Coleção pessoal de PensadorRS

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Se as pessoas rissem pessoalmente como o fazem nas redes sociais, a vida seria uma grande comédia.

Aquele teu olhar

Aquele teu olhar acendia uma luz na multidão
Diferente de todos os outros, continha emoção
O teu olhar era distante e também profundo
Me convidando a viajar pelos cantos do mundo

Palavras não podem expressar o que eu sentia
Sempre que me via dentro daqueles olhos
Eles falavam alto, com um sentimento puro
Pensando nisto, até fico meio paranóico

Todo o charme e a malícia em um gesto
Aparentemente comum na visão dos outros
Que olhar era aquele que me fazia ficar?
Cada segundo, pouco, um pouco mais louco

Aquele teu olhar é boa lembrança de se ter
Quando vivias para mim e eu para você
O mais sábio de todos terá de concordar
Se perde a razão envolvido naquele teu olhar.

Palavras de amor não podem parar uma guerra, mas podem fazer refletir sobre o verdadeiro motivo pelo qual vale a pena lutar e, literalmente, viver.

Viagem à terra do nunca

Numa noite sem igual
Acho que fiz aquilo por mal
Sentimentos eram defasados
Sonhos, então, desacreditados

O acerto de contas veio
Um tanto tarde, eu sei
Risos estranhos haviam
Todos friamente sorriam

O caminho da podridão
Cada vez mais perto de nós
Estava tudo errado lá
Agora já foi, tanto faz

Tal viagem foi longa
Cheia de perigos do destino
A viagem à terra do nunca
Reservava algo mítico

Cenas de um amor patético
Que jamais serão apagadas
Aquele meio de transporte
Ainda percorre as estradas.

Sala de espera

Na sala de espera, uma grande rotina
Quem são eles para sair da linha?
Fazem tudo certo, como o figurino
Sabem explicar o que é um alcino

Seu maior prazer é seguir as regras
Mas que raio de vida é essa?
Como robôs facilmente manipuláveis
Estão se tornando seres imprestáveis

De nada adianta entender a ciência
Se o mundo lá fora exige mais além
Corpos expostos na calçada, bala perdida
Um pobre infeliz é feito de refém

Compreendendo a razão de estar aqui
Concluo que posso estar sendo cético
Talvez meramente mais um crítico
Porém agradeço, pois sim, eu vivi!

A maior poesia que pode haver dispõe-se nas entrelinhas de um grande amor.

Trilha sonora

Preenchendo as lacunas do vazio existencial
Oportunidades dispostas num mundo desigual
A realidade dividida entre o sério e o incrédulo
Na trilha do caminho que aponta para o certo

Nada cultivamos além de boas amizades
O resto perde-se ao vento e à trilha sonora
As sinfonias revelam uma outra condição
Acalmando os que jazem no clarão da aurora

Cumprimentes apenas de gesto suficiente
Sem mais delongas ou risos dissimulados
Estamos fadados a pensar como escravos
Vivendo como tal gente de toda a gente

Faças para ser recordado na história
Como alguém que marcou nos seus passos
Deixando um legado envolto em paz
O que é rico e nobre não se perde jamais!

Mãe

Teve o dom da criação
Concebido por Deus
Enchendo de ternura
Os filhos que são seus

Carregou em seu ventre
Por longos nove meses
O fruto de seu amor
Provado tantas vezes

És diferente de outas mulheres
És única, guerreira e carinhosa
Dia das mães é todo o dia
Que se espalha a sua alegria.

Gaiola doida

O relógio parado
Fixado na parede
Não falta água
Só não tenho sede

A minha causa rara
Afirma-se em solidão
Sem perspectiva do amanhã
E o hoje sem a tal emoção

O velho sábio pensa
Indefinições que voam
Como pássaros embriagados
Sonhos que são lamentados

Nada é como outrora
O pôr-do-sol se extinguiu
Nunca pesquei naquele rio
Minha empresa já faliu

Antes de nascer eu previ
Na gaiola doida estaria
Segue então o rumo do baile
Fantoches em total monotonia

O meu esconderijo maior
Esconde aqueles sentimentos
Cada vez mais realçados
Num poço de lamentos

Não vejo as cores
Tal como elas são
O daltonismo cai
A luva serve na mão

Razão na pura emoção
Comoção sem sentir
Um amor que aflora
Na cova vou partir

Quase nunca nada
Jamais te conheci
Nada serei sem ti
Estrela da madrugada

Adeus ao navio negro
Leve todas as vítimas
Eu aqui ainda aguento
Mesmo sem carícias.

Sociedade: raça louca

Nesta pirâmide social, inverteram-se os valores
A soberania impera pelas mãos de poucos
O controle da mídia te seduz e induz a acreditar
Enquanto que o governo cresce sobre os outros

Instituições milenares como a própria Igreja
Aparenta agora ser um atraente mercado
Você tem de pagar para praticar a própria fé
Caso recusar, pode estar cometendo pecado

Sociedade, sua raça louca
O inferno, se existe, é aqui
Crianças morrendo de fome
Políticos não estão nem aí (para você!)

Enquanto que milhões trocam suas mensagens
Em computadores, celulares, a falsa tecnologia
O dinheiro deles está indo para o poder de cima
Não ouse pensar que é o de Deus, seria ironia

Jovens pensam estar se divertindo nas festas
Se é "open bar", há a maior movimentação
Maior ainda é a cobertura dos jornais depois
Mortes no trânsito pela bebida, que comoção!

Sociedade, estupidamente louca
Você trabalha sem estar gostando
Ganha uma miséria e logo gasta
Mas fortunas continuam girando (e você não faz parte!).

Soneto de Despedida

Distante deste mundo vão
Agarro as minhas memórias
Para me consolar elas estão
Não esqueço velhas histórias

Sinto muito mas nada sinto
A não ser uma longa saudade
Eu não te amo e não minto
Por mais que tivesse vontade

Amo o que foi e ainda fica
Como a cinza que incendeia
Meu sentimento não se explica

Perdão mas tenho que ir
Meu pensamento ainda é teu
O coração nunca te pertenceu.

Chinelo sujo

Estávamos em uma noite vazia
Aquela que eu tanto aguardei
Ela se aproximou ao meu lado
Da mesma forma como sonhei

Bem-vestida, um odor exalando
E eu, num chinelo sujo de barro
Por vezes deveras me preocupei
Que de sua boca saísse o escarro

Mas com sua boca ela me beijou
Daquela noite para a eternidade
Alguns minutos e o telefone tocou
Sorriu-me, então, com sinceridade

Nós éramos bem diferentes, eu sei
Por um instante, ficamos tão perto
Desfrutando da brisa do amor puro
Nunca me esquecerei, isto é certo.

O lado bom da vida é ao seu lado.

Tu não precisas me dizer exatamente o que sentes, mas demonstre. Um simples ato sempre falará mais alto.

Lenda

Ela sorri como uma doce criança
Que está querendo se aventurar
Me leva para diversos lugares
Ao paraíso, no seu jeito de falar

A lembrança está na minha mente
Nossos encontros e desencontros
Ela fica pouco tempo, mas volta
Então, momentos, eu vivo outros

Agora penso nela quando respiro
Do seu amor pra mim, uma lenda
A saudade do que nunca existiu
O que me gera tristeza tremenda.

Indecifrável

Você é o meu lado mais sombrio
Que ninguém ousa questionar
A sua presença volta à tona
Como uma lembrança a me assombrar

Você é o tudo e também o nada
A música nunca antes tocada
O livro que jamais foi lido
Uma realidade que é imaginada

O seu olhar é tão indecifrável
Já morri por tentar entender
Ressuscitei ao tocar seus lábios
A doçura do momento assim se fez

É improvável que eu te ame
Mas não consigo te odiar
A sua beleza é algo amplo
Ouvir sua voz me faz chorar

Estás distante por quilômetros
E perto do meu negro coração
Como esquecerei-me de você?
A que mais me trouxe emoção.

A luz que não se apagou

Estranhas indefinições da vida
Mas há uma luz que não se apagou
Tão distante e até mesmo perto
Um caminho que você me mostrou

É irônica a nossa existência
Perspicaz, discreta e sagaz
A madrugada traz benevolência

Tua companhia me acalenta
Esclarece e até reinventa

De minhas letras não te esqueças...

Nos acasos dos meus sonhos, muito eu já vi. Uma visão mais cética não chegaria a acreditar que eu previ. Não sei se posso chamar de premonição, mas por vezes acordei de um sonho e senti que não era fruto da imaginação. Inspirado, talvez, tenha feito tudo aquilo tornar-se real. Em momento algum, porém, esqueci-me do sonho. O princípio de tudo, quando uma ideia passou a ser um ideal.

Canção e concepção

Tão comum no nosso dia a dia
Expressiva composição sonora
Ilustra momentos de euforia
Entretanto também se chora

Numa canção, vários significados
Até mesmo pode ser que nenhum
Interpretada influi nas emoções
Isto é inegável a sujeito algum

Com ela, lembranças vem à tona
Mas pode auxiliar a esquecer
Tudo depende do porquê a ouvir
Pensar e sentir, ou nada a ver?

Inúmeras concepções de um tema
Que é tão amplo e também banal
O dito culto escuta a orquestra
E o povo, marchas de Carnaval.

Amor de verão

Um amor de verão
Começa nesta estação
Não termina no outono
Mesmo com o abandono

Vive na saudade no inverno
Quando a distância aumenta
É algo um tanto incerto
Daqueles que não se inventa

Na primavera há a esperança
De voltar a ser como era
É difícil de aceitar e ver
Mas aos poucos se supera

Um amor de verão
Sempre será de verão
Um outro tipo de amor
Que cabe aqui no coração.