Coleção pessoal de JBP2023
Quem primeiro analisa uma nova lei corre o risco de errar primeiro, mas o desafio do intérprete é maior do que o medo do equívoco, pois o Direito nasce do embate das ideias e se fortalece no terreno fértil das controvérsias.
O Brasil que sonhamos não nascerá do confronto de ideologias, mas do encontro de consciências. É na serenidade do espírito crítico, na pureza do afeto e na constância do exemplo que se edifica uma Nação justa, lúcida e solidária.
Quando o sol da educação romper o véu da ignorância, dissipando as sombras da intolerância e da omissão, veremos florescer, enfim, a mais bela das revoluções: a revolução do conhecimento, guiada pelo amor e sustentada pela justiça.
Primavera de Esperança
A primavera traz chuvas,
flores e exuberância,
um colorido especial,
e a esperança de dias melhores.
Renovam-se ciclos,
a vida se refaz no ecossistema natural;
os ipês, em policromia,
deixam os olhos marejados
de amor e ternura.
No alto do Iracema,
brota o símbolo das boas reminiscências.
Enfim, renasce a oportunidade
de revisitar o passado,
nas passagens gigantes da memória,
onde o coração encontra alívio
e a alma floresce em renovação.
Nas cinzas, o renascer do Amor
O tempo corre em passo fugaz,
E deixa apenas lembranças tenras;
Na alma guardo, em silêncio audaz,
Os gestos puros que o amor lembra.
Amor sincero, de ardor fulgor,
Que rompe os muros da hostilidade;
Peço perdão se causei rancor,
Pois cresci muito na adversidade.
Na dor e queda aprendi lição,
Das armadilhas quis me afastar;
Busco a plenitude do coração,
Que só no amor pode repousar.
As velhas marcas quero esquecer,
Deixar cicatrizes, não mais temor;
E tatuar no peito o florescer
Da luz da vida, da paz, do amor.
O amor há de erguer-se triunfal,
Vencendo as sombras do sofrimento;
Sepulte o tétrico, o desleal,
Nas frias cinzas do esquecimento.
Que este debate se consolide como ato de resistência civilizatória, pois uma sociedade que abdica da infância abdica do futuro. Se a adultização é o risco, a proteção integral é a resposta. E nesta resposta, repousa a grandeza do Estado, da Justiça e da própria humanidade. A infância não pode ser sacrificada no altar da pressa, do consumo e da exploração digital. O processo de adultização precoce corrói os pilares do desenvolvimento humano, rouba o direito de brincar, transforma a inocência em estatística de mercado e compromete a formação biopsicossocial de milhões de crianças e adolescentes.
A segurança pública no Brasil tornou-se palco de espetáculos retóricos, onde discursos bem ensaiados ecoam em entrevistas de gabinete, mas não chegam às vielas, becos e estradas esburacadas do país real. Em vez de técnicos, o que se vê à frente de muitos órgãos são políticos, indicados por conveniências partidárias, com pouca ou nenhuma vivência nas trincheiras da segurança.
O sistema penal brasileiro é um gigante de barro: imponente na letra da lei, frágil na execução. A falência é institucional, moral e funcional. Enquanto a pena continuar a ser um instrumento de degradação, e não de reconstrução, o país permanecerá refém da violência.
A vida é uma roda que não cessa o giro. Hoje, o aplauso; amanhã, o silêncio. Hoje, o altar; amanhã, o esquecimento. No circo contemporâneo das redes sociais, o indivíduo é personagem de um espetáculo que ele não controla.
O linchamento virtual não é apenas um ataque — é um teste de resistência da alma. Sobrevive quem entende que a reputação é pública, mas a consciência é particular; que a imagem pertence aos outros, mas a essência é inegociável.
O sistema jurídico brasileiro impõe — como pilar inegociável da democracia — a presença de um juiz natural, imparcial, destemido, transparente e aguerrido. É sabido que nenhum profissional do Direito apaga a fogueira da ideologia com gestos de complacência, nem extingue guerras de vaidades oferecendo flores e néctar de rosas a quem empunha armas contra a paz.
O romantismo penal não protege lares, não impede o avanço da criminalidade, não honra o sangue derramado pelos que tombaram em serviço. Só a união entre lei, técnica, coragem e integridade será capaz de forjar o escudo que a sociedade brasileira tanto clama. Segurança pública é mais que um dever do Estado — é um pacto inegociável com a vida, com a liberdade e com o futuro da Nação.
A crise econômica brasileira tem solução clara: basta cessar o assalto fiscal contra o povo, reduzir a obscena carga tributária e enfrentar com firmeza os tentáculos da corrupção que dilaceram a nação.
Sofri assédios, injustiças e a amarga face da ingratidão.
Vi com meus próprios olhos torturas, abusos e traumas dilacerantes.
Por longos anos, calei. Mas, no silêncio, forjei minha alma.
Rompi as amarras que prendiam minha voz ao cárcere das conveniências.
Hoje, caminho em liberdade, com a cabeça erguida e o espírito altivo.
O tempo, sábio artesão da alma, cicatrizou as feridas abertas pelas agressões vis e ignóbeis.
E sigo… mais forte, mais lúcido, mais inteiro.
Ergam-se, pois, os justos! Quebram-se os espelhos! Expulsem-se os ídolos de barro! A verdadeira grandeza de um servidor público não está no reflexo de sua imagem, mas na sombra silenciosa de seus atos justos e corajosos, feitos em favor de uma nação sedenta de verdade, justiça e dignidade.
A história não absolverá os que subjugaram o bem comum para alimentar seus egos inchados. O tempo, senhor de todas as verdades, há de revelar que os reinos erguidos sobre a mentira sempre ruem — e que a soberania popular, ainda que adormecida, desperta com fúria quando o povo descobre que foi enganado.
Que o narcisismo patológico jamais se torne ferramenta esdrúxula para perpetuação no poder, nem seja moeda de troca para a venda de fumaças e ilusões a um povo que, exausto, ainda insiste em crer. Que os cabotinos de plantão — travestidos de gestores, mas amantes do culto à própria imagem — não transformem os portais da administração pública em espelhos de vaidade, onde a ética se dissolve e o interesse público vira escada para a autopromoção.
Que a coragem dos justos não seja enterrada nas gavetas da covardia estatal. Que a moralidade administrativa não seja apenas um artigo da Constituição, mas um compromisso real de toda a nação.
Precisamos de uma nova primavera ética na Administração Pública — uma revolução silenciosa, mas firme, que devolva dignidade àqueles que servem com coragem, mesmo sob ameaça. A sociedade brasileira precisa abrir os olhos para o drama invisível que corrói as bases do serviço público: a opressão institucionalizada e o assassinato simbólico da integridade.
Não há República sem servidores públicos livres. Não há Estado Democrático de Direito quando o medo e a opressão substituem a técnica e a ética. É urgente denunciar o extermínio moral dos servidores que ousam fiscalizar, questionar e cumprir com retidão o seu dever constitucional.
