Coleção pessoal de Tassio

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Eu já disse vai embora, quando eu queria dizer fica aqui comigo,
Eu já disse coisas que machucaram, num ato de defesa infantil,
Eu já disse que não queria nunca mais, quando nunca deixei de querer,
Eu já disse nem pensar, quando tudo era só pensamento,
Eu já disse cansei, quando eu ainda tinha forças para lutar,
Eu já disse que não amava, quando eu amava perdidamente,
Eu já disse que não me importava, quando eu me preocupava,
Eu já disse que estava bem, quando eu só chorava,
Eu já disse que tinha outro, quando eu não conseguia ficar com ninguém,
Eu já disse que estava em outra fase, quando eu não conseguia passar do momento,

Disse tantas coisas que me contradiziam,
Disse com a língua o que o coração contrariava,
Disse com a razão, o que minha alma não aprovava,
Disse com raiva, o que minha essência não apoiava,

Mas...Nunca disse com os olhos, que tinha orgulho,

Sem orgulho, consegui dizer tudo que minha aura sempre quis.

Falei de recomeço!

Amor platônico é tão engraçado. Você ama o outro mesmo sabendo que aquilo é quase impossível, mas é nesse “quase” que você sonha todas as noites.

O amor eterno é o amor impossível. Os amores possíveis começam a morrer no dia em que se concretizam.

Te conheço melhor que qualquer um, melhor que você mesmo. Apenas não sei o que fazer com essa informação.

Tá tudo bem. Eu demorei muito pra poder dizer isso. Principalmente porque, no final, tem muita coisa entalada e dói. Dói muito e daí, por doer, dá raiva. E eu senti muita raiva de você. De todas as pessoas do mundo, te quis muito longe. “Nem pintado de ouro”, eu disse. Disfarçando por aí que, no fundo, ainda te queria muito. Porque eu te quis até passar.

É clichê dizer que o tempo cura, que com o tempo passa, que o tempo apaga. Mas não dá pra negar que o tempo ensina. E, caramba, ensina tanta coisa. Aprendi com o tempo que não adiantava nada odiar você. Não adiantava nada remoer raivas antigas, como se isso fosse mudar alguma coisa. O tempo me mostrou que as pessoas erram e nem por isso são pessoas horríveis. Pior: o tempo mostrou que eu posso errar bem feio também.

Tá tudo bem e eu quis te dizer isso agora mais por mim do que por você. Cê seguiu a vida – e que bom. Fui eu que fiquei aqui pagando de dor de cotovelo e contando para todo mundo o quanto você me magoou. E magoou – não vou mentir. Mas uma hora a gente entende – e isso aprendi sendo adulta – que o que vale mesmo são as lições que a gente arranca dos dias em que mais dói. E eu tirei muitas lições dos dias que fiquei sem você.

Não vou negar que sinto uma ponta de orgulho de mim por poder, agora, te olhar e pensar: tomara que você seja muito feliz. Sério mesmo, sem falsos desejos. Já te quis mal, já quis que você sofresse, bebesse, se arrependesse. Hoje, quero mais é que você saia por aí e encontre um amor pra vida inteira. Desses que eu tentei muito, muito, muito, ter com você.

Por aqui, há muito amor ainda. E flores e dias azuis e os filmes românticos que você odiava e dias de choro e de luta e cansaço. Encontrei quem entendesse as minhas loucuras. Ou, pelo menos, quem tente entender as minhas verdades. Porque, afinal, acho que esbarrar com pessoas erradas serve para ensinar a olharmos com mais cuidado à procura das pessoas certas. E tudo bem: esbarrei com você pra depois poder esbarrar com quem, de verdade, queria esbarrar comigo. Com quem podia me amar de volta.

Tá tudo bem. Às vezes dói (não por você, mas porque qualquer queda fica um pouco guardada na lembrança e volta em dias chuvosos quando a esperança tá fraca). Às vezes lembro de você se escuto sua banda preferida e me vem um pensamento à mente: antes de doer, você me fez muito feliz. Por isso, te digo de verdade: tá tudo bem. Espero que esteja tudo assim por aí com você também.

EU TE AMO

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás só fazendo de conta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir

Atrás da porta

Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu peito, teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua

Era bonito. Você escutava o que eu falava com uma paciência que poucos antes de você tiveram. E me abraçava quando as palavras acabavam e eu tinha que engolir o choro, porque continuavam esperando que eu fosse forte – de um jeito que eu nunca fui de verdade. Nós dois entrávamos numa sintonia ali naquele abraço, numa promessa silenciosa, não de pra sempre, mas de momento. “Eu estou aqui agora” – e isso era grande coisa. Uma coisa enorme. Simples, fácil, leve, bonita. Talvez, uma das coisas mais bonitas com as quais já esbarrei nos meus poucos anos de vida.
Você me apoiava. Não precisava me entender, concordar ou acreditar em mim. Você me apoiava porque dizia que me queria feliz. Um sorriso no rosto e um coração alegre. Lembra? Era o que você sempre dizia que eu deveria ter, quando, cansada, eu queria desistir da vida e jogar todos os meus sonhos para o ar. Você segurava minha mão, me fazia respirar fundo e repensar todas as minhas decisões. Dizia que eu tinha que ser menos radical nas minhas escolhas. Que tinha que ir com mais calma. Ter mais serenidade.
Era reconfortante. Você tinha um jeito só seu de entender minhas dores sem que eu precisasse explicá-las. E, quando viu minhas feridas, correu para a farmácia mais próxima para arranjar todos os curativos possíveis para que eu me livrasse das cicatrizes. Você me pegou aos pedaços, trouxe a cola e juntou pedaço por pedaço. Me colocou em pé outra vez, como se eu nunca tivesse caído.
Você me falou verdades que eu não queria ouvir. Me disse quando eu deveria parar. E avisou quando eu deveria continuar indo em frente. Você me ensinou e prestou atenção também nas minhas lições. Discutiu – sem me menosprezar – política, futebol e religião. Você assistiu aos jogos do tricolor ao meu lado. Sem se manifestar contra.
Era bonito. E era amizade, cumplicidade, sinceridade, companheirismo, olho no olho, mão na mão, sua vida na minha e minha vida na sua. Era um jeito de me importar sem obrigação. E ver você se importar comigo sem cobranças. Era bonito. Disso nunca tive nem dúvida. Agora, enquanto você arruma suas coisas e não me dói, eu vejo todas as esquinas do nosso caminho. A gente se desviou antes mesmo de se encontrar. E, no meio da estrada, quem roubou meu coração não foi você. Seu coração também nunca foi meu. Mas era bonito. De verdade, sabe? Por mais que ninguém nunca tenha entendido.
Você é uma dessas pessoas que entram na nossa vida uma única vez. Aparecem aqui, causam um alvoroço, nos ensinam a olhar a vida de uma maneira diferente e depois se vão. Têm outros caminhos para percorrer. Eu também vou para o outro lado. A gente não poderia mesmo ficar junto. Faltaria sempre alguma coisa. Um frio na barriga. Um coração acelerado. Um arrepio frio. Sempre existiria aquela vozinha chata: você sabe, não é ele. Não era você. Não fui eu também.
Porque era bonito, mas não era amor. Não era.

Eu voltei. Eu voltei porque era muito amor, porque era muito carinho e muita preocupação. Eu voltei porque o seu olhar sempre me implorou, de um jeito extremamente carinhoso, para não te deixar sozinho, para não desistir de você. E eu tentei, fiz das tripas coração, engoli meu orgulho, extrapolei, insisti até mais do que deveria, tudo para não desistir, tudo para não largar sua mão. Eu voltei porque, mesmo sem ninguém nunca entender, eu continuava amando você.
Eu perdoei suas cagadas. Desculpei até quando não soube me amar, porque no fundo eu me apegava a cada vez que você me amou sem defeitos, ainda que essas vezes tenham sido tão poucas. Eu engoli sapos, calei meu coração e deixei que você errasse o quanto quisesse, na esperança que um dia você finalmente aprendesse com os seus próprios erros. Eu voltei mesmo quando você não aprendia.
Eu chorei, me arrependi, quis te bater, quis muito te odiar. Tive muita vontade de olhar nos seus olhos e perguntar por que você fazia aquilo comigo, por que você não aproveitava todo o meu amor e vinha me amar de volta, ao invés de fazer tudo para me perder. Olha só que coisa mais estúpida e autodestrutiva: eu insisti em você mesmo quando você desistia de mim.
Eu voltei mesmo quando eu deveria ter te tirado da minha vida. Eu voltei mesmo quando todos me criticavam. Eu voltei mesmo quando eu sabia bem que devia deixar você no meu passado. Eu te agarrei no meu presente crente que você me queria no seu futuro. Eu voltei por falta de coragem de ir sem te levar.
Eu voltei tantas vezes que achei que esse seria o nosso fim: minhas eternas voltas. Mas hoje eu vim só pra dizer que eu não volto mais. Só pra contar que daqui não passo. Que todas as minhas voltas foram só uma maneira de fugir do que eu mais temia: o dia que eu teria que ir e te deixar pra trás. Hoje, eu voltei apenas pra dizer que nós dois merecemos mais do que isso. Mais do que uma relação cheia de voltas e sem nenhum recomeço. Você vai encontrar alguém que não precise voltar, alguém que finalmente fique. E, se Deus quiser, eu vou encontrar alguém assim pra mim também.

Pra seguir em frente

Eu segui em frente. E o que mais eu poderia fazer? Quebrar a casa, desarrumar o quarto, jogar tudo o que me lembrava de você fora? E de que isso ia adiantar? Isso é coisa de gente que não tem mais o que fazer, minha mãe diria. No outro dia, eu acordaria e você continuaria aqui. Eu poderia ter ficado agarrada a minha cama, poderia ter parado de comer, poderia até mesmo ter deixado de sair com meus amigos. Você sabe, essas coisas que a gente faz quando sai dizendo por aí que está deprimido. Mas minha depressão nem tentou ser mais forte que você. No fundo, eu sabia, não importava o que eu fizesse, você não largaria o posto, não abandonaria totalmente meu coração. Por algum motivo doentio, eu sei que você estará gravado em mim de um jeito meio que permanente. Eu sei que vou esbarrar com você depois de anos e sentir uma pontada na boca do estômago. Conheço bem o diagnóstico. Chama-se: falta do que não foi.
Não, eu não sinto saudade do nosso passado. Tenho carinho, talvez, mas me lembro bem dos motivos que nos fizeram terminar. Ainda me lembro dos nossos gritos, ainda guardo os motivos das nossas brigas e amargo o gosto das minhas lágrimas. Sei bem que acabamos porque tínhamos que acabar. Mas e tudo aquilo que a gente jurou que ia ser? A gente jurou que ia ser feliz. Que acho que foi nossa promessa mais irresponsável. Como é que se promete algo assim para o outro? “Eu vou te fazer feliz?”. A gente jurou que ia arrumar as coisas, viajar o mundo, conhecer lugares. Juramos que seríamos um casal de sucesso. Olha isso: a gente jurou até que ia se amar para sempre. Talvez seja isso o que dói: cadê o amor que a gente jurou que ia ter?
Sinto falta das coisas que poderíamos ter sido. E acho que você não sai de mim exatamente por esse nosso futuro prometido que não me abandona. Eu sei, eu sei, eu poderia ter chorado muito. Você vive dizendo que eu não sofri tanto, que superei rápido, que logo estava com outro. O que você queria que eu fizesse? Morresse, me descabelasse, chorasse até não aguentar? É, eu poderia ter feito isso, mas ia fazer passar? Já disseram por aí e eu repito: a vida não para, eu continuei tendo que ir para a faculdade, continuei tendo que trabalhar, pagar as contas, sorrir e ser simpática com as pessoas. Você era importante, mas novidade: há vida além de nós dois.
Não, não vou dizer que te esqueci. Não vou mentir que passou. Pra que tudo isso? Pra que fingir que você não foi nada, que amar você não foi quase tudo e que te perder não me doeu? Só eu sei o buraco que nossa história deixou em mim. Só eu sei como tive que respirar fundo, engolir em seco e seguir a vida. Seguir-a-vida. Não é pecado, eu juro. Foi só o que me restou fazer. Mas esquecer você de vez? Em outra vida, quem sabe.

Finalmente, eu consegui dar um final ao meu modo nessa nossa história que começou atrasada e terminou cedo demais. Claro que eu queria ter continuado, mas como você preferiu fugir, eu resolvi te ajudar como um sinal de compreensão. Afinal, a gente cavou essa cova juntos. E agora só vai nos sobrar a dor de não ter conseguido lidar com aquela felicidade simples e magnífica que era estar perto um do outro. Erros imperdoáveis. Palavras fatais. Confissões destrutivas. E eu te mandei pra longe quando tudo que eu queria era te levar comigo. É a história triste de outro amor que vai deixar planos pela metade. Como a saudade das coisas que a gente nunca viveu. Essas saudades são as piores. Inesquecíveis.

Somos donos dos nossos atos
mas não donos dos nossos sentimentos.
Somos culpados pelo que fazemos
mas não pelo que sentimos.
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos.
Atos são pássaros engaiolados.
Sentimentos são pássaros em voo.

Instruções para a vida:

1. Dê mais às pessoas do que elas esperam e faça com alegria.
2. Decore o seu poema favorito.
3. Não acredite em tudo que você ouve, não gaste tudo o que você tem e durma tanto quanto você queira.
4. Quando disser "Eu te amo" seja verdadeiro.
5. Quando disser "Sinto muito", olhe para a pessoa nos olhos.
6. Fique noivo pelo menos seis meses antes de se casar.
7. Acredite em amor à primeira vista.
8. Nunca ria dos sonhos de outra pessoa.
9. Ame profundamente e com paixão. Você pode se machucar, mas é a única forma de viver a vida completamente.
10. Em desentendimentos, brigue de forma justa. Não use palavrões.
11. Não julgue pessoas pelos seus parentes.
12. Fale devagar, mas pense com rapidez.
13. Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte: "Por que você quer saber?".
14. Lembre-se que grandes amores e grandes conquistas envolvem riscos.
15. Ligue para sua mãe.
16. Diga: "Saúde", quando alguém espirrar.
17. Quando você se der conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias.
18. Quando você perder, não perca a lição.
19. Lembre de três R's: respeito por si próprio, respeito pelo próximo, responsabilidade por suas ações.
20. Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade.
21. Sorria ao atender o telefone. A pessoa que estiver ligando perceberá isso em sua voz.
22. Case com alguém que você goste de conversar. Ao envelhecerem, suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra.
23. Passe mais tempo sozinho.
24. Abra seus braços para mudanças, mas não abra mão de seus valores.
25. Lembre-se de que o silêncio às vezes é a melhor resposta.
26. Leia mais livros e assista menos TV.
27. Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e olhar para trás poderá aproveitá-la mais uma vez.
28. Confie em Deus, mas tranque seu carro.
29. Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo que puder para criar um lar tranquilo e com harmonia.
30. Em desentendimentos com entes queridos, enfoque a situação atual. Não fale do passado.
31. Leia o que está nas entrelinhas.
32. Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade.
33. Seja gentil com o planeta.
34. Reze. Há um poder imensurável nisso.
35. Nunca interrompa enquanto estiver sendo elogiado.
36. Cuide de sua própria vida.
37. Não confie em alguém que não fecha seus olhos quando beija.
38. Uma vez por ano, vá em algum lugar que nunca esteve antes.
39. Se você ganhar muito dinheiro, coloque-o a serviço de ajudar outros enquanto você for vivo. Esta é a melhor satisfação da riqueza.
40. Lembre-se que não conseguir algo que você deseja, às vezes, é um golpe de sorte.
41. Aprenda as regras e quebre algumas.
42. Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele onde o amor de um pelo outro é maior que a necessidade de um pelo outro.
43. Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para consegui-lo.
44. Lembre-se que seu caráter é seu destino.
45. Usufrua o amor e a culinária com abandono total.

Quando fazemos tudo para que nos amem... e não conseguimos, resta-nos um último recurso, não fazer mais nada.
Por isto digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado... melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
Não façamos esforços inúteis, pois o amor nasce ou não espontaneamente, mas nunca por força de imposição.
Às vezes é inútil esforçar-se demais... nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende a nossos pés.
Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido.
Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer.
Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o de nada mais fazer.

Saudades

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...

Preciso Dizer que te Amo

Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo

Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
E eu preciso dizer que eu te amo
Tanto

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela eu não quero
Ser teu amigo

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo, tanto

Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando cada riso teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira

Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo, tanto

Para fazer esquecer as nossas faltas aos olhos do mundo são precisas torrentes de sangue; mas, junto de Deus, basta uma lágrima.

Seiscentos e sessenta e seis

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ª feira...
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre em frente...
e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

BENDITOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Os ventos que às vezes
Levam para longe o que amamos
São os mesmos
Que trazem algo mais para ser amado

Nós não podemos chorar pelo
Que nos foi tirado
Nós não iremos... / Nós não iremos...
Nós amaremos o que nos foi dado
Pois tudo que é realmente nosso, não irá embora.