Coleção pessoal de polianapb

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Ser é fato, não ser é o direito.

Não pode pensar quem está em êxtase, como não pode nadar quem está numa torrente.

Ela abaixou a fronte, como se o rosto na sombra pusesse na sombra o pensamento.

A lua batia nas árvores, algumas nuvens erravam por entre as estrelas pálidas, o mar falava às coisas da sombra, a meia voz, a cidade dormia, do horizonte subia uma neblina, a melancolia era profunda.

Aceita-se a massa do infortúnio, a poeira não.

O pesar é nuvem e muda de forma.

Mas a sua alegria apagava-se dia-a-dia, e cobria-se de poeira, como a asa de uma borboleta que um alfinete atravessou.

Só os grandes espíritos resistem. E ainda assim...

É esse o efeito das existências esvaziadas, a vida é a viagem, a idéia é o itinerário. Sem itinerário, pára-se. Perdido o alvo, morre a força.

O pesadelo era o descanso do desespero. Passava noites a sonhar e os dias a cismar.

As suas reflexões não eram pensamentos, o seu sono não era repouso. De dia não era um homem, de noite não era um homem adormecido.

As quimeras nele e sobre ele, a nuvem noturna, cheia de faces confusas, atravessava-lhe o cérebro.

É hora da tempestade. O mar espera silencioso.

A perda das forças não esgota a vontade. Crer é apenas a segunda potência; a primeira é querer, as montanhas proverbiais que a fé transporta nada valem ao lado do que a vontade produz.

Quem ama quer, e aquele que quer relampeja e cintila.

O olho do homem é feito de modo que se lhe vê por ele a virtude. A nossa pupila diz que quantidade de homens há dentro de nós.

Há certas descidas ao fundo do abismo que retiram um homem do meio dos vivos.

Que volúpia não é sentir-se sinceramente abominável.

Arrancar a máscara, que livramento!

Quando um bêbado não é senhor de si, tem um esconderijo.