Contexto da Poesia Tecendo a Manha

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<Trevo de quatro folhas>


Plantei minha alma num vaso de escuridão,
regando as dores mais inquietantes do meu silêncio.
Sofri calado por vidas karmicas inteiras,
a solidão roubou-me tudo, até a tristeza.

Regava meus lamentos três ou quatro vezes por semana,
num esquema de água fresca na nuca quando o mundo parecia querer cair,
sol quente nas costas quando não sabia aonde ir
e muita conversa ao pé dos ouvidos dos meus trevos da sorte
sempre que eles estavam tristes.

Plantei minha sorte em um vaso raso de terra preta muito fértil
e de brotos dores muito prósperos.
Sequei, chorei, quase parti, mas não morri de inanição.
Reergui-me e, resiliente, hoje floresço trevo de quatro folhas.

Deixa meu barco passar
(Victor Bhering Drummond)

Deixe meu barco passar
Não pra causar tumulto
Barulho, agitar a água não.

Deixa meu barco passar.
É só o que te peço.
Não pra fugir
Para me atracar em uma ilha distante
Ou navegar para um Porto Seguro.
Não. Não é isso que peço não.

Quero apenas avistar de longe a tempestade
Que acontece aqui no seu cais
Quero olhar confiante e paciente
Aguardando pela quimera
Ah, quem dera!
É só o que os navegantes querem
Para lançarem-se ao mar a despeito do medo
Que seu mar provoca
Isso é coragem

Por favor, apenas deixe meu barco passar
Até sua onda de acalmar.

(Puerto Madero, Buenos Aires)

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SAUDADE
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Saudade é pedaço de berço e de espada…
Saudade é regaço que nunca partiu…
Saudade é cansaço na berma da estrada…
Saudade é abraço de alguém que sentiu…

Saudade é desejo da terra apartada…
Saudade é um beijo que o tempo cingiu…
Saudade é solfejo da pauta chorada…
Saudade é bafejo que não se extinguiu…

Saudade é carinho sem céu nem consorte…
Saudade é um ninho de pássaro ausente…
Saudade é caminho sem porto nem porte…

Saudade é verdade que às vezes nos mente…
Saudade é vontade de vida e de morte…
Saudade é saudade… Só sabe quem sente!...

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30/01/2018 (Dia da Saudade)
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📜© Pedro Abreu Simões - Poetautor ✍
(y) facebook.com/pedro.abreu.simoes

Prece do Amor !
Bendito seja o coração que sente!
Multiplicado de afeto seja todos os dias!
Perdoai toda incredulidade
Aumentai nossa capacidade de amar
E a confiança de ser amado!
Que a beleza extraordinária da Terra
Seja nossa cúmplice!
Que nossas almas alcance o céu
Dos enamorados!
Livrando nos dos olhares da cobiça
Permitindo nos nunca ofender ao amor sentido!
Que assim seja !
" Infinito e eterno enquanto dure !
Lili Aires Felipe ! 142018

UNICIDADE

Quero me misturar à ti...
Mesclar nossas essências
Confundir nossos átomos
Unificar nossas células
Amaranhar nossas
moléculas.
Na doçura,
na candura,
na descompostura
do ato,
do fato
de fazer
amor contigo.

Fundir nossos corpos,
tesar nossos músculos
nervos...
Nossos
fluídos,
incorporados,
intrínsecos
Um gosto exposto
pelo mesmo
gosto
do gosto teu.

Reunir cada pensamento
Cada sensação
Cada centímetro
dos nossos torsos,
ventres...
...Tão sós
Tão à sós
Únicos
Unidos no mundo
que contém
o
mundo teu...
O nosso mundo,
na unicidade
de
nós...

Compartilhar
nossos lamentos,
dores,
medos,
conflitos,
tormentos...
Afogado-os
Extirpando-os
Extinguindo-os
em cada centímetro
da pele que não repele
nunca
a tua pele

... E não há erro
Não há incertezas
culpas ou
dúvidas
Dívidas ou
cobranças.
Só beleza e poesia
em arte
e harmonia...
Teu corpo
no
meu.
Unicidade.

ENTREGA

Toma, amor
São teus
Todos os meus
... Pensamentos do dia
Toda a minha ternura
Toda a minha loucura
Toda a minha timidez
e a minha
ousadia.

Toma, amor
São teus
Todos os meus instantes
Todos os meus flagrantes
Todos os meus rompantes
De euforia
De agonia
De fantasias
transbordantes
de apegos,
de desejos meus,
pelo desejo teu.

Toma
Meus versos
Meus complexos
Meus reversos
Desconexos...
São teus.

Toma
Minha lassidão
Minha adoração
Toda minha inspiração
em entrega
no que me doma
e me enverga
até o chão

Toma
Meus estorvos
Meus renovos
Minha apatia
e
Minha alegria
Tudo
Todo
eu
em
poesia.

Elisa Salles
( Direitos autorais reservados)

Eu brisa fria
na tua pele macia
ao entardecer...

Eu, pôr de sol,
morno no arrebol;
acalanto à te enternecer.

Eu, amor eterno
marcando tua alma à ferro,
sem poder jamais esquecer.

Eu, a rima dos teus versos,
desbravando os mundos
e universos de todo o teu bem querer.

Eu, motivação dos teus sorrisos,
embalo doce, gentil, terno e preciso
no teu acalanto... Tua vida, minha razão de viver!

Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)

CARTAS DE AMOR

Ah se eu pudesse ler o que as cartas de amor não dizem
Cada suspiro que vai nas entrelinhas
O silêncio guardado em cada espaço em branco

Ah se eu pudesse ler cada pergunta que não é feita
O que se esconde atrás das vírgulas
A história que continua após o ponto final
Os sentimentos que impregnam o último verso

Quisera eu saber ler cartas de amor
Mas elas não se deixam ler
Ou não seriam cartas de amor.

Adeus-

Adeus, cá estou esperando
Venha aqui se despedir de mim
Eu estou tão saturado...
Olhe nos meus olhos, me impeça
Estou partindo agora
Se eu tenho certeza?
Juro que não pirei da cabeça

Adeus, o tempo parou perante nós
Até a lua se foi
deixando nós a sós
Me abrace forte, me conforta
Já vou indo para fora
Tu tem certeza?
De que não sente nada...?

Adeus, já estou longe agora
O dia está tão bonito lá fora
Me encontro além do mundo
Queria estar do teu lado
Mesmo que o mundo seja imundo
Se eu tive certeza?
É... talvez eu tenha pirado da cabeça

Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós se uniformara?

Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatrara?

Se como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda
Livrara eu de diabólicos azares.

Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.

A uma dama dormindo junto a uma fonte.

À margem de uma fonte, que corria,
Lira doce dos pássaros cantores
A bela ocasião das minhas dores
Dormindo estava ao despertar do dia.

Mas como dorme Sílvia, não vestia
O céu seus horizontes de mil cores;
Dominava o silêncio entre as flores,
Calava o mar, e rio não se ouvia,

Não dão o parabém à nova Aurora
Flores canoras, pássaros fragrantes,
Nem seu âmbar respira a rica Flora.

Porém abrindo Sílvia os dois diamantes,
Tudo a Sílvia festeja, tudo adora
Aves cheirosas, flores ressonantes.

o pó e o amor
como o poema
são feitos
no dia a dia
o pão come-se
ou deita-se fora
embrulhado
(uma pomba
pode visitar o lixo)
o poema desentropia
o pó deposita-se no poema
o poema cantava o amor
graças ao amor
e ao poema
o puzzle que eu era
resolveu-se
mas é preciso agradecer o pó
o pó que torna o livro
ilegível como o tigre
o amor não se gasta
os livros sim
a mesa cai
à passagem do cão
e o puzzle fica por fazer
no chão

O namorado dá
flores murchas
à namorada
e a namorada come as flores
porque tem fome

Não trocam cartas
nem retratos nem anéis
porque são pobres

Mas um dia
têm muito medo
de se esquecerem
um do outro
então apanham
um cordel
do chão
cortam o cordel
e trocam alianças
feitas de cordel

Não podem
combinar encontros
porque não têm
número de telefone
nem morada
assim encontram-se
por acaso
e têm medo
de não se voltarem
a encontrar

O acaso
não os favorece

Decidem nunca sair
do mesmo sítio
e ficarem sempre juntos
para não se perderem
um do outro

COUP DE GRÂCE

Uma mulher
nunca pode
apaixonar-se
por um homem
antes de o homem
se apaixonar
por ela
o homem pune-a
por isso
e por muito mais
o homem não a abate
vai-se embora
fechado em copas
a mulher pune-se
a si mesma
se não tem vergonha
por si
tem pena
menina e mãe
num saco
estóicas
como a pescada
que antes de o ser
já o era

ARTE POÉTICA

Escrever um poema
é como apanhar um peixe
com as mãos
nunca pesquei assim um peixe
mas posso falar assim
sei que nem tudo o que vem às mãos
é peixe
o peixe debate-se
tenta escapar-se
escapa-se
eu persisto
luto corpo a corpo
com o peixe
ou morremos os dois
ou nos salvamos os dois
tenho de estar atenta
tenho medo de não chegar ao fim
é uma questão de vida ou de morte
quando chego ao fim
descubro que precisei de apanhar o peixe
para me livrar do peixe
livro-me do peixe com o alívio
que não sei dizer

é o mal do século, e mata mais que a bala
é o pior espetáculo se só tem você na sala
não tem cor, nem rosto, nem peso, nem dono
mas muda o jeito do rosto te faz pensar que é teu dono
parece um beco sem saída, um grito sem ajuda
uma alma ferida que sempre se põe a culpa
me desculpa minha querida eu concordo que foi minha culpa
é que eu perdi o brilho da vida, quando vi a vida adulta
trabalha e estuda ou sai e se diverte
emprego fixo é uma luta, é o que meu pai me adverte
a morte é a mulher mais linda, que é impossível recusar o flerte
mas não mal ainda que uma boa poesia no reverte, entende?!
também já me sinto inútil pro mundo
por aqueles que amo totalmente abadonado
também já quis saber o gosto do chumbo
e ver como anda a vida la do outro lado
procure ajuda pois não tem vergonha nisso
eu já estive em seu lugar irmão me senti um lixo
o amor é a cura pra vida não a morte
existe outra saída, saiba disso!

Nós, os ateus, nós, os monoteístas,
Nós, os que reduzimos a beleza
A pequenas tarefas, nós, os pobres
Adornados, os pobres confortáveis,
Os que a si mesmos se vigarizavam
Olhando para cima, para as torres,
Supondo que as podiam habitar,
Glória das águias que nem águias tem,
Sofremos, sim, de idêntica indigência,
Da ruína da Grécia.

Hoje apetece que o cigarro saiba
a ter fumado uma cidade toda.
Ser o anel onde o teu dedo caiba
e faltarmos os dois à nossa boda.

Hoje apetece um interior de esponja
E como estátua a que moldar o vento.
Deitar as sortes e, se sair monja,
Navegar ao acaso o meu convento.

Hoje apetece o mundo pelo modo
Como vai despenhar-se um trapezista.
Abrir mais uma flor no nosso lodo:
Pedir-lhe um salto e retirar-lhe a pista.

O Testamento dos Namorados

Escolhamos as coisas mais inúteis
o verde água o rumor das frutas
e partamos como quem sai
ao domingo naturalmente.

Deixemos entretanto o sinal
de ter existido carnalmente:
da tua força um castiçal
da minha fragilidade um pente.

Esse hieróglifo essa lousa
deixemos para que uma criança
a encontre como quem ousa
um novo passo de dança.

Como a chuva não cessasse de cair em caudais,
Tiras de tinta começaram a aparecer na fotografia
O tecto da chuva rompera o abrigo da sua alma
E o verde circulava a deriva rompendo as plantas.
Elvira deixara cair seus olhos de objectiva nas
Folhas verdes. Verificava que era sobre elas e como
Elas que sempre olhara a natureza. Ver o real
Em folhas era amá-lo ininterruptamente. Essa
Contiguidade acabara por compor uma rede
Que tinha tanto de próximo como de diferente,
E a chuva não era chuva, transparecia. Eis, pensou.
Por que chove na fotografia, por que chove
Em correntes sobre as folhas?

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