Coleção pessoal de carlinharios

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Não, eu não mudei. Eu estava mudada. Frequentava certos ambientes que me traziam a alegria momentânea e as lágrimas ao descansar. Pernoitava longas noites com uma multidão de corações vazios. Sorria para agradar e chorava quando não conseguia mais aguentar. Correspondia com falsas atitudes para ser aceita. Com medo da rejeição, sorria para ser querida e cantava melodias que não me satisfaziam. Conheci muita gente do bem, mas conheci gente do mau também. Modifiquei-me em uma pessoa que sempre critiquei e não queria ser. Esfarelei afeições, iludi-me com emoções e caí em diversas tentações. Rejeitei bons conselhos e por muitas vezes nos momentos de solidão me encontrei em desespero. Minhas ocasiões em revelia eram para chamar atenção de quem não me entendia. Mas era impossível cobrar entendimento de alguém, se eu mesma não conseguia me interpretar. Substitui minhas vontades por lazeres em troca de amizades. Perdi minha identidade, esqueci das minhas verdades e me iludi ao acreditar em certas fidelidades. Não vivo em uma nova fase e sim retorno para meu antigo habitat. Devolver a minha alma minhas próprias vontades e recuperar a minha verdadeira pulsação que estava desaparecida, faz de mim uma mulher extremamente enlouquecida pela minha vida.

Já me preocupei muito com os que outros falam. Já esqueci minha personalidade para agradar o amor. Já concordei com comentários para ser aceita entre roda de "amigos". Já julguei. Já me importei com alfinetadas. Já me incomodei com as piadas. Já sorri querendo chorar. Já tentei ficar próxima de quem na distância deve ficar. Já, já e já de muitos defeitos, momentos e sofrimento. Foi a forma brutal que alcancei a maturidade. É evidente que não sou perfeita. Controlando alguns defeitos, surgiram outros. Sempre vai ter alguém querendo me ver cair. Sempre vai ter alguém que não tem problemas e sua vida é tão repleta de felicidade, que com sua língua maliciosa quer infectar os outros contra você. Sempre vai ter alguém que vai te dizer palavras de amor com atitudes ao contrário. Sempre, sempre e sempre. Hoje, não me importo. Não quero saber o que você tem a dizer ao meu respeito. Não quero saber se você cospe sua raiva em palavras querendo me destruir. Não me importo. Diz que não gosta de mim, mas minha vida gira em torno da sua mente. Se livre dessa raiva, se liberte e me esquece. Não sou santa. Não sou pura. Não faço papel de uma boa menina e sinceramente? Nem pretendo ser.

você
não
me deu
nada
além dos
melhores
beijos
da
minha
vida

e agora?

como é
que
fica?

Tô aqui rezando pra não ser o que tô pensando porque eu não suportaria ter que deixar você ir, ter que deixar você parado numa rua pouco movimentada, debaixo de uma chuva qualquer no verão, sem abrigo ou piedade, só pra eu explicar pra mim mesmo que amores serão sempre amáveis, mas você passou e agora resta o fim.

Não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda.

"Jamais se esforce para esquecer o que é inesquecível. Sofrer faz parte do amor. Encontrar um amor é quase impossível. Você tem poucas chances."

Às vezes bate aquela vontade de ir embora, mesmo sem ter pra onde ir.

"Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, doí demais. Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar!"

Não guardo rancor, mas também não tenho amnésia.

"Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraco para entrar."

Tem coisas que a gente não fala, mas quer que o outro perceba.

"A vida não espera por você. Abraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça. Não espere. Promessas vão e vem. Planos, se desfazem. Regras, você as dita. Palavras, o vento leva. Distância, só existe pra quem quer. Sonhos se realizam, ou não. Os olhos se fecham um dia, pra sempre. E o que importa você sabe. É o quão isso te faz sorrir. E só."

"Ando um pouco para dentro, não sei se você entende. Me fechei um pouco, de tudo. Me abri para mim, me fechei para o resto. Ainda não sei se é certo ou no que vai dar, mas garanto que estou me descobrindo um pouco..."

""Não sabe de nada," eu digo.
Só porque tem um coração, já pensa que sabe amar.

Só porque tem borboletas voando em seu estômago, já pensa que tem asas.

"Não sabe de nada", eu digo."

Numa época em que os elos estão tão fracos e as amizades verdadeiras parecem coisa do passado, ter um amigo pra chamar de "seu" parece um achado. Ou um milagre, diria um mais desesperado. Tenho mais de um, graças a Deus. Considero-os além de amigos. Coloco de um melhor modo. Aos anjos que encontrei pelo caminho, dei um nome bonito: amigos. Na alegria, na tristeza e nos mais variados momentos. Meus eles são. Deles eu sou. É amizade. É amor.

Não troco um hoje por dois amanhãs.

Por mais que seja arriscado, burro ou perigoso. Por mais que seja uma estrada de mão única, esburacada e sem saída. Por mais que esteja escuro, frio e a solidão te abrace bem antes da pessoa em questão. Não se prive de viver e e entregar. Por mais que não cure uma ferida passada, não te dê perspectiva de futuro e só encha teu presente de um tipo estranho de preocupação. Por mais que o coração se divida, o pensamento se triplique e o corpo se feche para uma única pessoa. Não mate o que pode ser bom. Por mais que venha de não sei de onde, sabe-se lá porquê e sem motivo nenhum pra ficar. Por mais que esteja fora de moda, seus amigos digam que não vale à pena e os conselhos não sejam dos mais animadores. Você só vai saber se tentar e meter a cara. Por mais que seja por alguém desconhecido, quem ressurgiu do passado ou pela mesma pessoa todos os dias.
Se apaixone.

Felicidade é tirar um dez, ou conseguir média pra passar. É entrar nas roupas que não cabiam, ou só naquele vestido para ir a uma festa esperada. Pode ser o quarto gol da goleada do seu time, ou o único que bastou para a vitória. Entenda, felicidade pode ser o copo transbordando, mas, muitas das vezes, é apenas ter algo pra beber. É tudo uma questão de perspectiva - e necessidade. Lógico, quero ser muito feliz e que não vou me contentar com pouco. Mas são as pequenas conquistas que fazem a diferença. Alguns imperceptíveis milagres diários que acontecem e nos entregam sorrisos. Quero ter a felicidade com tudo que tem direito, mas se ela quiser ir se chegando aos poucos (sem tanto estardalhaço), eu também aceito.

O silêncio de um abraço apertado às vezes supera qualquer tentativa de dizer o quanto é grande um sentimento.

O remorso de não ter tentado talvez seja a dor mais dócil, aquela que te castiga a distância: sem te tocar. Mas dói o tanto quanto. Ou talvez um pouco mais. E fere o tanto quanto. Ou talvez um pouco menos. E não cicatriza. Ou talvez sejamos nós que não sentimos sua costura.

coração vazio: todo cuidado é oco.

Dia desses você volta e redescobre esperança no meio da dor. E me conta que era impossível ter visto antes porque a gente não enxerga bem quando é escuro. Me diz que não sabe pra onde ir, mas que agora a sensação é diferente: você quer ir. Talvez queira ir pra um lugar que não parecia claro, exato, bacana ou coisa e tal. Mas as suas coordenadas mudaram, tua tatuagem é outra, teus modos descobriram um novo jeito depois de drenar a angústia de um coração partido no passado.

Eu gosto do jeito que você tenta tirar a minha atenção quando paro tudo pra te olhar. Você precisa entender que te olho pra te decorar e te aprender, você precisa saber que te fotografo com meus olhos e isso não se nega a ninguém. Gosto do teu meio sorriso. Ele tem um ar de mistério, de algo que não estaria ao alcance do meu entendimento.

Hoje eu achei um pé de um sapato seu. Tava numa caixa em cima do guarda-roupa. Lembrei de você de uma forma boa. De um jeito aliviado. Imaginei direitinho os pés que tanto violaram meus acordos de paz. Os mesmos que ganharam uma bolha naquela viagem. Fomos pra praia e nenhum de nós levou chinelo. No mesmo dia que te dei banho gelado depois das seis caipirinhas. No dia em que, três horas antes, eu falei pela primeira vez que te amava.

Olhei seu sapato e lembrei que, de fato, você era dessas que faz o cara sorrir. Um presente bom da vida. Mas foi a vivência que me fez entender: no fluxo de caminhar, o tropeço é inevitável. Ralados ou com pés torcidos, precisamos continuar.

O foda é que - de uma hora pra outra - a mulher forte e honesta morreu em você. O tempo engoliu nossos sonhos e, de grão em grão, o respeito sumiu. Logo em nós, que pregávamos tanto. Aí meu orgulho mandou reagir. Reagi e tive dias em que acordar e encarar a vida era o verdadeiro pesadelo. Pés e rumos entraram em colapso.

Nesses tempos, caminhei por aí. Sem sua mão junto da minha, fiz bolhas mais doloridas que as suas. Doíam por dentro. Demorei pra aceitar que eu não seria aquele a te fazer sambar em dia triste. Demorei pra entender que nossas personalidades não cedem. Não se bicam e não se aceitam.

Já cicatrizando, descobri: toda demora tem hora pra acabar. Hoje, procurando um lugar no guarda-roupa para armazenar novos sonhos, acabei achando seu pé de sapato. Lembrei de você de uma forma boa. Eu estava aliviado e quis seu bem.

Emoções são boas, loucuras também, mas hoje estendo meu direito de querer ser simples. Eu e você, quer mais simples que isso? Não quero muita coisa, conforto no olhar e compreensão no sorriso já basta.

Com tempo aprendemos que para cada um a palavra amor tem uma intensidade e uma definição.

A dor sempre é passageira, basta lembrar que o piloto é você.

E quando a saudade nos inspira, sorrateiramente vem a verdade em forma de angustia e nos lembra como conseguimos vender brilho nos olhos por miséria.

Quando por uma opção da vida, e suas escolhas insólitas, não achamos ninguém especial – como muitos dizem e aclamam em desespero por aí – não significa que as pessoas que passaram encilhadas e pedindo beijos molhados por nós não sejam especiais, mas somente estão em momentos diferentes dos nossos. E o fato de conseguirmos acolher os momentos alheios sempre será o primeiro passo para respeitarmos as pessoas e seus respectivos sonhos.

Todos merecem um amor tranquilo. Até aqueles que, por pouca coragem e vontade de sorrir, desacreditam na sua aparição alegre. Então, fique sabendo que ele vive a te buscar, mesmo quando você mente a si, ao dizer que não precisa da tranquilidade de um amor para viver de ombros leves e pés firmes.

Senta comigo na varanda e te entrega como uma carta sem endereço. Descarta os pensamentos inóspitos, sente o vento na nuca e minha mão nas suas coxas macias e arrepiadas e me olha como quem faz meu mapa.
Tira a roupa pra mim e me devora. Me joga na parede, no chão, dentro de ti e esquece o que sabes, deixa eu te guiar, com aquele tão sábio, instinto de amar. Deixa eu te morder como quem chupa. E chupar como quem beija. Te comer todinha. Doce. Ah, como és gostosa!
Valseia em cima de mim e sorri no meio do beijo, deixa eu achar que é só pra mim. Dança e seduz, vive comigo a intensidade de um momento que pede tapas em forma de carinho e beijos em forma de agressão manhosa. Mantém o beijo prensado, segura meu braço de forma trêmula e deixa o vento acariciar as nossas nucas. Viva esse amor repentino como se a gente nem precisasse se perder na rotina de novo. Como se a gente nem precisasse ter medo dos ineditismos do mundo. Como se a gente nem precisasse da esperança de um amanhã.
Adoro te olhar intrínseca a mim, de cabelo solto e lábios presos, mendigando cafuné. Não disfarça. Eu também gosto, meu corpo é testemunha. Repousa a meu lado e me beija manso. Mas não com intuito somente de beijar, mas de silenciar bocas e almas que ofegam entre olhares tão suaves e risonhos como os nossos. Só deixe as nossas pernas se confundirem…

Adoro te olhar intrínseca a mim, de cabelo solto e lábios presos, mendigando cafuné. Não disfarça. Eu também gosto, meu corpo é testemunha. Repousa a meu lado e me beija manso. Mas não com intuito somente de beijar, mas de silenciar bocas e almas que ofegam entre olhares tão suaves e risonhos como os nossos. Só deixe as nossas pernas se confundirem…

Esperar menos não significa desistir. Antes se surpreender, do que se decepcionar.

Dado de coração e de verdade, nenhum presente é maior que o Tempo dedicado a alguém.

Gosto dos trejeitos dela. Gosto daqueles detalhes escondidos entre um sorriso e outro que nem mesmo ela repara. Engraçado, mas até nisso aquele ditado que diz “quem tá de fora pode enxergar melhor” dá certo. Quando conta alguma coisa, geralmente embala um “nãnãnã” tentando encurtar ou acelerar a história. É engraçado e pode ser que lendo você não me entenda, mas é marca registrada dela. Outra coisa? A risadinha curta e gostosa, deixando à mostra um pouco dos dentes na boca que gosto de beijar. Digo mais, faço e falo algumas palhaçadas ou bobeiras só pra ver e ouvir aquilo. O riso dela é um dos sons mais gostosos da natureza. Pra completar, o jeito que ela me chama de bobo. Bobo e louco por ela, sim, sem cansar de mirar aquele olhar apaixonado.
Dela. E que, justamente, só ela não vê.

Ser feliz. E eu sei que parece bobo, mas é válido ressaltar. Na maioria das vezes a sociedade – e as redes sociais – parecem lugares em que todo mundo quer provar que é feliz ou que tem uma vida melhor que a dos outros. Não se sinta obrigado a participar desse jogo. Veja o que você já conquistou e se encante com isso. Encante-se com o que ainda pretende conquistar e entenda o contexto disso na sua vida. Forjar felicidade ou objetivos que não são seus nunca fez ninguém feliz.

Muita gente passa e vai passar pela minha vida. E pouca gente vai ficar. Quer saber? Não me sinto mal com isso, não. Tenho amigos de infância. Tenho amigos de faculdade. Tenho amigos dos tempos de escola. Tenho amigos das agências em que trabalhei. Tenho amigos virtuais. Tenho amigos no salão de beleza. Tenho amigos no meu prédio. Nossa, como eu tenho amigos, certo? Errado. Muito errado.

Um Pro Outro - Gustavo Lacombe

Só entende o tempo quem decide não jogar contra. Quem o deixa agir em seus propósitos e fluir com seu caminhar lento, natural e tedioso. Não é fácil. Nunca é. Ser amigo do mesmo cara que te lembra da dor é paradoxal. E, ainda assim, vez ou outra ele mostra o porquê de existir.

Como naquele dia.

Encontrá-la foi surpresa. As cidades, por maiores que pareçam, nos fazem esbarrar em cada esquina com alguém conhecido. Mas não passava pela minha cabeça que naquela segunda sem graça seríamos colocados cara a cara, frente a frente. Coração na mão, a voz rouca.

- Oi, tudo bem? - disse sem muita certeza de que aquilo estava realmente acontecendo. Cadê a câmera escondida?

Ainda lindo, eu pensei. Com aquela barba por fazer e a mesma cara de despreocupação de quem toca solos de guitarra enquanto a casa pega fogo - ou quando eu estava atrasada pro trabalho.

Houve um tempo em que acreditava que tivéssemos sidos feitos um pro outro. O tempo me mostrou que ainda estávamos longe disso. Tivemos "n" razões pra seguir. Ele mudou, mas não mudou. Entendem? Talvez esteja mais homem, só que a cara do menino que falava besteiras sem pensar ainda está lá.

- Tudo e você? - respondi, igualmente surpresa.

Pergunto sobre o que passou ou vou direto numa proposta presente? Será que está tão na cara que o encanto ainda brilha nos meus olhos? Chamo pra um jantar, uma volta na Lagoa, um happyhour? Deixo que o acaso decida um próximo encontro? Lógica, razão, destino, sorte - preciso de um sinal sobre o que fazer.

Ora, o sinal estava no encontro. Decidido pela coincidência das rotinas, pela sorte dos passos dados na mesma direção e do destino que o acaso decidiu. Nada vai fazer desandar agora.

Por isso é que eu estou aqui.

Aquele nosso sonho também ficou comigo. Está no fundo, para eu não correr o risco de usá-lo na primeira oportunidade, num desespero momentâneo. Ele é único e, portanto, devo ter cautela. Pensar bem antes de tirá-lo do fundo da mochila e trazê-lo à tona.

Só entendi o que é a liberdade de amar alguém quando te conheci. Quando, pelo fato de estar ligado a você, não me sentia preso a necessidade de ter alguém. A gente nunca tem alguém de verdade, mas vive um estado de transição na vida de uma pessoa. Acaba colocando o verbo ter por uma necessidade humana de possuir as coisas. Besteira. Foi com o teu rosto me dizendo que sentia o mesmo que eu pude, enfim, equilibrar a vontade que o corpo tem de um abraço com o bem-estar que uma presença me faz. E culminou tudo em nós dois. Livres no sentimento, só prendemos a responsabilidade de aturar os mau humores matinais, que terminam com um beijo, um bom dia ou com o tempo dado para cada um refletir. Um casal, duas cabeças pensantes e dois corações pulsantes. Liberdade amante de ter todo dia.

"Você só precisa de alguém que te lembre todos os dias do seu valor, alguém que mostre quem você realmente é, alguém que não vai desistir de você por nada, nem pelos os seus defeitos, nem pelos dele."