Coleção pessoal de MariaAlmeida

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Existem certos dias em que cada segundo marca a alma. Alma da vida e do mundo.
Existem certas horas em que o cansaço predomina. Cansaço de tudo e de todos.

A ilusão é o sonho que se forma dentro pela expetativa de fora.

Não importa que não tenhas conseguido ver-me. Ou que o tenhas feito usando os olhos dos outros.
Não importa que me tenhas ignorado sempre que fui até ti. Ou que o tenhas feito para te protegeres de mim.
Importa que não tenhas ficado. Ou que o tenhas feito para não sentires a minha profundidade em ti.
Importa que tenhas ido embora. Ou que o tenhas feito para não te inebriares de mim.
Não importam as lágrimas que chorei e as saudades que senti, mas, sim, as alegrias que vivi nos breves momentos ao teu lado, e aqui.
Não sei se foste tu que foste ou se sou eu que estou indo. Vives dentro de mim, no meu peito, livre no meu sentido de amizade imenso e na minha intensidade de mulher, com alguns resquícios de criança.
Serás sempre o meu amigo, serás sempre o meu amor.

Vejo as palavras saírem de dentro de mim aos borbotões.
Falta-me a ânsia para o ânimo das frases.

A maior habilidade do homem é mentir e a pior mentira da mulher é acreditar.

Desejo-te, do fundo do coração, o amor eterno da tua família, a permanência sincera dos teus amigos, muito sucesso, que continues sempre sendo amado, mas, essencialmente, que Deus fique junto a ti e que contigo caminhe, ajudando-te, protegendo-te e cuidando-te.

Não desejo mal a ninguém. Não desprezo ninguém. Apenas não posso deixar ficar perto de mim as pessoas que me desprezam, as folhas mortas que pesam à vida. Não quero isso no meu mundo, invadindo o meu interior, destruindo a minha paz. A vida tem alturas em que devemos ser sensatas. Esta é uma delas. Sou uma pessoa de verdade. E humana. Não uma personagem qualquer. Impeço-me de perder a ética, a dignidade e a moral, mas não me preocupo absolutamente nada com o que possam pensar. A vida é minha. E na minha vida quero algo mais, sobretudo paz e a verdade.

O teu sorriso faz sorrir o meu com outro aroma e numa outra frequência.

O azul índigo que antecedia o céu da noite entrou em mim em alguma parte, algures no limite da memória, e senti-me como se tivesse saído de uma tempestade e a caminho de outra. Tudo o que tenho é o dia de hoje, este momento real que amanhã já terá deixado as minhas mãos. Nada me pertence. Nada de mim faz parte. Escolhas foram feitas e metade de uma vida já passou, talvez um denso tempo sobre a totalidade do passado, em que fervi uma silenciosa intensidade de mim e em que teci uma verdadeira gargalhada que ri comigo.

A razão aprisiona e a paz é a sua libertação.

Quando me devolves a metade do meu coração?...
Quando o fizeres, não te esqueças de com ele vir também.

Alguém se deixou matar pelo ontem. Pensou que estava na vida, dentro do seu novo eu e, no entanto, descobriu um então.

A amizade sincera lê-se nos olhos de quem tem a coragem de olhar nos nossos e de silenciosamente dizer que errou.

O que cada um sabe quando se fecha para o mundo?
O que cada um busca quando se reabre para a vida noutro lugar?
Não se pode ser outra coisa? Algo mais do que outra coisa?
Não se podem pendurar as metáforas mastigadas? Edificar algo de novo? Ser o novo?
É tudo tão igual e tão pouco parecido ao que é igual… um tudo no nada ou um pouco do nada em tudo.

Antes de adormecer…

Ela encostou o seu rosto tão perto do meu, que consegui sentir os batimentos da sua alma. Apertei-a nos meus braços e fechei os olhos, recordando a caminhada mais longa da minha vida num percurso curto de passos decididos, aquela em que caminhei resoluta e de cabeça erguida, ainda que completamente desfeita por dentro. Tanto tinha mudado, tanto mudou, mesmo tendo eu pago um preço bem alto por isso, que tudo agora era doce, pacífico, interessante, e muito mais suave e edificador.

As coisas mais simples são as pequenas coisas que sustentam toda uma vida.

A alegria atingiu-me. Fiquei paralisada. E nada mais conseguia pensar e nada mais conseguia fazer. Sentia apenas a imensidão da onda que dentro de mim se abatia, fazendo-me rir, fazendo-me chorar.

Deixe a música da vida contagiá-la todos os dias e adormecê-la todas as noites, e dance-a com a alma e não com as partes certas do corpo para gingar.

O tempo estica-se e passa por mim sem o sentir, inexistente no seu rasto insignificante e vazio nos minutos que não tem de mim.