Coisas Novas
Todas as tecnologias juntas, redimensionadas, melhoradas e
ampliadas. Isso é permitido entre tantas coisas, tornando a comunicação
planetária e não somente local, com o advento da Internet.
Essas novas tecnologias de comunicação são, portanto, uma amálgama de tudo o que o homem já inventou até hoje para se comunicar com seu semelhante, de forma dinâmica, moderna e sofisticada.
As novas tecnologias de comunicação em si não têm a capacidade e o poder de influenciar as pessoas, pois elas são tão somente artefatos de comunicação; o poder é construído por um discurso
comunicativo, e esse discurso é que deve ser analisado, porque ele nunca
pode ser neutro.
O avanço da tecnologia contemporânea que faz a relação dos
meios de comunicação com a sociedade mudar, porque as técnicas só se aprimoraram, mas são as mesmas que sempre estiveram presentes na história. O que mudou, portanto, é a forma de exercer e por em prática as técnicas na sociedade atual, ou seja, a utilidade tecnológica se tornou política e pública, na medida em que passou a ser usada politicamente na sociedade.
O homem ampliou seus canais de expressão, da linguagem rudimentar para a linguagem cibernética. Todo esse processo serve para explicar que os sistemas políticos não nascem do nada, porque é preciso que haja um meio de preparação para sua fermentação ideológica, física e social.
Hoje o intercâmbio de informações de forma rápida e dinâmica é uma realidade, mas as conseqüências dessa velocidade são, também, preocupações nos dias atuais.
O impacto das novas tecnologias propicia uma difusão extremamente ágil. Mesmo o modo de aprender, divertir-se e trabalhar se torna
novo, e muito mais prático. Para que essa praticidade se concretizasse, houve mudanças substanciais nas formas da linguagem, na leitura das linguagens e na concepção das relações sociais em si.
No próprio trabalho acadêmico, procedimentos eram muito mais
trabalhosos antes da invenção do computador, do fax e da Internet; na
execução das tarefas nas quais era necessário, por exemplo, utilizar cola,
tesoura, máquina de escrever. A cada passo interrompia-se o ato de escrever
para apagar com borracha e refazer, em um complexo de operações
estafantes.
Hoje, ao elaborar um texto em um microcomputador ou fazer
modificações, o processo é mais simples; por fax é possível enviar e receber textos; pela tevê a cabo pode-se ter contato com diversos documentários estrangeiros da televisão do mundo inteiro; pela Internet é possível acessar
links sobre os assuntos preferidos e participar de debates e discussões acerca dos temas relacionados.
Vejamos que o mundo, antes das revoluções tecnológicas na
área da comunicação e em outras, ainda era definido por fronteiras
estabelecidas por acordos políticos, por tratados, ou delimitações territoriais e
pelas descobertas feitas nas áreas das ciências e da navegação.
Grande parte dos padrões culturais de um dado sistema social não foi criado por um processo de produção própria, ou seja, autóctone, mas copiada de outros sistemas culturais.
Aos empréstimos culturais os
antropólogos denominam difusão, e essa difusão massifica o processo de
produção cultural. Com o uso das novas tecnologias da comunicação de
informação, esse processo de difusão sofre uma aceleração e modifica, no
contexto geral, a divisão geopolítica do desenvolvimento das nações.
No contexto da cultura visual contemporânea, a tecnologia se
transformou em cultura, na cultura cibernética. Ao mesmo tempo, essa
tecnologia possibilita o contato com outras dimensões e o encontro com
novas geografias.
A cultura de hoje não se constrói mais somente no plano do tocar a cultura do outro por processos históricos relevantes e por sua absorção natural, pois vivemos uma cultura translocal, que ultrapassa os
limites da territoriedade.
Hoje, a uniformização dos meios eletrônicos e, principalmente,
as uniões das empresas da área, compondo aglomerados gigantescos e de
porte internacional, produzem a massificação da cultura ocidental.
Para a concretização desse projeto capitalista de futuro ocorrem
as megafusões, envolvendo as grandes empresas de telecomunicações, de
computadores, de entretenimento e de jornalismo.
Tudo vai se misturando e a
igualdade nasce da anulação do diferente, através do aborto do senso crítico. A escravidão contemporânea acontece em não se saber anular a manipulação da idéia coletiva das mídias, e em aceitá-la como uma adaptação da verdade coletiva, feita por estas, fazendo com que uma metamorfose da desigualdade
vire igualdade, através da ausência da comparação entre elas.
A conquista é feita pela adesão acrítica dos conquistados. As imigrações
já não acontecem apenas de uma terra para a outra como antes, mas de uma
língua para a outra, para a língua que predomina nos meios eletrônicos; com isso, há povos inteiros imigrando sem sair do lugar, na consumação de um
processo de “etnocentrização” dos padrões culturais europeus e americanos.
O empobrecimento cultural dos mais frágeis não se esgota aí. Ele
parece deixar um reflexo no plano político, na cultura política. Pode-se ver isso
na questão da falta prática da crítica nos espaços democráticos ditos,
necessariamente públicos, com igual prejuízo da diversidade e da presença.
É sabido que a marcha de uma civilização sempre provocará a
destruição de outras civilizações, e sempre foi assim. Mas, em nossos dias, com o uso das novas tecnologias, a televisão e os meios eletrônicos não
podem ser responsabilizados sozinhos pelo estrago. Eles, porém, assumem
um papel destacado ao arrematar o serviço: são veículos de comunicação, ou melhor, veículos de globalização, os interlocutores da palavra do mais forte
sobre o mais fraco, cobrando inclusive o sacrifício dos idiomas mais frágeis.
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