Miado no peito.
Meu chamaste de gato,
E o peito encheu de felinos.
Tu me tiras o ar como a asma.
Pra boca.
Não vejo longe,
Preciso de óculos,
Exceto para ósculos.
É hoje...
Um dia dura uma vida,
Uma vida dura um dia,
Uma vida dura, um dia.
E eu, mudo?
No criado-mudo,
Um mundo criado,
O, sonoro, livro.
Grades?
No berço de ferro,
Agarrado à almofada,
Esperando as fadas.
Pastagem?
Eletrocardiograma:
Não, não deu um infarto!
Mandei a morte comer grama.
Emerge?
Quarto de plantão,
Plantado,
Esperando que não.
Nem.
Tudo vai passar?
Isto é ruim.
E bom.
SUS.
Radiografia mostrou pedras.
Restou ligar o rádio
E ouvir rock.
Só por dentro?
Sou estranho,
Mormente
Nas entranhas.
Quaresma.
Agarrado ao crucifixo,
Olhos fixos na cruz,
Pensando no peixe cru.
Haja...
Nada é como gostaríamos que fosse,
E quando finalmente o é,
Gostaríamos que talvez fosse diferente.
Nauseabundo.
Navios me causam enjoo.
Ou seria o mar?
Ou eu?
Pitada?
Não tenho receita pra nada,
Exceto para bolo de laranja.
Quem quer viver se arranja.
Efeito estufa.
Quando te via,
Quadras de distância,
O calor subia.
Satélite.
Pulso acelerado,
Um punhado de versos,
Meu pequeno universo era teu.
Sem romance.
Depois de um certo ponto,
A vida não é mais um conto,
É crônica.
Pé d'água?
Pedágio.
Ágio? Ágil,
Vou a pé.
Vai que...
Só Deus é santo?
E se eu cantar
Sob Seu manto?
Dê a preferência?
Placas são implacáveis...
Mas não sou aplacável,
Apesar de crer em sinais.