Filo+Sofia=... Tatiana Sobreira

Filo+Sofia= D.E.G.E.N.E.R.E.S.C.Ê.N.C.I.A.

A Filosofia não me deixa só.
Somente ela mostrou que a curiosidade é familiar, e,
Família não tem forma.
Esta é a minha Filosofia que mora sem portas fechadas.
Esta é a Filosofia que faz tudo girar.





Ela não me deu ciência das coisas
Deu despertar com e sem asas.
Fez de minha mente pedaços de casas
Um pedaço de Deus e do Nada
Com descobertas significantes
E sem perpetuar.

A Filosofia me deu divindades e demônios sem idades
Todas morando em mim e em compadres e comadres.

Corpos humanos sem tempo
Estrelas destruídas por dentro
Nascendo em mundos afins e não afins
Preparando para outros encontros
De tudo o que há de bom e ruim.






A Filosofia sempre me oportuniza novas moradas
Das árvores magras que meus braços abraçam
Fez dos meus dias gordos troncos enraizados
Orbitando espaços truculentos e emancipados





A Filo meu deu Sofia.
Deu arguta sabedoria
Ignorante magia
Deu a minha prática das comédias materiais e arlequins, vagabundos vanguardistas e muito mais.

Fez frenesi em meus dias
Mimos degenerescentes até então previsíveis, ditos ditosos, podres imponderáveis fins e sem fins.




A Filosofia me deixou mais sensível aos fatos.
Fez do faro melecar meu paladar nato.
Do pensar correr feito humano sem domesticação,
Por entre concretos, florestas, e imensidões de sins e de nãos.




Fez do meu Eu ir além da pressão da terra
Ir no além do que se espera
Do que é e o que ainda está por vir.
Do além filosofar do que chamam de devir.

Sem medo de balanças e lanças verbais
Nem de chuva e sóis
Coragens, covardias e muito mais.
Sem protetores e muitos lençóis
Me fez comer formigas e brincar com para-raios e para-sóis.

Me faz deixar de ser Uma e passei a ser Dois
Banhos de rios, geringonças e depois
Criadas por minhas mãos ou a dois, três, quatro, cinco e mãos amputadas.
Filosofia me deu foi mais do que Espadas.


Com a Filosofia eu assumi meu fim
Olhei friamente emocionada as crias que ela criou
Todas dentro e fora de mim.
Daí dei novos começos sem mascarar e esperar pelo “depois”.
Degenerescência é, e sempre, será a Filosofia do meu jardim.


T.S.