Coleção pessoal de Jean_Quintino

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Meu nome é Palha
Vivo em candeia
Sou indiozinho
Eu não bambeia
Sou santo forte
E lá na alteia
Sou curumim
Sol que clareia
Sou escolhido
Fé quem semeia
Sou flor de Oxum
Sou terra seca
Meu nome, senhor
É Palha Seca

Menino,
Tão pequeno e tão esperto
Que carrega o mundo em sua mão
Não é atoa que é filho dele
Dono da terra e do banquete
E não é atoa, que mora em meu coração
Menino,
Tão menininho e tão faceiro
Fez de minha vida, um tabuleiro
Como raiz, brotou do chão
Mas, vivido como ele é
O menino,
Aquele meu menino...
Que no mundão andou sozinho
Se tornou Olubajé

Hoje escrevo: Saudade!!
Saudade que feriu meu peito
Que adoeceu e se partiu em meio
Pela dor doída da paixão
Sem devaneio e sem hipérbole
Não é mais saudável, tão pouco refrigério
O que sinto em meu coração
Dói, diante ver tudo se dispersar
Machuca, pela madrugada velar
E aos poucos, perdendo minha identidade
Hoje, diante a insanidade
Perdoe-me, o poema é saudade

Amor...
É... Quando falo de amor
Falo de você
Falo dos seus mimos
Dos meus poemas e até dos esquemas
Falo do seu sorriso
E do quanto você muda o meu
Falo sobre nós
E como amo cada detalhe de ti
Falo do seu sabor
E mesmo assim
Nenhuma palavra, tema,
declaração, dilema, calor... Poema
Resume o meu amor

Você é aquela música
Que ouso no final do dia cansativo
Você é aquele sorriso
Que diante dele, tudo ficar melhor
Você é aquele poema
Com estrofes tão bem rimadas
Tão bem amadas
Que mesmo calada
Torna leve a minha sina
Você é aquele calor
Que invadiu meu peito vazio
Construiu, fez o seu ninho
E fez morada de amor

Assim como o sol, renasci
Em águas cristalinas, abadô
E o menino, que chamo de pai
Em prece, louvou: Oriô
Agora trago em mim eternamente
Esse encanto de menino
De ser hábil, quando precisar caçar
De ser encanto, no escuro do caminho
Locy, locy meu menino, caçador
Que em mim plantou a semente
De Atotô Ajuberô.

Eu lhe amo
Assim como esse poema
Sem ponto final sem vírgula
E sem dilema
Eu lhe amo
Como nunca sequer
Ousei amar alguém
Lhe amo assim
Tão exclamação
Lhe amo assim
Sem explicação
É incrível o quão lhe amo
É gigantesca a confusão
Assim como meu amor e esse poema
Que mal cabe em um coração

Ela disse o que sentia...

-Posso bem amar você.

Eu disse a minha menina...

-Como sempre, amei você.

Renasci... É, eu renasci... As vezes me perguntava como era renascer pro Orixá, minha mente mirabolava diversas coisas, sensações e emoções e por incrível que pareça nada que eu ousei pensar chegou perto do que realmente é renascer pro orixá. Ainda não sei bem o que é renascer, afinal, nasci agora. Mas o pouco que vi, vive e senti já me ensinou um pouquinho do que é... Aprendi que renascer pro Orixá é compromisso, é responsabilidade, é resiliência e bastante humildade, aprendi também que renascer pro Orixá é puro amor, é abrir mão de diversas coisas por um bem maior, é entender seu tempo e respeitar a hierarquia. Resumindo, renascer pro Orixá é ser um novo você, é aprender tudo novamente, a andar, a ler, a escrever, a ser... Renascer pro Orixá é aprender a ser forte, afinal, ser do Orixá não lhe livra dos problemas, pelo contrário, ser do Orixá é ter certeza de que momentos ruins viram mas a fé nos dá confiança de que tudo isso vai passar. Bom, ser do Orixá é tantas coisas mais que não se resumiria em palavras. Ainda tenho muito a aprender mas o pouquinho que eu aprendi já me transformou. Adupé Orixá!

Carta p'ra alguém.

Amor, me perdoe
Por ir e velejar
É que eu estou velando por aí
Sem saber se vou voltar.

É que eu não aguentei a saudade
E precisava escrever
É que isso tudo dói e arder
Eu querer e não poder.

Eu tentei ficar contigo
Mas, amor, isso me dói.
Eu tentei ser seu amigo
Mas o amor não brota, se constrói.

Então eu fui, fui por aí
Velejar no mar da solidão.
Eu admito, eu caí
E machucou meu coração.

Ainda sinto saudade,
É, amor... Não superei
Isso tudo é crueldade
Mas isso não te importa, eu tentei.

Eu errei em te amar,
Eu errei em tentar escrever.
E sei que cê não vai ligar
E nem sei se vai receber.

Mas eu sigo aqui sozinho
Velando pensando em ti
Amor, sigo meu caminho
Velando a noite sem dormir.

Logun é guia.

Estava eu perdido
Em meio aquela mata
Não sabia de nada
Era tudo confusão.

A mata era fechada
Nada eu enxergava
Nem pássaro cantava
Um menino pegou em minha mão.

Ele me levou a um lugar
Que eu me lembro bem
Lá, ouvia pássaros a cantar
Lá, ouvia roncos de trovão.

Lá, o corpo arrepiava
Lá, o tambor não se calava
Lá, o amor não se cobrava
E lá, tinha paz no coração.

Esse menino me disse seu nome
Ele se chama Logun Edé.
Esse menino me deu a vida
Esse menino me mostrou o candomblé.

Por isso, o menino é pai
Por isso, o menino é vida.
Por isso, eu vibro Orixá.
Por isso, Logun é meu guia.

Enquanto eu houver forças
Logun eu irei de louvar.
Pois, quando a mata se fechou
Logun Edé quem foi me buscar.

Locy locy, Logun eruawô!!

Serpente encantada
É pura transformação
Hora homem, hora cobra
Dominou meu coração.

O meu caminho quem guia
É o rastro dessa serpente.
Ela, quem transformou minha vida
Que mudou minha sina e me libertou.

So(ne)dão.

O vazio da minha alma
O vácuo do meu ser
A solidão que me abraça
O amargo coração.

Isso tudo me assusta
Eu não sei o que fazer
Isso tudo gera dúvidas
Eu não aguento a solidão.

Faço o que é preciso
E mesmo assim ninguém me nota
Eu perco o meu juízo.
Nem a dor mais me suporta
E tendo andar na contra mão.

A solidão é minha cola
Eu aprendi a conviver
Eu sei, ninguém dá bola.

Então isso que é viver?
Já não suporto mais o vazio,
O vazio do meu ser.

O calor me invadiu
E curou todo meu ser.
Me deu vida, amor
E me fez renascer.

Ao som do opanijé
Meu pai mostra seu esplendor.
Mas naquele dia no Orum
Foi bamba no Orô.

Todos se perguntavam
O porquê daquele Azê.
Mas meu pai, misterioso como é
Não queria responder.

Mas uma moça,
brava como um búfalo
Não suportava a curiosidade
E não aceitava aquele não.

Ela, destemida
levantou aquelas palhas
E sem restar cabaças
As levantou com um soprão.

Junto com suas palhas
Ela lhe soprou suas chagas
E sem restar migalhas
Ela conquistou seu coração.

O Azê quando voou,
Revelou o homem lindo
Que aprenderam a amar.
E viram, que a pele de meu pai
É simplesmente,
O sol a brilhar.

Andorinha Apaixonada.

Era um céu azul com a manhã cheia de nuvens, o sol brilhava e iluminava o amanhecer. Existia uma Andorinha que acabara de acordar, ela estava tão feliz e tão contente com a manhã que resolveu voar. Voou, voou e voou a cantarolar.
Voando pelo mundo à fora ela encontrou seu Sábia, foi um amor a primeira vista e um encontro tão incrível que parecia que eles já se conheciam. Ela então o convidou para voar, voando pra lá, voando pra cá não deu outra, danaram a se apaixonar. Mas a Andorinha pensava que isso era loucura, afinal, eles eram completamente diferentes, ela era uma Andorinha e ele um Sábia. A Andorinha então falou:

- Sábia, isso não é certo, é contra a natureza! - Disse isso a Andorinha com ar de tristeza.

O Sábia então respondeu:
- O que é a natureza perto de nosso amor? Andorinha, a natureza é amar.

A Andorinha então calou-se.

Eles não sabiam o que fazer, refletiam no que os outros bichos iriam pensar. Mas eles se amavam e independente queriam viver esse amor. Destinados a ficarem juntos assumiram o amor a toda bicharada. A bicharada enlouqueceu, todos riram e ficaram indignados com tamanha loucura. Mas eles n ligaram, pois, se amavam como nunca amaram ninguém. Após assumirem o romance e a bicharada enlouquecer eles tiveram de se mudar daquela floresta, pois, estavam sofrendo diversos ataques. Os bichos não aceitavam o danado amor. Diziam os bichos:

- Lá vai a Andorinha maluca e o louco do Sábia. - Diziam os bichos com tamanho desprezo.

E o Sábio, sábio como ninguém respondia com humildade:

- Se o amor é loucura, quero morrer sendo um louco.

E desde então a floresta calou-se a tratar de amor.

Procura.

Estou meio perdido aqui,
Sei lá, vou por aí.
Quem sabe eu encontre alguém,
Talvez eu não encontre ninguém.

Estou procurando aquele ser,
Que me deixou sem entender.
Que me deixou sem você.
Talvez eu pereça de sofrer.

Estou à procura do amor.

Passará.

Grite fundo,
Seja mudo,
Viva muito.
Isso tudo vai passar.

Fale pouco,
Seja solto,
Fique louco.
Isso tudo vai passar.

Cuide de si
Que nem o saci.
Tudo bem cair,
Isso tudo vai passar.

Ame muito,
O mundo é curto,
Passa em segundos,
Não pereça de sofrer.

Porque, leitor
isso tudo vai passar.

Soneto de despedida.

Meu amor partiu e
Foi embora sem adeus dizer.
Andei só e na procura desse amor,
Encontrei você.

Mas por que partistes, amor?
Por que me deixou?
Me contentei com a solidão
E isso tudo machucou.

Foi p'ra além do mar e p'ra onde me esqueceu.
Mas isso tudo vai mudar,
O dono da minha vida sou eu.

Eu vou lhe esquecer e progredir
E independente desse amor,
Não lhe quero mais aqui.

Ensina poetisa.

O amor é uma escola
Que ensina sem ensinar.
P'ra aprender com esse amor
É só saber amar.

E quem não ama não aprende.
Sabe nem amar ninguém
Se tu ama, tu aprende
Aprende com esse alguém.

Você é pura poesia,
Aprendo nas estrofes a rimar.
Se tornou meu poema favorito
Quando me deparei com seu olhar.

Amo tanto esse amor.
Amo tanto teu bem querer.
Amo, você todinha.
Amo muito amar você.

Ela me ensina a ser poeta...

Amo o quanto vc me ensina
Sabe bem ser professora.
Na arte de amar...
Oh dó, fica tão boba.

Me libertar, amor
Com esse amor.
Obrigado, amor
Sou teu leitor.

E você é esse poema,
Que mexe com o meu ser.
Sou poeta, mas quando canso
É você que eu tendo a ler.

Andorinha Apaixonada.

Andorinha que voa, voa
Voa livre, a voar.
Num belo dia aleatório
Encontrou seu Sábia.

Pelo Sábia se apaixonou,
E como amou seu Sábia...
Mas o danado não a notava,
A Andorinha foi chorar.

O Sábia não era sábio.
Mas como assobia o Sábia...
A coitada da Andorinha
Continuara a lhe amar.

Ela achava uma loucura,
Pois, os dois não são iguais.
Oh, andorinha sem juízo
Seu amor ta pior que capataz.

E o Sábia de nada sábio,
Não conheceu o danado amor.
Quando notou a Andorinha...
Tadinho, a Andorinha já voou.