Coleção pessoal de Tassio

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Mas nenhuma dessas coisas se comparava ao prazer que eu tinha ao ouvir o barulhinho de uma mensagem dele chegando.

Eram essas coisas meio erradas que faziam a vida tão certa.

É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz.
Tanto amor querendo escrever uma história, mas só escrevendo este texto amargurado. É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar. É triste lembrar como eu ria com ele.

CIÚME NÃO É EX

... porque o que quase foi não pode atrapalhar o que ainda pode ser.
(...) E de escolhas e de perdas é feita a nossa história. Não há nada que se possa fazer a não ser carregar por um tempo um peso sufocante de impotência: eu escolhi que aquele fosse o último abraço.
Agora é outra que se perde em ombros tão largos, tomara que ela não se perca tanto ao ponto de um dia não enxergar o quanto aquele abraço é o lado bom da vida.
(...) Aquele abraço era o lado bom da vida, mas para valorizá-lo eu precisava viver. E que irônico: pra viver eu precisava perdê-lo.
(...) Mas a realidade é que não gostamos desses tipos de filme fraco com final feliz, gostamos dos europeus "cult" onde na maioria das vezes as pessoas sofrem e perdem, assim como aconteceu com a gente.

AMOR NÃO SE PEDE

(...) Ei, seu tonto, será que você não pode me olhar com olhos de devoção porque eu estou aqui quase esmagada com sua presença? Não, não dá pra dizer isso. Ei, seu velho, será que você pode me abraçar como se estivéssemos caindo de uma ponte porque eu estou aqui sem chão com sua presença? Não, você não pode dizer isso. Ei, monstro do lixo, será que você pode me beijar como um beijo de final de filme porque eu estou aqui sem saliva, sem ar, sem vida com a sua presença? Definitivamente, não, melhor não.
Amor não se pede, é uma pena.
(...) É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz.
(...) Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa? Ele sabe, ele sabe.

CARTA PARA O HOMEM QUE MORREU E UM POUCO DE VERDADE VIVA

(...)Eu passo quieta por você, você passa quieto por mim, e eu ainda escuto o barulho que a gente faz.
(...)E você já abalou tanto a minha vida. Que pena, agora você morreu.
(...)Não morre, por favor. Seja ele, seja o homem que perde um segundo de ar quando me vê.
Mas você nunca mais me olhou quase chorando, você nunca mais se emocionou, nem a mim.
Você nunca mais pegou na minha mão e me fez sentir segura. Nunca mais falou a coisa mais errada do mundo e fez o mundo valer a pena.
Eu treinei viver sem você, eu treinei porque você sempre achou um absurdo o tanto que eu precisava de você para estar feliz.
De tanto treinar acostumei.
(...)Eu só queria que ele aparecesse, o homem que vai me olhar de um jeito que vai limpar toda a sujeira, o rabisco, o nó.
O homem que vai ser o pai dos meus filhos e não dos meus medos.
O homem com o maior colo do mundo, para dar tempo de eu ser mulher, transar para sempre. Para dar tempo de seu ser criança, chorar para sempre.
Para dar tempo de eu ser para sempre.
Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei você.
Antes que eu morresse de amor. Matei você.
Eu sei que sou covarde. Surpreso? Eu não.

"O desejo me acompanhou até em casa. Muito , muito mais forte que minha nobreza em ter dito não."

Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar.
É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim.
Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto.
Eu me agarro à beiradinha do meu amor, eu imploro pra que ele fique, ainda que doa mais do que cabe em mim, eu imploro pra que pelo menos esse amor que eu sinto por você não me deixe, pelo menos ele, ainda que insuportável, não desista.

Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como podia ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava.

Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo.

(...)
Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existe morte para o que nunca nasceu.

(...)
Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo.

Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo.

Simplesmente isso. Você, uma pessoa sem poesia, sem dor, sem assunto para agüentar o silêncio, sem alma para agüentar apenas a nossa presença, sem tempo para que o tempo parasse. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza.

(...) sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressado com seus ombros perfeitos. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinta falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, de não dar conta, de não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter.

Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria.

"Sofre, Juca Mulato, é tua sina, sofre…
Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida
é dormir sem sonhar, é viver sem ter vida…
Ter, a um sonho de amor, o coração sujeito
é o mesmo que cravar uma faca no peito.
Esta vida é um punhal com dois gumes fatais:
não amar é sofrer; amar é sofrer mais"!

Trago por fora a alegria e sorriso de um arlequim e por dentro, a tristeza e lágrimas de um pierrot.

Ninguém sabe sorrir tão bem quanto o Pierrot, ninguém!

PIERROT, cismarento:
Não...Para que beijar? Para que ver, tristonho, no tédio do meu lábio o vácuo do meu sonho... Beijo dado, Arlequim, tem amargos ressábios... Sempre o beijo melhor é o que fica nos lábios, esse beijo que morre assim como um gemido, sem ter a sensação brutal de ser colhido...

É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a vida, quanto dizer que um violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música.

Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes.

A árvore, quando está sendo cortada, observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira.

Você faz um favor pra mim existindo. Porque as pessoas reproduzem as palavras que eu te dedico, o que me faz sentir menos boba por te amar tanto mesmo sem nada em troca. Você fez um favor pra mim e pra elas quando um dia me fez tanto bem. Por que tem gente que adora o que eu escrevo. E seria divino se você fizesse o mesmo. Seria realmente magistral se você conseguisse adorar não só as minhas letras como a mim também, com toda a sua incompreensão e neurose. Mas eu nem peço isso nem nada nada, porque mesmo que de um jeito impróprio e intocável, agora eu te tenho meio por perto e te ter de qualquer jeito já é algum troco pra quem até pouco tempo não te tinha de forma nenhuma. E você sabe, você faz um favor pra mim existindo. Porque te esperar, mesmo que inutilmente, ainda é a minha condição mais bonita. E eu e minha tristeza pacífica e minha obsessão excomungada sentem uma vergonha enorme de te pedir qualquer amor porque sabem que você já faz demais estando aqui, no mesmo planeta que eu. E em vez de "te amo", te digo "obrigado". O agradecimento que ofusca todas as paixões do mundo. Obrigado. Você é, ainda, o meu tema preferido.

A coisa. O que deixa tudo com cara de metade. O que coloca três pontinhos na última palavra. A coisa que dói e consola simultaneamente, incessantemente. A paz mais triste. O inferno silencioso que ofusca os sons da rua. A coisa. As sobras dum passado. O prato principal da cabeça vazia. A coisa que faz sonhar um pesadelo suportável, mas que não termina quando desperta, porque nunca dorme. Nem morre. A coisa linda que eu quero esquecer. A coisa podre que eu só sei lembrar. A coisa essa que não dá pra alcançar com as mãos, mas vive do meu lado o tempo inteiro. A coisa que vê o que eu não enxergo. A coisa que fala o que ninguém ouve. A coisa que toca e não tem calor, mas arrepia o corpo todo. E que não pesa o lado da cama, mas dorme comigo toda noite. A coisa que existe sem querer. E que quer o que não existe mais. A coisa que quase não tem nome, não fosse a criatividade do brasileiro em inventar pra coisa, uma palavra: saudade.

Fico o tempo todo imaginando o momento em que você vai dizer as palavras mágicas que vão oficializar a sua ida oficial da minha vida. Penso no silêncio que vou retardar com um susto monossilábico qualquer. Penso nos outros dias que ficarei olhando pra parede como se estivesse vendo um filme cult, me perguntando por que diabos eu não deixei as coisas terminarem antes. Penso na estranha paz que eu vou te conceder com a minha ausência, e na perfeita guerra que meus sentimentos vão suportar com minha vontade de esquecer tudo que nós vivemos, e te tornar mais um panaca que desistiu de mim.

E é tão difícil admitir que, por tantas vezes mostrei a vontade de ficar, e essas tantas vezes ele mostrou que não se importaria se eu fosse embora. Mas a gente se engana, querendo mais motivos pra ir embora como se estivesse fugindo da verdade. Querendo mais motivos pra amar menos, como se a solidão não fosse suficiente. Você quis tanto abrir meus olhos e me empurrar pra outro caminho, e eu cega, permanecia acorrentada a laços existentes apenas pra mim. Você me mandou embora tantas vezes, de formas tão sutis, e eu aqui, sempre querendo mais motivos pra ir embora. Motivos... você me deu tantos, e continua me dando. E agora eu não preciso de mais motivos pra fugir, tenho de sobra pra te odiar. Teu consentimento á minha ausência é tão claro, como todo aquele amor que eu quis te dar. Finalmente, teus motivos cresceram o suficiente pra me mandar embora. E DESSA VEZ EU NÃO VOLTO.