Gustavo Corção

Encontrados 9 pensamentos de Gustavo Corção

O fato de um milhão de pessoas participarem dos mesmos vícios não os transforma em virtudes”.

Pediram-lhe que não atirassem pedras naquelas tentadoras paredes envidraçadas”.

“O primeiro sinal que um leitor prevenido deve procurar num livro, a meu ver, é o da autenticidade. Antes de qualquer avaliação final, antes de uma colocação mais firme, importa distinguir se a obra vem das profundezas de um sujeito ou das meras superfícies, que apenas espelham os gestos dos outros. O que importa, na voz de um livro, é que seja uma voz de homem, que as palavras dessa voz estejam ligadas à lenda dêsse rei que cada esfinge de esquina tenta devorar. O que importa, em suma, é que a obra seja uma Mensagem”.

"Para nós, que vimos os noivos individualmente separados, que os vimos viver um aqui outro acolá, com nomes diferentes, em bairros diferentes — para nós a união tem caráter moral, mas fisicamente nos aparece como um fenômeno acidental. [...] Para a criança, ao contrário, a união dos pais é física, metafísica e necessária. Melhor do que os filósofos e teólogos, a criança vê [...] o vínculo que faz dos pais um bloco, uma base. É uma experiência afetiva e intelectual de uma importância enorme para a criança essa primeira apreensão da realidade familiar."

"A separação dos pais, para a criança, é um absurdo. Não é um drama moral, é uma tragédia cósmica. Não é conflito de duas pessoas, é conflito dos elementos constitutivos do universo. O mundo enlouqueceu se os pais se separam. Na mente infantil, a repercussão afetiva e intelectual significa um abalo de todas as fundamentais experiências até então colhidas. É como se a água deixasse de molhar, o sol deixasse de brilhar, a pedra deixasse de ser dura."

Ninguém poderá esgotar com o conhecimento o fundo da doutrina que é Pessoa, e dificilmente poderá conhecer a milésima parte da obra humana escrita sobre a doutrina, que é imensa. Seria loucura aguardar, para ulterior resolução, a leitura das obras completas de São Tomás ou dos textos patrísticos. Mal temos tempo para ler uns poucos antigos e meia dúzia dos autores modernos e mal podemos compreender os textos em toda a profundidade.

Inserida por LEandRO_ALissON

Será evidentemente um grande benefício para qualquer pessoa ler com boa vontade a obra de Maritain, de Karl Adam, de Guardini, de Amoroso Lima, de Dom Vonier, de Dom Columba Marmion¹; seria ainda melhor ler São Tomás, Santo Agostinho, São Cipriano, Santo Inácio, Santo Irineu; seria ainda melhor ler as Sagradas Escrituras. Mas ainda melhor do que tudo é pedir perdão a Deus e rezar um simples Padre-Nosso pedindo para a secura da alma o socorro da Fé, da Esperança e da Caridade.

¹ [N. da P.] Corção romperia posteriormente com alguns destes autores, por terem adotado posições nitidamente progressistas [v. O Século do Nada].

⁠"A poesia, pode-se dizer que é um tato espiritual para coisas transcendentes, vistas às vezes nas coisas mais triviais, que todo o mundo vê, vendo-lhe somente a trivialidade."

⁠Em muitas coisas os poetas vêem mais fundo do que reformadores, os psicólogos e os construtores de sistema: e esta — a causa do por que o Mundo chora — é uma delas.Habituados a se moverem em países misteriosos, obscuros, submarinos, os poetas verdadeiramente poetas guardam o passo leve, o gesto fino, o discernimento delicado, e assim evitam aqueles deslizes e as quedas feias e tristes (...). A poesia, pode-se dizer que é um tato espiritual para coisas transcendentes, vistas às vezes nas coisas mais triviais, que todo o mundo vê, vendo-lhe somente a trivialidade. Não admira muito, por isso, que estejam em Camões as mais finas intuições que escaparam entre os dedos grosseiros.