Como o Orgulho Machuca
Fui até onde pude, mas como é que não compreendi que aquilo que não alcanço em mim... já são os outros?
Dona Lógica usa coque e óculos, como aquelas velhas professoras que não se fabricam mais e tão chatas que, no meio da aula, sempre alguém lhes pedia “para ir lá fora”. Sim, Dona Lógica, a alma também precisa de um pouco de ar.
Como um tempo de alegria, por trás do terror me acena,... E a noite carrega o dia, no seu colo de açucena... Sei que dois e dois são quatro, Sei que a vida vale a pena... mesmo que o pão seja caro e a liberdade, pequena...
É bom que as coisas não lhe aconteçam como você quer, essa é a única possibilidade de você acordar. Se todos os seus desejos forem satisfeitos, você cairá completamente, porque não haverá nenhuma perturbação. Se tudo for satisfeito, você jamais tentará encontrar a verdade. Não haverá nenhum espaço para você porque somente a miséria, a infelicidade e o inferno que você criou à sua volta o ajudam a acordar.
Como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos.
Em construir castelos sem pensar nos ventos.
Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim.
A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes.
Não julgues as coisas ausentes como presentes; mas entre as coisas presentes pondera as de mais preço e imagina com quanto ardor as buscarias se não as tivesses à mão.
Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença.
Alguma coisa deu errado em mim, eu não sei te explicar e eu não sei como arrumar e nem sei se tem ajuda pra isso. Mas meu corpo inteiro se revolta quando gosto de alguém. Me armo inteira pra correr pra bem longe e pra lutar com unhas gigantes quem tentar impedir. Me mata constatar como é ridículo ficar com saudade só de você ir tomar banho. Ter que sentir ciúme ou mágoa ou solidão e sorrir para não ser louca. Eu sinto de um tamanho que eu não tenho e então começo a adoecer, como sempre.
Segurança
Segurança para muitas pessoas se adquire gradualmente, como uma criança que aprende a caminhar.
Primeiro engatinhamos, depois nos apoiamos nos móveis e nas paredes, daí alguém pode nos pegar pela mão ou colocar-nos num andajá, mas nós só aprendemos a andar verdadeiramente quando enfim lançamo-nos no espaço sem medo de cair, sem depender de nada nem da ajuda de ninguém.
E aí você pode achar que você tem segurança para andar por que já sabe andar, mas é o contrário: você sabe andar por que teve coragem, por que teve segurança primeiro.
É apenas questão de vencer o medo. Vença o medo e verás um mundo de possibilidades desdobrar-se diante de teus olhos.
E mostraria a mim, mais uma vez,
que uma oportunidade conduz diretamente a outra,
assim como o risco leva a mais risco,
a vida, a mais vida,
e a morte, a mais morte.
Quatro Letras
Um dia, quando você menos esperar
Eu vou voltar sorrindo
Como se nada tivesse acontecido
Todo esse tempo de dor
Que eu passei andando por aí
Todo esse tempo que eu tentei gritar
A palavra amor bem alto
Para ver se me convencia de uma vez
Do significado implícito nessas quatro letras
Esfregando na cara das pessoas
As coisas boas que eu tinha
Mas não conseguia mostrar
Até que o tempo enfim foi me vencendo
Sob o olhar condescendente
Das pessoas que eu mais detestava
É duro reconhecer
Que todo esse sofrimento
Foi em vão
Porque não existe vida quando a gente está triste e só
E ninguém quer saber de quem está por baixo
Não vale a pena sofrer, meu amor
De tudo o que eu passei
Essa foi a única lição
Um dia quando você menos esperar
Eu vou voltar cantando
Como se nada tivesse acontecido
Se todos os rios são doces, de onde o mar tira o sal?
Como sabem as estações do ano que devem trocar de camisa?
Por que são tão lentas no inverno e tão agitadas depois?
E como as raízes sabem que devem alçar-se até a luz e saudar o ar com tantas flores e cores?
É sempre a mesma primavera que repete seu papel?
E o outono?... ele chega legalmente ou é uma estação clandestina?
Eu sou ele como você é ele, como você é eu e nós somos todos juntos.
A fé e o saber não se dão bem dentro da mesma cabeça: são como o lobo e o cordeiro dentro de uma jaula; e o saber é justamente o lobo, que ameaça devorar seu vizinho. O saber é feito de uma matéria mais dura do que a fé, de modo que, quando colidem, a última se quebra.
E se eu mudasse meu destino num passe de mágica? (...) Estranho, mas é sempre como se houvesse por trás do livre-arbítrio um roteiro fixo, pré-determinado, que não pode ser violado.
A mente é como um paraquedas. Só funciona se abri-lo.
A mim que desde a infância venho vindo,
como se o meu destino,
fosse o exato destino de uma estrela,
apelam incríveis coisas:
pintar as unhas, descobrir a nuca,
piscar os olhos, beber.
Tomo o nome de Deus num vão.
Descobri que a seu tempo
vão me chorar e esquecer.
Vinte anos mais vinte é o que tenho,
mulher ocidental que se fosse homem,
amaria chamar-se Fliud Jonathan.
Neste exato momento do dia vinte de julho,
de mil novecentos e setenta e seis,
o céu é bruma, está frio, estou feia,
acabo de receber um beijo pelo correio.
Quarenta anos: não quero faca nem queijo.
Quero a fome.
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