Coleção pessoal de Filigranas

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Na guerra os meus dedos disparam mil mortes.

O major trazia sobre si o peso de 60 janeiros.

“Vendo em torno de mim mãos que davam esmolas”.

" --- Tenho ramos de arruda; urtigas; água benta; / uma infusão que cura a espinhela e a maleita; / figas para evitar tudo que é coisa feita... / Com uma agulha e um cabelo, enroscado a capricho, à mulher sem amor faço criar rabicho. / Olho um rastro; depois de rezar um bocado, vou direitinho atrás do cavalo roubado. / Com uma erva que sei, eu faço de repente, do caiçara mais mole, um caboclo valente! / Dize, Juca Mulato, o mal que te tortura". (feiticeiro) ("Juca Mulato")

" -- Juca Mulato! Esquece o olhar inatingível! / Não há cura, ai de ti! Para o amor impossível. / Arranco a lepra ao corpo, extirpo da alma o tédio; / só para o mal de amor nunca encontrei remédio... / Como queres possuir o límpido olhar dela? / Tu és tal qual um sapo a querer uma estrela... / A peçonha da cobra eu curo ... Quem souber / cure o veneno que há no olhar de uma mulher! / Vencendo o teu amor, tu vences teu tormento. / Isso conseguirás só pelo esquecimento. / Esquecer um amor dói tanto que parece / que a gente vai matando um filho que estremece, / ouvindo, com terror no peito, este estribilho:/ "Tu não sabes, cruel, que matas o teu filho?"/ E, quando se estrangula, aos seus gemidos loucos, / a gente quer que viva... e vai matando aos poucos! / Foge! Arrasta contigo essa tortura imensa, que o remédio é pior do que a própria doença / pois, para se curar um amor tal qual esse ... / Juca Mulato, esquece!" (feiticeiro) ("Juca Mulato")

A estrela-d'alva, no céu escuro, parecia uma garça lavando-se na lagoa.

Parece que a paisagem tem vida e se ajoelha a rezar".

A cantiga que eu canto à primavera, / sendo alegre demais por ser sincera, / exprime a ânsia infeliz de ser feliz”.

O espetáculo do saber de meu pai, realçado pela ignorância de minha mãe e de outros parentes dela, surgiu aos meus olhos de criança como um deslumbramento”. (Recordações do Escrivão Isaías Caminha)

Pediram-lhe que não atirassem pedras naquelas tentadoras paredes envidraçadas”.

Quem sempre a morte achou no lar da vida, / Deve a vida encontrar no lar da morte”.

Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem e nos trazem mal”.

Este mundo não é pátria nossa, é desterro”.

Última flor do lácio, inculta e bela, / És a um tempo esplendor e sepultura”.

Mal enche o berço, mas como o sonho, / Enche de luz a vida tenebrosa!

A bebedice parece desenvolver-se entre nós, já em tal escala que a taberna é o pórtico da sepultura.

O casamento não é uma solução, é um ponto de partida.

Um marido, ainda sendo mau, sempre é melhor que o melhor dos sonhos.

O melhor modo de apreciar o chicote é ter-lhe o cabo na mão.

Digo aos moços que a verdadeira ciência não é a que se incrusta para ornato, mas a que se assimila para nutrição.