Coleção pessoal de Poliana16
A lei não pode libertar-nos do pecado. Paulo a expõe nestes termos: "O pecado", diz ele, "não terá domínio sobre vós". Por quê? "Porque não estais mais debaixo da lei." "Se vocês estivessem debaixo da lei", diz ele praticamente, "eu não poderia fazer essa afirmação a respeito de vocês. Se vocês estivessem debaixo da lei, eu lhes diria, e teria que dizer-lhes, que o pecado de fato terá imenso domínio sobre vocês. Mas vocês não estão debaixo da lei, estão debaixo da graça. Portanto, o pecado não terá domínio sobre vocês." A proposição é que a Lei, qualquer espécie de lei, não pode libertar-nos do poder, da tirania e do domínio do pecado.
Estar debaixo da Lei significa que você tem que tentar justificar-se na presença de Deus por suas ações, por suas próprias obras, por seus feitos. A Lei é sempre uma coisa que chega ao homem e lhe diz: "Faze isto, e viverás." É o oposto da justificação pela fé.
Se o diabo não puder apanhar você em sua estrutura física, ele o apanhará em sua mente; se não puder apanhá-lo em sua mente, ele o fará por meio da sua imaginação; se não tiver sucesso aí, tentará apanhá-lo por meio de suas emoções. Não lhe importa quanto tempo demore para pegar alguma parte de você, ou alguma expressão da sua personalidade, e usá-la para seus fins nefandos.
Não devemos permitir que nenhuma das faculdades do corpo seja posta a serviço do pecado. Não devo permitir que minha força, não devo permitir que minha energia, meus apetites, minha fala, minha mente, meu pensamento, não devo permitir que a minha imaginação ou as minhas emoções - todas estas coisas que fazem parte de mim e que são a expressão da minha personalidade - não devo permitir que nenhuma delas seja jamais usada pelo pecado e seja posta a serviço do pecado.
Qualquer ensino concernente à santificação ou à santidade que nos diga que realmente não precisamos fazer nada, e que o maior apelo dirigido a nós é que paremos de tentar fazer alguma coisa com vistas à nossa santificação, é evidentemente uma contradição doutrinária.
Sempre que vocês se defrontarem com uma dificuldade nas Escrituras, com alguma coisa sobre a qual vocês não têm um conhecimento preciso, o princípio que deverão seguir é: partam de algo a cujo respeito vocês estão certos e seguros, e abordem a sua dificuldade desde uma posição já estabelecida. Isso é comparável a dar uma boa corrida, se se quer saltar sobre um obstáculo. Não fiquem muito perto do seu problema, se este é difícil; recuem a certas posições gerais e avancem a partir dali. Vocês poderão vencer o obstáculo ou resolver a sua dificuldade.
A maior dificuldade acerca da vida cristã é que as pessoas correm em busca do experimental antes de terem entendido a verdade. O experimental é decorrência do entendimento da doutrina, da verdade.
O homem que morreu com Cristo terminou uma vez por todas com o pecado, e o fez como ser, como entidade, como alma. Nunca mais deverá levantar a questão da sua justificação ou do seu perdão ou da sua chegada à glória. "Aos que justificou a estes também glorificou." "Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus" - sim, "e nos regozijamos na esperança da glória de Deus." Apesar de estarmos ainda no corpo, apesar de sabermos que o pecado está no corpo, e apesar de ainda cairmos em pecado, uma vez que morri com Cristo, estou salvo. Estou tão seguramente salvo agora como estarei quando estiver na glória.
Todos nós temos a tendência de pensar que, se sabemos o que é certo, de um modo ou de outro o estamos fazendo. Mas não é assim. O nosso conhecimento, o mero interesse religioso que os outros não têm, não nos serve de nada. No mundo atual há pessoas que não reconhecem a categoria moralidade, entretanto, o mero fato de que a reconhecemos não nos faz pessoas dignamente morais.
Se, quando acontece que você cai em pecado, você sente que, por causa disso não é cristão, e nunca pode ter sido, significa que você continua pensando em termos da justificação pelas obras. Se você pode encher assim de dúvida quando cai, ou quando lhe acontece alguma outra coisa; se você sente algum tipo de incerteza sobre a sua salvação por causa de alguma coisa imprópria que haja em você ou de alguma deficiência sua - se isso o faz duvidar de que é cristão - então você retrocedeu em seu pensamento e se converteu à justificação pelas obras. Nunca e de forma alguma a nossa salvação deve ser fundamentada em qualquer coisa que haja em nós. Baseia-se inteiramente no Senhor Jesus Cristo.
A justificação pela fé somente estaria clara para nós? Estaríamos livres de qualquer tendência para voltar às obras? Há em nós alguma partícula que esteja confiando em qualquer coisa que tenhamos feito ou pensado ou dito ou experimentado? Porque, se estivermos baseando o fato de que somos aceitos por Deus na mínima extensão que seja em qualquer dessas coisas, já escorregamos de volta.
Cristo é o fim da lei no sentido de que Ele a cumpriu por aqueles que crêem nEle. Ele é o fim da lei no sentido de que Ele executou os ditames da lei perfeitamente, em todos os aspectos. Tudo quanto a lei requer, em função da justiça perante Deus, Cristo realizou.
O nosso combate sempre deve ser travado de maneira espiritual. Toda a armadura de Deus é providenciada para nós. Assim, asseguremo-nos de que estamos revestidos de toda a armadura de Deus, a qual é, em última análise, o entendimento e a aplicação da verdade do Evangelho.
No momento em que você começa a enfrentar o inimigo argumentando com a sua própria razão e com seu próprio entendimento, você já está derrotado. Ele o vencerá todas as vezes.
Se tentarmos combater o diabo e estes poderes unicamente em termos da nossa sabedoria e do nosso entendimento, inevitalmente seremos derrotados.
Embora pareçamos muito fortes, embora tenhamos crescido maravilhosamente na graça e tenhamos obtido grandes vitórias, jamais devemos descansar nisso, jamais devemos supor que estamos fora do alcance do inimigo. (...) Ainda que nos sintamos vibrar de poder, sejamos cautelosos! Ele sempre sabe do calcanhar de Aquiles, sabe qual é o nosso ponto fraco.
Quando você se julga forte, e provavelmente invencível, quando você acaba de ter uma grande vitória, corre o perigo de achar que nada mais é necessário, que você se tornou um cristão de tal maneira forte que imagina que pode resistir facilmente. Você se esquece da exortação que diz: "Aquele que cuida estar de pé, olhe, não caia."
Após alguma experiência particularmente alta e exaltada, muitas vezes vem um período de grande perigo. Vocês poderão ver isso na história de Davi, rei de Israel, depois que ele venceu todos os seus inimigos e se encheu de alegria e de orgulho por suas extraordinárias vitórias. Foi justamente quando o diabo o tentou a contar os filhos de Israel; e isso levou o seu povo a grande dificuldade e a grande sofrimento.