Contexto da Poesia Tecendo a Manha
PERFUME
(Luís Felipe)
São tantos textos escritos por mim.
Como não me perco?
Nenhum contradiz o que fui, o que sou.
Talvez, minha maturidade sempre esteve aqui.
Apenas surgindo e surgindo a cada dia.
Cada vez que vou colocando as letras em ordem,
Formando as palavras, os escritos...
Nasce uma nova ideia. Um novo pensar.
Sempre agregando aos manuscritos passados.
Enriquecendo meu livro.
Acrescentando.
O meu legado já está sendo lançado.
Como folhas que caem duma árvore,
e se vão, com o vento.
Ou, como aroma das flores,
que perfumam e perduram.
Eternizadas pela extração,
colocadas num vidrinho...
Assim, são meus dizeres, deixados gratuitamente.
Meus pensares e pesares.
Como não me perco?
São tantos textos escritos por mim.
O mundo ta se acabando
E eu acabei me acabando
Junto de nada
Sem nada
Jogada, drogada
E entrege a ninguém
Ferida, mordida, finjida
Que ainda sorri
E pensa na encrenca
Em que se meteu
Que quase morreu
Depois de perdeu
E ninguém vai ser teu
E nada foi teu
Mas quero que penses
Que tu te preenches
De ti e mais nada
Pois sabes de tudo que há
Que podes amar
E sentir o amor
Como uma brasa
Estou queimando e sangrando
Pois meu medo é de meu proprio destino
Que sempre menino
Criança ranzinza
Destino de cinzas
E a cada cigarro
Mais um pigarro
E um adeus a mim mesmo....
Choro Sem Lágrimas
Um homem sem água É um homem seco,desidratado
É um homem sem sentido
Um mar sem peixes...
Um homem sem água,
É uma folha sem cor
Um céu sem nuvens
É a poesia da fonte e a flor; sem fonte...
Um homem sem a água
É um homem destruido!
É um homem bem sofrido!
É um choro sem lágrimas.
Um homem sem água
É um homem sem valor
É um homem sem ar
Uma floresta com dor...
Um rio sem rumo!
Uma tristeza de vida...
Maria Teresa Cambronio ( do livro Meus Momentos)Paracatu MG
Poética Alma Frenesi
Não te enganes,
Com sua tamanha pequenez,
Por dentro habita uma alma bombástica,
Espiritualidade aguçada,
Por fora tão convicta anã,
Cuidado!
Ela és regida por Xamã,
O Onipotente,
Presença de adaga afiada,
Nada os abala,
Debocha de tua falsa fachada,
Capaz se desejar,
De dar fim a tua miserável vida,
Com,
O voo inesperado de só uma,
Flechada circunstancial,
E nada habitual,
Na moral,
Será que ela é Mafalda?
Ou talvez só seja mesmo é malvada?
Segura essa tua gargalhada um tanto desesperada,
O medo acovarda,
Sabe-se que,
A mina é de uma realidade um pouco e tanto pirada,
Sem pensar em simplesmente nada,
Dúvida paira no ar,
e o receio é o que mais nos alarda,
Se arrisca sem ao menos hesitar,
Toma seu tempo pra respirar,
Calmaria camuflada,
A fúria de uma granada,
Sem ao menos ser pré-ativada,
Fomentadora de tal tormenta,
Ela estava mesmo é um tanto cansada,
Já fostes tão revoltada,
No hoje,
Quem a rege é Iemanjá,
Logo,
Resolveu fazer morada,
Dentro de uma aconchegante jangada,
Aquela minada mina,
Filha de Xamã,
Cansou da sua estranha sina,
Deu Adeus a sua jornada,
Vida dela deu uma ilusória guinada,
Que voo era aquele? Seria transeunte?
Só se sabe que ela era uma mera intransigente,
Olhos ardentes,
Costas quentes,
Ecos Incoerentes,
Gosto de aguardente,
Será mesmo meu todos estes pontudos dentes?
Conclusão sem respaldo e laudo aparente,
Será que a menina sempre foi doente?
Sou só eu?
Ou o teu coração também sente?
Eu minto?
Tu mentes?
Ou a menina quem sempre mente?
Ego se vê tão sorridente,
Todo pomposo, orgulhoso e prepotente,
Sai daqui,
Bancando de inocente,
Sou maluco,
Ceis tão ligado,
Que em toda essa minha inadiável loucura,
Eu nasci, cresci, amadureci,
E, viví,
As pampas,
Loucamente consciente.
Por Madam Avizza em 31/07/2020 as 13:51 na cidade de Santos
Saudade da minha terra
Saudade da minha terra
Pois aqui nao sei viver
Quero ir embora
Minha mão eu quero ver
Aqui na cidade grande
tenho motivos pra sofrer
pois não tenho a minha mãe
A razão do meu viver
Tenho meu trabalho
Tenho minha profissão
So não tenho minha felicidade
Pois deixei no meu sertão
Voltarei mãe
Para ficar ao seu lado
Pra matar minha saudade
E por você ser consolado
Podeira lhe escrever a poesia mais linda que um poeta já escreveu,
Poderia lhe dar a flor mais bonita e a mais perfumada que existir,
Poderia lhe mostrar o mais belo amanhecer, e ficar ao seu lado pra te mostra o pôr do sol,
Poderia ficar com vc pra contemplar o brilho da lua cheia,
Contaríamos as estrelas cadentes, e
Desejaria ficar rico pra te dar as mais lindas jóias,
Poderia te levar aos céus...
Poderia te ver dormir, e te cantaria um canção de ninar,
Poderia enxugar tuas lágrimas, e faria o possível para que chorasse mais,
Poderia te ouvir com toda atenção,
Poderia te levar café na cama,
Poderia te ajudar nos trabalhos da faculdade,
Poderia te contar uma piada só pra ver o teu sorrizo,
Poderia te ligar de madrugada pra dizer que tenho saudades,
Mesmo passando o dia inteiro juntos,
Te escreveira uma canção,
Sonharia com vc,
Te daria meu singelo amor....
POESIA-PLACEBO
Tórrida noite,
Tépido dia:
Certo mesmo é ser fria
A minha poesia.
Longa noite,
Mínimo dia:
A verdade
É ser cega a lâmina da minha poesia.
Gótica noite,
Plácido dia:
A poesia minha não fecunda as tormentas,
Tampouco afaga a brisa.
Cancerígena noite,
Ofídico dia:
Minha poesia não é amplidão e matéria florida,
Muito menos cubículo ou o estadão das partículas.
Dia-noite,
Noite-dia:
É água insossa a minha poesia..
Nem salgada, nem docílima!
POESIA- PARADOXO DO MUDO QUE NÃO QUER CALAR
Quando eu me aceito como eu sou, então eu mudo e vou!
Mudo, de atitude e não me calo!
Mudo, eu saio pra ação e transformação!
Não é contradição, é um paradoxo e afirmação!
Carl Roger, o psicólogo humanicista tinha razão!
Mergulhar no meu próprio eu é a solução!
Mudo, não me calo! Mudo o eu, pra depois mudar o teu!
Entendeu? Mudar o eu, é admitir que sou o eu falho!
Sem embaralho, mudo não fico! Mudo o eu pra depois mudar o teu!
Se eu mudo, tu mudas, ele muda, nos mudamos!
Somos humanos, mundanos, falhamos!
Mudo, calado, não mudamos o mundo!
Se mudo, ação! Temos transformação!
Então use a imaginação tenha empatia que terás solução!
“Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro”!
Olha que louco, se colocar no lugar do outro é para pouco!
“E não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele”
Aquele que assim o faz, é egoísta e narcisista!
Por isso não insista, muda o eu pra depois mudar o teu!
Marcos Müzel 07/02/2024
Sou prosa... sou poesia
No silêncio da madrugada sou o caos e a bonança.
Sufocada por nova crise.
Dormindo feito criança.
Ora tempestade… ora calmaria.
Às vezes sou chuva tensa… chuva densa.
Às vezes sou sereno o mais sereno.
Sou alegria.
Sou melancolia,
Ora sou paz total.
Ora, guerra mortal.
Sou prosa… sou poesia.
Nesse mar de variação… vivo inteira o meu dia a dia…
Sempre que passas, me perco no tempo
Teu nome desliza em minha poesia
Teu sorriso aos poucos me fascina
Não sei como resumir esse momento
Espero um dia poder te mostrar
Versos que não fiz, que ainda hei de compor
enxendo seus ouvidos com canções de amor
Á qualquer hora, ou em qualquer lugar
Quando estou perto de você, emudeço
É tão dificil te dizer o que sinto
Se aparesse uma chance, eu desapareço
Se sabes que te amo, não me deixe falhar
Não me faça sofrer quando lhe digo:
Que eu nunca deixarei de te amar
Rahvi Costa
Poesia na Escola Pública: Livro “Folheto de Versos”
De como a USP-Universidade de São Paulo, com um Projeto de Culturas Juvenis sob a Coordenação da Professsora-Doutora Mônica do Amaral, trabalhou Poesia e Folclore do Cangaço em Sala de Aula, Rendendo um belo Livreto de Alunos Produzido Pela Mestranda Maíra Ferreira e Colegas.
“Perdi minha origem
E não quero voltar a encontrá-la
Eu me sinto em casa
Cada vez que o desconhecido me rodeia(...)”
Wanderlust, Bjork (Cantora Islandesa)
Com a suspeita midiática culpabilização dos Professores de Escola Pública pela falência da Educação Pública como um todo, o que engloba na verdade suspeitas políticas neoliberais de sucateamento de serviços públicos em nome de um estado mínimo (e no flanco o quinto poder aumentando os índices de criminalidade além da impunidade já generalizada em todos os níveis), quando uma universidade de porte como a USP vai até onde o povo está, no caso, uma comunidade carente da periferia de São Paulo, trabalhando com o corpo discente da EMEF José de Alcântara Machado Filho, fica evidente aquela máxima poética de que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.
Intervenções em salas de aula, leituras trabalhadas, declamações com suporte afetivo, oficinas de palavras e rimas, trocas, somas, cadências didático-pedagógica num contexto de criação a partir da ótica de um humanismo de resultados, e assim, a Mestranda Maira Ferreira e colegas acadêmicas e mesmo profissionais da escola, e, quando se viu, pronto, estava semeada a leitura, estava plantado o verbo criar no assento poético, e, os manos sim, os manos, as minas, mandaram bem: saiu a produção “Folheto de Versos” como arte final do projeto de ótimo alcance literal e humanizador que é que vale a melhor pedagogia no exemplo.
Sou a favor das chamadas antologias, em que alguém visionário e generoso se propõe a bancar autores novos, temas específicos, tentando juntar turmas, abranger variadas óticas, fomentando a divulgação lítero-cultural de anônimos criadores desses brasis gerais, em nome da poesia porque assim a emoção sobrevive, a arte se torna libertação, e, falando sério, enquanto houver arte ainda há de haver esperança, parafraseando um rock moderno aí.
A escola pública carente, a escola sem estrutura técnico-administrativo funcional, os professores mal-remunerados, e, um conjunto de profissionais de educação segurando a barra pesada do que é mesmo a docência, então, uma luz no fim de tudo apresenta jovens acadêmicos potencializando intervenções em classes. É o caso da Sétima Série (2007), Oitava Série (2008) da EMEF José de Alcântara Machado Filho, que rendeu o livreto – que bonitamente lembra edições de cordel – chamado Folheto de Versos. Resistir na arte é uma criação histórica que tende a mudar planos de vôos, para os alunos carentes. A periferia agoniza mas cria.
Com um enxuto projeto gráfico da Comunicação e Midia-FEUSP, a arte letral composta no Projeto “Culturas Juvenis X Cultura Escolar: Como Repensar as Noções de Tradição e Autoridade no âmbito da Educação (2006/2008, Programa Melhoria do Ensino Público), a Mestranda Maira Ferreira e a Bolsista Técnica Pátria Rabaca foram a campo. Foram a luta. Levaram a universidade ao seio da escola pública, a sala de aula. Daí a aula fez-se verso, o verso lembrou hip hop ou mesmo RAP (Ritmo e Poesia), o verbo poetar virou verbo exercitado, da poesia fez-se o humanismo de abrir espaços, quando e viu, Saravá Baden Powel, a voz da periferia soou suas lágrimas com rimas e contações de realidades escolares.
Trinta e duas páginas de produção poética de alunos. “Chegando em casa, pensei bem/Vou fazer este cordel/Resumir nossa conversa/De maneira bem fiel/Pros alunos do Alcântara/Acompanharem no papel(...) (Pg. 3 Maira Ferreira). Estava dado o mote. Sinais e parecenças. E daí seguiu-se o rumo: Escravidão – Nós Somos Contra o Preconceito (Emerson, Stéffani, Adriely, Paloma), Depois Diogo, Bruno, Roberta in “Sou Afro/Sou Brasileiro/Sou Negro de coração(...)”. Ensinar, passa por ensinar a pensar. Pensar leva ao criar. Criar é colocar amarguras e iluminuras no varal das historicidade e chocar dívidas sociais impagas desde um primeiro de abril aí.
Nesse rocambole de idéias, os achados do projeto: alunos devidamente trabalhados, estimulados, compreendidos, sabem exercitar a sensibilidade muito além de suas rebeldias às vezes com as vezes sem causas.
E daí descambou a criação, acrósticos, versos brancos, rimas e rumos, citações (Rap é compromisso), até liberdades poéticas (O Cangaço e o Bope), rascunhos, resumos, xérox de despojos criacionais em salas de aula, despojos e, quem mesmo que disse que aula tem que ser chata, que sala de aula tem que ser cela de aula? Pois é. FOLHETO DE VERSOS é um achado como documento de um momento, um tempo, um espaço, um lugar, uma comunidade.
Dá identidade a quem precisa. Dá voz a quem se sente excluído. Imagine um país sem divisas sociais. E a emoção de um aluno simples, humilde, podendo colocar no papel – e ver-se impresso – como se no quarador das impossibilidades pudesse tentar reverter o quadro de excluído das estatísticas de dígitos estilo Daslu, para se incluir (certa inclusão social na criação de arte popular, literária) porque lhe foi dado palco e vez, palanque educacional e espírito criativo aguçado pelas sóbrias intervenções, debates cívicos, críticas dialogadas, esparramos de idéia, mas, antes e acima de tudo e sobre todas as coisas, o aluno tendo vez e voz-identidade num livreto que, sim, pode ser a página de rosto de sua existência, colorir o livro de sua vida, fazendo dele um cidadão que quer soltar a voz (precisa e deve soltar); botar a boca no trombone, dizer a que veio, e, sim, se a escola ainda é de certa forma uma escada, quando a sua criação impressa é um documento de identidade de cidadão enquanto ser e enquanto humano. Já pensou que demais?
O canto dos oprimidos.
“Fizemos essa letra com força de vontade/Só queremos expressar um pouco da realidade”(...), in Realidade Não Fantasia (Cesário, Diógenes e Gabriel).
Quando o sol bater na janela de sua esperança, repara e vê “Folheto de Versos” resgata e registra poemas de jovens querendo libertações, porque além de “ser jovem” ser a melhor rebeldia deles, há corações em mentes querendo mais do que ritmo e poesia.
A dor dessa gente sai no jornal e os seus cantares joviais oxigenam perspectivas, arejam possibilidades.
“Uma aurora a cada dia” diz a Canção do Estudante do Milton Nascimento.
Há coisa mais bonita do que o sonho?
-0-
Poeta Prof. Silas Correa Leite
E-mail: poesilas@terra.com.bnr
Site: www.itarare.com.br/silas.htm
(Texto da Série: Resenhas, Críticas e Documentos de Lutas e Sonhos)
Blogues: www.portas-lapsos.zip.net
ou
www.campodetrigocomcorvos.zip.net
Metad d min agora é assin, d un lado a poesia o vrbo e a saudad
Do outro a luta, a força e a coragn pra chgar no fin
E o fin é belo, incrto... dpnd d como vc vê!
Sou apnas uma garota prdida no mundo
con mil idéias na cabça, uma bala no bolso
papel e lápis na mão, vivndo en seu próprio mundo
construido por sonhos dstruídos
ouvindo músicas q me fazen sonhar.. vício maldito
capaz d mtas coisas.. incapaz d trminá-las
sen pnsar no amanhã, long dmais pra min
mudo en 5 minutos coisas q fui durant anos se assin eu dzjar...
não q eu queira ser.. apnas sou. Etrna idealizadora
menina com idad de adulta e ainda nen tão adulta assin
confusa dmais, sclarecida dmais
contrasts numa só pssoa, 8 ou 80.. nunca no meio
não sei bn o q dzjo
acho q o plano da vida é não fazr planos
acredito q algn lá en cima faça isso por min.. e se faz msmo...
me traga un novo amor daqles q fazn a barriga doer..
e un novo fone d ouvido
mas...
não me cobre coisas banais.. prefiro t dar o impossívl
não se assuste con minhas idéias.. eu nasci para inovar
nunca procure en min o q vc não tn en vc
não faça pouco da minha amizad ou do meu amor pois, ainda acredito nisso
não stou aq pra vc me cguir
siga seus próprios qstionamntos e eu irei t admirar
por trás d td essa capa exist algo q vc nunca viu
fotos são apnas máscaras lindas.. me mostre seu chão..
pisarei se for d mármore, hesitarei se for d areia
tnho meus medos... admito
mas lá no inconscient acho q prefiro me arriscar
se vc soubsse como é fácil me fazr feliz...
nunca irá dizr q me daria o mundo..
eu não preciso dele
vc pod ser mto mais important!!
A POESIA NASCEU
Certa feita um amigo me questionou donde nascera a minha poesia ou melhor, donde nasce o meu processo criativo, pois desejava se tornar um poeta.
Realmente eu nunca havia me questionado sobre isto, tampouco, havia me perguntado se algum dia eu realmente produzi algum tipo de poesia, para mim sempre foram apenas escritos. Contudo, se ele considerava o que escrevo poesia, então, eu deveria relevar sua pergunta e lhe dar uma resposta.
Pensei em lhe dizer que o meu processo nasce de um sentimento chamado paixão, de um dom que não sabemos explicar, de uma sensibilidade que vai além da nossa compreensão, mas se eu falasse isso, seria o mesmo que dizer a ele: você terá que ter paixão e sensibilidade e isto deve ir além da sua vã compreensão.
Entretanto, se ele nunca se tornasse um poeta, eu me sentiria literalmente culpada, uma vez que ele viveria a decepção de achar que sua vida era vazia de paixão e sensibilidade, seria muito insensível da minha parte dar-lhe esta resposta.
Mas isso também não me bastou, por que se existe de fato um processo, então, eu preciso de ritos, de atos, e admitir que paixão e sensibilidade por si só são fatores necessários e suficientes para a composição da poesia, seria o mesmo que negar o processo.
Foi aí então que eu recorri as minhas lembranças e voltei a minha infância. Bem me lembro que na segunda série do primário minha mãe foi chamada na escola após a realização da minha primeira redação.
Acredite, mesmo antes de se dirigir até a escola e falar com a minha professora apanhei uma surra da minha mama, por que se minha mama havia sido chamada na escola, sinal de que boa coisa eu não tinha feito, pois bem, antes mesmo de dar-me a chance de defesa, minha mama negou-me o contraditório e me aplicou a pena ( a surra).
Chegando na escola minha professora perguntou a minha mama quem havia feito a redação que ela, a professora, havia dado como lição de casa. Minha mãe pegou o escrito, leu, assegurou a professora que não havia sido ela, a escritora, mas que iria descobrir quem havia feito a lição por mim, afinal de contas uma criança com 7 anos de idade não teria capacidade de escrever daquela forma.
Já em casa fui questionada acerca da redação pela minha mama, eu jurei que tinha sido eu que havia produzido, mas ela não acreditou em mim e me deu outra surra, por achar que eu estava mentindo.
Noutro dia, chegando à sala de aula, minha professora pediu que eu me dirigisse até a secretária, uma vez que ela tinha uma tarefa para mim. Simplesmente a bendita professora me deu um tema e pediu que eu escrevesse sobre ele, e ainda ordenou que a secretária da instituição ficasse me observando. Finda a redação e após lê-la, a maldita pediu que eu chamasse minha mama novamente no colégio.
Por óbvio que no dia seguinte disse a professora que meus pais estavam muito ocupados e que não poderiam comparecer. Claro, seria eu uma tola se avisasse meus pais de que estavam chamando-os no colégio, certamente outra surra levaria.
Daquele dia em diante parei de escrever, fui inibida prematuramente pelo medo e pela desconfiança daquelas duas mulheres.
Mais tarde na quinta série e já mais grandinha comecei a produzir meus textos, e, inclusive, vende-los para outros alunos que desejavam tirar boas notas em redação. Dali em diante ganhei todos os campeonatos literários produzidos no colégio e na cidade, seja recitando poesia ou escrevendo redações.
Já na faculdade eu me anulei completamente, trabalhando, mal conseguia estudar assuntos técnicos, quem dera escrever poesias, Sim, eu fiquei Sete anos sem sequer produzir um texto.
Contudo, eu me deparei com outro Dom, o de fotografar, sim, eu pegava qualquer máquina fotográfica e tirava fotos muito interessantes, a ponto de me perguntarem onde eu havia comprado as benditas máquinas fotográficas com as quais eu tirava as fotos.Acontece que eu nunca tive uma máquina fotográfica e continuo não tendo, eu simplesmente pegava a máquina dos outros e capturava cenas de pessoas,ambientes, animais e da natureza de uma forma diferente.
Sim, as fotos ficavam lindas. Mas tinha um detalhe que quase ninguém sabia, quase invisível para os olhos alheios, eu era cega e sou cega de um dos olhos, nasci com uma doença chamada síndrome de Leber, que provoca cegueira, doença congênita.
Contei todas estas histórias para dizer que encontrei a resposta através delas. sei donde nasce a poesia, não só a minha, mas a de todos os poetas.
Primeira constatação, é que inexoravelmente é preciso ter um dom especial e através de um processo desenvolve-lo. Imaginem você se Mozart nunca tivesse tido contato com um piano, nunca tivesse estudado música, certamente, jamais teria a chance de compor.
Primeiro ingrediente do processo: É preciso gostar de poesia e se alimentar dela. Você não se torna um poeta se gosta mais de produzir poesia do que de apreciá-la. Sim, é preciso ter desprendimento e admirar e amar a poesia produzida pelo outro, mais do que a sua própria.
Segundo fator, é preciso enxergar além, sim, é preciso capturar a cena. é necessário enxergar a beleza onde as pessoas só observam a névoa. É preciso encontrar o amor onde só existe dor. Faz-se necessário se desprender do próprio ego e observar tudo que lhe rodeia.
O que ninguém sabe é que o processo criativo surge exatamente de todas as coisas, de tudo que sentimos por estas coisas. Só somos capazes de produzir poesias, se formos capazes de encontrar ternura e delicadeza nas coisas simples produzidas pela natureza, seja a natureza humana ou de qualquer outra espécie. Só produziremos poesia se amarmos ou odiarmos alguém, algo ou alguma coisa. Sim, o processo criativo de um poeta deriva daquilo que ele é, do que sente e inexoravelmente depende do outro.
Poesia identidade
A gente anda pela rua desviando
De carro, de placa, prédio,
Lixo, resto de alegria
A gente corre de tudo
Compromisso, família
Amigos, discussões
A gente então perde sempre algo
Dar presente no dia dos namorados
Escutar aquelas gracinhas de como você cresceu
Falar bobagem sem ser recriminado
Ver os pontos em que errou e tentar concertar junto
Daí sua respiração não te ajuda
As horas passam sem nenhum significado
Suas pernas estão cada vez mais agitadas
Você pára e pensa
Por que é que teu mundo se perdeu assim?
Antes era legal ler um livro
Mas, já não tens cabeça
A cafeína te deixa disposto
Trabalhar e ganhar dinheiro
E da janela percebe
A rua da vida é sempre mais estreita com o passar das casas
Quanto maior o número
Mais distante fica de alguém que possa te ajudar
Não deixe para o fim o que se pode fazer agora
É hora de organizar
Porque depois, você pode descobrir que se enganou por muito tempo
Sua rua era um beco
Sem classe
Sem nome
Apenas pedra pelo chão
Que não serve mais para nada
Senão, incomodar a passagem
De quem tem pernas para caminhar
Poesia
Escrever um poema é para mim usar a tinta vermelha saída do coração,
Gravando na alma cada palavra e sentimento, seja ele sonho, realidade ou ilusão,
Futuro ou passado. O principal de tudo é que este sentimento é puro,
É meu tão somente meu, mas que por palavras eu compartilho, exponho, divulgo.
Para que todos possam também sonhar, pensar, tentar, protestar, amar.
Poema é a alma falando, o coração pulsando, o nosso perfume exalando;
É antes de qualquer coisa um grito. Grito de emoção, paixão, do coração cantando.
É preciso sintonia, harmonia, loucura, devaneio, para falar sem rodeio.
Falar de amor e ódio, paz e guerra, alegria e tristeza para quem esta em nosso meio.
Tocar os corações, fazer viajar, levar a pensar, refletir e ousar a amar.
Poesia é ver a beleza da lua, sentir a brisa do mar, mesmo em noite escura.
Encontrar nas palavras acalento, aconchego e das feridas a cura.
Sentir as ondas do mar, pisar na areia fina e delicada.
Caminhar na mente, na imaginação, deixar a alma emocionada.
Poesia é demonstrar o amor, que em nosso íntimo está.
Poesia
Adorar a poesia
Não é brega
É uma magia
Meu caro colega
A gente sente
E é bom
Nunca mente
Isso que é um dom
Poesia não é igual
Nem é rídiculo
É muito radical
E bastante real
Isto é o que temo
E nunca chegará a um extremo
Eu defendo
E continuo vivendo
Sempre temendo
E principalmente fazendo e sabendo.
Poesia,Nossa vida é um sopro de vida temporário do nosso Criador.
Nascemos, crescemos e vivemos cada dia que temos, e de tudo isso que proveito nós temos?
Sorrimos, sonhamos, e intensamente amamos e muitas vezes nos decepcionamos, então porque ainda nós amamos?
Amamos, porque temos a esperança de uma amanhã melhor, onde nossos desejos, sentimentos e palavras são como uma fonte vida,
que por onde passa transmite graça, e transforma tudo por onde passa!
Por isso, amemos mesmo que isso custe nossas lágrimas, pois o amor consolador cuja o poder transformador redime nossa alma,
de toda frustração, tristeza e dor.
Sabendo que em cada gesto de graça e amor, nessa jornada da vida é apenas uma nuance e um breve sopro do nosso Criador.
Destino
... e na minha poesia singular e frequente
Exausta e maltrapilha, o versejar desejou
Um olhar, gesto, uma poética impenitente
Mas, o destino na inspiração revés traçou
Agora, sussurrante e, sentimento torrente
Pouco importa os acasos que a maltratou
Pois, nas rimas descontente é indiferente
Se há prazo, importa é que o amor restou
Assim, adiante, a prosa fazendo história
Versos compondo sua inédita trajetória
Criando sentidos, suspiros e sensações
Entre hosanas e canseiras, rompe fiascos
A mão que traça agruras também dá laços
Aí, avança a poesia, com outras emoções!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16, outubro, 2023, 13’00” – Araguari, MG
A poesia é a alma
do poema,
o poema é o corpo
que tudo pode
e quem escolhe é você.
O poema pode ser
escrito ou pode ser
tudo aquilo que você quiser,
ou simplesmente não quiser.
Poesia é subjetivismo,
e sem subjetivismo até
o poema não faz sentido.
A poesia só existe
se você ler e entender,
e sem os teus olhos
a poesia nunca irá existir.
(Poesia e poema têm
o compromisso de coincidir).
O Poeta e a Poesia
Não é o poeta que cria a poesia.
E sim, a poesia que condiciona o poeta.
Poeta é a sensibilidade acima do vulgar.
Poeta é o operário, o artífice da palavra.
E com ela compõe a ourivesaria de um verso.
Poeta, não somente o que escreve.
É aquele que sente a poesia,
se extasia sensível ao achado
de uma rima, à autenticidade de um verso.
Poeta é ser ambicioso, insatisfeito,
procurando no jogo das palavras,
no imprevisto do texto, atingir a perfeição inalcançável.
O autêntico sabe que jamais
chegará ao prêmio Nobel.
O medíocre se acredita sempre perto dele.
Alguns vêm a mim.
Querem a palavra, o incentivo, a apreciação.
Que dizer a um jovem ansioso na sede precoce de lançar um livro…
Tão pobre ainda a sua bagagem cultural,
tão restrito seu vocabulário,
enxugando lágrimas que não chorou,
dores que não sentiu,
sofrimentos imaginários que não experimentou.
Falam exaltados de fome e saudades, tão desgastadas
de tantos já passados.
Primário nos rudimentos de sua escrita
e aquela pressa moça de subir.
Alcançar estatura de poeta, publicar um livro.
Oriento para a leitura, reescrever,
processar seus dados concretos.
Não fechar o caminho, não negar possibilidades.
É a linguagem deles, seus sonhos.
A escola não os ajudou, inculpados, eles.
Todos nós temos a dupla personalidade.
O id e o ego.
Um representa a sua vida física, material completa.
Pode ser brilhante, enriquecida de valores que ajudam a ser feliz,
pode ser angustiada e vacilante, incerta, insatisfeita.
Mesmo possuindo o que deseja, nada satisfazendo.
O id representa sua vida interior paralela, ambivalente,
exercendo seu comando em descargas nervosas,
no eterno conflito entre a razão e o impulso incontrolado.
Dupla vida inter e extra, personalidade se contrapondo.
Pode ser trivial e dependente, podemos fazê-la rica e cheia de nobreza,
nos valendo da força imensurável do pensamento positivo
emanado da vida interior que é o nosso mundo,
invisível a todos, sensível ao nosso ego.
Há sempre uma hora maldita na vida de um homem.
Pode levá-lo ao crime e às paredes sombrias de uma cela escura.
Um curto-circuito nas suas baterias carregadas,
uma descarga nas linhas de transmissão potencial.
Daí, fatos aberrantes que surpreendem.
Conclusões demolidoras de um passado brilhante.
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