Coleção pessoal de Sobreira1234

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Filo+Sofia= D.E.G.E.N.E.R.E.S.C.Ê.N.C.I.A.

A Filosofia não me deixa só.
Somente ela mostrou que a curiosidade é familiar, e,
Família não tem forma.
Esta é a minha Filosofia que mora sem portas fechadas.
Esta é a Filosofia que faz tudo girar.





Ela não me deu ciência das coisas
Deu despertar com e sem asas.
Fez de minha mente pedaços de casas
Um pedaço de Deus e do Nada
Com descobertas significantes
E sem perpetuar.

A Filosofia me deu divindades e demônios sem idades
Todas morando em mim e em compadres e comadres.

Corpos humanos sem tempo
Estrelas destruídas por dentro
Nascendo em mundos afins e não afins
Preparando para outros encontros
De tudo o que há de bom e ruim.






A Filosofia sempre me oportuniza novas moradas
Das árvores magras que meus braços abraçam
Fez dos meus dias gordos troncos enraizados
Orbitando espaços truculentos e emancipados





A Filo meu deu Sofia.
Deu arguta sabedoria
Ignorante magia
Deu a minha prática das comédias materiais e arlequins, vagabundos vanguardistas e muito mais.

Fez frenesi em meus dias
Mimos degenerescentes até então previsíveis, ditos ditosos, podres imponderáveis fins e sem fins.




A Filosofia me deixou mais sensível aos fatos.
Fez do faro melecar meu paladar nato.
Do pensar correr feito humano sem domesticação,
Por entre concretos, florestas, e imensidões de sins e de nãos.




Fez do meu Eu ir além da pressão da terra
Ir no além do que se espera
Do que é e o que ainda está por vir.
Do além filosofar do que chamam de devir.

Sem medo de balanças e lanças verbais
Nem de chuva e sóis
Coragens, covardias e muito mais.
Sem protetores e muitos lençóis
Me fez comer formigas e brincar com para-raios e para-sóis.

Me faz deixar de ser Uma e passei a ser Dois
Banhos de rios, geringonças e depois
Criadas por minhas mãos ou a dois, três, quatro, cinco e mãos amputadas.
Filosofia me deu foi mais do que Espadas.


Com a Filosofia eu assumi meu fim
Olhei friamente emocionada as crias que ela criou
Todas dentro e fora de mim.
Daí dei novos começos sem mascarar e esperar pelo “depois”.
Degenerescência é, e sempre, será a Filosofia do meu jardim.


T.S.

MEU MANTRA DIÁRIO


Por tudo o que eu nunca CANTEI EM MEU MANTRA DIÁRIO



Por cada silêncio sem a necessidade de palavras,
Por todos os olhos revirados dia e noite,
Por todas as palavras soltas e desenfreadas na raiva e dor,
Por todo o grito descontrolado de medo e indignação,
Por toda lágrima vertida da minha alma que chorava para regar o meu corpo trêmulo de ansiedade e desespero,
Por toda a injustiça praticada a mim,
Por toda as perdas e vitórias conquistadas,
Por todas as noites sem sentido aparente,
Por todo o medo e felicidade realizados e sentidos na vida,
Por todo instante que respiro os ares que nunca são iguais,
Por todo o nascer de sol que me aquece e me rejuvenesce,
Por toda a bravura que vem sempre a minha mente quando esta seta esfacelada pelas incertezas da vida, duvida de tudo.

Por toda a imensidão de infinitas possibilidades e impossibilidades em meu presente,
Por todo o amor que carrego em meu coração e mente,
Por toda doçura e alegria que me envolvem a cada entardecer suave e anoitecer estrelados na terra,
Por toda natureza que me faz, cada dia, ser mais naturalmente eu,
Por todos os abraços recebidos de carinho e afeto sinceros,
Por toda a discórdia praticadas e recebidas e que me ensinaram que somos todos passíveis de erros, e acima de tudo, humanos.

E ainda:
Por toda Grandeza que o poeta se reveste por não conseguir mensurar um terço do que lhe vem a alma, mas faz dele, a grande e indivisível tinta das canetas, a escrever sem parar trechos da perfeição chamada VIDA,
Por toda morte e histórias de antepassados do próprio mundo que fazem parte deste gigantesco UNIVERSO do qual fazemos tons nesta imensurável galáxia.
E assim:

Por toda a minha pequenez em ser uma minúscula obra deste Cosmo.
Eu, perante toda a corte marcial da vida, me prostro de joelhos.
GRATITUDE, EU EXISTO.


T.S.

Rio

Por muito tempo escondi palavras,
Economizei canetas e tintas.

Por muito tempo acorrentei músicas.
Por um tanto assim de desafios, eu me dei conta quanto deixei adormecida as minhas águas que teimavam em brotar sem parar.


Por um tempo eu as deixei represadas e sem forças.
Por um tempo eu as deixei sem tempo.

Agora correm firmes, fortes e rumo ao Mar.
Rumo 'a terras áridas.
Fazem até correntezas.
Quebram represas.

Correm sem cessar rumo 'a horizontes onde palavras não tem vendas e nem tendas.

Não pedem tempo alheios pois do seu tempo já tomou conta.

Minha voz, agora, ecoa novos sons. Limpos e graves.
Voltou a ser o trovão de outrora.
Não amordacei mais a boca, não adoeci os meus olhos.
Dei um tempo pra mim de presente.
De tanto chorar eu os limpei um a um os buracos entupidos de minha sujeira.
Estavam tão turvos, imundos, corrompidos.

Agora,

Transbordaram Rios profundos.
Sabem, também, ser rasos e afogar neste rio-mar de águas doces e salgadas, todas as maldades, a ausência do pecado, do ato, do trato, e, doa atos a si.
Quanta animalidade, anormalidade e somente é.
Aqui no natural o humano que corre com a pimenteira nos olhos transpira em ardências.

Deixar fluir o meu Rio, para lavar as pimentas secas e vermes, é excitante.

Descer para o oriente, rumo ao Sol nascente, renova.

Eu, meu Rio, mochilas e rio sem limites.

Um dia cruzei oceanos, mas hoje eu ainda Rio.
Eu ainda sorrio de mim e de minha fluidez.
Abandonei a flacidez da vida e dos estômagos.
O meu Rio quando encontra as margens no fundo, irriga por dentro mundos.
Dei água para a natureza que aqui se aquecia e queimava.

Eu ainda sorrio das lágrimas que nunca me abandonaram.
Hoje dou um descanso 'a elas.
Dei a elas o Mar como descanso, e não mais Rio e descaso.
Se é pra ter Sal, tempero-me

Por muito tempo, muito tempo, havia deixado de ser eu.
Por muito tempo, muito tempo, havia deixado de ser Rio.
Hoje sou Mar.
É um excelente dia pra morrer.

Bela Morte aos que, ainda, sabem Viver.


T.S.

Plástico Bolha.


Socialmente doentes, rumo 'as catástrofes do humano, caminhamos e insistimos em querer ser esta profusão acelerada e descontrolada de destruição do si e do que nos fora confiado no decorrer da longa jornada de cada um.
Ironicamente é este o filme: "Pais adoecendo filhos com suas ansiedades geradas por um mercado mundialmente conhecido como "consumismo e da produção em massa de operários de coisas quaisquer".
A guerra tornou-se banal e a beleza da vida, cada vez mais, deu lugar ao Plástico Bolha que envolve a Terra.

Sim!
Nos tornamos máquinas de fazer nada.
Humanos gordos.
Humanos secos.
Humanos superficiais.
Humanos bonecos.
Humanos que querem ser perfeitos e fabricados em série produzidas por si, os próprios humanos.
A industria da beleza do supérfluo roubou o lugar do Conhecimento e deu lugar a crise de identidade..."


-Opa, opa, opa!! O que é isso? Ufa! Mais uma ilusão gerada pelo grande mago da terra: HUMANO? É. E eu que pensei que tudo isto seria real. Será?

Para que servem, de fato, todos estes anos que gastamos?
Para que nos demos de presente bilhões de anos de evolução para chegarmos na anulação do avançar Conhecendo?
Para que então adoecer o corpo e a mente com ações destrutivas em nossa máquina e n´outras se já sabemos qual é o caminho?
Para que nos serve tamanha ebulição instintiva e sagacidade se nem sequer queremos utiliza-las 10% por puro medo de avançar perante o coletivo e consigo?

É, meus amigos.

Transformar este plasma que geramos diariamente dentro de nós em vida de qualidade não é fácil!

A reconstrução do “Novo Viver” nesta “Nova Era” soa tão absurda como querer usar as roupas de sacerdotes do Egito antigo, aqui materializados, em pleno século XXI. Como fora imprescindível a visão daquele povo e de outros para várias áreas, e portanto, a sobrevivência do humano atual: astronomia, matemática, astrologia, engenharia, gastronomia, e etc., Tudo (digo tudo) para o avançar do dito homem moderno.

Ao passo que evoluímos encarceramos e aprisionamos o humano atual.

Mudança não significa progresso.

Somos, em sua maioria, sem profundidade, e por vezes, tão intensamente superficial que abarcamos até os horizontes mais densos dos sentimentos naturais e instintivos para dar lugar ao "sei alguma coisa, talvez eu saiba, tá bom assim e por aí vai...", então matamos para dar lugar a inúmeras confusões e conflitos internos, familiar e social. Forçosamente as “pressões” que nos desviam do nosso próprio eixo. Coitados de nós medíocres e necessários para o convívio.

Cadê o apertar das mãos, o abraço, a discussão salutar, as brigas entre classes, o encantar-se por si e por todos?

-Sem hipocrisia, sei que dá um tantinho assim, para sermos menos ou mais.

Desacelere um pouco.
A arte do observar proporciona uma forte decisão perante nossos dias: a de criar este novo Plasma interno e depois dar corpo do Conhecimento.
Este humano mais natural e possível, e que pode alcançar as raias da limpeza mais profunda da nossa espécie, e ser o que somos em nossa evolução, pode e deve vir a ser o que é: Matar, Gerar, Desenvolver, Construir, Moldar, Ajustar e tornar-se Dono de Si.
Tudo soberanamente delicioso.

Deixe o corpo pronto para o que vem pela frente em Conhecimento e assuma o que é seu por natureza:

Nascemos livres e não precisamos da liberdade.
Nascemos donos de si e não precisamos de patrões.
Nascemos o eu e não precisamos do todo.
Nascemos indivíduo e não comunidade.
Nascemos tudo e o que precisamos é do Nada.

Na disciplina do exercício de “indivíduo”, o Eu, se dá por amor e ódio ao Deus e Diabo com extrema satisfação em viver a dualidade.
A morte súbita foi fácil.
A vida longa é difícil.
Vida longa ao Rei e a Rainha chamada Vida.

T.S

EM BUSCA DO EU PROFUNDO

I

"Um dia, minha mente decidiu descer os recônditos das cavernas dos pensamentos.
Nestes vales escuros e sombrios, encontrei o Feitor de todos.
Disse assustada:
- O que fiz com tanta curiosidade? Quem sou eu?
O Feitor respondeu:
- Tu és Tu. E Eu sou Eu.
Atônita falei:
- Não pode ser. Desci tanto assim e tenho esta resposta?
Feitor:
- Pergunte então 'as margens que encontrares.

E vi crianças sentadas ao redor de uma mesa nas laterais de nosso caminho. E no escuro de uma das cavernas, uma mesa a margear rios.
Perguntei:
- Ei, você lá! O que és Tu?
Uma menina responde:
- Eu sou Eu. E Tu és Tu.
Mais adiante ao voarmos, vi outra mesa repleta de crianças e um menino de sorriso largo. O mesmo que estava pousado em fotos e quadros. E o mesmo menino conversando com outro Feitor.
Eu disse:
- Este tem um sorriso pousado no quadro. E ele quem é? És Tu?
O menino, que comandava os outros meninos, em obediência ao Feitor dele, disse:
- Sou a imitação de mim, mas Eu sou Eu, e Tu? Quem és?

- Mergulhei tanto para aprisionar no meu Eu mais profundo, e foi aqui, que cheguei- respondi reflexiva e com um profundo silencio interno- Eu sou Eu. E Tu és Tu."

T.S.

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II

"Não vendo informação.
Vendo conceito.
Vida com estilo, direito torto.
Um menos que não faz do suficiente o insuficiente ineficiente.
A informação sem rodeios, sem e com meios.
Não vendo idéias, eu vendo inovações do pensamento sem forma.
Não vendo a comunicação, pulverizo formação.
Sou milionária das palavras e o valor é a nulidade do ato castro.
No tradicional sou a informação em movimento e o progresso aparente.
Sou contundente.
Sou o olhar diferente sobre o que construí e destruí.
Documentários pequenos com duração de 5 minutos por episódios foi o que decidi me doar, mas eles encurtaram o meu pensar.
A vida é mais que um simples documento- é um testamento póstumo.
Histórias contadas por mim e por nós passaram em minhas mãos e os tomei: vendi vidas.
Vendo histórias com um jeito de viver interiormente.
Tens vinténs, niqueis, tiques ou chiliques?
Um olhar mais dentro e exposto é bem mais bonito que faz gosto.
O pra fora sempre chega sem demora. O pra dentro sempre cobra o que sustento.
Um olhar de fala reclama e ordena o que mata. E não aceita devolução.
A sustentação a prova de crises existenciais do ser humano não tem contra-indicação.
Aqui você paga o que terá vida amanhã.
A história contada não morre, ela tem preço, cobra, e não dorme."


T.S.

ECCE MULIERE



A subjetividade foi sepultada pela objetividade, e fez da humanidade um repetidor de suas ações. O eterno retorno ‘as Cavernas.
O que é belo de fato?
Quais belezas são bases para ser belo?
A beleza passa ser um objeto e uma vontade treinada aos olhos.
Tudo condicionamento e manipulação da mente.
Ilusão, mera ilusão.
A arte está sendo sepultada a olhos vistos e nos deleitamos com cada detalhe desta morte premeditada. Imbecis, nos entregamos a esta “tecnicidade”nas profissões, que engessam os artistas que há bilhões de anos estiveram montados em quatro patas. Retrocesso?

Quanto mais navego nos sites de cultura do meu pais, em especial o do ministério da cultura, constato a dificuldade em produzir e fazer uma arte independente. "Emburrocratizar" a cultura e a arte, estreita o artista. Esqueceram de avisar que arte é fluir e não emperrar. Esqueceram de dizer que arte pode vir a ser negócio, não a prisão para o vulcão do gênio criador.


Navego e vejo editais e mais editais num site confuso que diz ter uma seção exclusiva para todas as regiões do pais. Encontro a região norte. Clico. O nome Manaus, difícil de ser encontrado. Mas caminhemos. Um dia a cobra vai fumar! Enquanto isso caboclo, tem que dormir na rede e dominar na rede. Este é meu campo de atuação, por enquanto.

T.S.

O Sofrer e suas águas.

O passo solitário do indivíduo o torna tão denso em sua "coletivização", que não observa os empecilhos, que as armadilhas da mente lhe impõe.


O sofrer para o humano,
É feito o olho d´água para o Rio
Nenhum vive sem o outro,
Do nascer ao caminhar
Sempre desafios.

Quando do sofrimento o humano supera,
Feito as curvas e obstáculos vencidos pelas águas,
Logo novos “sofrimentos” nos espera
E Impera,
E mesmo perante o Mar, o Rio não se apavora.

Isto, é Verdade anterior a própria verdade.
Isto, é anterior ao nascimento do próprio nascimento.

T.S.

Viciados.

O que será isso?
Quando ele tenta sair, cada vez mais é sugado por sua mente
Cada volta que quer dar longe de sí, retorna sugado e para dentro.
Entregou-se subitamente aos seus pensares viciado e não quis as doses de medicações de cura para vícios.
Adicto da dor.
Adicto do sofrer.
Viciado da irritação.
Covardia impaciente.
O que te deixa mais apto em viver é a esquizofrenia do sofrer.
Sua música se resume em lágrimas.
Encharcando-se Sr Alopático de prateleiras de saberes caros e transformando-os em textos pobres e verbos curtos.
Covarde.
Covarde para vida.
Covarde para a morte.
Dependência desmedida.
Quando quer fazer e fazê-lo não se esconda em desmazelos, pobre hospede da carne.
Adora provocações e desafios em palavras, mas a vida de carne te acovarda.
Desta somente interessa-lhe a ausência da vida diária.
O vício é o da mente doente e incerta.
Pulga de pensares.
Piolho de cabeças pensantes.
Sugador de mente vivaz e eficaz.
Parasita de textos.
O que tu tão bem e merecidamente receberá é, tão somente, a guilhotina presente.
A mente doente que mente descaradamente para si.
A acusação sentenciada por um rábula qualquer.
Aprisionando-o no medo dos cárceres viciados em pretextos para adiar a partida do morto em vida que não se designou sequer outra saída.

AS BADALADAS NOTURNAS DA VIDA

Não sei, ao certo, como foi que aconteceu.
Disseram que nasci mulher
Condicionaram-me a tal
Eu caminho sozinha isso sim
Tão em meu mundo que não admiro mais, nem sequer, um riso e o medo de um normal.


Fiz tantas coisas bobas,
Tantas mentiras tolas,
E eu fui ficando sozinha,
Na minha,
E fui indo, chorando,
Fui rindo....

FOI LINDO!

Hoje resta-me eu, e minhas histórias
Minhas vontades que foram exercidas, pesaram contra mim
Tornaram-se a minha maior representação
Julgaram-me e condenara-me.
Só porque tentei mostrar o que sou.
E eu acreditei na condenação e na culpa por muitos anos.


As pessoas não gostam de circo de horrores, mas amam estar presentes neles.
Na hora do vamos ver, todos correm , e eu fiquei.

Hoje sou uma ex presidiária de valores.
Tantos preconceito,
Tantos preceitos
Tanto santos e deuses a apontar em minha direção.

Bestas,
imbecis,
Bípedes hipócritas.

Nem toda a tempestade do mundo lava as suas bocas e línguas malditas e tortas.
Nem a sucção de aspiradores-de-pó e vassouras, limpam estes cérebros alijados e condicionados do tempo.

Sou sim uma Profana,
Mundana e coisa qualquer.
Sou até humana, e, deixei de ser aquela dita mulher.

Assumo a minha decadência e minha demência,
A ruptura do bom senso com o senso qualquer.

Sinto-me Lata.
E sei que sou, e sempre serei, ingrata ‘a própria gratidão.
Sim, sou marginal não assumo mais a postura de serviçal.

Sou culpada por ser
Sou culpada sim, por me mascarar, por vergonha, medo ou valores hipócritas, em tudo o que fiz.
E eu: querendo esconder pra ser aceita, eleita como a perfeitinha da perfeição.

Sou porca.
Torta
Sem rejunte.
Sem "armengos", resenhas mal feitas ou diagramação.
Sou a própria imperfeição perfeita.
Nesta eu fui a eleita.

Não, não foi nojento.
Fui eu, e hoje estou sozinha.
A chuva fina que cai lá fora
Sempre me vem com uma força bruta
Que me devora.

Feliz?
Pra que isso na vida se sigo sempre com ela por um triz?

Já morri faz tempo e foi logo ao renascer.
Caminharei morrendo sempre e me refazendo enquanto crescer.
E o que me resta a não ser continuar sendo e praticando o meu EU?
Em Tatiana, Sobreira é indecente.

E, seguramente, nunca mais deixarei de pertencer a mim e o que me sobrou, azedamente Sobreira.

T.S.

Quem não dá valor ao que tem,
não respeitará o que acabou de conquistar.

O Carteiro


Toc, toc.



O Carteiro chegou.
E com ele, nova correspondência.
Uma palavra, uma frase, uma cabeça erguida com um olhar distante e a pensar, um pequeno movimento e quando menos esperamos, aconteceu.
Não veio com manual (nunca tem).
O remetente, um enviado do Além?
Do mar?
Da terra?
Do fogo?
Da água?
Do ar?
Das estrelas?
De mim?

Soube.

O Carteiro chegou com a correspondência.
A brisa que soprou em meu rosto ironizou a minha reação. Ela percebeu a emoção contida com a chegada do Carteiro.
A fina chuva que me acaricia agora, sempre revelou segredos.
Parece lambidas de felinos e cães suavemente a contar os detalhes.
A luz tênue que envolve tudo... Será um complô a seu favor?
A favor do que recebi do Carteiro?
Acabaram de avisar que não aceitam devoluções.

Lí.

Rasguei. Mas a palavra ficou.
Lembranças...são as palavras em ação no meu cérebro.
Se corrosivas ou não O Carteiro não aceita devolução.
Cada uma delas desceu como um belo vinho de açaí.
Manchando boca, enegrecendo minha língua sofrega quando escorreu o líquido gelado e revigorante do gosto de terra adoçado.

Terra que caminho, terra que sustenta o peso dos meus anos.
Ninguém é perfeito de perto. O Carteiro sabe.
Todo louco é normal a um palmo do rosto. O Carteiro viu.
O Carteiro sempre carrega consigo a correspondência que precisamos. Todas repletas de oportunidades.
São as cartas.
O Carteiro partiu.

CAMINHADA LENTA

A caminhada quando inicia de forma lenta
Se dá em metamorfose em desfechos bruscos e tenebrosos!
Consolidados na tragédia de membros e na forma de pensar sufocada pela ingratidão do tempo, que não espera decisões tardias.
No tempo, os ventos sopram de forma gélida, saídos de nuvens negras e pesadas de negatividade, que agridem histórias e histórias.
Reagentes, pesticidas
Bactérias, homicidas
Vírus, suicidas.
As mesmas formas, que um dia são diferentes, tornam-se iguais as formas iniciais.
O que um dia mostrou-se findar tragicamente e funestamente
Sucumbe a insignificância de uma esperança ao deparar-se com a lentidão de leitos úmidos sobrecarregados de lágrimas.
Agora paradas leves para brisas leves.
Nuvens espessas e rostos distantes e sem emoção perdidos no vazio do nada e sem recordação.
Aqui jaz um sentido.
Que outrora houve melancólica vida
Somente o nada sem fim, e não mais o cárcere frio da solidão.
Aqui jaz um eu, um seu, um meu
Aqui jaz uma ilusão.

Autos Juninos, o meio.

Como cruzar Palavras dos meus caminhos com textos e explicações, sentimentos, percepções.
Sigo montando quebra-cabeças com honra e determinação.
Abraçar pela manhã minhas tentativas de enterrar com palavras o meu passado.
Noite passada eu tive um sonho: Vi o meu presente.
Estava deitada em minha cama a observar meu corpo.
Cada detalhe, cada movimento. Que cena torpe.
Meu sopro quase morto de mim. Um semblante adormecido, contrito.
Um corpo cansado, diferente, sem vida, asfixiado pelo tempo.
Acordei de sobre salto afogada em lembranças.
Sinto nesta manhã que poderei ser eu sem futuro. Poderei ter um dia de cada vez, sem reprises, somente com uma atriz e vários atores.
Ontem eu tive um sonho.
Sonhei comigo deitada ao meu lado, abracei o meu passado e aprecie o meu presente.

Ví:

A Autoajuda de necessária tornar-se moda no modo de ganhar dinheiro dos desesperados por si.
O Autodidata que aprendeu sozinho transformar-se num artigo de prateleira. Mera auto-classe sem vapor.
As Autobiografias de histórias de alguém mudar-se para status de celebridades vis, não mais escritas por uma, mas duas ou três mãos com bolsos furados de tantos vinténs.
A Autodeterminação que até bem pouco tempo era um direito de um país decidir o próprio destino político, vender por barganhas de poder suas nações, como bônus, como prêmio, os seus cidadãos perdidos e sem direção e escravizados.
A interferência externa é uma constante, silenciosa, por vezes desavergonhadamente gritante, belicosa e travestida de ilusão.
Os países revelarem-se o desenho da Autolotação compromissados com um propósito, uma direção: o de encurtar distâncias usando levianamente o nome globalização.
Resultados mórbidos danificam equações, alucinam sonhos que desconstroem com acordos bilaterais de meia dúzia de famintos por posições, projeções entre bajulações, contas em paraísos fiscais em um automatismo desnecessário. Retrato fiel da automatização.
Definitivamente substituíram as formigas humanas, operários dos sonhos, por máquinas que lhes imitem os movimentos seculares.
Autoestima? Conta bancária!
Na esquina? Nada!
Em casa? Adentra pela TV, a “Autoescola da corrupção”.
O sonhador Autônomo que antes era governado por leis próprias, livre, trabalhador sagas, hoje é o empreendedor continuamente assaltado pela Pátria vendida e despatriada.
Quero pedir uma Autopsia.
Vamos examinar esse cadáver.
O “cadáver” o inventor, do causador, o Autor.
Quero autuar também, os Legisladores infratores, sonegadores, opositores do meu progresso.
Quero me autuar por cegueira.

Estou cansada desse Autorama.
Dessa infame pista automobilística em miniatura.
Não quero mais ser carrinho de brinquedo que disputa corridas em espaços limitados.
Dê-me de volta a minha Autoria, quero de volta a minha qualidade ou condição de autora.
Eu sim sou Autoridade, eu tenho o poder, domínio, prestígio, sobre o sonho que sonhei na noite passada.
Posso me abraçar de novo.
Autoritários de plantão, sem escrúpulos, déspotas, inúteis. Eu sou uma sonhadora que decidiu acordar para a minha nação.
Estão nos autos.
Seja o da compadecida ou não paixão pela vida.
Serei eu, mais uma escolhida e acolhida por mim.

Ontem à noite tive um sonho.
Sonhei que retornei à Terra.
Minha herança de mim.

Não deixemos de olhar para dentro de si e das pessoas.
Não deixemos de ser idéias e mentes.