Contexto da Poesia Tecendo a Manha

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Medo de amar



Flores se abrindo pela manhã,
O vento suave pela face...
Os olhos cheios de lágrimas,
Um só pensamento, um só desejo
A espera de você, e o fim do medo.

Coração apertado, boca seca
Borboletas no estômago,
E meu amado que não chega!

...

O fim da tarde se aproxima,
O meu sonho se inicia.
Ouço passos na escada, é ele quem vem...
Deixo aberta a porta, para o encontro do amor.

Meu maior medo, é de ser feliz,
O hoje eu conheço, mais e o amanhã ?
O amanhã não importa,
Importa o hoje, e o AGORA !

Inserida por PamellaFerracini

Primeira Manhã



Lá em cima vai estar lindo...


Já me encontra o sol.
Sim, aqui em cima tem a primeira manhã.
Espelhando as nuvens por cima.
Acordando, antes das palavras, o canto.
Trazendo a cor para apagar a luz acendida quando me vejo tarde.
Repensar a esperança no significado que chegou.
Me sentindo cedo de vontade amanhecida que vem na vida da primeira manhã.

Inserida por landeira

PARA ELLIS

Naquela manhã
O sol banhou teu corpo impune
Só pra depois fugir de ti
E te levar pra longe
Sem revolver, e a nós
Deixar sem voz.
Naquela manhã
Eu pressenti o tempo escuro
Do litoral ao centro do Brasil
Eu acordei inquieto
Com aquela música me perseguindo perto.
E eu senti que era noite no meu coração
Eu senti que findava em ti a paixão.
Naquela manhã.

Inserida por naenorocha

CORTINAS

A manhã eleva os cantos
No teu ventre, jogo flores.
Ante às cortinas de branco armadas.
Há lugares pelos caminhos
Onde se pode te esperar.
Fala-me o vento das matas
Dizendo-me que vais passar por ali.
Nas alturas se agitam ramagens
Flutua os teus lençóis cuidados,
Descobri-te há pouco, aqui.
Floram rapidamente os arvoredos
Frutifica-se em campanha, caem.
Fruto nas tuas mãos dispersas.
Surgem doces em tua boca
Teu riso da cor das nuvens
Largastes distante o tamanho.
Acatas todo o silêncio áureo
Da hora mais bela do dia.

Confundes-te com as nascentes da estrada
Declinas no empate das águas,
Conversa tempos com as nebulosas
Te entretes com o curió da mata.

Deus fez um conserto
Nas estradas pra tu andares
E ele ainda insiste fazendo.
A manhã derrama flores
No teu ventre cantam pássaros
Ante as cortinas amareladas.

Inserida por naenorocha

Você neste momento pra mim é,
gotículas de puro cristal,
que me desperta pela manhã,
que me usa pela noite.

porem vi que aquilo tudo era mal,
amalgamadas viraram cristal,
cristal do mal,
cristal da cor do carmin.

Que refletiam em sua alma,
em seu puro jardim de folhas secas e amareladas,
que refletiam em seu coração,
em sua pura joalherias de amarguras soltas.

Inserida por Debora-Almeida

A Voz da Manha

Vivo a vida intensamente
Sem medo de arriscar
Meu vicio me debilita
Tanto o corpo como a mente

Meus movimentos se limitam
Um prazer duentio e satisfatorio
Há quem diga que é ilusorio
E o que eu sinto é provisório

Mas sei que um dia vou olhar para tras
E vou dizer, tudo isso valeu a pena
A deperssao e a dor
É o que me alimenta

Meus inimigos me criticam
Se acham melhor do que eu
Eu tenho pena deles
Pois nao viveram como eu.

Inserida por Inquisidor

Aqueles dias que venho devagar
Vagando pelas ruas
De manha,te tarde
So em pensamentos
So em esperanças
Parecem voltar
Parece que nunca se foi
Talvez não mesmo
Mais é difícil de acreditar
É difícil de entender
Mais também sei que vale sonhar
Pois você os torna mais simples e mais legais
Do que realmente são
Sei e desconfio dessa felicidade que um dia possa existir
Mais faço de conta que vale sonha
Mais do que viver

Inserida por fernandotayrone

Na manhã azul de um outono quase congelante,
vislumbro o entardecer na solidão com meu livro.
Ele é meu ínico amigo no momento.
Enquanto meu amor se prepara para noite, meu coração se prepara para mais um dia sem ela.
Pra consolo, ouço o gorgeio de um pássaro muito belo, logo ali. Parece trazer uma mensagem, paracere me dizer algo.
Talvés esteja anunciando o próximo dia. Eu e meu livro, na solidão do outono quase congelante.

Inserida por Moalucu

Que se danem os astros!

Não dá pra te amar em uma noite e na manhã seguinte tentar me convencer de que foi só mais uma casualidade. Porque daqui a algum tempo- talvez quando eu estiver tomando café, ou daqui a dez anos, enquanto espero o sinal abrir, vendo uma fila enorme de carros em minha frente- eu vou lembrar de você. Porque nada é tão casual, tão fútil, que não seja lembrado em algum momento- mesmo que rapidamente. Não me leve a mal. Não estou dizendo que você se compara a coisas fúteis... Só estou tentando te explicar, que a sua lembrança será inevitável. E que, mesmo que não seja nada romântico, eu sei que há grandes chances de que um dia nós possamos nos separar por um motivo qualquer, tão menor que o nosso sentimento. Você entende, agora? As pessoas cometem erros e esses erros, na maioria das vezes, levam algo que elas amam. Seja lá o que for.
Outro dia uma amiga pôs baralho para mim e as cartas diziam que uma pessoa iria entrar na minha vida e me transformaria. Seria um grande amor. E o que achei? Terrível! Por que, eu já te conhecia, você já estava em minha vida. Eu não quero nenhum grande amor que não seja o seu. Eu queria tanto poder mudar tudo isso, mandar o futuro amor pro espaço... Por isso quero que você saia daqui agora. E o que tudo isso tem a ver com te amar em uma noite e tudo o mais? Bem, como já disse, sua lembrança será inevitável. E eu tenho tanto medo de que você se torne só uma daquelas lembranças ‘rápidas’... Por isso eu prefiro acreditar que eu posso mandar no meu destino. Portanto saia já daqui. Mas depois volte correndo pra mim e me fale de todas as coisas que você não me falou. Eu vou querer saber muito sobre a mulher que acaba de entrar em minha vida. Percebe? Você estará entrando novamente em minha vida. E eu terei a sorte de te amar mais uma vez. Tudo é cíclico. E é nessas palavras, talvez meio bobas, que meu amor mora e me trás sempre de volta até você. É isso o que nos une: o amor. E que se danem os astros! Então vem, amor. Eu finjo que não esperava.

Inserida por Lispectoriana

Bom dia, hoje eu poderia detalhar a chuva que cai sobre nós esta manhã, ou poderia ainda retratar a imensa melancolia que nos atinge.
Mas não, prefiro relembrar aqueles olhos cansados, desestimulados. Prefiro pensar na coragem daquele povo, na bravura que se tem dia após dia, quero contar-lhe do suor que percorre, fazendo linhas de passagem pela testa. Conto-lhe também daqueles olhos que se fecham no final do dia, entregando os pontos, simplesmente deixando a desejar. E naquele momento o que mais se deseja é descansar.
Dizem por aí, e olha que a fama corre muito longe, que baianos só fazem descansar, vivem em águas tranqüilas, a sombra de coqueiros. Não é bem por aí...
Não alterando a parte de águas tranqüilas e de muitos coqueiros, a Bahia realmente oferece este grande espetáculo da natureza, só que poucos podem desfrutar.
A maioria da população que vive na própria cidade, os originais soteropolitanos, aqueles que vivem na loucura do comércio, aqueles que tentam ganhar o pão de cada dia, seja vendendo objetos em ônibus, seja atrás de suas tendas, seja trabalhando em o que quer que seja. Você não pára, é difícil parar. Precisam voltar para casa com a sorte de poderem comprar pelo menos o café da noite.
Existem crianças que estudam história nas escolas, mas não sabe que estão inseridas no berço dela, não se vêem cercada de história. Vejo a Bahia como uma religião, você precisa viver a Bahia para entende-la.
Só assim você entenderá como tudo isso pode ser superado, o baiano não é preguiçoso, é corajoso. Corajoso sim, por que são criativos. E criatividade meus queridos são para poucos.
Você passa entender melhor quando está cercada de tanta miséria, mas seu coração enche-se de alegria ao ver brotar um sorriso naquele molequinho deixando a crer que nasce sempre um novo dia.

Inserida por Andressameirelles

Na manhã de hoje parei pra refletir uma coisa (consequência de alguns pequenos fatos ocorridos durante esse período) e estou me indagando: "Por que o ser humano tem uma tendência a prestar atenção, memorizar, dar ênfase e se interessar pelo FIM?
Fim de filme, fim de livro, fim de frase, fim de expediente, fim de noite, fim de relacionamento e até "fim do mundo" chamam mais atenção do que o início e o meio.
As pessoas estão sempre querendo saber pelo FIM, ou então, entendem apenas o FIM.
Agora fico a me indagar também: Qual o lado positivo disso?

Inserida por hosanaamaro

Um octogenário interno de uma Casa de Repouso, escreveu num papel de pão numa manhã de inverno:

Sinto a vida deixando meu corpo.
Já posso ouvir o sino da morte.
Lembranças? quase não as tenho mais.
Porém, uma me esforço para manter:
Seu rosto moreno.
Sua fala rouca e seu amor singelo.
Antes, me permita dizer só mais uma vez que
Amo v.............................................


Logo depois, seu corpo foi encontrado; ainda sentado; apoiado na mesa; onde o breve poema pôde ser encontrado.

Inserida por jornalistabira

Ainda é tempo?
São 3 horas da manhã...
O tempo passa devagar...
Mas ainda assim é escasso...
Nada faço...
Nada penso...
Nada muda...
Tantos planos e objetivos antes eu tinha...
que ficaram só nas lembranças.
Período que eu esperava ansiosa...
Tudo era alegre e festivo...
Ainda sou jovem...
Tenho muita coisa pela frente...
Pelo menos eu espero...
Mas e agora?
Será que ainda é tempo?
Algo pode acontecer e modificar o que hoje existe?
Eu quero um futuro melhor...
Eu quero descansar...
Eu quero me divertir...
Eu quero poder comemorar.
Ainda é tempo?

Inserida por tamygomes

Saudades?

não, não tenho

dos olhos no relógio, de manhã, até a hora chegar

dos olhos no relógio, ao fim do dia, querendo desacelerar

de (tentar) controlar

o riso bobo, o ciúme bravo, o toque arredio,

a respiração,

os batimentos cardíacos,

os sentimentos!

não tenho não!

Inserida por MissMess

O cântico desordenado
Que escuto nesta manhã
Nada mais é que batidas desordenadas de passos
Como não se bastasse, todo alvoroço da madrugada
Onde pessoas não dormem desequilibradas
Em seus pesadelos
Tudo poderia acabar
Tudo poderia ser revisto
Mas não vale a pena
Rir das próprias feridas
Aaahh como eu queria esta próximo
Mas do que estou disso tudo
Não me importo com ritmo
O descompasso
O toque final do piano
É belo e sublime
Tudo aquilo e tudo isso.

Inserida por lucasgalvao

"Era uma manhã de um dia de semana, desses de céu aberto e muito sol.

Um trabalhador dirigiu-se para seu local de trabalho.

Passando em frente a um templo religioso, decidiu entrar.

Era uma sala muito ampla e ele sentou num dos últimos lugares, bem ao fundo.

Ali se pôs a fazer a sua oração cheia de vida, dialogando com Jesus.

Ouviu, então, em meio ao silêncio, a voz de alguém, cuja
presença não tinha percebido: Venha aqui. Venha ver a rosa.

Ele olhou para os lados, para frente, e viu uma pessoa sentada num dos primeiros lugares.

Levantou-se e a voz falou outra vez: Venha ver a rosa.

Embora sem entender, ele se dirigiu até a frente e
percebeu que sobre a mesa havia realmente um vaso, no qual
estava uma linda rosa.

Parou e começou a observar o homem maltrapilho que, vendo-o hesitante, insistiu: Venha ver a rosa.

Sim, estou vendo a rosa, respondeu. Por sinal, muito bonita.

Mas o homem não se conformou e tornou a dizer:

Não, sente-se aqui ao meu lado e veja a rosa.

Diante da insistência, o trabalhador ficou um tanto perturbado.

Quem seria aquele homem maltrapilho?

O que desejaria com ele com aquele convite?

Seria sensato sentar-se ali, ao lado dele?

Finalmente, venceu as próprias resistências, e se sentou
ao lado do homem.

Veja agora a rosa, falou feliz o maltrapilho.

De fato, era um espetáculo todo diferente.

Exatamente daquele lugar onde se sentara, daquele ângulo,
podia ver a rosa colocada sobre um vaso de cristal, num colorido de arco-íris.

Dali podia-se perceber um raio de luz do sol que vinha de uma das janela e se refletia naquele vaso de cristal, decompondo a luz e projetando um colorido especial sobre a
rosa, dando-lhe efeitos visuais de um arco-íris.

E o trabalhador, extasiado, exclamou:
é a primeira vez que vejo uma rosa em cores de arco-íris.

Mas, se eu não tivesse me sentado onde estou, se não
tivesse tido a coragem de me deslocar de onde estava, de
romper preconceitos, jamais teria conseguido ver a rosa,
num espetáculo tão maravilhoso.

É preciso saber olhar o outro de um prisma diferente do nosso.

O amor assume coloridos diversos, se tivermos a coragem de
de nos deslocar de nosso comodismo, de romper com
para ver a pessoa do outro de modo diferente e novo.

Há uma rosa escondida em toda pessoa que não estamos sendo
capazes de enxergar.

Há necessidade de sairmos de nós mesmos, de nos dispormos
a sentar em um lugar incômodo, de deixar de lado as
prevenções, para poder ver as rosas do outro, de um ângulo
diferente.

Realizemos esta experiência, hoje, em nossas vidas.

Procuremos aceitar que podemos ver um colorido diferente onde, para nós, nada havia antes, ou talvez, de acordo com
nosso modo de pensar, jamais poderiam ser vistas outras cores."

Inserida por Epena

“Por estes pastos que colorem a manhã,
Cantei notas de um amor sem fim;
Subi as serras num impulso só,
Desejando encontrá-la em meu jardim.

Se era a rosa mais bonita, eu já nem sei;
Mas, nem me importa se era mesmo ou não;
O que era preciso, ela sempre me fez:
Sorrir, sem motivo, mesmo em noite de escuridão”.

Inserida por lavinialins

Clamo poemas, canto a felicidade por aí, abraço a vida do jeito que ela é..
Pela manhã, ouço gorjeios de pássaros, contemplo o nascer do sol, orgulho-me da natureza ser tão maravilhosa.
A delicadeza das gardênias, do céu límpido que traz-me uma doce sensação. E todas essas simples coisas são o suficiente para mudar a minha vida.

Inserida por luh-qq

Mar de poesias

Era o final da manhã do dia 16 de novembro numa quarta-feira cinzenta, típica da cidade de São Paulo. Não podia passar de amanhã, pensei. Faltavam apenas dois dias para o evento.
Eu tinha concordado com a ideia do lançamento do meu primeiro e único livro de poesias, junto dos meus amigos e alunos, para a noite do dia 18 daquele mês. Na escola em que trabalho como professor de história haveria um concurso de poesias e crônicas escritas pelos alunos e, ao mesmo tempo, como parte da programação do evento literário articulado pelo bibliotecário local, o meu batismo no mar de poesias. Tudo programado: convites, um pequeno coquetel, a divulgação via Internet... Apesar da timidez que acompanha desde sempre, não poderia ventilar a ideia de faltar naquele evento. Minha ausência do trabalho já se estendia por cinco meses. Estava careca e inchado, porém não me importava com minha aparência. Apenas a vida me importava naquele momento.
Apesar de uma leve situação febril que me deixou deitado e indisposto na maior parte do dia anterior, acordei bem naquela quarta-feira. Por isso resolvi levar meu filho ao aeroporto de Congonhas, de onde embarcaria para o Rio Grande do Sul, estado no qual estuda cinema de animação. Ele viajou bem cedo, no início da manhã. Só voltaria a revê-lo apenas em meados de dezembro, após o término das aulas regulares. Já sentia saudade de sua presença adolescente e de sua leveza juvenil.
Depois disso, ainda tive forças para passar no laboratório do hospital e retirar alguns exames gerais solicitados pelo oncologista que acompanha o tratamento do meu linfoma. Ainda era bem cedo, entre 8h30min e 9h00min. Um desconforto abdominal e certa indisposição já me acompanhavam. Antes de dirigir-me à consulta marcada com a nutricionista especializada em pacientes com câncer resolvi passar em meu apartamento e fazer uma breve pausa, estratégica. Poderia ser um resquício daquela terça-feira cinzenta.
Não foi suficiente para minimizar o descontrole físico. Ainda assim, guiado por meu carro, fui ao encontro da nutricionista. Atendeu-me rapidamente. No decorrer da conversa, entre cardápios mais adequados para indivíduos com meu tipo de enfermidade e detalhes solicitados sobre as especificidades do tratamento, tive um súbito mal estar. Brusca queda da pressão arterial e uma sensação de que não aguentaria manter-me devidamente íntegro e sentado naquela cadeira. Fui imediatamente acomodado em uma maca para recuperar-me. Quando a enfermeira da clínica chegou para um pronto atendimento, já me sentia melhor e com os sinais razoavelmente recompostos. Prosseguimos com a consulta. A nutricionista finalizou suas orientações - as quais eu já não ouvia com atenção – e, além disso, sugeriu que me dirigisse ao Pronto Socorro do hospital no qual tratava do linfoma há pelo menos seis meses. Segundo ela, poderia ser alguma reação negativa à sessão de quimioterapia realizada há duas semanas.
Não segui sua orientação. Na esperança de que meu corpo reagisse sozinho aquele descontrole, sem auxílio médico e/ou medicamentoso, voltei para meu apartamento e resolvi deitar-me novamente.
Já recolhido no sofá da sala recebi um telefonema do meu amigo Murilo perguntando-me se poderia passar em casa para retirar os convites do lançamento do livro e distribuí-los para nossos colegas professores do colégio. Dissera-lhe que sim, porém o alertei que se não estivesse em casa deixaria os cinquenta convites na portaria do condomínio.
Nesse momento o termômetro já marcava 37,5º. Em menos de uma hora a temperatura do meu corpo atingira 38,2º. Não podia mais adiar, já havia passado da hora de deslocar-me para o Pronto Socorro. A orientação prévia do meu médico oncologista era bastante precisa: “com febre acima de 37,8º dirija-se imediatamente ao PS do hospital”.
Deixei os convites na portaria do prédio com o Sr. Isaac. Era meio dia quando cheguei ao hospital. Como de costume, passei pela triagem com a enfermeira e, em seguida, fui atendido pela Dra. Ana, médica plantonista. Soro, medicação, mais exames (sangue, urina, RX) e, naturalmente, muita espera e paciência.
Os resultados prontos e o diagnóstico mais indesejado. Dra. Ana foi direta e precisa: - Seu índice de neutrófilos está muito baixo, apenas 40. Com essa neutropenia precisaremos interná-lo para controlarmos a infecção e impedir que ela se alastre. Você ficará internado por pelo menos cinco dias.
Telefonei imediatamente para o Murilo. Por sorte ele ainda não havia retirado os convites na portaria. Um problema a menos. Solicitei, então, que me ajudasse a desmontar o evento de lançamento do livro. O fazedor de versos não resistira à febre.
É bem verdade que havia pensado em lançá-lo apenas no final do tratamento, em janeiro de 2012. Simbolizaria uma espécie de renascimento, de retomada do cotidiano e das coisas da vida. Porém, o bibliotecário do colégio entrou em contato comigo falando que seria perfeito se pudéssemos fazer o lançamento no dia do concurso de poesia e prosa organizado para os alunos do ensino médio. Acabei aceitando o convite e solicitei para a editora uma revisão nos prazos de entrega. A Adriana prometeu-me entregar os livros até, no máximo, o final da tarde do dia 18/11. Foi perfeito. Os prazos todos encaixados. Porém ninguém contava com o imponderável.
E a vida faz dos prazos o que bem deseja. Ela exige um eterno replanejamento e nos lembra constantemente que nem tudo acontece quando e como queremos ou desejamos. Hoje já é dia 22 de novembro. Estou nesse quarto de hospital há uma semana. Os livros não foram retirados na editora, os amigos foram desconvidados, os convites não foram entregues, os alunos devem ter lido suas poesias e crônicas, as melhores devem ter sido premiadas e eu ainda estou aqui, finalizando o controle da infecção com antibiótico intravenoso e escrevendo essa micro história.
Se tudo der certo - e a gente nunca sabe; só os “médicos sabem”; só a vida sabe; talvez só os deuses também saibam - devo retornar para casa amanhã. Repensar uma nova data e local para o lançamento e replanejar o tempo que me resta. Ainda há tempo para remontar o circo, ainda há tempo para brincar e sentir com as palavras, rir e chorar com as coisas da vida. Ainda haverá tempo de mergulhar, nem que seja uma única vez, no mar de poesias.

Inserida por Marcel03

REALEZA
Numa bela manhã, em meio a gente doce, um homem e uma mulher soberbos gritavam pela praça pública:"Amigos, quero que ela seja minha Rainha!", "Quero ser Rainha!".
Ela ria e tremia.Ele falava aos amigos de revelação, de uma provação terminada.Eles desmaiavam um no outro.
De fato, eles foram reis por uma manhã inteira, em que tapeçarias carminadas se estenderam sobre as casas;
E a tarde inteira, em que eles avançaram do lado do jardim de palmeiras.

Inserida por edditavares

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