Coleção pessoal de luizguglielmetti

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⁠Como amar se a rosa pode murchar?
Ah! Se tudo pode ser breve e o fim definitivo!
Resta acreditar, no fundo do coração e
Lá num canto da alma,
Ainda que tudo fique gravado apenas em mim.

Sonhos, medos e realidade

Pouco importa como chegamos neste mundo, se fomos ou não voluntários pra viver uma experiência, talvez tenhamos nos comprometidos em dar o melhor de nós mesmos e em fazer o bem a quem fosse possível.
Nós sequer sabíamos quais seriam as nossas crenças e se fortes o suficiente pra nos capacitar a superar os nossos desafios.
Talvez não tenhamos sidos preparados pra perder, sofrer, sermos desiludidos ou manipulados.
Mesmo com todo o otimismo e fé, nem sempre é possível transformar os nossos sonhos em realidade e, em algum momento, temos que nos conformar com a dor, a perda ou algum sofrimento.
Nem sequer sabemos se realmente temos uma missão, mas sempre haverá alguém que se espelha em nós, que nos ame e nos vê como exemplo.
Se não há uma fórmula fácil de superar os nossos problemas, temos que conviver com eles, até encontrar um meio para contorná-los.
Se a felicidade não é um destino, temos que buscá-la no meio do caminho, fazendo das lutas experiência e reconhecendo a nossa própria importância.
De alguma forma somos gratos e aos poucos vamos superando as angústias do passado ou os temores do futuro, porque o presente é o único lugar onde podemos tentar algo diferente.
Talvez as pessoas especiais tenham descoberto como amar a si mesmas, aos outros e a vida, apesar das suas incertezas e a solução seja encarar a vida sem medo dos seus desafios.

Escolha ser feliz

Nessa altura da vida suas preocupações estão muito além da aparência, o que lhe permite não ser escrava do corpo e se preocupar muito mais com o seu amor próprio.
As suas expectativas são mais realistas, sem falácias e mentiras. Isso não significa que você perdeu a sensibilidade, muito menos a sensualidade, apenas valoriza mais a intimidade, o diálogo, o carinho e o respeito.
A sua maturidade foi conquistada com perdas e sofrimentos e você sabe que não vale a pena cultivar culpas e sonhos perdidos.
E reconhece que a beleza está no pensamento, nas atitudes e não apenas na aparência, muito menos nas palavras vazias.
Descobriu que a felicidade está além da idealização, nas coisas improvisadas, dentro das suas possibilidades.
Sua superação permite esquecer o que deixou no passado, da bagagem descartada que não valia mais a pena carregar.
O que te ilumina é a expressão do teu rosto e não as roupas, os adereços ou qualquer coisa que possa pertencer a outra pessoa.
Com toda a sua experiência de vida, quando a maturidade lhe permite sentir mais segura de si, mais inteira e livre pra decidir, a escolha óbvia é ser feliz.

O elogio à beleza feminina

Uma mulher não deveria ser elogiada apenas pela sua aparência, na beleza do seu rosto ou pelas curvas do seu corpo, mas pela sua existência, na expressão do seu pensamento, pelas suas convicções, sua forma de agir e pensar.
Para falar da sua exuberância exterior, basta-lhe a imagem onde se observa o cabelo, a face, os olhos, a boca e a combinação dos seus contornos e relevos.
Qualquer um que enxerga pode ver e admirar com seus próprios olhos e não faria sentido descrevê-la, embora muitas mulheres não saibam fazê-lo sem se olharem no espelho.
Outras, em algum momento, sentindo-se inseguras, precisam que aqueles que lhe são próximos possam lembrá-las de que jamais podem passar despercebidas, pois são iluminadas e se destacam ainda mais pelo sorriso.

Se o que nos atrai é um detalhe do rosto ou do corpo, a cor dos olhos ou do cabelo ou o que a roupa mostra ou esconde, não buscamos o conteúdo, apenas valorizamos a embalagem.

Capitu deve ter sido morena, formosa na sua juventude, gostava de ser vista e admirada, pra isso, se insinuava com gestos e olhares dissimulados, mas insegura, precisava retribuir, pra confirmar que era observada. Quando a beleza resplandece naturalmente, não precisa ser acompanhada de gestos e movimentos, nem troca de olhares, só não pode deixar de ser notada, como um perfume que se inala, ainda que se desvie o olhar noutra direção ou mantenha os olhos cerrados.

Não há desafio maior que enfrentar uma mulher triste, nem haverá prazer maior que contemplá-la, quando satisfeita.

Somos todos frutos das nossas próprias inquietudes e sequer sabemos onde elas desaguam. Somos almas desgarradas, como meteoros fora de órbita que, em algum momento, poderiam ter se chocado e se tornado um só.

O recomeço do fim

Não temos o luxo de nos darmos por satisfeitos ao término de um relacionamento. Claro, que não dá para insistir em algo que não vem dando certo, mas além de encerrarmos um ciclo, temos que reconhecer a falência de algo em que, ainda que por um momento, acreditamos ser a realização de um sonho e de um encontro de almas.
Mais do que encerrar uma etapa, reconhecemos que não nos empenhamos o suficiente, não demos tudo o que estava ao nosso alcance, não nos esforçamos o necessário, assim como, também, não fomos totalmente correspondidos.
Reconhecemos o fracasso, sucumbimos ao egoísmo, ao individualismo e não fomos humildes o suficiente para cedermos, para descermos de um falso pedestal que nos coloca acima do outro, quando somos exatamente iguais, todos sujeitos aos mesmos erros e paixões.
Não deve haver satisfação alguma no fim, nem mesmo pela possibilidade de um novo recomeço. O fim é algo lamentável, como a morte de um sonho, e não deve haver orgulho em colecionarmos esqueletos, dentro ou fora do armário.

Afeto desperdiçado

Nós poderíamos ter esperado mais,
ter compartilhado mais e brigado menos,
ter descoberto mais o que agradava
e muito menos o que nos afastava.

Nós teríamos sido mais amigos,
fazendo mais planos e mais ideias,
com mais afeto e gentilezas.

Ter tido muito mais carinho,
sem tanto tempo para discutir,
falar e retrucar até ofender.

Teríamos sido mais íntimos,
sem tantas cobranças e comparações,
sem querer ser o que não somos.

Ter falado menos
e colaborado mais,
sem dar espaço
a um vazio tão grande.

Não nos distanciaríamos tanto,
cultivando sentimentos tristes,
com tantas angustias e solidão,
se permitíssemos mais carinho.

Sem tantas comparações e reclamações,
teríamos tido mais tempo
para abraçar e beijar,
e para amar muito mais.

Amor e desejo

O desejo é uma chama que arde,
uma paixão que alimenta os sonhos,
acelera os batimentos num ritmo incessante,
e impulsiona uma aventura inconsciente.

O desejo, como chama, se consome rapidamente,
só o amor pode ser alimentado continuamente.
O amor, ao contrário da paixão, não perece,
embora se fadigue e canse, apenas adormece.

O amor é brando como um sereno sentimento,
que se mantém vivo com o relacionamento,
e desperta com atenção, carinho e delicadeza,
com algo simples, surpreendente ou inesperado.

O amor não é ferida, nem dor ou desatino,
não é estar preso a alguém ou descontente,
não é andar solitário, nem ganhar ou perder,
é o prazer da companhia e do bem-querer.

Mulher não tem receita

Mulher há de ser uma expressão de delicadeza,
muito mais pra flor do que para aspereza humana.
É um encanto que combina força e beleza,
pouco importa se coberta de rosa ou azul.

Ainda que tudo seja breve, se veste de graça,
se reveste de brilho que vem da própria alma,
e desabrocha na cobiça dos homens,
onde o olhar não é assédio, mas admiração,
e necessário, caso contrário, seríamos cegos.

Mulher é muito mais que um corpo em movimento,
é uma mistura das inquietações humanas,
um coisa tão serena e calma,
quanto um vulcão adormecido.

Mulher é como uma borboleta que pousa,
fica um pouco e parte e se quiser, pode voltar.
É como uma nuvem que cobre e arrefece o calor,
ou labareda que aquece e faz derreter o coração.

Mulher é um templo onde os olhos são as portas,
e tem por dentro um mundo próprio e infinito.
Mulher é acordo, discórdia, contradição,
é um porto, um mar, um lugar,
onde não há acordo, nem rendição.

É maldade inocente, astúcia, malícia,
interesse, cobiça, esperteza,
carícia e até manipulação.

Mulher é um universo,
um encanto, um desencontro,
e até um bosque ou um parque,
com lugares que dão até medo,
e outros que são pura diversão.

Mulher pode ser rude, áspera,
inquieta e até desajeitada,
mas não é insensível,
nem resiste à carícia e ao elogio.

Mulher é uma planície tão calma,
quanto a escalada de um desafio.
É um monte, um cume, um precipício,
um lugar de sonho pra jamais acordar.

Mulher é zelo, é cuidado, é mãe,
mulher é um ser misto,
metade anjo, metade humano,
talvez metade homem,
por erro de algum cromossomo.

Mulher, enfim é mistério,
não poderia haver receita,
não tem como ter bula,
nem manual de instrução,
se tiver sorte de ter uma,
terá que descobrir sozinho o caminho,
para extinguir os resquícios do homem,
e ter a sorte de sobrar um anjo.

Mulher é o princípio, o meio e o fim,
é a razão do homem existir.
Não é um destino, é um caminho,
um abismo ou um precipício.
É um poço ou um fosso,
onde um homem pode se lançar,
sem medo de se afogar.

Mulher é um perfume que embriaga,
com angustias, sorrisos e encantos,
como a perfeição da criação.

É uma fera solúvel em água,
que dá à vida um certo ar de graça,
e que me perdoem os homens,
mas a mulher é fundamental.

(Paródia à ‘Receita de mulher’, de Vinicius de Morais).

Uma parte de mim

Ela não é um objeto de desejo,
esperando para ser conquistado,
nem tem um vazio na alma,
pronto para ser preenchido.

Ela não é apenas um corpo,
onde guarda os brinquedos,
de um menino crescido,
que ainda vive na infância.

Ela não quer encontro físico,
com um parceiro distante,
mas uma fusão na alma,
com quem está presente.

Ela é uma parte de mim
que se aproxima com o diálogo,
encaixa com um abraço,
e completa com um beijo.

Atitude

Para ter atitude é preciso alegrar-se,
sorrir e demonstrar simpatia,
transpondo todos os obstáculos.

Bastar aceitar-se,
amar, primeiro a si mesmo,
depois aos outros.

Para se relacionar
é preciso saber se comunicar,
compreender e tolerar.

Para alimentar uma chama
é necessário abraçar, acariciar
cultivar e dar toda a atenção.

Para viver bem é preciso
carinho, respeito e admiração,
desde os mais singelos gestos.

É tempo de admitir os erros,
aprender a confiar,
tolerar, perdoar e agradecer.

É a hora de inovar, reaprender,
ser resiliente, saber esperar,
superar, perseverar e recomeçar.

A beleza gera a atração, a atitude nutre o amor

É a beleza que atrai e chama a atenção, mas ela não sustenta a relação.
Se somos atraídos pelos olhos, através da aparência física e até de um sorriso, não é isso que nos toca a alma e o coração, não é isso que mantém o relacionamento.
O que mantém o sentimento são as atitudes, são elas que nutrem o que sentimos.
Nós nos apaixonamos pelo convívio, por quem enxerga além da aparência, por quem tem prazer em compartilhar, somar e estar por perto.
Maior que a atração física é o sentimento de amizade e cumplicidade que se demonstram com afeto, ternura e carinho.

Emoções e realidade

Com alguma conversa e um pouco de sorte, um homem conquista uma mulher e descobre seu corpo.
Mas se ilude, se pensar que a conhece intimamente, porque conhecer-lhe o corpo, não é invadir sua alma, nem as suas emoções.
Para conhecê-la é preciso muito mais que desejo ou paixão, é necessário compartilhar sentimentos e emoções, é preciso ouvir, respeitar e abraçar com tanta força que espante os receios e os medos.
Conhecer é ouvir mais que falar, abraçar mais que possuir, sentir e retribuir emoções.
Nossas emoções se transformam em ações, por isso temos que afastar nossos medos, desconfianças, inseguranças e conflitos.
Todos somos vulneráveis e temos que aprender a confiar, para nos entregarmos sem temer um fracasso, para não transformar essa emoção negativa em realidade. O mesmo vale para qualquer bagagem de outros relacionamentos.

Sorrir, agradecer e amar

Todos falhamos algumas vezes,
querendo fazer o certo, o melhor,
não somos perfeitos, nem belos,
nem sempre estamos no peso ideal.

Todos temos mágoas e cicatrizes
no corpo e também na alma,
todos amamos e fomos amados,
às vezes deixamos de amar.

Mas só podemos amar alguém,
se amarmos a nós mesmos,
se antes de perdoarmos os outros,
formos capazes de nos perdoar.

Nós somos seres reais, sem retoques,
sem máscaras, sem maquiagem,
estamos sujeitos às mesmas mágoas,
preconceitos, tristezas e desilusões.

Mas seremos melhores se superarmos
não aos outros, mas a nós mesmos,
se esquecermos as mágoas e os erros,
sendo gratos por um novo dia,
ou uma oportunidade de fazer diferente.

Nós podemos escolher sorrir em vez de chorar,
em servir e ajudar, em vez de reclamar,
agradecer pela oportunidade de viver,
e sermos gratos pela capacidade de amar.

Nós amamos mais o que dá mais trabalho pra conquistar. Também queremos bem o que apreciamos de longe, e teima em recusar-nos abrigo no seu coração.

A poesia pra mim é um pulmão: com ele eu vivo, com ela eu sobrevivo. (Com o pensamento de Maria Eliana Guilhermetti).

Eu sou uma obra de ficção que se assemelha com a realidade por mera coincidência.