Coleção pessoal de jeozadaquemartins
Mais uma vez estou aqui, só. Ou seria, como todas as vezes?
Faz silêncio, e já nem sei se sou eu quem escreve esse texto ou se é a pessoa que se apoderou de mim. Sim. Porque a essa altura, já nem sei quem eu sou, pra onde vou, o que quero...
Talvez eu até saiba. Talvez eu até tenha todas essas respostas dentro de mim, mas falta algum impulso pra que eu tenha coragem de não ouvir a voz dos outros e partir em busca do que eu sempre sonhei conquistar.
Preciso aproveitar esses momentos de coragem que vêm a mim apenas como faísca de uma chama ainda tímida. Preciso que essa faísca encontre apenas uma oportunidade para desencadear o que há dentro de mim.
Medo? Eu já não tenho mais. Não posso viver escondido à sombra de uma pessoa que eu não sou. Preciso impor minhas vontades, meus desejos, meus sonhos... Afinal, a vida é minha. Sou eu quem tem que traçar meu caminho, mesmo que esse caminho, aos olhos de algumas pessoas, seja ilusório, torto...
Mas eu não posso fazer nada disso se as oportunidades não vierem a mim. Eu preciso delas e as estou esperando.
Eu preciso errar... Eu preciso cair... Eu preciso aprender.
E eu tenho que fazer isso por mim.
As mudanças, por melhores que elas sejam, causam um certo estranhamento em nós. E o mais incrível: começamos a sentir saudades do que não deveríamos nem querer lembrar.
Nada nessa vida vem com um selo de garantia. É necessário arriscar. Apostar todas as fichas em seus objetivos. Você só vai saber se vai dar certo se tentar.
Não é que eu desista fácil de algumas coisas. É que eu não sou tolo a ponto de ficar dando murro em ponta de faca enquanto há coisas na vida precisando ser desfrutadas.
Tem dias que qualquer sussurro é um grito. Já em outros dias qualquer gentileza é uma declaração de amor.
Gosto de músicas que me fazem parar pra pensar, que me fazem lembrar de um lugar, de uma pessoa, de um momento. Gosto de músicas com letras que provocam mudança de mente, renovam a alma e tocam o coração.
Vejo pessoas dizerem que amam sinceridade, que preferem que digam verdades duras a mentiras doces, mas a verdade é que ninguém - e quando eu digo ninguém, é ninguém mesmo - está preparado pra ouvir todas as verdades.
Primeiramente, a verdade dói. E a verdade só se torna verdade quando ela vai de encontro com o que a gente pensa, sente ou faz.
Não quero dizer com isso que é melhor a falsidade. Não. O que eu quero dizer é que “Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal”.
Às vezes, perguntamos a alguns amigos o que eles acham de nós, do nosso jeito. As meninas costumam pedir opiniões sobre as roupas que estão vestindo. E se a opinião dada for de encontro com o que a pessoa espera, a sinceridade, nesse caso, vai fazer um estrago imenso na pessoa, provando assim que muita sinceridade machuca da mesma forma que pouca verdade ilude.
Ser sincero requer prática, requer deixar os medos de lado e expor sua opinião sem receio de julgamentos, mas é claro, tomando cuidado para não magoar a pessoa. Existe sempre um meio de fazer isso. A verdade pode ser dita de várias formas, pena que a maioria das pessoas escolhem justamente àquela forma que deixa mágoas profundas. A verdade pode vir acompanhada de um conselho, de uma palavra amiga, amortecendo assim a queda do ego da pessoa.
Se o amanhã for como o hoje, eu não reclamarei de nada. E se isso quiser se repetir, não me cansarei dessa rotina...
A medida que o nível de amizade vai aumentando, os palavrões ditos como forma de carinho tendem a aumentar.
Às vezes é melhor dizer ao coração "Ei, desiste. Não é tão fácil quanto parece" do que viver sofrendo por uma coisa que não se pode ter.
E parece que é assim mesmo: Nós somos os nossos maiores inimigos.
A nossa vida pode estar como for, mas o fato é que, às vezes, preferimos procurar coisas para ficar triste, e assim, dizer que a vida está sendo injusta conosco.
Já perdi as contas de quantas vezes escutei, por querer, aquela música que me trazia más recordações.
Já perdi as contas também das vezes que olhei a foto daquele ente querido que se foi. E como previsto, chorei pela falta que ele fazia - e faz - e pela saudade que sentia.
Já perdi as contas de quantas vezes senti saudades daquelas pessoas que antes eram minhas amigas e hoje sem sabem que eu existo, e abria o histórico do msn, lia e relia todas as conversas antigas e acabava ficando mal, não porque eram más recordações, mas sim, porque eram boas. E essas recordações "boas" acabam virando nosso pior pesadelo quando o relacionamento acaba.
Sou eu que, às vezes, prefiro ficar mal. Não existem meios de esquecer pessoas, lugares, aromas... O que existe é nosso querer em não colocar essas recordações no centro da nossa vida. Nós não temos uma lixeira em nosso coração e mente, que de vez em quando é esvaziada. Algumas vezes nós vamos lembrar, ficar tristes, chorar, sentir saudades... Isso é normal. Mas o que não podemos, é colocar o que nos faz mal, no centro das atenções. Afinal, “a vida continua”. E o passado existe apenas para contar a nossa história.
O problema é que a gente começa a ser criado desde pequeno de uma forma muito errônea. Acreditando em ilusões, tomando para vida alguns machismos e feminismos que depois nos é difícil de ter tirado.
Os meninos, desde pequenos, aprendem que podem ficar com qualquer menina e depois dispensá-las como se elas fossem algo descartável que podem ser substituídas por outras, afinal, são meninos. Machos.
Várias vezes, escutei pais dizerem aos vizinhos: “Quem tiver suas cabras em casa que prendam, pois os meus bodes estão soltos”.
E nesse pensamento, os meninos vão crescendo: Pensando que são os Dons Juan da rua, os mandas-chuvas, os que tudo podem...
Quando o filho cresce, o pai quer “cortar as asas” dele, mas percebe que é tarde demais. O erro é quase irreversível. E o filhos vivem por aí: procurando diversões para sua vida, que na verdade, são destruições, ficando com várias mulheres por noite e as dispensando na manhã seguinte, prometendo e não cumprindo, dizendo e desdizendo, consumindo várias garrafas de bebidas alcoólicas por festa, consumindo drogas, e por aí vai. Afinal, são “homens” não é?
Felizes são aqueles garotos que tem criações diferentes a essas citadas. Que aprendem desde pequeno o que é ser um homem de verdade, de palavra, de moral. Felizes são aqueles que crescem sabendo que homens também podem ser sentimentais sem serem "mariquinhas". Felizes são aqueles que crescem tendo em mente que também podem auxiliar nos serviços domésticos quando sua mãe ou esposa estiver precisando e que isso não faz cair seu órgão genital. Felizes são aqueles que aprendem que, para ser homem, não precisa sair por aí ficando com várias, beijando-as no meio de muitas pessoas só para provarem que “vão a caça”. Felizes são aqueles homens que sabem o que é amar.
E as garotas? Bem. Já elas, coitadas, são criadas na sala de casa ao pé de uma televisão, assistindo aos filmes das Disney: os tão sonhados contos de fadas. E nisso crescem, acreditando que um príncipe vai chegar montado num cavalo branco, vai encontrá-la no perigo, vai desembainhar a espada e lutar contra o monstro ou quem quer que esteja fazendo-a mal e que depois, vai apanhá-la pela cintura, colocá-la em cima desse cavalo branco e vai levá-la para o castelo, aonde viverão felizes para sempre. Elas crescem, esperando por esse dia, se iludindo com os “príncipes” que andam aparecendo por aí hoje em dia. Não sabem que esse encanto só dura uma noite. Algumas se decepcionam com alguns desses "príncipes", mas não desistem de sonhar, achando que um dia vão viver o tão sonhando conto de fadas. Outras se desiludem e acaba partindo para a vida, dando seu coração àquele cara que der mais ou que tiver mais. Preços da ilusão.
Só que "na prática, a teoria é outra". A vida até que não é tão surpreendente assim. Ela sempre nos mostra que estamos errados, mas nós sempre vamos preferir acreditar em mentiras e viver de sonhos irreais.
Podem existir príncipes e princesas? Claro que pode. Mas não como nos filmes.
O príncipe de hoje, menina, pode ser aquele cara que nenhuma garota nota, mas que pode te fazer feliz.
Pode ser aquele cara que está esperando um "sim" seu e você não está nem aí pra ele.
O príncipe de hoje pode ser aquele cara que não é um galã de novelas, mas que tem o mais puro coração e quer te fazer morar nele. Mas fazer o que? Você não quer, não é?
A princesa de hoje, garoto, pode ser aquela menina mais tímida da classe. Que te ama, mas guarda isso em segredo com medo de ser magoada.
Pode ser aquela garota que não tem seios fartos, mas que tem um olhar doce que derrete qualquer coração.
A princesa de hoje, pode ser aquela garota que vive de mandando sms carinhosos e você não faz a mínima questão de responder e quando responde é só um "awn, muito obrigado". Fazer o que? Você é cego e não consegue ver. Ao invés disso, prefere ficar perdendo tempo com as garotas fáceis, que não se interessam pelo que você é, mas pelo que você tem.
É incrível como algumas pessoas gostam de perder tempo. É tão notável a cegueira amorosa dessas pessoas... Falam que a vida é ruim, que só as fazem sofrer, mas na verdade, a vida, todo dia, bate na porta dessas pessoas e o que elas têm que fazer é somente girar a maçaneta.