Coleção pessoal de dia_marti

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⁠Ai, que sonhos tão felizes...
que vidas tão desgraçadas

⁠"Tenho o coração parado
Como se não fosse viva (...)
Vamos a ver se a minha alma
Fala verdade ou mentira"

⁠"Como as palavras se torcem
Conforme o interesse e o tempo"

⁠"Desconfiemos do povo, do bom senso, do coração, da inspiração e da evidência"

⁠"Os ditadores são os criados do povo, nada mais - aliás um raio de papel - e a glória é o resultado da adaptação de um espírito à tolice nacional"

⁠"Há coisas que deveriam excitar a curiosidade dos homens no mais alto grau, e que, a avaliar pelo seu modo de vida normal, não lhes inspiram nenhuma.
Onde estão os nossos amigos mortos?
Porque estamos nós aqui?
Viemos de alguma parte?
O que é a liberdade?
O número de almas é finito ou infinito?"

⁠"Não tenho convicções, como o entendem as pessoas do meu século, porque não tenho ambição. Não há em mim base para uma convicção. Há uma certa cobardia ou, antes, uma certa moleza na gente honesta. Porque venceria eu, pois nem sequer sinto vontade de experimentar? (...) Todavia, tenho algumas convicções, num sentido mais elevado, e que não pode ser compreendido pelas pessoas do meu tempo"

⁠"Nada existe sem objectivo. Portanto a minha existência tem um objectivo. Que objectivo? Ignoro-o. Não fui pois, eu quem o fixou"

⁠"O homem ama tanto o homem que, quando foge da cidade, ainda é para procurar a multidão, isto é, para refazer a cidade no campo"

⁠"Agora são tempos de ouro.
Os de sangue vem depois"

⁠"Um vento de cinzas negras
levou tudo para além"

⁠"Riqueza grande ta terra
quantos por ti morrerão! (...)
Há multidões para os vivos:
porém quem morre vai só. (...)
há mais forças, mais suplícios
para os netos da traição. (...)
Quem não presta, fica vivo;
Quem é bom, mandam matar."

⁠"Eu abria-me, pela primeira vez, à terna indiferença do Mundo"

⁠"Também lá, em redor desse asilo onde as vidas se apagavam, a noite era como uma treva melancólica"

⁠"Estendia-me, olhava através da janela, procurava interessar-me pelo que via. O céu tornava-se verde, a noite chegava. Voltava a fazer um esforço para mudar o curso dos meus pensamentos. Punha-me a escutar o coração. Não era capaz de imaginar que este barulho compassado, que me acompanhava há tanto tempo, podia um dia cessar. Nunca tive verdadeira imaginação. Mas, tentava imaginar, não obstante, o segundo em que o bater do coração já se me não prolongaria na cabeça. Em vão. Acabava por chegar à conclusão de que o mais razoável era ainda não me tentar dominar"

⁠"Eu parecia ter as mãos vazias. Mas estava certo de mim mesmo, certo de tudo (...) certo da minha vida e desta morte que se aproximava. Sim, não sabia mais nada que isto. Mas, ao menos, segurava esta verdade, tanto como esta verdade me segurava a mim"

⁠"Compreendia muito bem que as pessoas me esquecessem depois da minha morte. Já não tinham nada a fazer comigo. Nem sequer podia dizer que me custava pensar em semelhante possibilidade. Não há, no fundo, nenhuma ideia a que não nos habituemos"

⁠"Mas eu vagueio sozinha,
pela sombra do quintal,
e penso em meu triste corpo,
que não posso levantar"

⁠"Tão feliz que me sentia,
vendo as nuvenzinhas no ar,
vendo o sol e vendo as flores
nos arbustos do quintal,
tendo ao longe, na varanda,
um rosto para mirar"

⁠"Como o poderia eu saber, aliás, pois que além dos nossos corpos agora separados, nada nos ligava, nada nos lembrava um do outro"