrando-me de que há coisas que o tempo não consegue apagar.
E assim, foste flor. Uma flor que não apenas enfeitou os dias, mas os transformou. Foste luz, cor, perfume e, acima de tudo, foste o renascer de algo maior do que nós mesmos. E, por isso, permaneces viva, mesmo que os dias de florescer tenham ficado para trás. O que plantaste em mim e nos outros jamais será esquecido. Porque, ao desabrochar, ensinaste-nos o que é viver plenamente, e isso, por mais que o tempo avance, não se perde. Foste flor, e isso é tudo o que se precisa saber.
Sempre nos amamos loucamente
Vivíamos sorrindo e felizes
Mas do nada tudo mudou
A tristeza tomou conta do seu olhar
O brilho que existia não estava mais ali
Algo errado que fiz, não sei dizer
Nunca terei essa resposta
Você não é mais quem eu amei, nem a pessoa que conheci
Mas sentimentos não se acaba assim....
Se é tade ou não
Só você que me diz...
Então sua mão encostou no meu peito.
Olhando para mim você veio.
Veio de encontro com seus olhos tão perfeitos.
Castanhos, puxadinhos, que me faz ter borboletas de montinhos.
Dançamos...
Sentimos...
Vivemos....
Enfim, nos beijamos, aquele beijo de cinema. sabe.
Aquele de romance que encanta a gente e deixa tudo mais. perfeito.
Mas quem disse ?.
Disse oque ?.
Eu te amo.
Sem querer.
Sem entender, eu te amo.
Eu te amo, sim !.
A noite está indo embora, meu amor.
Então, adeus !.
Eu vou te ver em mais um sonho ?.
Uma pergunta não respondida tinha ido para o além.
Pois já era tarde, não existia mais este além.
Enfim, acordei.
Quando o coração dói.
Há um nó na garganta, um sufocamento no peito, um peso, um vazio, um vácuo no coração, o corpo fica pesado, parado, estático, te cansa até de ficar deitado, andar dói o corpo, os músculos, há uma falta de sede, uma falta de ar, há um vácuo no peito, há um nó na garganta, há um desconforto no estômago, cabeça não pensa direito, fica tudo lento, tudo confuso, tudo que se quer é o escuro, nem música anima, nem passear fascina, nem ver gente simpatiza. Nem mesmo o eu se estima.
Não se abandone, não se deixe de viver, não se deixe de cuidar-se.
O coração dói por vários motivos, sei disso, mas insista em recomeçar mesmo sem motivo, mesmo sem amigos, mesmo sem conhecidos, você precisa fazer isso, independente de não haver sentido, motivo.
Procure sentir o que você precisa para sair disso, para saber quais são seus novos reais motivos.
Escrita para viver.
Crer para ver...!!!
(Nilo Ribeiro)
De tudo, não sei,
nem poderia saber,
conheço apenas uma lei,
“Deus tudo pode resolver”
na doença, Deus é cura,
é conforto na depressão,
É Luz Divina e pura,
é Amor e imaculado Perdão
Jesus pode tudo,
dê a Ele uma oração,
Ele É o seu escudo,
que lhe conduz pela mão
a benção é sagrada,
e Jesus vai prover,
Ele não lhe pede nada,
apenas para você crer...!!!
“Crer para ver,
e não ver para crer,
é a fé que nos faz vencer”...!!!
Amém...!!!
Tal pessoa, Tal dia, Tal momento.
Tudo ocorreu tão bem que eu pensei ser o destino
Mas a vida não é um feliz filme da disney.
Levando meu coração, como uma criança me deitei e chorei
Como em nenhum dia antes visto.
Olhos verdes, cabelo vermelho, realmente igual a uma rosa, me espetou, me feriu, mas não pude deixar de lembrar do seu encanto e beleza.
Coração trancado e mente confusa, alguem que não tinha experenciado o amor, quem diria que alguem inexperiente poderia causar tanta dor?
Mas eu não a culpo, ou desejo seu mal
Foi culpa minha ter criado uma ilusão e de ter acreditado do fundo do meu coração que aquilo seria real.
Por um tempo me senti em um trono, como se tivesse tudo que precisava
Algumas semanas depois somente chorava.
Chuva caia, o cheiro da terra molhada subia, mas a dor no meu coração permanecia.
Observando a natureza, ouvindo o seu canto, sera que mesmo sendo infima a possibilidade ela também estava em prantos?
Um cheiro caracteristico, o cheiro do conforto, do amor e da ternura.
Como um café sem açucar, só deixou o sentimento da amargura.
Insatisfeito de pensar sobre isso, eu realmente me pergunto oque me deixou tão perdido nesse paraiso, onde seria amado e abraçado por aquela que já não está mais ao meu lado.
Como frio do inverno, ou o calor do verão, isso em excesso é horrivel, meu amor excessivo levou meu coração.
༺Livre༺
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Faz tempo que minha mente vive em liberdade pôr nela existir uma prisão.
Prisão onde nada nem ninguém tem como entrar pois seu carcereiro nesta se fechou também.
Sem chaves para dela sair não deixa de ser possível… basta você querer dela ir ou dela abdicar. Até lá, em liberdade vivemos.
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Tc.04122024/148
༻Eu Acredito༺
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Frase tão conhecida: “Não deixe de acreditar” …
Sim, não devemos deixar de acreditar,
mas pergunto eu;
- você sabe do que estou a falar? Porque acredite que não é sobre o papai noel que estou a falar.
Então?
- Sabe no que nunca devemos ou podemos deixar de acreditar?
- Sabe o que significa em não acreditar no que estou a referir?
Bem, você está certo se me disser que apenas nesta época se ouve pelo mundo “não deixe de acreditar” e se leva a pensar ser no papai noel ou na época. Na verdade se usa a época natalícia para a expressão justificar, mas lembremos então o que significa NATAL e então depois voltamos a falar sobre o que em sempre devemos acreditar…
Acredite em si próprio antes de mais e não deixe ninguém esquecer que não se pode deixar de acreditar, isto todos os dias e a cada dia.
🫶🏻
Eu ACREDITO!!!
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Tc.02122024/147
O cacto, o girassol e as borboletas
Quem diria
Que um dia
O cacto e o girassol
Fosse se encontrar
E até se apaixonar
Mas como pode um cacto e um girassol?
Isso não é normal
Muito menos o ideal
Logo o girassol percebeu que o cacto tinha espinhos
E pensou que não ia dar
Como posso suportar?
O cacto às vezes era seco e de poucos amigos
Mas não tinha inimigos
Mas por sua vez, tinha força e resistência
Também tinha persistência
Capaz de suportar ecossistemas muito áridos
Como deserto, caatinga e cerrado
Já o girassol
De frente para o sol
Em busca de luz
Mesmo com os espinhos do cacto
Resolveu encarar com lealdade
Entusiasmo e vitalidade
Também houve felicidade
Até que um dia uma borboleta roxa surgiu
E foi a primeira a pousar
E o cacto até riu
A segunda borboleta foi a azul
Para a roxa fazer companhia
Nossa que alegria!
A terceira foi a vermelha
A mais espoleta
Apesar das dificuldades
Do cacto, do girassol e das borboletas
Houve muita lealdade
Que só o amor é capaz de suportar
E permanecem juntos sem desgrudar
E todo dia o cacto fala para o girassol
Você é o meu raio de sol!
Astronauta solitário
Nesta noite, vou olhar para as estrelas e tentar esquecer você. Eu busco te apagar da minha memória há meses, mas quando a madrugada chega, eu sinto falta de te ter.
Em termos astronômicos, sou um astronauta a buscar vida em outros planetas. Não consigo enxergar nada, nem mesmo com meu telescópio curioso através da luneta.
Quando te conheci, pensei ter encontrado um planeta totalmente novo e repleto de diamantes.
Mas mal sabia eu que o universo é imenso, frio e as galáxias são tão distantes.
Você era como uma supernova, repleta de brilho e de cores.
Mas depois da nossa despedida, meu mundo ficou cinza e apenas restaram as memórias e as dores.
Não sei como seguir na imensidão vazia do universo sem você.
Continuo vagando no espaço com a esperança de lhe ter.
Até mesmo Saturno tem o seu anel.
Mas do crime do meu ingênuo amor, eu me tornei novamente réu.
O brilho das estrelas me lembram de um tempo que não mais irão voltar.
O que vivemos morreu asfixiado no passado. Hoje, assim como o vácuo, não há mais nada, nem mesmo ar.
Hoje, definitivamente deixo esse planeta. Que tanto me impressionou mas que também me sufocou como um simples astronauta na busca do que tanto amou.
O Júri
No tribunal não havia emoção. Os jurados sequer aparentavam estarem emocionados. Mas lá estava eu, no banco dos réus dos apaixonados.
O Juiz questionou meu nome e eu nem mesmo sabia confirmar.
Na confusão dos pensamentos, eu era réu pelo simples fato de amar.
A denúncia contra mim era por ser verdadeiro.
Enquanto que na pronúncia fui à Júri pelo meu erro.
Os debates iniciaram, foi exposta toda a verdade, a acusação dos meus sentimentos contra a defesa da minha vaidade.
Os jurados sem sentimentos, acolheram os pedidos da acusação. Logo se lavrou a sentença condenatória e fui recolhido à prisão.
Na cadeia dos meus pensamentos, fui escravizado pelos meus sentimentos.
Enquanto cumpria a pena, eu só sentia sofrimentos.
Após cumprir a pena, eu fui ressocializado. A ferida se fechou e eu fui cicatrizado.
Agora para todo o sempre, permanecerá em mim carimbado, a marca de ter amado, mas de nunca ser amado.
Não adie para amanhã o que o coração deseja hoje.
Ore, perdoe, agradeça, demonstre! O tempo é efêmero e o amanhã, incerto. Expressar os bons sentimentos e o cuidado não te torna frágil; ao contrário, enriquece-te e fortalece aqueles que os recebem. Já o arrependimento... ah, meu amigo, este pode consumir a alma e tornar-se um companheiro eterno.
Parece que foi ontem
Parece que foi ontem
Que te vi de cantinho
Te olhei de ladinho
E te quis só para mim
Parece que foi ontem
Que seus olhos escuros
Me fitaram um segundo
E meu coração sorriu
E por falar em sorrisos
Com o seu sorriso fatal
Me ganhou por inteira
Nunca me senti igual
Hoje você habita meu peito
Preenche meu ser
Cuida das minhas feridas
E dá sentido ao meu viver
E em meio a todas as incertezas
Posso dizer sem sequer duvidar
Que eu amo amar você
E pra sempre escolhi te amar ❤️
No céu de estrelas fico a sonhar;
Nos ventos que sobram no seu olhar;
Na vida que segue sem se importar;
Nos caminhos que sigo, quero te encontrar;
Uma vida tão pura e muito singela;
Um dia encontrarei minha Cinderela;
Amarei de uma forma tão linda e bela;
E terei um lugarzinho guardado só para ela;
Em quanto isso, seguirei em frente com o coração
Superando tudo, com coragem e determinação;
A felicidade sempre será minha motivação;
Onde nessa vida só levo amor e paixão.
Acabaram os Às vezes
Às vezes por um precipitado momento,
Por um instante desatento,
Eu pareço te amar mais do que queria,
Pareço te querer mais do que suportaria.
Às vezes, quando tudo que quero é um tempo,
Você vem como um eterno alento,
Afastando a tristeza de mim.
Como poderia, já que você sempre a trazia.
E então eu pensei que jamais amaria,
E acreditei que viveria assim.
Do que adianta? Você nunca entenderia.
Às vezes, se o medo não me prendesse a garganta,
Se o silêncio não me aquecesse como uma manta,
Me protegendo da tua frieza infanta
Eu me revelaria, e então eu acordaria.
Às vezes eu penso se tivesse vivido,
Você talvez teria entendido e assim
teria morrido.
O nosso amor, ou bem o meu,
Ou talvez somente eu.
Às vezes eu quero falar,
Mas teu silêncio me apavora.
Receio de te distanciar,
E aí me lembro que já está perdido lá fora.
Às vezes é difícil saber
O que eu sinto por você.
Eu não consigo ser o que você quer.
E não te entendo como é.
Às vezes eu tento te ignorar,
Mas não consigo desgostar.
Eu sofro por tua falta,
E me perco nessa loucura alta
Que passa a me controlar.
Às vezes te odeio, mas não por completo,
Almejo o seu afeto
E me derreto,
Enquanto tu é concreto.
Assim percebo que não gostas de mim,
Que não desejas meu sim.
E então, um click
Finalmente chegou ao fim.
_ Elinha Poetisa
SONETO DA SAUDADE - (soneto II)
Repete, no soneto saudoso, por mim, a versejar
O outrora, as histórias, os sentimentos amados
O vazio de uma solidão, por ti, a me espezinhar
As marcas do penar da dor no âmago gravados
Que possa o poema, do dilema plural, lembrar
Da sensação e da prosa, dos olhares intrigados
Do amor, ser amador e os encantos a acautelar
Todos, na impressão, recordação, enfileirados
Redigidos, tão só, pelo carinho e a docilidade
Cá no cerrado, sentado à beira dessa saudade
Própria de quem viveu a sedução da emoção
Aspiro à singeleza e a constância poder atingir
Ouvir, e narrar, qual sentido, esse meu existir
Poetizando a vós toda poética do meu coração!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 dezembro, 2021, 05’48” – Araguari, MG
Quando nossos olhos se cruzarem novamente, será que o universo vai segurar a respiração como fez outrora? Será que meu coração, já tão calejado pelas tempestades, ainda encontrará em ti o abrigo que sempre procurou?
Eu me pergunto se o tempo, com seu pincel impiedoso, apagou os contornos do que fomos ou se, ao contrário, traçou com mais nitidez as linhas do que ainda somos. Será que tua voz, ao pronunciar meu nome, terá o mesmo tom de melodia que embalava meus sonhos?
E se, ao nos vermos, o passado decidir se erguer como um sopro de brisa, trazendo de volta os sorrisos, os toques, os olhares que falavam mais do que mil palavras? Serei eu ainda aquele que fazia tua alma dançar? E tu, serás ainda meu refúgio, meu norte, minha paz?
Sei que o amor verdadeiro não teme a distância nem a poeira dos dias. Ele dorme em silêncio, mas desperta em chamas ao menor vislumbre de sua razão de existir. Quando nos encontrarmos, não quero que sejamos como fomos. Quero que sejamos mais. Quero que o tempo se curve diante de nós e que, entre o hoje e o outrora, descubramos que sempre fomos infinitos.
Ao teu lado
A escuridão transforma-se diáfana
Os lençóis lúgubres tornam-se escassos
A ojeriza que transcende o mundo
Desfaz-se num mar contínuo de paixão
Os pássaros cantam em sincronia
A mais bela canção que nos envolve
Viver ao teu lado é lembrar que
É impossível existir sem resistir a você.
