Coleção pessoal de josieconti

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O problema da "parte que falta" é que o preenchimento é ilusório e temporário, mesmo quando é bom. É a falta que nos mantém em movimento. É no desejo e na busca que permanecemos sonhando e construindo o nosso amanhã.

Senso de humor é um dos maiores indicativos de inteligência que eu conheço. A abstração necessária para recriar fatos e analisá-los sob outras perspectivas indica alta criatividade, adaptabilidade, além de repertório vasto. Acumular informações não é inteligência, é memória boa. Já a aprendizagem é a capacidade de transformação do que se absorveu anteriormente. É construção e mudança de conceitos. É alteração de comportamentos e melhora de vida.

Duas coisas me preocupam por suas consequências:

_ a falta de elogios que retiram a motivação de quem faz algo bem feito;
_o elogio não merecido que ilude e atrapalha a percepção das limitações reais da pessoa.

"Diz o ditado popular que 'Quem tem boca vai a Roma', mas a boca que vai a Roma tem muito mais do que a capacidade de falar. BONS COMUNICADORES SÃO BONS TRADUTORES. Quem sabe se fazer entender alcança o próximo exatamente onde ele precisa ser alcançado para poder crescer e dar um passo além. Quem tem real intenção de se fazer entender não se esforça para 'falar bonito' onde o espaço é simples. Quem quer ser entendido dispensa jargões que excluem, gesticula, simplifica sua linguagem, explica e até desenha- caso isso seja preciso. Quem tem a boca que vai a Roma alcança o outro apesar de si mesmo e de seus privilégios ou limitações simplesmente porque olha sinceramente para o seu objetivo. Quem quer chegar no outro, mesmo que para ensinar, primeiro tem que tocar esse outro em sua essência sem ignorá-la ou depreciá-la. Quem tem a boca que vai a Roma sabe que esforçar-se para chegar ao outro é ser ponte e derrubar muros: os muros externos e os muros internos."

Um dos maiores problemas de uma alta porcentagem das pessoas que têm a inteligência acima da média é que o fator que as diferencia também as exclui. No fim das contas vemos pessoas muito inteligentes intelectualmente, mas que trazem consigo a imaturidade emocional daqueles que não interagiram de forma adequada com seus pares. Olham com desdém para as pessoas que descrevem como inferiores, mas no fundo tudo o que mais desejam é ser reconhecidos por elas. São superiores em muitos aspectos, inclusive em sua solidão e arrogância, um dos principais mecanismos de defesa. A taxa de suicídios é bem alta também. Ou seja, acaba sendo uma vida bem triste se não existir um trabalho muito bem feito na escola e na família. No final das contas somos e sempre seremos seres sociais. Toda vez que isso nos é retirado os estragos são imensos.

A competição incentiva o individualismo e o individualismo permite a crueldade quando deixa de ser olhos- e controle social ético- para o que acontece ao redor.

A empatia é uma das únicas capacidades que nos salva de generalizarmos nossas verdades pessoais em detrimento da realidade que é fornecida pelo outro.

Imagine você no colégio assistindo uma aula de português. Entra um professor de matemática e começa a dar aula. Ele sai e volta o de português. Ele para e entra um de geografia. Ele mal começa e entra um de química. Estanho isso? Pois é o que fazemos durante nosso dia enquanto tentamos realizar múltiplas atividades ao mesmo tempo. Como algo assim poderia dar certo? Pois é dessa forma que desperdiçamos os nossos dias na modernidade. Pode mudar o que for, mas o nosso cérebro ainda pede uma coisa de cada vez e se desgasta enormemente cada vez que temos que mudar de foco e recomeçar. Ao contrário da eficiência que quem faz isso julga ter, a única coisa possível é acumular erros, lapsos de memória e chegar a exaustão no final do dia.

Por mais humana que seja uma posição de chefia e/ou liderança, ela sempre será solitária. Ela é solitária porque exige escolhas e tomadas de decisão. E, para toda escolha e decisão tomada, existem aqueles que se sentem apoiados e outros que se sentem injustiçados. Às vezes a justiça de uma maioria é a injustiça de uma minoria. Às vezes, também, a minoria é que é injusta com o todo. Mas, no final das contas, o alvo do descontentamento sempre será o líder, seja porque a pessoa que se julga injustiçada acha que o líder não tem razão. Ou, pelo contrário, o ataque pode ser direcionado a ele justamente por ele ter razão. Líder mesmo será aquele que aguentar não ser amado o tempo todo.

Constatações de domingo

- a pessoa bonita, dentro do que a sociedade espera, pode perder o seu encanto em segundos caso não seja uma pessoa interessante. Já a pessoa interessante, a cada segundo que passa, torna-se mais bonita aos nossos olhos;

- saber conversar não é saber exibir conteúdo aprendido anteriormente. Sabe conversar aquele que troca, adapta e constrói novos conteúdos nas mais diversas situações e entre as pessoas mais variadas, mesmo que para isso mencione conteúdos anteriores;

No final das contas, você não é bonito porque tem beleza ou é sábio porque tem conhecimentos. Ao contrário disso, você pode ser bonito e sábio apesar de sua beleza e de seus conhecimentos.

Algumas ações que retiram a credibilidade de qualquer um:

- não dar crédito às pessoas que ajudam em um projeto;
- copiar o projeto de outras pessoas ao invés de trilhar seus próprios caminhos;
- dizer que fará ou resolverá algo e não honrar com o compromisso, sendo esse comportamento algo contínuo e não uma exceção;
- dar desculpas esfarrapadas para falhas pessoais óbvias. Nesse caso, além da falha do ato, a mensagem ainda é de que o outro é um bobo que cairá na conversa fiada;
- falta de humildade ao lidar com pessoas da convivência- e principalmente com desconhecidos. Isso mostra arrogância e baixa inteligência emocional;
- achar que as pessoas têm obrigação de servi -lo, limpar sua sujeira ou mesmo pagar suas contas;
- tentar empurrar convicções pessoais goela abaixo de quem pensa diferente;
- achar que quem pensa diferente está errado e julga-lo ingênuo por isso

Fotografias sempre foram capturas de instantes, mas estão longe de ser a vida como ela é. Por trás da imagem paralisada está a vida em movimento.
Diversas tribos indígenas temiam a imagem capturada, pois achavam que sua alma ficaria presa naquele papel. Hoje, o "fake" surge da confusão entre o momento estático e o tempo que flui. Há quem segue o movimento e quem vive fixado no ilusionismo da captura. O que antes parecia ingenuidade nos índios se tornou realidade: para onde olho vejo almas presas em fotografias enquanto suas vidas passam. A imagem deixou de ser lembrança para o futuro e passou a ser a essência do momento.

CONSTATAÇÕES DA REALIDADE (o retorno)

_ Pessoas pobres em sua conduta laboral são sérias candidatas a "Síndrome do Pequeno Poder", pois sentem-se infelizes em suas atividades, engolem coisas que não gostariam, fazem o que não querem, e depois descontam suas frustrações em pessoas que estão hierarquicamente abaixo delas, são grosseiras com colegas ou mesmo, depois do trabalho, são agressivas e intolerantes dentro de casa.

-- Por se nivelarem por baixo, essas pessoas temem doar-se. É como se todo e qualquer ato de gentileza ou mesmo altruísmo pudesse lhes amputar um braço. Visitamos serviços e sentimos a má vontade com que nos atendem. Percebemos o pavor que sentem ao receber uma tarefa nova. Arranha-nos o apego mesquinho que demonstram com relação a alguma informação que já adquiriram, justamente por não perceberem que quem vive em ambientes gentis troca o tempo todo e não precisa se apegar a pouco;

- No final das contas, a média da qualidade na prestação de serviços nas mais diversas áreas é tão baixa que as pessoas têm perdido a grande chance de perceber o quanto é fácil se destacar no meio da mediocridade.

Às vezes eu não consigo terminar algo que comecei por motivo de sono maior.

O maior aprisionamento das pessoas acontece por trás de uma busca ilusória por segurança. Escondendo-se de um perigo, essas pessoas criam suas próprias grades.

Sempre que corro o risco de me perder na mesmice e no senso comum, olho ao lado e percebo a genialidade daqueles que estão ao meu redor. A genialidade mora na diferença de crenças, perspectivas e abordagens, mas não só nisso. A genialidade está naquele pequeno espaço de intersecção entre o rotineiro e o novo- podendo ser o que nos causa riso, estranheza ou até repulsa. Ela é a embriaguez da rotina que permite a criação daquilo que ainda não existia para mim, mesmo que já existisse para o outro. Genial é aquilo que abre as portas para a recriação interna e que revela a beleza do avesso

Um dos riscos que a experiência de vida nos traz- e que age de forma contrária à maturidade- é passarmos a ver as pessoas através de algumas de suas características mais marcantes criando um pré-julgamento quase imediato. Nossas experiências e repertórios anteriores podem nos ajudar em julgamentos defensivos, mas também podem trazer generalizações e categorizações prévias que nos impedem de ver a nova pessoa dentro de sua totalidade. Sempre me fiscalizo com relação a isso. Considero um bom exercício de humildade em prol da verdade.

As pessoas procuram tão desesperadamente por ideais de perfeição que não percebem o quanto tudo o que é "perfeito" demais é assustador, volátil é frágil.

Pequenas perversidades humanas:
Santo de casa não faz milagre porque ser pessoa próxima gera comparação e um tipo de "competição", mesmo que inconsciente. Se "ela" deu certo, por que eu não dei? - pergunta daquele que se compara e fica horrorizado ao se achar inferior. E, como a relação é próxima, a não validação do outro (não curtir, não elogiar, não reconhecer, ou mesmo falar mal) é uma maneira de puni-lo pelo próprio sucesso.

Algumas constatações:
- não importa o que você faça, algumas pessoas nunca vão gostar de você. E você provavelmente nunca vai gostar de muitas outras;
- você já reparou que, muitas vezes, o que você faz que incomoda o outro pode ser a sua maior qualidade? Seria sensato mudar?;
- já reparou que tem gente que, não importa o que você diga, sempre interpretará a sua fala com maldade?;
- já reparou que, se uma pessoa diz que não te merece, ela provavelmente não te merece mesmo. (Essa é da Pamela Camocardi);
- já reparou que, na maioria das vezes, quanto mais alguém tenta te provar algo, mais insegura essa pessoa é quanto as próprias verdades. Lembrando que expor uma teoria é diferente de tentar obrigar o outro a concordar.
- já reparou que a arrogância costuma ser sintoma de baixa estima;
- já reparou como nós sabemos de tudo isso e, mesmo assim, tendemos a ignorar os sinais.
Mas, se já reparou na próxima vez ouça os sinais.