Coleção pessoal de caro.soares

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AMOR

Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo.

Porque ao longo desses meses
que eu estive sem você
eu fiz de tudo pra tentar te esquecer
eu ja matei você mil vezes
e o seu amor ainda me vem
então me diga quantas vidas você tem?

Fico às vezes reduzida ao essencial, quer dizer, só meu coração bate.

E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas.

Já que sou, o jeito é ser.

Eu quero o mapa das nuvens e um barco bem vagaroso.

Que século, meu Deus! - exclamaram os ratos e começaram a roer o edifício.

Porque eu sou feita pro amor. Da cabeça aos pés.

Mulheres tem duas grandes armas: lágrimas e maquiagem.

Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim.

Meus gostos são simples: prefiro o melhor de tudo.

Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.

Abandono: uma jangada que sai sem você dentro dela.

Todo tipo de indelicadeza dispara alarme no meu peito.

Perdão é quando o Natal acontece em outra época do ano.

Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia.

Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.

Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é fevereiro...

Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.