Conflito Comigo Mesma
"o fim de uma Guerra
é um alívio...
porém uma grande tristeza
não somente pelo recomeço e reconstrução
mas sim;
pela estupidez
de tanta destruição e dor
por tantas Vidas perdidas"
A maioria dos conflitos e tensões são culpa da linguagem.
Não preste tanta atenção às palavras.
Na terra do amor, a língua não tem importância.
O amor é mudo.
Em momentos que cada qual se acredita defensor do lado certo, vale refletir sobre a inconsistência do sentido de “melhor”, da relatividade do que se tem como correto, das variáveis do “desejável” estendido ao coletivo, e da efemeridade de postulações que não se sustentem para além do cenário divisado.
O Deus que é rogado pelo adversário
é o mesmo para qual roga o aliado,
a diferença entre ambos não está na fé,
mas na superioridade
que um exerce sobre o outro, pois caso fosse diferente, cabendo a Deus decidir, não haveria justiça divina, ou a mesma estaria em favorecimento ao superior, logo o destino de um conflito estaria traçado na ação do cervo e não na decisão do criador.
Quanto mais busco entender
mais entendo que não
o buscar por algo
que é impossível se obter,
é estar sempre em conflito
com o seu viver.
No verdadeiro amor, não há domínio, pois o que une os amados não deixa espaço no coração, que possa permitir que a Semente de outro sentimento se instale para brotar um conflito.
Creio eu - creio somente - que o Universo é uma belíssima e misteriosa ilusão, e que o acaso que cerceia sua criação não é um acaso, é proposital. É a atemporalidade da consciência que cria o conflito entre a hipótese e o empirismo.
"A derrota em uma aposta interna contra si mesmo revela a luta entre o intelecto e os desejos mais íntimos, evidenciando a dualidade humana na busca pelo equilíbrio e harmonia entre razão e emoção."
Já faz muito tempo que não escrevo aqui, muito mudou, diria que achei mais paz em ser eu mesmo, meu respeito a Deus aumentou, mas sigo lutando contra o relógio. Se eu tivesse uma frase para usar seria saiba como e quando se portar, às vezes evitar o conflito te leva a um conflito quando não se porta devidamente.
No imenso circo da humanidade, onde a lógica se perdeu há muito entre os truques da retórica e as acrobacias da desinformação, estamos todos presos numa marcha descontrolada em direção ao abismo. O mundo, tão amplamente ligado pela tecnologia, fragmenta-se em facções que se observam desconfiadas e se armam com tweets raivosos.
De um lado do ringue, os idealistas tocam suas flautas utópicas, clamando por justiça social e mudança climática, enquanto do outro, os reacionários erguem suas bandeiras de tradição e conservadorismo. Ambos se empurram para o precipício com uma convicção cega, ignorando que o chão está a ruir sob os seus pés.
Enquanto isso, os arautos da mídia manipulam as massas, distorcendo a verdade até que ela se desintegre num caleidoscópio de meias-verdades e mentiras convenientes. É a polarização que dita o tom, a tonalidade dissonante de um mundo que rapidamente se move em direção a um estado de disfuncionalidade global.
A ironia reside no fato de que, apesar de nos vermos cada vez mais próximos do abismo, os que empurram são os mesmos que gritam que estão a ser empurrados. E assim continuamos, numa dança sinistra de culpa e inocência percebida, enquanto o solo cede sob o peso das nossas próprias contradições.
Enquanto o mundo arde em fogueiras de indignação digital, os líderes políticos jogam xadrez com vidas humanas, cada movimento calculado para agradar os seus seguidores leais e enfurecer os seus adversários declarados. A verdade tornou-se um acessório opcional, substituída pela conveniência da narrativa que melhor se alinha aos preconceitos e receios de cada grupo.
No final, estamos todos juntos nesta queda livre em direção ao desconhecido, com o abismo à nossa frente e a desunião às nossas costas. Agarramo-nos às nossas convicções como tábua de salvação num mar de incertezas, mas talvez seja hora de reconhecer que o verdadeiro precipício não é apenas físico, mas moral e intelectual. Num mundo quebrado pela polarização e pela manipulação, a ténue esperança de uma revolução de mentalidades que traria o "Admirável Mundo Novo" contrasta com a implosão do velho. Quer a selvajaria, quer a complacência terão um preço pesado. Resumidamente, estamos fodidos.
Entre a Grécia e Tróia
Sou quem sou,
mas o mundo exige máscaras,
um rosto moldado ao gosto dos outros,
um reflexo que não se quebra.
Se cedo, perco-me.
Se resisto, sou pedra que incomoda.
Agradar é um jogo sem vencedor,
onde quem pede mudança
nunca se sacia.
Que mal tem não ser lutador?
Nem todo combate vale a espada,
nem toda guerra precisa de sangue.
Há força em quem não levanta a voz,
em quem escolhe o chão firme do silêncio.
Estou entre a Grécia e Tróia,
terra de ninguém,
onde cada passo desagrada a um lado,
e o silêncio é visto como afronta ao outro.
Mas que me importa?
O vento sopra onde quer,
e eu sigo, inteiro,
sem me dobrar ao peso de aplausos fáceis
ou censuras vãs.
"A Sombra do Que Somos"
Sentam-se
como quem deseja paz,
mas nas costas
o velho instinto
abre a boca.
Não é o que se diz,
nem o que se cala,
mas o que se traz escondido
que constrói o ruído.
Ser amigo
não é sorrir de frente
com o punhal por trás.
É sabermos que em nós
também há serpentes,
mas que podemos escolher
não lhes dar voz.
A sombra é apenas
o que não soubemos iluminar.
E amar, talvez,
seja aprender a conversar
com o que ainda nos morde por dentro.
Um olhar sereno bastante expressivo
que não aparece com tanta frequência,
já que, muitas vezes, estás com a mente em conflito,
mas tens um espírito intenso
que te faz apreciar cada momento
de equilíbrio,
profundos são os teus sentimentos
como um tesouro escondido.
Agora, o peito se faz de surdo
e a razão emudece,
um consenso absurdo entre os dois,
até parece que são unidos,
entretanto, pior é ficar no meio
do fogo cruzado
quando estão em constante conflito.
No íntimo do seu coração, numa certa escuridade, habita um espírito desagradável, que está adormecido na maior parte do tempo, uma versão sua que vive em constante conflito, sentindo muita irritação, um corcel quase indomável, imprevisível, em busca de libertação, que acaba acordando em momentos que são sempre inoportunos, quando a vontade de se expressar está ainda mais impetuosa, o que torna profusamente difícil controlá-lo, principalmente, se o seu hospedeiro for mal compreendido ao ponto de perder a calma, entretanto, após muito esforço é controlado graças a Deus, além do mais, o seu acordar é temporário, aos poucos, vai se acalmando e não demora tanto para voltar a dormir, assim, o sossego dele é restabelecido, pelo menos, enquanto este seu lado estiver felizmente dormindo.
INDECISÃO
Possa lá prosseguir amargurado!
Andar com uma sensação poente
Se uma apertura atroz e sofrente
Enche de bruma o verso poetado
Se o sentimento cá tanto povoado
Que tenta impor está dor ardente
Logo este pesar assombra a gente
Tão pungente e tão determinado
Seja a poesia doce ou então salina
Sempre há aquela inspiração afim
Sempre há rumo em cada esquina
Sei lá qual dos versos é razão, enfim,
Se é o perdão ou é a justiça divina...
Ou se é a sedução dizendo que sim!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 novembro, 2022, 14’24” – Araguari, MG
Nossos conflitos internos
Faz nos sentir e pensar
Não são pra nos confundir,
São para nos melhorar.
Santo Antônio do Salto da Onça RN
Terra da Poesia
05 janeiro 2025
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