Coleção pessoal de joao20121994

Encontrados 20 pensamentos na coleção de joao20121994

Dê gargalhada do passado.
Um abraço apertado pro presente.
E abra o coração pro futuro

È eu sei,as vezes doí ser você mesmo.
Alguns vão dar risada,outros vão te abandonar.
Mais não é culpa sua.
Não é sua culpa de ter coragem de ser você mesmo em um mundo onde os medrosos se camuflam com falsas personalidades.

Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...

Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...

Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

Morena Flor

Morena flor,de extasiante olor
Conceda-me o prazer de ser o beija-flor, ao qual permites beijar-te e levar na boca teu doce sabor
Do teu corpo colher cada gotícula de suor, orvalho natural do amor

Ainda menina, tenro botão
Agora, já mulher, a mais completa forma de sedução
Olhos negros como o breu, profundezas onde se perderam os meus.

Morena flor, de tez selvagem
Fitar-te é receber uma sensação revigorante, tal e qual a brisa madrigal.

Delicada flor, mistura de fragilidade e vigor.
Tocar-te com o devido amor é sentir um misto de temor e furor
É sentir nas veias o sangue congelar, enquanto a carne de ardor queimar.

É necessário compreender que tão esplendorosa flor não deve der subjugada ou arrancada.
Mas sim cultivada com todo carinho e amor.

Para que floresças com total vitalidade, necessário é que sejas cultivada, não com a fria precisão de um botânico, antes com a ardorosa paixão de um jardineiro.

Sublime é a missão do jardineiro, cuja tarefa é aquecer-te no inverno e refrescar-te no verão.
Ter a oportunidade de apreciar com total devoção, o desabrochar de cada parte do teu ser.
Acariciar as intumescências brônzeas de teus botões.
Tragar a incomparável fragrância por ti exalada
Percorrer a sinuosidade de teus ramos e tronco
Acariciar cada reentrância e saliência do teu corpo.

Morena flor, permitas regar-te constante e intensamente
Estimular o teu contínuo renascer, em crescente intensidade.

Bela flor repousada em farpado ninho.
A experiência de apreciar o gosto perfumado que tua alma retém é o tesouro que me impulsiona por entre as flores comuns no objetivo único de reencontrar e conquistar-te.

Deixe-me voltar a recolher dentre as hastes delgadas o bálsamo essencial, exalado de sua flor principal.
Promessa de fantasia, delírios, alegrias!
Elo místico entre o mundo racional e o sensorial.

Morena flor
Tenra flor
Objeto de minha eterna cobiça!

É, eu tô amando uma morena, fruto tropical.
Uma morena que tem os olhos verdes. Morena verde.
Quando ela me olha, parece que me despe por completo,
logo eu, que fico tão orgulhoso em dizer que a Física
é o meu passatempo predileto fico assim sem reação
quando estou perto dela. Além do ar de menina carente,
às vezes ela usa um óculos que a deixa com cara de mulher
decidida, intelectual, cheia de si, o que dá um toque
maior de sensualidade.
Sabe, fazia tempo que eu não me apaixonava, esse amor
tá fazendo bem pra mim. Tá me fazendo descobrir quem eu
realmente sou. Descobrir que eu vivo num país plural, e que
tem espaço pra todo mundo.
Comecei a refletir sobre o quanto a gente fica com bobagem
em querer ser igual aquele cara da novela, aquela modelo
que apareceu em tal programa, Cada um tem sua essência,
e nisso consiste a beleza do mundo, ainda mais pra nós
que vivemos num país como o Brasil, multicolorido.
Descobri que não existe apenas uma garota que vale a pena,
Aquela que é o centro das atenções de um grupo social, que
nunca dá valor a quem merece e sempre faz doce. Deixa fazer,
sempre preferi pratos salgados mesmo. A gente demora, mas se
dá conta de quanto tempo perde em querer provar pra todos que
a gente tem valor.
Existe um valor universal? Existe código de barra pra
ser humano? Qual a melhor, loira, negra, ruiva, morena?
Ah, eu tô amando uma morena, que é amiga da loirinha,
que sempre estuda Física comigo.

Sabe aquela morena? Aquela que você vê passando, que conversa com você? Aquela morena do sorriso bonito? Aquela que onde passa encanta a todos? Aquela que dá medo, que dá ansiedade, que dá angústia no peito? Aquela que dá incerteza, dá amor , que dá ódio? Aquela que vai te passar raiva e te zombar depois? Aquela morena dos cabelos longos, quase da sua altura? Aquela dos olhos pequenos, da boca carnuda e da pele cor de amarula? Aquela do andar engraçado, da dança divertida e do riso gostoso? Aquela que é confusa e que te deixa confuso? Aquela que tem pouca paciência, que fala na sua cara e não tem medo? Pois então, ela gosta de você.

Mas psiu! Fale bem baixinho, porque ninguém pode ouvir.

Como uma jovem rosa, a minha amada...
Morena, linda, esgalga, penumbrosa
Parece a flor colhida, ainda orvalhada
Justo no instante de tornar-se rosa.

Ah, porque não a deixas intocada
Poeta, tu que es pai, na misteriosa
Fragrância do seu ser, feito de cada
Coisa tão frágil que perfaz a rosa...

Mas (diz-me a Voz) por que deixá-la em haste
Agora que ela é rosa comovida
De ser na tua vida o que buscaste

Tão dolorosamente pela vida ?
Ela é rosa, poeta... assim se chama...
Sente bem seu perfume... Ela te ama...

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Ser mãe é assumir de Deus o dom da criação, da doação e do amor incondicional. Ser mãe é encarnar a divindade na Terra.

Os homens distinguem-se pelo que fazem; as mulheres, pelo que levam os homens a fazer.

Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.

Eu não existo sem você

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você

Amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido.

Uma mulher chamada guitarra

Um dia, casualmente, eu disse a um amigo que a guitarra, ou violão, era "a música em forma de mulher". A frase o encantou e ele a andou espalhando como se ela constituísse o que os franceses chamam un mot d'esprit. Pesa-me ponderar que ela não quer ser nada disso; é, melhor, a pura verdade dos fatos.

O violão é não só a música (com todas as suas possibilidades orquestrais latentes) em forma de mulher, como, de todos os instrumentos musicais que se inspiram na forma feminina - viola, violino, bandolim, violoncelo, contrabaixo - o único que representa a mulher ideal: nem grande, nem pequena; de pescoço alongado, ombros redondos e suaves, cintura fina e ancas plenas; cultivada, mas sem jactância; relutante em exibir-se, a não ser pela mão daquele a quem ama; atenta e obediente ao seu amado, mas sem perda de caráter e dignidade; e, na intimidade, terna, sábia e apaixonada. Há mulheres-violino, mulheres-violoncelo e até mulheres-contrabaixo.

Mas como recusam-se a estabelecer aquela íntima relação que o violão oferece; como negam-se a se deixar cantar preferindo tornar-se objeto de solos ou partes orquestrais; como respondem mal ao contato dos dedos para se deixar vibrar, em benefício de agentes excitantes como arcos e palhetas, serão sempre preteridas, no final, pelas mulheres-violão, que um homem pode, sempre que quer, ter carinhosamente em seus braços e com ela passar horas de maravilhoso isolamento, sem necessidade, seja de tê-la em posições pouco cristãs, como acontece com os violoncelos, seja de estar obrigatoriamente de pé diante delas, como se dá com os contrabaixos.

Mesmo uma mulher-bandolim (vale dizer: um bandolim), se não encontrar um Jacob pela frente, está roubada. Sua voz é por demais estrídula para que se a suporte além de meia hora. E é nisso que a guitarra, ou violão (vale dizer: a mulher-violão), leva todas as vantagens. Nas mãos de um Segovia, de um Barrios, de um Sanz de la Mazza, de um Bonfá, de um Baden Powell, pode brilhar tão bem em sociedade quanto um violino nas mãos de um Oistrakh ou um violoncelo nas mãos de um Casals. Enquanto que aqueles instrumentos dificilmente poderão atingir a pungência ou a bossa peculiares que um violão pode ter, quer tocado canhestramente por um Jayme Ovalle ou um Manuel Bandeira, quer "passado na cara" por um João Gilberto ou mesmo o crioulo Zé-com-Fome, da Favela do Esqueleto.

Divino, delicioso instrumento que se casa tão bem com o amor e tudo o que, nos instantes mais belos da natureza, induz ao maravilhoso abandono! E não é à toa que um dos seus mais antigos ascendentes se chama viola d'amore, como a prenunciar o doce fenômeno de tantos corações diariamente feridos pelo melodioso acento de suas cordas... Até na maneira de ser tocado - contra o peito - lembra a mulher que se aninha nos braços do seu amado e, sem dizer-lhe nada, parece suplicar com beijos e carinhos que ele a tome toda, faça-a vibrar no mais fundo de si mesma, e a ame acima de tudo, pois do contrário ela não poderá ser nunca totalmente sua.

Ponha-se num céu alto uma Lua tranquila. Pede ela um contrabaixo? Nunca! Um violoncelo? Talvez, mas só se por trás dele houvesse um Casals. Um bandolim? Nem por sombra! Um bandolim, com seu tremolos, lhe perturbaria o luminoso êxtase. E o que pede então (direis) uma Lua tranquila num céu alto? E eu vos responderei: um violão. Pois dentre os instrumentos musicais criados pela mão do homem, só o violão é capaz de ouvir e de entender a Lua.

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Soneto de separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

A alma resiste muito mais facilmente às mais vivas dores do que à tristeza prolongada.

Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

CONSOLO NA PRAIA

Vamos, não chores...
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?

A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.

Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.