Infância.
Criança escondida no armário,
Embaixo da mesa, atrás da cortina,
Riso frouxo revelando almas,
Jurava mentiras extraterrenas,
Confirmadas pelos coleguinhas,
Misto de vergonha e encanto.
Ladeira abaixo?
Na garupa da bicicleta,
Aos trancos e barrancos,
Gargalhando a cada buraco.
Lá?
Que dó
Do piano
Duma nota só.
Fantasia?
E que diabinho,
Vestido de anjo,
Enquanto gente.
Rica rima...
Mãe quase não tem rima,
Mas combina com quase tudo,
Até com laranja-lima.
Chega de corrupção.
A ocasião
Faz o ladrão?
Mostra que não...
A versão.
Mentiras?
Aversão...
Ou versão?
Idades.
Quero.
Quero ver.
Quero verdade.
Quero ver.
Quero.
Sem voz.
Teu silêncio,
Ecoando
Na ausência.
Amor impróprio.
Doente de amor?
Mas todo amor
Não cura males?
Não me diga!
Saber a verdade?
Não, não...
Era tudo mentira.
Sonhador.
Eu, cair na real?
Na real,
Não caio nessa.
Roupa velha.
Tantas e tantas fantasias;
Entretanto, aos pouquinhos,
Cansamos de ser palhaços.
Escusos.
Todos nós, sim,
Todos, mentimos,
Não é verdade?
Genocídio?
Eu poderia estar roubando,
Eu poderia estar matando...
Entretanto, não fui reeleito.
Meus Deus...
Mãos ao alto!
- Disse o pastor,
Passando a sacola.
Juro baixo.
Lugar no Céu?
Pode ser...
É pela Caixa?
Mede cima.
Na sala de espera,
Lendo revistas velhas,
O paciente, já impaciente.
Ih... Real.
Sonhos?
Ou fantasias?
Fantasiar os sonhos.
Anda!
Um passo,
Depois outro?
Sim, para frente.