Coleção pessoal de Nanevs

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Sou poesia viva
Que vive em mim
E eu vivo nela...

O certo e o errado

O certo e o errado se misturam
Quem vai definir quem é quem
Dizer que o certo não é esse
E o errado não é aquele

O amor não tem porteiras
Que delimitam seus poderes
Não se traveste de bem ou mal
É simplesmente como as flores

A paixão é cega e deslumbra
Faz da vida um redemoinho
Derrama magia em versos de poesia
E quase sempre te deixa sozinho

Maltratado é o coração
De quem se deixaenganar
Pelo feitiço da paixão
Pensando estar a amar

Das flores sobram os espinhos
Prontos para a carne perfurar
E transformar em forte dor
O que julgava ser amor

E ainda assim fica o desejo insano do não querer
Dessa loucura não mais se perder
A certeza de que mais nada faz valer
Se não for ao lado dessa paixão...viver

De que vale o certo
Se é o errado que faz vibrar
Porque está errado
O errado não acertar...

...O amor não tem porteiras
Que delimitam seus poderese...

...O amor não tem porteiras
Que delimitam seus poderes...

Só...


Me sinto só
Acompnhada de tantos
E no entanto...tão só

Sem vontade de falar
Com quem me cerca
Com quem me olha

Estou tão só
Quanto só está quem me cerca
E também não me sente

São universos solitários
Que caminham juntos
Em linhas paralelas

Olhos que se olham nos olhos
E no entanto não se enxergam
Ainda que se veem

Estou só como na morte
Que é destino geral
De quem caminha aqui

Talvez se estivesse só
Em retiro de corpo
Estivesse mais acompanhada

Estou só...
Com multidões a minha volta
Sem poderem me alcançar

Estou só...
Não por opção
Mas por determinação

Só acabará essa solidão
Quando a morte me libertar
Dessa incontestável...prisão

...Estou só...
Não por opção
Mas por determinação...

Se eu morrer...

Se eu morrer...
Quero comemoração
Não o clima de velório
Quero fogos de artifícios
Um samba canção me homenageando
Cerveja gelada para acompanhar
Uma bandeira do meu time para eu levar
Brincadeiras a minha volta a me velar
E sorrisos por finalmente eu me libertar...

Se eu morrer...
Não se deixe entristecer
Nem ouse por mim chorar
Porque estarei sorrindo e cantando
Por onde a morte me levar...

Se eu morrer...
Estarei partindo feliz
Por saber que aqui não é meu lugar
Porque aqui nunca fui feliz
E me sinto egoísta por não agradecer
A vida que eu tenho e que me cobram
Louvar a Deus a todo instante
Pela minha saúde constante...

Se eu morrer...
Terá enfim chegado ao fim
A grande misão que me foi destinada
E com a qual fui predestinada
A viver num tempo que não gosto
E por isso me confundem com amarga...

Se eu morrer...
Não faça drama por mim
Porque o morto é reposto
No novo que vai nascer
E o tempo te fará me esquecer...

...Se eu morrer...
Não se deixe entristecer
Nem ouse por mim chorar
Porque estarei sorrindo e cantando
Por onde a morte me levar...

...Reescreva no teu ser
Retalhos que te farão inteira...

Quem ouve o meu silêncio
Quando eu grito calada?

...Não sou unidade
Sou mesmo é diversidade...

...Sou intensa no que falo,
No que sinto e no que vivo
E por isso eu rabisco
Apenas o que sou...

...Restou em mim
Uma gota de sensatez
E um balde de insensatez...

DEVANEIOS DE UMA MÃE...


"Tenham paciência comigo,
Meus gestos são lentos...
Não tenho mais destreza.
Meus passos são incertos
E temerosos...
Tenho medo de cair.
Escutem os meus lamentos,
Ou apenas minhas histórias...
Fico tão só...sem ter com quem falar.
Me deixem participar
Da vida de vocês...
Ainda sou a mãe
Que os criou e acalentou...
Sei que estou rabugenta,
Mas minhas limitações também me aborrecem.
Não quero muito,
Apenas uma porção de atenção.
Isso faria tão bem ao meu velho coração...
Mas entendo vocês,
A vida é tão corrida...
Precisam correr contra o tempo, não é?
Meus filhos estão crescidos...
Não precisam mais de mim
E não percebem que eu preciso
Apenas de cada um só um pouquinho."

Li hoje isso nos olhos entristecidos
Da mulher que sentada no sofá da sala
Devaneia sem cessar...

...Não quero muito,
Apenas uma porção de atenção.

Quis andar por sobre as brasas
Mas temi me queimar...
Pisei então na neve
E queimei os pés...

Tramela poética

Poeta rabisca o que pensa
E não pensa pra rabiscar
Seus rabiscos aas vezes encanta
E outras faz chorar

Poeta é pensador
Que as vezes perde seu teor
Suas rimas as vezes magoam
Dependendo de como soam

E se se retratam nos rabiscos
Como é que eu, poeta, fico?
Pois jamais tive a intenção
De ferir a ninguém no coração

Uma tramela é preciso
Para não mais olvidar
Rabiscar conciso
E a ninguém...magoar

Poeta rabisca o que pensa
E não pensa pra rabiscar...

Sem estilo

Eu não tenho estilo
Rabisco o que quero
E como quero
Não me prendo a estilos
Até tentei ter um
Mas não tenho nenhum
Minha mão é livre
Discorre sem cabresto pelas palavras
Não se deixa dominar
Não se prende, só escreve
Tem seus dias de lirismo
Dramatiza meus momentos
Decanta amores e amigos
Inferniza quem se opõe no caminho
Eu não tenho estilo
Sou indefinido
E sem esse tal de estilo
Eu escrevo com estilo
Meus rabiscos descabidos

...Minha mão é livre
Discorre sem cabresto pelas palavras
Não se deixa dominar...