Terra roxa.
Aflição?
Há filhos
No chão.
Verdadeiro.
Amigo:
Não se escolhe,
Se colhe.
Fogo brando?
É deveras paradoxal:
Quanto mais frios ficamos,
Mais perto do inferno.
Primeira luz.
A manhã chegando,
Céu desabotoado a
Tua pele estrelada.
Par estesias.
As vestes no chão,
Sinto tuas pernas e
Não sinto as minhas.
Invasão.
Sandália no pé,
Fazendo amor
Como vândalos.
Violência doméstica.
Arranquei teus medos,
Rasguei teus pudores,
Antes de te consumir.
Te sinto, logo existo.
Teu toque,
Teu cheiro...
Sim, eu existo.
Em sumo.
Sonho?
De consumo?
Que você não suma.
Amasso.
O teu abraço
Amassa toda
Dor do mundo.
Caminheiros.
Mesmo acertando,
Somos todos
Errantes.
Proteção?
Meias mentiras,
Meias verdades...
Estou de meias.
Bloqueio.
Um ritmo,
No íntimo,
O último?
Bem devagar...
Sol da tarde falecendo,
Esperando a lua chegar,
Sob os olhares de Dalva.
Composto? Simples.
A vida é curta demais
Para valorizar só
Os nomes compridos.
Fogueira.
Dança em volta da chamas,
Cada vez mais perto,
Os medos virando fumaça.
Ressurgição.
Queria que Deus nascesse outra vez,
Desta feita sem nomes ou testamentos,
Perdoando-Se pelos velhos pecados.
Lá vou eu!
Universo girando sem parar,
Deuses brincando de esconder,
Dentro de buracos negros.
Dias cinzas.
Branco é paz?
E o preto é ruim?
Paz do negro tem fim.
Liturgia ou letargia?
Come, este é o meu corpo.
Bebe, este é o meu sangue.
O medo, então, se fartou.
