Coleção pessoal de FrancismarPLeal

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Três... Vou olhar!

Quando criança,
Contava até três,
A maldade sumia.

Quando adulto,
Não contava ser
A maldade minha.

Pedaçado.

Meu corpo é pedaço:
Pedacinhos de Deus,
Fragmentos de meus.

Não fumo.

E eu finjo ser quase rico,
Fazendo pose de cigarro,
Pernas cruzadas jurando,
Papel e palha em brasas,
Fumaça fugindo da boca,
Carvão dentro do peito,
Sem saber que se morre,
Que um dia se morre,
Que um dia.

Não é fácil...

Por que sou fácil?
Não sei bem, talvez
Porque seja fóssil?

Figuração.

Parecendo um sábio,
Fingia ler livros pesados,
Como se houvesse passado.

Ocaso.

Fim de tarde e a janela aberta,
Fingindo ouvir o falatório vazio,
Imitando cantoria das cigarras.

Pondo-se.

Sol a meio-sol,
Olhando, escondido,
O acender dos lampiões.

Manhã, ser.

Escadinha de madeira.
E na soleira da porta, o sol,
Querendo subir degraus.

Seca?

Olhos caídos,
Fitando o chão,
Sob os pés sujos.

Anjo?

Não temo fantasmas.
Adoro assombrar-me.
Sombra também ama.

Estaremos transferindo?

Quando dei conta
Que eu era eu mesmo,
Já não havia tempo.

Da mão?

Verdades?
Ver dedos...
Pouco(a)s.

Apagão...

Noite quase infinita,
Buscando réstias de luz
Em persianas entreabertas.

Folheando.

A noite não dormia,
Vasculhando o passado
Com a sua brisa fria.

Beira.

Mar quebrando,
Areia gelada,
Pé quente.

Arrepio.

Lençol de seda,
Tua pele de seda
E a minha sede.

Noite de Domingo.

Sala de estar?
Eu quero uma
Sala de ser.

Dormir de conchinha faz ouvir o mar.

Sem conchavos.

Pasmem, ou não,
Dormir de conchinha,
Faz ouvir o mar.

Já sei!

Eu sei,
Já entendi,
Que nada sei.