Coleção pessoal de AngelaBeatrizSabbag

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160º andar do Burj Khalifa Bin Zayid, com um par de 38 cano longo de tirar o fôlego e uma caixa de Rivotril. Tenho pânico de alturas, vermelhas são minhas botas e o Rivotril é para o Monsieur que me acompanha, porque está quase desmaiando ao colocar os olhos gulosos nas minhas coxas.

De repente fui completamente preenchida pela avidez por novidades.
Novos desafios, novas amizades e novos amores.
Conheço muitas pessoas desligadas, mas eu sou inclassificável. No que ia pegando o interfone para solicitar ao motorista para aprontar o carro para uma viagem sem volta, me lembrei que não tenho automóvel, motorista e muito menos um amor.

Não sou do tempo das paqueras em coretos e nem dos "footings", mas por intermédio de leituras e relatos de pessoas mais antigas sinto nostalgia por algo que não vivi.
Ganhamos muito em tecnologia, avançamos em todas as matérias exatas. Pena é não poder dizer que andamos nem um centímetro sequer nas questões humanas, principalmente no que tange as relações humanas. Estamos pagando um preço caro. Pessoas solitárias, carentes e que têm todas as condições de encontrarem a quem amar e por quem sejam amados estão cada vez mais assustadas, e calam-se preferindo perder a chance de encontrar a pessoa que caminhe ao lado, tendo afinidades e peles que se atraem pelo simples pavor de receberem um não. E assim, ao invés do olho no olho, da conversa que denuncia afinidades, dos coretos e "footings" engrossam cada dia mais as estatísticas de aplicativos que permitam a paquera. Será que ser moderno é algo de que devemos nos vangloriar?

Sou muito desinteressante, comezinha ( no sentido de banal ), presença divertida e interessante quando estou numa reunião social, totalmente esquecida quando ausente. Isso deve ser muito ruim, mas garanto que não é um desastre enquanto para mim ainda rendo incomensuráveis gargalhadas. Pronto, espero que essa seja a última vez que me dispo e me exponho tanto assim.

Quisera poder fazer o hino internacional do amor,
Quisera descobrir o mantra para apaziguar as almas,
Quisera ser apenas um elo numa interminável corrente do bem,
Quisera...
Quimera!

Não me venha com altas doses de realidade, porque todo louco sabe que realidade é para ser administrada em gotas, lentamente para que não cause um choque. Não é nenhum tipo de choque elétrico, hipovolêmico e nem anafilático. Mas choques nos chacoalham de maneira abrupta, sem o mínimo de condescendência. E o grande barato do artista plástico e do escritor é que com simples traçados ou letras podemos criar uma realidade paralela. Não somos deuses, só pensar tal coisa já seria imensa heresia. Mas no universo que criamos, que não tem a menor obrigação de ser coerente com a realidade que nos rodeia somos deuses sim.

Futebol não é circo, é arte. Pão até gosto do pãozinho francês, mas se fosse brioche a coisa ficaria feia. Gosto mesmo é de croissant, e assim mesmo não é qualquer um que passa pelo meu crivo.
Hoje tremi nas bases pensando no discurso dos chatos de plantão que querem nos tirar um dos poucos prazeres que ainda temos, que é o de poder ter acesso a um espetáculo que é pura arte. Tremi e temi, perder o jogo e ter que engolir mais um governo vermelho. Mas os deuses do olimpo que protegem os jogos desde a antiga Grécia fizeram a justiça que o árbitro não fez. A nação brasileira hoje teve o direito de embriagar-se de felicidade.

Já pensei em comprar régua e compasso, mas esse amor que sinto por você creio que não haja traço que o direcione ao meu regaço.

Ela era conhecida no Irajá por suas maluquices, portanto não causou estranheza os classificados que mandou publicar:
Preciso de um namorido que durma no emprego. Trabalho só às sextas, sábados, domingos e feriados. Tem que amar fazer hora extra e fica terminantemente proibido de usar uniforme.Não necessita ser bilíngue, basta falar bem o português. Trabalha nas férias e descansa no período de férias dos demais mortais.
Não sei o que aconteceu, ninguém no Irajá sabe. A única coisa que ficou sabida foi do completo desaparecimento da maluca depois desse classificado.

E passado o arroubo de outrora fui me cobrindo cada vez mais, me resguardando e blindando com altos muros. Fechada em capas e copas, observando sem suportar que me vejam.

A música que toca no momento em minha casa é o mais profundo silêncio, mas não existe algo que faça tanto barulho como esse tal silêncio...

Comungo com você da sensação horrível das despedidas, mas ao acordar e constatar que partiu sem uma palavra, um beijo e um até logo doeu mais. Estou com uma sensação estranha! Será que não foi bem recebida, não se sentiu acolhida, fiz ou alguém fez algo que não deveria ter feito? Acho que daqui por diante, por mais triste que seja dizer até logo, vou preferir passar por essa dor do que abraçar o vácuo.

O amor está sempre espreitando por aqui, está sempre esperando a brecha que não precisa para impregnar toda a atmosfera. Será que ainda não percebeu que aqui é soberano, que guia minhas ações e pensamentos e que é totalmente dono do meu existir? É por ele que meu coração bate, é tão somente por ele que eu respiro e vejo o mundo da maneira linda como foi criado...

Não me pergunte o motivo de eu estar triste, não me pergunte nada. Me ignore completamente, solenemente...
Não suporto meias preocupações, meios amores, meias considerações. Sou assim e ponto. Gosto do bem querer genuíno, da saudade que aperta, do cuidado que não vacila. Não estou querendo mudar você, estou apenas dizendo com todas as letras que o pouco me cansa, que o quase nada me mata.

Eu o convido Senhor Sol a me acordar amanhã perpassando seu calor pela minha janela. Vou esperá-lo confiante de que atenderá ao meu pedido, pois pode haver no mundo quem o ame tanto quanto eu, mas mais é impossível. Sou movida pela sua energia, minha vitalidade depende da sua presença.

Sou livro. Não descobri ainda em que página ou em que capítulo deixo de despertar qualquer interesse. Nessa altura acho que não descobrirei mais...

Vim de muitas batalhas, enfrentei dragões e coisas de fato, carrego cicatrizes e medos. Quem me vê na superfície não consegue nem imaginar, pois coisas assim só enxerga quem se arrisca a profundos mergulhos.

Quem há de querer embriagar-se de mim? Sorver essa taça com volúpia e satisfazer a sede que o ressecou. Quem há?

Já fui ótima nessa arte, arte essa que não posso revelar. Acho-me muitíssimo melhor nessa fase outonal da existência, diria mesmo que quase perfeita. Para a barriga negativa que perdi e o bumbum que ainda é grande mas não é tão durinho quanto outrora, ganhei em ser. Sou uma mulher que eu amaria ter como minha se eu fosse homem ou se gostasse de outra mulher. Sou uma mulher segura, ciúmes zero, companheira para todos os momentos, gosto muito de apreciar comidas e bebidas e já acordo com um bom humor raríssimo de se encontrar em cada esquina. O meu grande problema é que tenho que admirar o homem que se apresenta, sentir orgulho simplesmente por estar ao seu lado e ele tem que ter humor fino, ser protetor e nada, nadinha egoísta. Assim venho fazendo carreira solo há muito mais tempo do que quando formei com alguém uma dupla. Confesso que na maior parte do tempo, contabilizando as venturas e desventuras que isso me traz, contabilizo superávit nessa balança, Mas como nada é perfeito durante todo o tempo, quando a mulherzinha que habita em mim toma conta da cena isso se torna muito chato. Putz, ninguém é perfeito.

Solidão
Tenho pessoas queridas ao meu lado, quase nunca estou sozinha...
Qual o motivo de sentir essa solidão que me oprime à morte?
Só pode ser pelo estado de espírito, só pode!