Coleção pessoal de portalraizes

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"As memórias com vida própria, ao contrário, não ficam quietas dentro de uma caixa. São como pássaros em voo. Vão para onde querem. E podemos chamá-las que elas não vêm. Só vêm quando querem. Moram em nós, mas não nos pertencem”.

(Trecho de "O velho que acordou o menino" [infância]. São Paulo: Planeta do Brasil, 2005, 14.)

“A imaginação é a artista que transforma o sofrimento em beleza. E beleza torna a dor suportável. Por isso escrevo estórias: para realizar a alquimia de transformar dor em flor. Minhas estórias são as minhas porções mágicas... Não há contraindicações nem é preciso receitas”.

(Trecho em “Se eu pudesse viver minha vida novamente...”. [Organização Raissa Castro Oliveira]. 21ª ed., Campinas/SP: Editora Verus, 2010, p. 147.)

“Mas o relógio não desiste. Continuará a nos chamar à sabedoria: "tempus fugit..."
Quem sabe que o tempo está fugindo descobre, subitamente, a beleza única do momento que nunca mais será”...

(em 'Tempus Fugit'. São Paulo: Edições Paulus, 1990.)

Enquanto a sociedade feliz não chega, que haja pelo menos fragmentos de futuro em que a alegria é servida como sacramento, para que as crianças aprendam que o mundo pode ser diferente. Que a escola, ela mesma, seja um fragmento do futuro...

(Em "Estórias de quem gosta de ensinar: o fim dos vestibulares". Campinas/SP: Papirus Editora, 2000, p. 166. – Fonte: Templo Cultural Delfos)

"Encheram a terra de fronteiras, carregaram o céu de bandeiras, mas só há duas nações – a dos vivos e dos mortos”.

(Juca Sabão, em "Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra")

“Dentro de mim, vão nascendo palavras líquidas, num idioma que desconheço e me vai inundando todo inteiro”.

( em "O fio das missangas". Lisboa: Editorial Caminho, 2003.)

“O amanhecer costumava ser um beijo no vidro de sua casa. Naquela manhã, porém, a luz era mais tensa do que intensa”.

(em "O outro pé da sereia". Lisboa: Editorial Caminho, 2006.)

"Conselhos de minha mãe foram apenas silêncios. Suas falas tinham o sotaque de nuvem”.

( em "O ultimo voo do flamingo". Lisboa: Editorial Caminho, 2000.)

"Escute bem: em cada noite eu me converto em água, me trespasso em líquido. [...] Para dizer a verdade, eu só me sinto feliz quando me vou aguando. Nesse estado em que me durmo estou dispensada de sonhar: a água não tem passado. [...]

( em "A varanda do frangipani", Lisboa: Editorial Caminho, 1991.)

"A minha mensagem é simples: mais do que uma geração tecnicamente capaz, nós necessitamos de uma geração capaz de questionar, capaz de repensar o país e o mundo. Mais do que gente preparada para dar respostas, necessitamos de capacidade para fazer perguntas”.

( no ensaio "Os sete sapatos sujos" (Intervenção no ISCTEM, Maputo). em "E se Obama fosse africano? e outras interinvenções Ensaios". Lisboa: Editorial Caminho, 2009.)

Muito do debate de ideias é substituído pela agressão pessoal. Basta diabolizar quem pensa de modo diverso. Existe uma variedade de demônios à disposição: uma cor política, uma cor de alma, uma cor de pele, uma origem social ou religiosa diversa”.

(no ensaio "Os sete sapatos sujos" (Intervenção no ISCTEM, Maputo). em "E se Obama fosse africano? e outras interinvenções Ensaios". Lisboa: Editorial Caminho, 2009.)

“Se dizia daquela terra que era sonâmbula. Porque enquanto os homens dormiam, a terra se movia espaços e tempos afora. Quando despertavam, os habitantes olhavam o novo rosto da paisagem e sabiam que, naquela noite, eles tinham sido visitados pela fantasia do sonho”.

(Crença dos habitantes de Matimati), em "Terra sonâmbula")

"Estas estórias desadormeceram em mim sempre a partir de qualquer coisa acontecida de verdade mas que me foi contada como se tivesse ocorrido na outra margem do mundo. Na travessia dessa fronteira de sombra escutei vozes que vazaram o sol. Outras foram asas no meu voo de escrever”.

( em "Vozes anoitecidas". Lisboa: Editorial Caminho, 1987).

“O poeta
faz agricultura às avessas:
numa única semente
planta a terra inteira”.
(em "Tradutor de chuvas". Lisboa: Editorial Caminho, 2011, p. 71).

Ah! Ser indiferente!
É do alto do poder da sua indiferença
Que os chefes dos chefes dominam o mundo.

(Álvaro de Campos [Heterônimo de Fernando Pessoa], (escrito em 12.1.1935), In Poesia)

Cada dia é tão só-um!
Dura tão pouco e arde tanto!
Quanto mais de mim me espanto
Mais o tédio □

(escrito em 17.5.1913), In Poesia)

"Agora, tendo visto tudo e sentido tudo, tenho o dever de me fechar em casa no meu espírito e trabalhar, quanto possa e em tudo quanto possa, para o progresso da civilização e o alargamento da consciência da humanidade”.

( em carta a Armando Côrtes-Rodrigues, de 19 de Janeiro de 1915.)

"A fé e a incredulidade trocam de lugar a todo momento no homem curioso”.

(em "O avesso das Coisas". São Paulo: Editora Record, 2007.)

Aprendi que mais vale lutar do que recolher tudo fácil. Antes acreditar do que duvidar.

"Homem vulgar! Homem de coração mesquinho! Eu te quero ensinar a arte sublime de rir. Dobra essa orelha grosseira, e escuta o ritmo e o som da minha gargalhada: Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!”.

( do poema "Gargalhada.)