Coleção pessoal de Nanevs

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...Meus limites são meus horizontes...

...Não gosto de lastimar coisas ausentes...

...Sou meu avesso posto a mostra...

Tempo que faço



Hoje eu tenho tempo
Para olhar e conseguir enxergar
Coisas que não via
Mas que insistia em olhar

Hoje eu tenho tempo
Para entender os erros que cometi
Por tanto querer acertar
E por nada..., me stressar

Hoje eu tenho tempo
Para não mais me deixar levar
Pela emoção descabida
Que só faz a mágoa acalentar

Hoje eu tenho tempo
Para sorrir e até para viver
Já não tenho amarras a me prender
E assim...aprendi a não sofrer

Hoje eu tenho tempo
Para com todos vir brincar
Sentar na mesa desse buteco
E com carinho, aos amigos rabiscar

Hoje eu tenho tempo
Para não mais perder meu tempo
Nada e nem ninguém merece que eu perca
Um só segundo do meu tempo

...Hoje eu tenho tempo
Para não mais perder meu tempo...

De volta ao passado
Enquanto escrevo observo
O olhar de minha mãe
Antes brilhantes
E por vezes fulminantes
Mas sempre ternos
Acompanhando estrepolias
da sua filharada...
Agora ela apenas olha
Um programa na tv
Seu olhar parece cansado
Seu brilho de outrora
Transformou-se em cataratas
Ela já não enxerga quase nada
Apenas olha...e nem sempre vê
Em seus olhos anuviados
Uma história de bravura
Se esconde e adormece
Ela viaja em seu passado
E o olhar perdido
por instantes,
Reluz no seu verde esfuziante
Uma lágrima teimosa aparece
Ela a seca com seu lenço
Volta a olhar a tv ligada
Volta a olhar e a não ver...

Presença sentida
Não sintas saudades de mim
Pois que aqui estou ao lado teu
E se te concentrares um pouquinho
Podes minhas mãos nas tuas...sentir.

Não sintas saudades de mim
Porque eu sempre vou estar contigo
É só você pensar em mim
Que do seu lado eu vou estar...

Não sintas saudades de mim
Me chame sempre que precisares
Eu largo tudo e venho correndo
Apenas para contigo estar...

Não sintas saudades de mim
E não deixe nunca a tristeza chegar
Se te sentires só, mande teu coração gritar por mim
Eu venho te fazer sorrir...

Não sintas saudades de mim
Porque eu sou tua amiga, tua irmã
Sou quem atende ao teu chamado
Se me chamas com tua alma...

Então..., não sintas saudades de mim.

...Não sintas saudades de mim
Porque eu sempre vou estar contigo
É só você pensar em mim
Que do seu lado eu vou estar...

Te falo de mim
Sou apenas alguém que gosta do belo
Do belo que apenas os belos veem
Da beleza de ser despertada pelo canto dos pássaros (ainda que pardais)
E de ver desabrochar no jardim a flor manhosa
Sou quem gosta dos pingos da chuva que cai mansamente ao entardecer
Como gotas de ouro que brilham no contraste do sol poente
Da serenidade do orvalho que cobre ousadamente a grama macia
De sentir os primeiros raios do sol que desponta a cada novo dia
Sou quem "perde" o tempo observando o vai e vem das ondas
E gestando em cada uma, uma nova canção ou poesia
Sou quem busca enternecer com carinhos meus amigos
Levando sempre que possível (e ainda que virtual) a eles uma flor
Sou também o ombro que se precisares, te ofereço
Mas que prefere te ver sorrir
Sou apenas alguém que te admira
Por ter enxergado em ti a beleza interior
Sou apenas alguém que gosta do que é belo
E por isso eu gosto de você...

...Sou apenas alguém que gosta do que é belo
E por isso eu gosto de você...

Nuances
Não me perca...e nem deixe que eu te perca
A vida tem dessas coisas...
Pessoas veem e vão.
Não deixe que nos percamos....
Preciso tanto de você comigo.
Mas somos seres mutantes
E adaptável a todas as nuances
E é por isso que insisto...
Não permita que eu te perca pela vida a fora.
Quero estar contigo mesmo que não presente
Saber que estou guardada num cantinho do teu ser
Sentir tua presença cada vez que a saudade bater
Sem me sentir excluída pelo tempo
Não deixe que eu me perca de ti...
Porque sou volúvel em meus sentimentos
Sofro, choro e me rasgo...
Até que exaurida me esqueço.
E quando me esqueço...já não volto mais atrás
Caminhos percorridos, não fazem mais parte de mim
Por isso, não se perca de mim...
E tão pouco permita que eu me perca de você

...não se perca de mim...
E tão pouco permita que eu me perca de você...

Deus e as muriçocas

Porque cada vez que eu tento
Algo dá errado
Destrambelha tudo
A vida perde o reio
O cabresto envieza
O cavalo perde o rumo
Sente o arreio frouxo
Me derruba da sela sem ferrolho
E trota livre sem direção
Rumo ao desconhecido
Me deixando assim, no chão...

E vejo sonhos desfeitos
Objetivos perdidos
Lutas vencidas
Lágrimas derramadas
Luzes apagadas
Músicas emudecidas
Poesias sem rimas
Telas borradas
Desejos contidos
Gritos calados
Viagens interrompidas...

E me pergunto a todo instante
O que é certo e o que é errado
Se persisto ou se paro
Se acredito ou duvido
Das promessas de um cara
Barbudo e onipotente
Que se diz protetor da gente
E me testa o tempo inteiro...

Ou sou o seu inferno
Ou estou no meu inferno
Um dia, por mais distante
Eu vou te encontrar
E aí...vou te perguntar
Olhando na sua cara
Para-quê servem as muriçocas???

...Um dia, por mais distante
Eu vou te encontrar
E aí...vou te perguntar
Olhando na sua cara
Para-quê servem as muriçocas???

...ainda que te arranque sangue dos pés
Não desista do caminhar
Porque parar é retornar ao ponto zero...

O caminho

O caminho a seguir é longo
E só tuas pernas poderão andá-lo
A trilha é complicada e pedregosa
Mas ainda que te arranque sangue dos pés
Não desista do caminhar
Porque parar é retornar ao ponto zero
Que te esfolem a sola dos pés...persista
E atravesse sem pestanejar
Os caminhos tortuosos
Sem nenhum atalho tomar
Para que possas alcançar, enfim
O tapete de relvas macias
Que está do outro lado
A te esperar...

Saudades do que passou

Senti saudades de ontem
Quando éramos metades
Que se juntavam e se formavam
Senti saudades de um tempo
Em que não éramos estranhos
E sabíamos exatamente
O que o outro estava a imaginar
Só pela troca de nossos olhares
Senti saudades de não precisar falar
Para me fazer entender
Pois bastava nos tocarmos
Para nossos corpos se incendiar
Senti saudades da razão
Que era nossa e de mais ninguém
Razão que nos ditava os corações
Que pulsavam numa só emoção
Sem a mais ninguém dar satisfação
Senti saudades do relento
Onde o amor era feito ao vento
Sem paredes nem lençóis
Era só a relva orvalhada
Refrescando e lavando os suores
Que se misturavam, salgando nossos corpos
Senti saudades do cheiro de mato
Que inundava nosso leito
E do rio que esperava sem pressa nenhuma
Enquanto cantava seu correr de águas
O banhar enamorado
Senti saudades dos pássaros
Que das árvores observavam
E acabavam por se amarem
Senti saudades da fogueira
Que ardia noite adentro
Iluminando a paz depois do amor
Quando nossa chama...saciávamos
Senti saudades desse tempo
Em que eu...te amava

Senti saudades de ontem
Quando éramos metades
Que se juntavam e se formavam...

...Que homem é esse
Que me arranha o corpo inteiro
Com a barba mal feita
Na minha cama já desfeita...

Seguindo

Porque não curo esse vício
Não esqueço essa tormenta
Me deixo dominar
Sem conseguir parar de pensar

Queria tanto a minha paz
Viver sem tanta insatisfação
Ver poesia em coisas simples
Espantar a minha solidão

Acabar de vez com essa ilusão
Limpar e abrir meu coração
Me deixar encantar com outras opções
Enxergar novas soluções

É sempre assim
Quado tento me desvencilhar
O vício aparece e me faz tremer
Tem prazer em me ver sofrer

A cura é complicada
Me vejo só na longa estrada
Canso da inócua caminhada
E acabo de novo, no vício jogada

A luta é insana
Sozinha não dá mais
Preciso de uma mão
Pra me tirar dessa confusão

Vou seguindo...lutando
Perdendo...ganhando
Vou seguindo...tentando
Vou seguindo...te amando