Coleção pessoal de AngelaBeatrizSabbag

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O silêncio pesado não é ausência de barulho.

Depois de tantos dias de muito calor eis que hoje uma benfazeja brisa me acaricia com seu sopro refrescante. Meu corpo todo agradece tanto frescor, como se envolvido por hálito da mais pura menta. Deixo-me ser surpreendida por presente tão inesperado, apesar de há muito ansiado. O vento lambe-me dos pés à cabeça fazendo de mim uma mulher arrepiada pela deliciosa sensação e pela dádiva que mostra que pode ser fazer presente quando menos se espera.

Cri que havia encontrado aquele pelo qual venho esperando,
Vi nesse homem todas as qualidades que não prescindo para amar,
Tivemos muitas conversas nas quais descobrimos muitas afinidades e o quanto nos fazíamos bem,
O bom humor imperou soberano durante todo o tempo em que não abríamos mão de intermináveis conversas,,,,
Apesar da vida ser como um livro muitas vezes com final feliz,
Não é porque minha história desandou que eu me vitimizei.
Haja o que houver somos sempre os protagonistas dos nossos caminhos.

Cochilei...
Pisaram meu jardim e levaram consigo flores,
Levaram cantos e encantos,
Subtraíram amigos e amores,
Deixaram um mundo vazio e prantos.

Sou aquela árvore do fundo do quintal, fico um pouco distante das outras e longe das vistas dos donos do solo onde estou plantada e despercebida pelas visitas que vêm até aqui. O jardineiro nos dá água e nutrientes, mas ando sentindo falta de algo mais para saciar a sede e a fome, ando querendo palavras, músicas e o calor das amizades além do calor do sol. Ei, quem sabe recebo esse presente de primavera?

Cansada de ser sempre preterida e pretérita.

E ao sujeito, o que cabe?
Se sujeitar.

Já pude sentir os maiores calores da terra e mesmo assim estou sofrendo com as altas temperaturas feitas nesse inverno de 2014. Nessas noites gosto de seguir a moda lançada pela loira mais sexy de todo o cinema, a inigualável MM. Solicitei ao meu mordomo deixar a jacuzzi cheia, água mais fria do que quente e com gotas generosas do meu perfume, que é minha marca registrada. Confesso que pouco antes de entrar na banheira, no momento em que aquele roupão alvíssimo ia deslizando até os meus pés, não contive um sorriso sem mostrar um dente sequer, um daqueles sorrisos que é de nós para nós, totalmente íntimo e discreto. Fiquei um tempo enorme naquela banheira, a pressa em sair dali não me fez querer interromper momento tão agradável de jeito nenhum. Bem, mas havia um compromisso de passar aquela noite com o meu amor e não tive outra alternativa a não ser sair daquela água reconfortante. Mas a expectativa da noite de amor que teria inteirinha com aquele homem me excitou, e antes de me atirar à cama só instruí ao mordomo que abrisse a porta e encaminhasse meu amor ao nosso paraíso de amor. Ai, só de esperar já sentia voltar o calor.

Amo até o epílogo, mas sou correspondida até a página dois.

É sabido e notório que Amelie era uma mulher do mar, mas foi aconselhada a ir a um local bucólico, de preferência com cachoeiras, onde pudesse fazer longas caminhadas para não cair em tentação e voltar a fumar. Mas ela não quis, não era mulher dessas paisagens, lhe apeteciam outras paragens...

O que é o amor?
O amor não é para saber,
O amor é para ser sentido,
E quanto menos explicado for,
Aí sim estará verdadeiramente o amor.

Entre conventos e moinhos de vento, mil vezes a contemplação buscada do que o amor idealizado.

Bendita poesia que nos alivia da crueza da vida,
Bendito mundo ideal, onde não são necessários tijolos, concreto ou outros materiais de construção a não ser o uso das letras.
Graças a essa arte podemos ser imortais, habitar o mundo somente com pessoas solidárias, ler apenas manchetes de jornais que encham nossos corações de júbilo.
Criamos um mundo sem estúpidas guerras, onde as crianças sejam sempre protegidas como devem ser, onde não haja essa diferença abissal entre as classes sociais, e que por isso mesmo são a gênese de tantos crimes.
Bendita ficção que tem o condor de nos abstrair da realidade cada vez mais triste que nos cerca, que nos distrai mesmo que por breves instantes das dores do dia.

Camarada, não gosto de domingo sem missa, gente que conversa sem encarar nos olhos, diz palavras carinhosas com "quartos" intenções, fica em cima do muro, é muito certinha e não ousa nada novo nunca, critica por criticar, se acha sempre o dono da razão, promete coisas sem a menor intenção de cumprir, cativa coração de alguém por esporte, parecendo que com isso quer apenas contabilizar mais um troféu para sua vasta coleção de mau caratismo, nunca se coloca no lugar do outro, aponta o dedo para a falha alheia se esquecendo reiteradamente de mirar-se no espelho, de gente que se compraz somente deixando o próximo na bancarrota...amo gente de carne e osso, gente solar, gente do bem, gente que se não tem uma palavra boa e de encorajamento para quem precisa se cala, gente que faz o bem por opção, gente que é bacana anonimamente, sem alarde e nem ao menos pensa que ser bom é mérito. Caramba, é difícil encontrar gente assim, mas quando essa dádiva ocorre, mesmo que essa pessoa vá embora sua presença continua por onde passou.

A infância e a adolescência, via de regra, são aquelas fases onde o indivíduo é feliz e todos os seus problemas são hipotéticos.

E o escritor não é aquele pintor que sem aquarela pinta o que quer na tela?

Vivo num mundo tão outro que para quem vive no mundo que não seja esse outro é impossível que me faça ser entendida.

Um ser silente a tudo assente, com seu silêncio se torna ausente.

Revendo meus conceitos sobre mim descobri que sou muito insignificante, perfume que não fixa a fragrância, um vinho de qualidade inferior, uma coxinha de festa, daquelas engorduradas que se quer logo livrar do sabor, Sou música que não dá vontade de dançar, e que nem ao menos fica na memória. Sou mais descartável do que as lâminas do gênero. Acha que fiquei triste? Bingo! Mas como toda moeda tem duas faces o choque de realidade chegado avassaladoramente me atropelando foi muito bom, assim me situei e vi que não sou o macarron remanescente da "Fauchon". Descobri que sou apenas a mulher ideal para mim mesma. Ia me esquecendo que sou perfeita também para a mais completa solidão.

Meus heróis andam morrendo de over letras.