Coleção pessoal de Tassio

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tudo dito,
nada feito,
fito e deito

a noite - enorme
tudo dorme
menos teu nome

Passadas as horas
o circo retorna
aos vícios da mente
que movem em ciclo.

Arlequim e Colombina
giram o círculo:
mágica na ciranda.
Inimigos desafiam a guirlanda,
se imitam e depois se abraçam
ao final do samba...

Dor e prazer,
vilões parceiros de dança
no nostálgico palco dos corações.

Espetáculo sutil no espelho
na esperança no olhar de um velho
no oráculo das emoções:
o febril reflexo de uma lembrança...

Não chore Pierrot, o circo sempre retorna, criança!

É assim o nosso ciclo. Eu te preciso. perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também.

“Comportamo-nos como se as pessoas de quem gostamos fossem durar para sempre. Em vida não fazemos nunca o esforço consciente de olhar para elas como quem se prepara para lembrá-las. Quando elas desaparecem, não temos delas a memória que nos chegue. Para as lembrar, que é como quem diz, prolongá-las. A memória é o sopro com que os mortos vivem através de nós. Devemos cuidar dela como da vida.
Devemos tentar aprender de cor quem amamos.
Tentar fixar.
Armazená-las para o dia em que nos fizerem falta.
São pobres as maneiras que temos para o fazer, é tão fraca a memória, que todo o esforço é pouco.
Guardá-las é tão difícil.
Eu tenho um pequeno truque.
Quando estou com quem amo, quando tenho a sorte de estar à frente de quem adivinho a saudade de nunca mais a ver, faço de conta que ela morreu, mas voltou mais um único dia, para me dar uma última oportunidade de a rever, olhar de cima a baixo, fazer as perguntas que faltou fazer, reparar em tudo o que não vi; uma última oportunidade de a resguardar e de a reter.
Funciona.”

Miguel Esteves Cardoso, in As Minhas Aventuras na República Portuguesa

Trocaria a memória de todos os beijos que me deste por um único beijo teu. E trocaria até esse beijo pela suspeita de uma saudade tua, de um único beijo que te dei.

(...) Minha vontade é que ele me pergunte se quero um pouco de chá gelado e se eu gostaria de ver um dos seus filmes estirada nas grandes almofadas.
(...) Eu mais uma vez me pergunto como é mesmo que se faz a coisa mais profunda do mundo com total superficialidade. Como é que se ama sem amor? Como é que se entrega de dentro de uma prisão? Nunca soube.
(...) Ainda é cedo e eu preciso de amor. Só um pouquinho de amor. (...) Quero que ele veja o quanto mudei por causa dele, na esperança de que seu riso congelado saia do automático e eu ganhe um único sorriso verdadeiro.
(...) Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser amor.

Estrada turbulenta

Ninguém disse que seria fácil, enquanto à isso não à o que reclamar. É, talvez tenham exagerado nos tamanhos dos buracos, mais são as estradas mais esburacadas que levam aos lugares mais lindos. Não se preocupe com o buracos,
concentre-se no caminho, admire à dádiva da vida, eu garanto, a chegada vale a pena.

Até quando?

E agora? O que fazer com essa falta? Onde coloco essa imensa saudade? Já não cabe mais em mim. Todas as lacunas estão preenchidas, as jarras transbordam, o meu coração já não é mais o mesmo. Ele agora é só saudade, vazio daquilo que você levou quando se foi. E me parece que vai ser sempre até você voltar.

- Vazio

E quantas vezes você se sente sozinho, respira e percebe que nada é como antes e que agora nem você é mais o mesmo. Buscar dentro de si, parece ser em vao, até mesmo o seu coração mudou. O que era cheio, vazio se tornou, distante de tudo, sozinho no mundo, você e seus 5 minutos de solidão.

A despedida nem sempre é um adeus. Pode ser um "até logo", mesmo que o logo ainda seja demorado.

Toda uma biblioteca de Direito apenas para melhorar quase nada os dez mandamentos.

Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem.

A saudade é o que faz as coisas pararem no tempo.

A juventude é uma idade horrível que apreciamos apenas no momento em que sentimos saudade dela.

Vou me enganar mais uma vez, fingindo que te amo às vezes, como se não te amasse sempre.

E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitado.

Um único ser nos falta, e fica tudo deserto.

Nunca se é homem enquanto se não encontra alguma coisa pela qual se estaria disposto a morrer.

Aí ele chega, tão lindo. E vai embora, tão feio. E liga, tão bobo. E some, tão especial. E eu morro, ainda que não ligue a mínima. E eu não tô nem aí, ainda que pense o tempo todo em não estar nem aí